Trata-se de mais um instrumento de divulgação dos debates feitos pelos discentes do curso de História da Universidade do Estado da Bahia - através da ação do Núcleo de Estudos Africanos.
domingo, 28 de abril de 2013
PARA OS DISCENTES DO V SEMESTRE, ALAGOINHAS, CAMPUS II – AULA 03:
Appiah, no livro “Na casa de meu pai”, mais especificamente no capítulo “A invenção da África”, discute o processo de construção das representações do continente africano predominantes na contemporaneidade: a África dos negros, una, homogênea e indistinta, resultante das diferentes inspirações pan-africanistas; e a África selvagem, primitiva, habitada por povos sem cultura e História, repleta de doenças, fome e miséria.
Tomando como referência o texto indicado, discuta a questão acima.
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O trabalho de Kwame Anthony Appiah traz um panorama de como se formaram as representações acerca do continente africano nos dias atuais. A primeira questão a ser pontuada no texto foi a linguística, na qual o autor mostra o quanto as linguas dos países que colonizaram a África foram responsáveis pelo domínio desses povos, como por exemplo, os Estados francófonos e anglófonos que, apesar das diferenças políticas coloniais, foram bastante influenciados pelos seus ex-colonizadores, a ponto de suas elites escreverem uma literatura africana em linguas européias.
ResponderExcluirEssa persistência das linguas coloniais ocorre por causa da necessidade que esses Estados africanos tem de um reconhecimento nacional, além das dificuldades do sistema educacional de se desenvolver em uma lingua isenta de manuais e livros didáticos. Deve ser considerado o status que a lingua representa para a classe herdeira do Estado colonial, por isso a África subsaariana continuou redigindo a maioria dos seus textos em inglês, francês e português.
É importante ressaltar o questionamento acerca da credibilidade atribuída às verdades que são retiradas do Ocidente, que depende da maneira como se administra as relações entre os conceitos que são herdados e as ideias que chegam de outros mundos. Segundo Crummell a África é a pátria da raça negra, onde todos os seus povos tinham um destino comum por serem negros, esse fato fazia com que ele enxergasse o continente de forma unificada.
A partir do pan-africanosmo, surgido antes da Segunda Guerra Mundial, foi possível a criação de uma visão comum da África pós-colonial, gerada por cidadãos negros do Novo Mundo. O fato dos pan-africanistas afro-americanos e afro-caribenhos compartilharem da ancestralidade parcialmente africana fez com que a solidariedade racial se desenvolvesse entre eles.
O autor chama a tenção para as diferentes visões entre os novos africanos e os negros do Novo Mundo, pois com essa abordagem é possível compreender a psicologia da África pós-colonial. De acordo com o pensamento de Crummell, os herdeiros dos anglos-saxões deveriam dominar o mundo por vontade divina, o que leva a conclusão que o mesmo era racista e também racialista, embora não ficasse claro se o seu racismo era extrinseco ou intrínseco. Vale salientar que Crummell, apesar de ter esperanças na África, não deixava de enxergá-la como uma África pagã e selvagem.Dentro desse contexto pode ser analisado que os livros e as obras produzidas sobre a África confirmavam essa forma de pensar que ele possuia.
Um exemplo claro dessa ideia de continente primitivo, desprovido de cultura e História, inundado pela fome, pela miséria e pelas doenças, pode ser visto na Encyclopédie, que é considerada um monumento da racionalidade iluminista.
Outra questão importante é a religosidade dos povos africanos, que era vista por Crummell e Blyden como algo que era praticado por falta de conhecimento do evangelho e do monoteísmo, pois ao terem acesso,eles eram receptivos ao Cristianismo.
Deve ser levado em consideração que os pan-africanistas africanos africanos do pós-guerra não compartilhavam da ideia de que a África era um vazio cultural. Eles tinham um verdadeiro apreço pelas suas tradições, isto é, eram comprometidos com suas ancestralidades e não descartariam sus crenças com facilidade.
Diante de tantos aspectos que permeiam as questões das representações do continente africano, é possível concluir que não se deve homogeneizar a África, pois não se trata da definição de um país, mas de um continente repleto de diversidades e riquezas culturais.
Érika de Souza Rocha
Aluna do V Semestre do Curso de Licenciatura em História
UNEB- Campus II
Obs: Eu esqueci de me identificar no comentário anterior,mas acho que da pra identificar pelo meu email, porque fui a única que postei até agora.
Com o objetivo abordar o tema da África o autor Appiah mostra como os estudiosos da cultura e da sociedade pensaram, e ainda pensam a África a partir de conceitos centrais, como os de “raça”, “pan-africanismo”, “nacionalismo” e “identidade africana”.
ResponderExcluirDefendendo a ideia de que é necessário repensar a política pan-africanista, o autor trata de como o conceito de “pan-africanismo” se desenvolveu baseado no conceito de “raça”, iniciado, primeiramente por estudiosos afro-americanos, como Alexander Crummel. Appiah acredita na hipótese de que é esse discurso fortemente “racial” se concretizou em conceitos biológicos, derivados do século XIX.
