Trata-se de mais um instrumento de divulgação dos debates feitos pelos discentes do curso de História da Universidade do Estado da Bahia - através da ação do Núcleo de Estudos Africanos.
domingo, 28 de abril de 2013
PARA OS DISCENTES DO VIII SEMESTRE, CONCEIÇÃO DO COITÉ, CAMPUS XIV - AULA 01
A disciplina intitulada “Tópico Especial de Estudo em África” possui uma ementa e um programa que direciona o estudo para a História do Brasil, apontando os problemas de ordem epistemológica existentes na área de História da África. Revela também a forte influência da historiografia eurocêntrica entre aqueles que formularam as ementas das disciplinas anteriores (História da África Antiga e Medieval; e História da África Moderna e Contemporânea), uma vez que esta periodização não é aceita por grande parte dos historiadores africanos e africanistas.
Comente a respeito desta questão, levando em conta o texto de Joseph Ki-Zerbo, lido e discutido em sala de aula.
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Levando em consideração a ementa da disciplina Tópico Especial de Estudo em África, podemos ver a predominância do pensamento eurocêntrico que vai desde a formulação da ementa a forma como é dividido o componente África, em: História da África Antiga, Medieval, Moderna e Contemporânea. No entanto Através das discussões realizadas em sala de aula, podemos ver que essa divisão proposta à disciplina já não é aceita pelos historiados africanos e africanistas.
ResponderExcluirO pensamento eurocêntrico ainda continua tendo grande influencia nos estudos africanos, constituindo assim um grande obstáculo para elucidar a realidade da histórica desse continente. Mas, essa realidade só irá mudar a partir do momento em que houver uma modificação na postura docente, deixando de repercuti essa visão tradicional sobre a história da África, passando a investigar e modificar a sua metodologia, mostrando um novo olhar sobre a África que vem surgindo com a historiografia africana. Acredito que fazendo esse trabalho é possível conceber uma nova base metodológica e mais abrangente, desvinculando-se do pensamento eurocêntrico e enxergando as realidades do continente africano.
A disciplina “Tópico Especial de Estudo em África”, ainda possui ementa e programa relacionado com a História do Brasil, pelo fato de muitos estudiosos ainda afirmarem que conhecendo o Brasil conheceremos a África e vice-versa. Embora, esse fato ainda ocorra já é sabido que não condiz com a verdade. É importante destacar que as características culturais brasileiras não pertencem ao universo africano e o mesmo ocorre da África para com o Brasil.
ResponderExcluirOutra questão que ainda ocorre é em relação às designações das disciplinas sobre África ao longo do curso. Ao separar o estudo da África em Antigo, Medieval, Moderno e Contemporâneo, estamos apenas propagando uma ideia eurocêntrica e que não condiz com os acontecimentos ocorridos no continente africano. Dessa forma, embora em nossas discussões já tenhamos consciência dos fatos ocorridos na África, destacando que o Continente tem sua história, continuamos não reconhecendo os mesmos como legítimos através de nosso currículo.
Em sua obra História da África Negra – I, Ki-Zerbo analisa o quadro cronológico (Antiga, Média, Moderna e Contemporânea), problematizando sua importância e significado não só para o continente africano mas também para a própria Europa. Em sua abordagem, o autor destaca os principais acontecimentos ocorridos no continente africano para que se possa separar metodologicamente sua história em fases. Embora seja evidente, os acontecimentos na África assim como nos demais continentes não ocorreram simultaneamente. Mas o autor destaca que ocorreram e dessa forma fica claro que a separação dos estudos em África Antiga, Medieval, Moderna e Contemporânea já não é mais pertinente. Assim, a partir das discussões de estudiosos africanos e africanistas o momento é oportuno para a modificação da ementa e programa das disciplinas sobre África.
Queite Santos Lima.
No que diz respeito ao componente curricular “Tópico Especial de Estudo em África” é perceptível que as idéias gerais que são abordadas ao longo da disciplina encaminham-se para assuntos da área da História do Brasil.
ResponderExcluirNo entanto, em meio as exposições orais do professor em sala de aula, foi relatado uma vertente interessante defendida por historiadores africanos e africanistas, que enfatizam o fato da África ter a sua própria história, assim como, o Brasil também tem a sua. Portanto, as características que competem ao Brasil não podem ser vistos como complemento da história do continente africano.
Como o próprio historiador Ki-Zerbo aborda, períodos tão significativos para uma parte da Africa não vai ter o mesmo valor para outra, ou seja, “ a data de 1591 (Tondibi) tão significativa para Sudão Ocidental, não tem o mesmo valor para os reinos de Luba e Lunda” (Ki-Zerbo, p. 32).
Então, se na Africa cada região tem suas particularidades, o que é significante para uma região não é para outra, como é podido considerar um estudo em Africa atrelado a Historia do Brasil?
Mediante, a esse questionamento, o que se percebe são influencias de tendências historiográficas européias, onde se realiza uma divisão cronológica esquemática e linear, baseado no quadripartite (História Antiga, Média, Moderna e Contemporânea) que são elucidada dentro dos marcos da história eurocêntrica.
Sendo assim, esse quadro cronológico não é aceitos por historiadores africanos, pois como diz Ki-Zerbo esses marcos “não podem servir de marcos específicos para a história da África” (Ki-Zerbo, p. 32.
Catiana Barauna Reis
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirO componente curricular “Tópico Especial de Estudo em África”, possui uma ementa em que podemos perceber nitidamente uma visão eurocêntrica se levarmos em consideração a forma como é dividida a disciplina: História da África Antiga, Medieval, Moderna e Contemporânea. Tal divisão não está de acordo com a realidade histórica do continente africano, como ficou claro durante a aula, pois, o mesmo possui uma história diferente do continente europeu, portanto, embora ainda seja colocada desta forma não é aceita pelos historiadores africanos e africanistas. Essa forma de estudar o continente africano vem aos poucos sendo questionada por alguns historiadores no intuito de tentar mostrar que a África possui a sua própria história. Compartilha desse pensamento o historiador Joseph Ki-Zerbo que em seu livro, História da África Negra, discute essa divisão, defendendo que os acontecimentos que marcam a história de um continente não ocorrem ao mesmo tempo do que em outro.
ResponderExcluirOutra questão relevante na ementa diz respeito ao seu direcionamento ao estudo da História do Brasil, que aparece como um problema, pois devemos levar em consideração que tanto o Brasil como a África possuem suas particularidades e que, portanto, não é conhecendo o Brasil que conheceremos a África.
Discente: Gabriela Carneiro Ramos
A disciplina “Tópico Especial de Estudo em África” possui uma ementa muito relacionada à História do Brasil, além de receber também uma grande influência da historiografia eurocêntrica. As ementas do curso de África ainda dividem os estudos do continente em Idades Medieval, Moderna e Contemporânea, refletindo, dessa forma, uma forte predominância da História europeia sobre a África, visto que, tal divisão historiográfica aborda, basicamente os principais acontecimentos do continente europeu e não trás referências significativas para o povo africano.
ResponderExcluirEm vista de tais problemáticas em torno do estudo da História da África, o historiador Ki-Zerbo defende que a história do continente deve ser apresentada a partir do ponto de vista africano e não de fora para dentro. O autor coloca também que há uma impossibilidade de criar um cronograma único para a história da África, visto que o estudo historiográfico do continente dependerá da região analisada, pois cada uma terá características que lhes são próprias. Em vista do que foi colocado, Ki-Zerbo propõem uma nova forma de divisão dos períodos da história do continente levando em consideração os marcos que ofereçam importantes significados para a África.
Considerando as novas contribuições de grande parte dos historiadores africanos e africanistas que destacam as experiências da África, torna-se necessário estudar o continente de uma maneira diferente daquela que a concede somente no contexto mundial ou brasileiro. É preciso repensar as ementas do curso de África para que se possa dá espaço a uma demarcação temporal que se paute, primeiramente, na trajetória dos povos africanos e que leve em consideração as dinâmicas internas do continente.