Appiah chama atenção para a frequente relação existente entre nacionalismo africano e o conceito de raça e de como tal ligação é ignorado pela maioria dos estudiosos. Segundo ele, o conceito de raça é o objeto central de toda a visão de Crummel, que é considerado o pai do nacionalismo africano e do pan-africanismo. Nesse discurso, a África passou a ser considerada como a verdadeira “pátria” da raça negra e que existiria um destino comum para os povos desse continente, justamente por pertencerem à mesma raça, ou seja, todos os negros deveriam considerar o continente africano como sua “pátria-mãe”.
Para compreender melhor o “pan-africanismo contemporâneo”, Appiah exibe uma comparação entre dois tipos de racismo: o intrínseco e o extrínseco. O racismo intrínseco é uma linguagem utilizada no discurso da solidariedade racial, espécie de padrão importante na retórica do racismo moderno. Já o racismo extrínseco, seria aquele no qual o conceito de raça é utilizado para oprimir e estimular o ódio contra um grupo específico de pessoas.
Nesse sentido o trabalho de Appiah ganha notoriedade, pois nos leva a refletir sobre os conceitos que marcam certa diferenciação com o continente africano, essas diferenças contribuem para que aspectos negativos em relação à África sejam perpetuados.
Marina Pinto dos Santos
V semestre de Licenciatura em História – Campus II/ Alagoinhas
O autor Kwame Anthony Appiah buscou entabular a função que a ideologia racial exerceu no desenvolvimento do pan-africanismo. O foco é dado aos intelectuais afro-americanos que, com base nas ideias de raça africana motivadas nos ideais biológicos e éticos da Europa e dos EUA do século XIX, foram responsáveis pela formulação do discurso pan-africanista que dominou o século XX, um desses intelectuais abordado é Crummell que foi influenciado por teoria racialista do século XIX e a experiência da escravidão africana no novo mundo.
ResponderExcluirSeguindo a visão de Crummell os povos da África devem ser pensados como um povo destinado ao mesmo destino. Já que pertence a mesma raça. .
O racialismo, conceito utilizado por Appiah, é uma das três doutrinas consideradas fundamentais para se discutir o termo “racismo”. As seguintes são o racismo extrínseco e intrínseco.
Outra questão suscitada neste capítulo é a questão linguística, pois segundo Crummell a língua do colonizador ajudaria a vencer um obstáculo que era as variadas línguas existentes, dessa forma teria uma única língua que uniria estes povos. Porém a teoria de Crummell com relação aos africanos não era comum aos africanos coloniais em pelo menos um ponto: eles poderiam ser unidos pela raça, mas determinadas tradições não poderiam ser desprezadas.
A psicologia racial crummelliana fundamentava a ideia de que os africanos mantinham o mesmo pensamento e possuíam as mesmas características dando a ideia de que a África era homogênea em todos os aspectos.
Rosicleide P de Souza
Campus II
O texto de Kwame Anthony Appiah "Na casa de meu pai", mostra como é a visão dos estudiosos sobre os conceitos de "pan- africanismo", "raça", "nacionalismo" e "identidade africana".
ExcluirAppiah faz comparações entre dois tipos de racismo: o intrínseco, padrão importante do racismo moderno, não deixa de ser um "erro moral", para Appiah, e extrínseco, usado para oprimir e hostilizar determinado povo, tal qual como aconteceu com o racismo nazista.
Appiah cita Alexander Crummel , (utiliza o racismo intrínseco), considerado o pai do nacionalismo e do pan- africanismo, influenciado por uma imagem que aprendeu nos Estados Unidos, confirmando- se na Inglaterra se baseou na idéia de "raça", segundo ele haveria um mesmo destino para todos os africanos, já que pertenciam a mesma raça.
Appiah deixa que as pessoas devem ser tratados independentes de suas características biológicas, ele não se posiciona contra as identidades, e sim como elas são construídas, fragmentadas,trazendo sérias consequências para os povos da África como a limitação da diversidade cultural.
Appiah conclui que os africanos só resolverão seus problemas se o virem como problemas "humanos", e não africanos, diferenciados de outros povos.