Joziara Araújo Almeida
A ementa do componente curricular “Tópicos Especiais de estudo em África” apresenta uma divisão ainda eurocêntrica, uma vez que está divida em História da África Antiga, Medieval, Moderna e Contemporânea, assim como ocorre na história do continente europeu. Ki-Zerbo mostra que tais marcos da história considerada oficial não são importante para compreender a História do continente africano, e conforme foi discutido em sala, essa divisão não se aplica ao caso da África, já que ela não passou por todas essas fases como ocorreu na Europa.
ResponderExcluirOutro fato discutido em sala que justifica a emente da disciplina está direcionada a História do Brasil, foi o fato de muitos historiadores pensarem que conhecendo o Brasil conheceremos a África, e que conhecendo a África estaremos conhecendo o Brasil, visão está que vem sendo combatida por africanistas.
Ao dividir a História da África a partir da história europeia os historiadores deixam de lado as particularidades do tempo africano e os acontecimentos protagonizados por estes que ajudam em uma melhor compreensão das mudanças ocorridas no continente. Já na questão do atrelamento da História da África a do Brasil, essa concepção deixa escapar as mudanças ocorridas quando os africanos vieram para servirem de escravos no Brasil, fato este que exigiu mudanças para que se adaptarem.
A forma como a ementa está programada contribui para a divulgação de uma visão eurocêntrica e até equivocada do continente africano.
Luciene Braz Lima
A ementa da disciplina está organizada de forma contrária ao que Josep Ki-Zerbo defende a respeito dos marcos cronológicos da história da África, por levar em conta, uma divisão conceituada a partir de uma periodização européia que é atribuída como sendo da história universal: antiga, média, moderna e contemporânea.
ResponderExcluirDo mesmo modo, pensar a história africana interligada à história brasileira também demonstra o quanto ainda está enraizada a visão eurocêntrica de uma “África sem história” ou com uma história atrelada a outros povos.
Cada lugar tem a sua própria história, constituída por fatores distintos. A história da África não é história do Brasil e vice-versa. Primeiro porque estamos falando de um continente e um país. Segundo que, mesmo que haja influências e resignificações de práticas africanas no nosso país, estas provêm de algumas regiões da África, e não do continente como um todo.
Mesmo tendo a consciência de que os marcos históricos são diversos em cada lugar a depender das influências geradas, essa organização curricular precisa ser repensada por não condizer com a visão que os estudiosos africanos e africanistas defendem. Enquanto estudantes, precisamos sim entender a história de povos africanos no Brasil, mas também, entender a história da África enquanto continente multifacetado que é, para que não seja perpetuado erroneamente a ideia de um povo sem história, que só é estudado e conhecido a partir do seu contato com povos de outros lugares.
KATTYLÂNE ARAÚJO DA SILVA
A disciplina “Tópicos Especiais de estudo em África” apresenta em sua ementa (dividida em Antiga, Medieval, Moderna e Contemporânea) uma visão eurocêntrica da História da África, utilizando-se como modelo pronto os marcos europeus para defini-la. Outra deficiência encontrada nessa história construída de forma linear é tentar entender a História da África atreladas a História do Brasil e vice-versa, sempre buscando ver o continente africano a partir da perspectiva de outros povos, induzindo a hipótese que o mesmo não tenha história própria, antes da chegada dos colonizadores (e nem tão pouco depois).
ResponderExcluirSegundo o historiador Joseph Ki-Zerbo é necessário problematizar essa história homogenia do continente africano que nos foi mostrada durante anos. Para tanto o autor em seu texto História da África Negra – 1 analisa os diferentes tempos históricos ocorridos no continente problematizando seus significados e especificidades. O autor propõem uma nova divisão dos períodos históricos, levando em consideração os marcos que são significativos para cada povo.
Considerando a perspectiva trazida pelo autor, se faz necessário uma mudança na ementa, a qual apareça mais referências da história da África feita por africanos e africanistas, que busquem mostrar a pluralidade religiosa, cultura e étnica do continente quebrando com a ideia equivocada, porém propagada durante muito tempo de um povo sem história.
Nelucia dos Santos Oliveira
Realmente é notável essa tendência de uma história africana abrasileirada dentre as ementas propostas para as disciplinas de África. A nossa atual ementa para a disciplina “Tópico Especial de Estudo em África” segue ainda essa mesma lógica de se estudar o continente africano sob um olhar brasileiro, como se a história africana tivesse sido transportada para as terras brasileiras por meio dos porões dos navios negreiros.
ResponderExcluirOutro equivoco cometido é a influência da historiografia européia para a periodização da história africana em: História da África Antiga e Medieval; Moderna e Contemporânea. Porém muitos historiadores criticam esta divisão por diversos motivos e um deles é o fato de esta divisão valorizar episódios importantes para os europeus, desconsiderando a cronologia própria da história africana.
O autor Ki-Zerbo propõe uma acalorada discussão sobre essa divisão cronológica da história da África e afirma que cada região tem suas particularidades, portanto traçam caminhos diferentes superando a ideia de homogeneização histórica.
Mesmo tendo em vista as dificuldades da historiografia africana é preciso repensar e reescrever - lá “trazendo a vida o passado deste continente”. (Ki-Zerbo, p. 38)
Juciane Cordeiro da Silva
A construção das ementas das disciplinas de África anteriores se apresentam com influências eurocêntricas, sua demarcação histórica ( antiga, medieval, moderna e contemporânea) foge a concepção histórica de alguns historiadores africanistas que pretendem um modelo particular a esta divisão. Para Joseph Ki-Zerbo essa divisão deve ser feita de acordo regiões que englobem fenômenos históricos parecidos ou que se aproximem: civilizações paleolíticas, revolução neolítica, revolução dos metais, primeiro contato com os europeus, ocupação europeia e a independência. Segundo Ki-Zerbo este modelo além de se afastar da cronologia tradicional põem em evidencia os elementos motores da evolução humana, os fatores socioeconômicos. A construção das ementas sob essa perspectiva eurocêntrica talvez se deva a falta de um especialista específico da área, entretanto, o que podemos perceber nas dinâmicas das aulas é a contraposição dos professores aos elementos eurocêntricos, a combatividade à visão tradicional que se tem do continente.
ResponderExcluirLaionel Matos de Queiroz
José Edmundo Carneiro de Oliveira
ResponderExcluirA disciplina Tópico Especial de Estudo em África demonstra ter uma ementa muito relacionada à História do Brasil. Vale ressaltar que as exposições orais do professor em sala de aula, foi relatado por historiador africanos e africanistas, que enfatizam o fato da África ter sua própria história assim como Brasil tem sua. A ementa diz respeito ao seu direcionamento ao estudo da História do Brasil, que aparece como um problema, pois, devemos levar em consideração que tanto o Brasil como a África possuem suas particularidades. Todavia não é conhecendo o Brasil que podemos afirmar que conhecemos a África
José Edmundo Carneiro de oliveira
Obs: Professor queria pedir desculpas, eu coloquei no cadastro mariana souza, no momento estava conversando com ela, acabei colocando o nome dela.
A ementa da disciplina Tópico Especial de Estudo em África apresenta uma visão eurocêntrica da história africana, usando como modelo os marcos europeus para a definição da mesma. Ela se organiza de forma contrária ao que Joseph Ki-Zerbo defende a respeito dos marcos cronológicos da história da África, por levar em conta, uma divisão conceituada a partir de uma periodização europeia que é atribuída como sendo da história universal: antiga, média, moderna e contemporânea. O marco dessa disciplina se confunde com a periodização europeia. A História da África é totalmente diferente da História do Brasil; elas não estão efetivamente interligadas. Ki-Zerbo mostra que tais marcos da história considerada oficial não são importantes para compreender a história do continente africano, e conforme foi discutido em sala, essa divisão não se aplica ao caso da África, já que ela não passou por todas essas fases como ocorreu na Europa.
ResponderExcluirO autor coloca também que há uma impossibilidade de criar um cronograma único para a história da África, visto que o estudo historiográfico do continente dependerá da região analisada, pois cada uma terá características que lhe são próprias. Desta forma, levando em consideração a proposta do autor, é necessário que haja uma nova divisão dos períodos históricos, considerando os marcos que são significativos para cada povo, e que essas mudanças apareçam nas referências à História da África.