Sandra Regina
V semestre de licenciatura em História/ Uneb Campus
Em “A invenção da África”, Appiah procura desarticular os pensamentos que dominaram o século XX no que diz respeito à raça, ao negro, à África, à política e à modernidade. O centro da discussão aqui é a visão dos pais do pan-africanismo de que os povos da África devem ser pensados como sendo um único povo a ser concebido como uma unidade política natural. O cerne desse pensamento se encontra na existência da raça negra. Appiah procura mostrar como o pensamento racialista do século XIX e a experiência da escravidão africana no novo mundo influenciaram Alexander Crummell, um dos pais do pan-africanismo. Mas a visão de Crummell sobre os africanos não foi compartilhada pelos africanos coloniais em pelo menos um ponto: eles poderiam ser unidos pela raça, mas determinadas tradições não poderiam ser desprezadas. A psicologia racial crummelliana levou ao pensamento da existência não só de uma forma de pensamento africano, mas também de um conteúdo caracteristicamente africano. E isso levou ao pensamento de que a África era também culturalmente homogênea. Esse mesmo pensamento, influenciado pelas concepções européias de raça, foi responsável por fortalecer a ideia de que a África realmente era destituída de uma “civilização” que se fazia necessária; uma civilização essa que seguia os moldes do cristianismo e de suas práticas morais, opondo-se aos costumes tidos como “selvagens” e as ideias pagãs dos africanos. A partir dessa discussão, com a revisão dos conceitos em que são assim construídas as identidades afloradas hoje no continente africano, podemos nos posicionar não contra as tradições ou as identidades, mas questionando mesmo a construção e a representação dessas identidades e chamando a atenção das consequências perigosas que essa construção pode trazer aos povos da África. O processo de construção das representações do continente africano deve ser feito não através da ideia de unidade do século XX, mas de uma unidade que dê conta da heterogeneidade africana, sem suplantar suas diferenças.
ResponderExcluirO autor Kwame Appiah em sua obra "Na casa de meu pai", realiza uma discussão sobre questões diversas em torno do continente africano. De modo geral, esta obra mostra como uma identidade africana foi construída sob o esquecimento das diversidades culturais existentes e a recusa pelo estudo deste continente. Logo, fala-se da invenção da África na perspectiva que conhecemos: um continente apresentado como um país dos negros, homogêneo e indistinto em relação às práticas e costumes.
ResponderExcluirO autor Kwame Anthony Appiah em sua análise sobre a invenção da África ressalta a questão da linguística, na qual mostra o quanto as linguas dos países que colonizaram a África foram responsáveis pelo domínio desses povos, que existem ainda hoje elites no continente africano que domina muito bem o francês muito mais até do que a língua oficial.
Appiah questiona a idéia da existência de “raças humanas” e de como a diversidade cultural africana ficou limitada e reduzida com a experiência da construção de uma identidade africana.
Defendendo a idéia de que é necessário repensar a política pan-africanista, o autor trata de como o conceito de “pan-africanismo” (a idéia de uma África homogênea e unitária) se desenvolveu baseado no conceito de “raça”, iniciado, primeiramente por autores afro-americanos como Alexander Crummel, que é considerado o pai do nacionalismo africano no qual é parte do pan-africanismo, este tem como objeto central de pesquisa o conceito de raça. Para ele, a África é a pátria da raça negra, onde todos os seus povos tinham um destino comum por serem negros, esse fato fazia com que ele enxergasse o continente de forma unificada.
Em grande parte dos discursos do movimento negro brasileiro, a África se faz presente e está vinculada à concepção de que os negros inegavelmente são descendentes de africanos e essa questão é reafirmada à todo momento, inclusive por pessoas que não fazem parte do movimento.
Diante de tantas questões acerca das representações do continente africano, é possível afirmar a África não é homogênea, pois não se refere a definição de um país, mas sim de um continente repleto de diversidades e riquezas culturais.
Lidiane Mendes Sacramento
Campus II
NO CAPÍTULO A INVENÇÃO DA ÁRICA, DO LIVRO NA CASA DE MEU PAI, APPIAH TECE UMA DISCUSSÃO, NO SENTIDO DE QUESTIONAR A IDEIAS, HÁ MUITO PROPAGADAS POR UMA HISTORIOGRAFIA PAN-AFRICANISTA A QUAL, FUNDAMENTADA NO CONCEITO DE RAÇA, BUSCOU PRODUZIR UMA HISTÓRIA ÚNICA DOS POVOS AFRICANOS. O PAN-AFRICANISMO DEFENDIA A IDEIA DE QUE OS POVOS AFRICANOS, ENQUANTO SUJEITOS NEGROS, DEVERIAM RECONHECER-SE ENQUANTO TAL E PENSAR A HISTÓRIA DA ÁFRICA A PARTIR DESSE REFERENCIAL.NESSA PERSPECTIVA A HISTÓRIA AFRICANA SERIA A HISTÓRIA DE TODOS OS HOMENS E MULHERES NEGRAS. ENTRETANTO, APPIAH CRITICA ESSA TEORIA, POIS AO SE BASEAR NA CATEGORIA NEGRO PARA PRODUZIR UMA HISTORIA ÚNICA DO CONTINENTE AFRICANO ESTARIA CONTRIBUINDO PARA A AFIRMAÇÃO DO RACISMO, SEM CONTAR QUE ESTARIAM REDUZINDO A HISTÓRIA DESSES POVOS, NÃO LEVANDO EM CONTA AS DIFERENTES EXPERIÊNCIAS DE UM PASSADO DE COLONIZAÇÃO.
ResponderExcluirMARILIA SOUZA
V SEMESTRE DE HISTÓRIA - UNEB (CAMPUS II)