Diene Junqueira Gomes
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirÉ sabido pelos discentes de História que a ementa da disciplina Tópico Especial de Estudo em África possui um caráter eurocêntrico, tomando marcos europeu como modelo. A demarcação histórica utilizada - antiga, medieval, moderna e contemporânea - é contrária a concepção histórica de historiadores africanistas.
ResponderExcluirKi-Zerbo considera que os fenômenos históricos tais como as civilizações paleolíticas, a revolução neolítica, a revolução dos metais, os primeiros contatos europeus, o tráfico de escravos, a ocupação europeia e a independência devem sim ser marcos para tal história.
Dessa forma é possível avaliar as grandes épocas históricas e, sobretudo perceber uma dinâmica própria para a periodização do continente africano. Ou seja, a separação de períodos deve ser feita através dos fatos que ocorreram dentro do próprio continente, pois, a África, assim como o Brasil, tem sua própria história, e é dotada de heterogeneidade.
Telkia da Cunha Dias Magalhães
Se tratando do componente curricular “Tópico Especial de estudo em África”, analisando a maneira como foi pensada e organizada ( História da África Antiga, Média, Moderna e Contemporânea), seu programa aponta seus estudos atrelados para a História do Brasil bem como revela também uma grande influência do pensamento eurocêntrico. Porém, de acordo com o que foi discutido em sala de aula e como também foi enfatizada no texto de Ki-Zerbo, essa proposta já não mais é aceita por historiadores africanos, pois a história da África tem suas particularidades, não podendo portanto ter o mesmo significado para história dos povos africanos.
ResponderExcluirEssa é uma questão em que o autor Ki-Zerbo vem problematizando em seu texto e aponta como metodologia pertinente para os estudos da história da África, divisões e acontecimentos que abranjam e contemplem a história do continente, levando-se também em consideração as especificidades de cada região. Este método fundamenta-se através de divisões que “englobem grandes épocas históricas dominadas pelo mesmo complexo de fenômenos”. (KI-ZERBO, p.32)
Portanto, diante dos novos questionamentos, estes apontam para uma necessidade de (re) pensar o programa da disciplina de maneira que traga a história do continente africano não mais configurada pelo olhar eurocêntrico e sim de um olhar visto de dentro para tentar romper com esse modelo até então estabelecido.
Aluna: Laiane Santana de Oliveira
ResponderExcluirAs ementas das disciplinas do eixo África, dividido em África antiga e medieval moderna e contemporânea, revela uma grande influência da historiografia eurocêntrica. Algo que preocupa e ao mesmo tempo não é aceito por historiadores africanos e africanistas. Isso porque o pensamento europeizado ainda é muito forte nos estudos que diz respeito a África, o que de fato, dificulta a elucidação ou compreensão da história do continente. Sem esquecer que contribui enormemente para a analogia e propagação da ideia de um continente que não tem história própria, que seus quadros históricos estão sempre dependentes e atrelados a acontecimentos europeus.
Outra questão muito preocupante, diz respeito também à formulação da ementa Tópico Especial de Estudo em África, que direciona seus estudos à historia do Brasil. Isso ainda se aplica porque ainda está enraizada aquela tradicional visão de que é estudando o Brasil que se conhece a África. Mas, devemos por em mente, que essa visão não se procede, justamente porque a África assim como o Brasil, têm suas características culturais próprias e diferenciadas.
Desse modo, se estamos lidando com um continente que tem sua própria história, nada mais justo do que estudá-lo de acordo as suas peculiaridades, modificando ementas e programas tipicamente europeizados inseridos no nosso currículo.
Lenilda Silva Souza
É notório que a disciplina “tópicos Especiais do Estudo em África, infelizmente ainda apresenta uma ementa organizada na velha historiografia eurocêntrica, uma visão completamente errônea e que vem sendo motivo de discursão por novos historiadores africanista e africano que discordam dessa maneira de ver o continente africano como se o continente fosse homogêneo e não possuísse diversidades ideológicas, politicas, religiosas, linguística e etc.
ExcluirDa mesma forma acontece com a historia do Brasil onde esta também foi dividida seguindo um modelo eurocêntrico baseado em marcos cronológicos feitos por alguns historiadores europeus. Em seu livro História da África I, o autor ki-Zerbo, chega a apresentar algumas discursões referente a essa divisão cronológica do continente africano, onde ele faz uma critica a essa divisão e não concorda que os marcos cronológicos de um continente seja aplicado a outro, ele ainda afirma que cada pais ou continente tem sua própria historia e suas particularidades. Na visão do autor esses marcos considerados oficiais na história europeia não são importantes para o continente, pois, os estudos depende muito da região estudada.
Sendo assim, é necessário que as novas contribuições dos Historiadores africanista e africano, ou seja, aplicada de forma correta aos currículos acadêmicos e que esta não fique apenas na retórica. Resta agora aos docentes a responsabilidade de criar uma ementa que em sua metodologia busque mostrar como realmente ocorreram os fatos no continente africano. E que esta nova metodologia contemple os fatos marcantes de cada região.
Cristina Costa S. Reis
A história do continente africano é constantemente marcada por análises simplistas e generalizantes que desconsideram aspectos indispensáveis para o entendimento da história dos povos que compõem este continente. Um aspecto que revela claramente a influência do eurocentrismo para esse contexto de desvalorização, como coloca Ki-Zerbo, é a própria divisão cronológica que em nada correspondem à realidade vivida pelos diferentes povos deste continente.
ResponderExcluirDesse modo, é de extrema urgência a problematização a cerca da história da África e dos africanos a fim de que visões como essa não continuem se propagando nos currículos tanto das universidades quanto das escolas.
Pensar a disciplina “Tópico Especial de Estudo em África” ainda tem sido um grande desafio, pois muitos historiadores continuam presos a velhas concepções que dividem o estudo do Continente africano numa lógica eurocêntrica (África antiga, medieval, moderna e contemporânea) que não contempla as especificidades e estruturas econômicas, culturais e sociais globais de épocas históricas das várias regiões do Continente. Outra questão que se deve tomar cuidado é a forma como se tem relacionado a história do Continente africano á história do Brasil, pois como vimos nas discursões em sala de aula, tal comparação é inadequada e precisa ser revista.
ResponderExcluirTendo em vista a maneira como se tem lidado com o estudo da história da África, o historiador Joseph Ki-Zerbo alerta-nos que é preciso tomar cuidado ao se estabelecer uma cronologia para a história da África, pois é preciso tomar cuidado para não "relativizar a história naquilo que ela tem de mais caro: as datas" (Marciano). Segundo Ki-Zerbo é difícil encontrarmos quadros cronológicos que contemplem a história desse continente, uma vez que a cronologia consagrada pela historiografia “não exerce influência direta na história da África, portanto, não podem ser utilizadas como pontos de referência” (KI-ZERBO, p.32). Para o autor a história da África deve ser escrita respeitando a realidade de cada região e escrita pelos próprios africanos.
O estudo da História da África, mais especificamente a Disciplina Tópicos Especial de Estudo em África, possui uma ementa muito discutida por historiadores africanos e africanistas no que diz respeito à periodização. Na verdade, a disciplina é pensada de acordo com a visão eurocêntrica que parte da formulação da ementa até a divisão do componente África: História da África Antiga, Medieval, Moderna e Contemporânea.
ResponderExcluirO primeiro ponto a ser destacado a partir disso é que o continente possui suas especialidades e peculiaridades e, consequentemente, sua própria história. Portanto, atribuir o programa da disciplina para a História do Brasil não condiz com os fatos. A ideia de que estudar o Brasil é estudar a África é uma expressão que deve ser repensada. As características culturais brasileiras não pertencem ao universo africano e o mesmo ocorre da África para com o Brasil.
O historiador Ki-Zerbo, na sua obra História da África Negra – I aponta para essa divisão na qual deve ser feita com uma metodologia que exponha as regiões históricas e suas particularidades distinguindo-as por suas fases.
Outro ponto a destacar está ligado a ideia de que muito do que se sabe sobre a história da África foi escrita por pessoas que vinham de outros países, que pouco sabem da realidade do mesmo. Assim, tais estudos devem ser feitos por africanos que, conhecem viram e vivenciaram os altos e baixos da História da África.
O componente de estudo África Antiga, Medieval, Moderna e Contemporânea, que faz parte da ementa do componente curricular “Tópicos Especiais de estudo em África” apresenta uma divisão eurocêntrica, dando assim a ideia de que o modo como aconteceu a história da África, é o mesmo ocorrido na Europa.
ResponderExcluirAs composições dos currículos das universidades muitas vezes necessitam de muitas mudanças estando assim ultrapassada, principalmente se falando em África. Na verdade acho pleno a constituição de um modelo africano, sendo também uma tentativa de se libertar de muitas teorias europeias, já que a história desse continente passou por grande transformações diante de grande estudos.
A África tem muito mais períodos a serem abordados, assim como é defendido pela historiografia o surgimento da humanidade nesse continente, e que de alguma maneira foi moldada para os moldes historiográficos europeus conturbando essa história, não se constituindo aos modelos africanos. Além disso, a história da África está se constituindo muito mais nos dias atuais, com novas perspectivas, com um maior número de pesquisas, e necessita de muito mais, como exalta Lilia Hernandes.
Cada espaço possui sua própria história, não cabendo ser definido sua história cronológica igual a outros espaços. No entanto ao associar a história da África ao Brasil, é reafirmar ideologias existentes, inclusive teorias raciais referentes a escravidão. Também faz-se necessário levar em consideração o que fala Ki-Zerbo, de que os novos rumos pela qual a história da África está tomando com seus próprios pesquisadores, não necessitando de modelos historiográficos europeus, já que essa possui sua própria história.
Atieres Costa
Durante a formação escolar, se aprende muito pouco sobre a história da África, e isso fica evidente ao ouvirmos inúmeros alunos se referindo à África como se essa fosse um país de negros, e não um enorme continente. No geral, apenas se ver o que o livro didático traz, sendo exposto sem nenhuma problematização, induzindo os discentes a acreditarem que os africanos são “um povo” pacífico que foram colonizados e explorados pelos europeus. Na universidade, por sua vez, nos deparamos com o componente curricular “Tópicos Especial de Estudo em África” que tem uma ementa baseada na divisão da periodização criada pelos europeus (antiga, média, moderna e contemporânea) reconhecida como sendo a história universal. Entretanto, se aceitarmos essa divisão estamos contribuindo para a propagação de uma idéia eurocêntrica, que não faz jus aos acontecimentos que houveram no continente africano. Esta ementa esta organizada de maneira equivocada, ao levarmos em consideração a idéia de Ki-Zerbo quando fala sobre os marcos cronológicos da história da África. Muitos autores associam a história do continente africano a de outro povo, como se os africanos não tivessem história. Isto acontece muito quando se fala de Brasil e África, como se a historia da África dependesse da brasileira para existir, quando na verdade estas são distintas, e mesmo as praticas existentes no Brasil de influencia africana não podem ser vistas como se fosse de todo povo africano, pois estas provem de partes do continente. Um exemplo claro disse, eram os escravos africanos importados para o Brasil, que chegando aqui tinham que se adaptarem uns aos outros, pois não se reconheciam, nem falavam a mesma língua.
ResponderExcluirAluna: Liliane Lima da Silva
IRONAIDE DA SILVA SANTANA
ResponderExcluirPor muito tempo a História da África esteve fundamentada por uma visão simplista, linear e limitada, que nega ao continente o direito de teruma História própria. Para KI-ZERBO (2009) a própria concepção da história, deve ser discutida em relação ao continente. Deve-se questionar a própria divisão cronológicaimposta ao continente,pois esta, não leva em questão as especificidades, culturais, econômicas e sociais, pertinentes a cada região, além de desconsiderar o tempo de contato destas com o tempo moderno e contemporâneo. Esta divisão metodológica imposta por uma visãoexterna, infelizmente ainda se perpetua, sendo utilizada por muitos historiadores, que continuam sendo guiados por uma visão eurocêntrica que desfigura, estereotipa e mutila a história da África.
A divisão cronológica do continente deve levar em conta as mudanças e transformas internas, peculiares a cada região. Segundo KI-ZERBO (2009) Muitas regiões evoluíram a passos lentos, e apenas tomaram contato com o mundo moderno e contemporâneo no século XX. Portanto, a tomada de Constantinopla em 1453, utilizada pela História universal como marco histórico para demarcar a transição para a idade moderna, não exerce nenhum tipo de influência direta para a história da África. Dessa forma, torna-se um marco antiquado, para ser utilizado como referência histórica em relação à história da África. O mesmo ocorre com as datas atreladas à Revolução Francesa, utilizada como marco pela historiografia universal para delimitar a transiçãopara a era contemporânea, que assim como a Tomada de Constantinopla não pode ser utilizado como ponto referencial para a África, porque não influenciou as transformações ocorridas no continente, além de também não estar integrado ao tempo de contato à era contemporânea de diversas regiões africanas. Para ki-zerbo o método mais justo consistiria em estabelecer divisões de base que englobassem as grandes épocas históricas, demarcando regiões caracterizadas por situações e condições particulares no decorrer de todoo período histórico.
A busca por muitos historiadores que não se deixam guiar pelo olhar europeu em relação à África tem sido tentar garantir através das diversas fontes históricas a aproximação com a realidade africana, dando ênfase a uma concepçãoque parte do interno e a partir do ponto de vista africano, garantindo dessa forma, o direito ao reconhecimento de uma história e de uma memória própria à diversos povos e regiões. A disciplina: Tópico Especial de Estudo em África possibilitou o contato aos estudos que dão enfoque à reconstituição da história e da memória que é intrínseca ao continente. As novas pesquisas permitem desconstruir o olhar estereotipado europeu em relação à África, além de contribuir para minimizar a influência europeia.Construir a ementa das disciplinas em relação à África e não levar em conta esses estudos significa continuar perpetuando um olhar reducionista e eurocêntrico sobre o continente.
1. Levando em consideração o componente curricular “Tópico Especial de Estudo em África”, ementa que não condiz com o que os pesquisadores africanistas discutem sobre a periodização da História do continente africano. Essa ementa está associada a história europeia, possuindo uma influência da historiografia eurocêntrica sendo que e cada localidade possui suas peculiaridades e especialidades . Para tanto, é preciso estudar o continente africano para saber da sua história e não tomar o Brasil como aspecto de estudo da África. Portanto, JOSEP KI_ ZERBO ao discutir o quadro cronológico da história da África sugere que se estabeleçam divisões de base que englobem as grandes épocas históricas. Neste sentido, o autor supracitado relativiza as datas mostrando que elas não são pertinentes para compreender a periodização, visto que, diversas regiões evoluíram dentro de diferentes contextos. Destarte, é essencial que os formuladores da ementa do componente “T.E.E em África”, pesquise a periodização da África a fim de evitar a história eurocêntrica banalizada.
ResponderExcluirDiscente: Ana Nery Oliveira Brito
O componente curricular “Tópico Especial de Estudo em África”, ainda possui uma ementa veiculada à História do Brasil, pois muitos estudiosos ainda afirmam que conhecendo determinada cultura do Brasil conheceremos a África e reciprocamente. Porem, nas discussões em sala de aula foi-nos apresentada uma vertente que já está se difundindo e é defendida por historiadores africanos e africanistas, que enfatizam o fato da África ter a sua própria história, assim como o Brasil também tem a sua. As características culturais brasileiras não pertencem ao universo africano e vice-versa. As ementas do curso de África ainda dividem os estudos do continente em Idades Medieval, Moderna e Contemporânea, refletindo forte predominância da História europeia sobre a África, levando em conta que esta divisão historiográfica aborda, essencialmente, os principais episódios do continente europeu e não traz significados para os africanos.
ResponderExcluirMediante estas questões, Ki-Zerbo propõem uma nova forma de divisão dos períodos da história do continente africano, levando em consideração os marcos que realmente tem significados para a África. Para tanto, é necessário repensar as ementas da disciplina de África, a fim de que apareçam mais referências sobre a história africana, construídas por africanos e africanistas, para que se possa atingir um novo campo de demarcação pautado na trajetória dos povos africanos levando em consideração as dinâmicas internas do continente.
Discente: Daiany Carneiro