Trata-se de mais um instrumento de divulgação dos debates feitos pelos discentes do curso de História da Universidade do Estado da Bahia - através da ação do Núcleo de Estudos Africanos.
Através de uma análise das relações que a África possuía com outros continentes antes da chegada dos comerciantes, os autores vêm quebrar a lógica do antigo mito de uma África hermética, fechada e inacessível. Os povos africanos desde muito tempo já percorriam várias regiões do continente africano através de peregrinações e missões comerciais motivadas pelos soberanos africanos. Fundamentalmente, a influência islâmica acarretou neste processo uma maior abertura da África para com outros continentes. As relações comerciais dos muçulmanos com a Ásia e a Europa, possibilitou o aumento da circulação de produtos africanos para além do continente. Neste sentido, é notório que inicialmente, tanto as relações islâmicas e depois europeias com à África, eram motivadas apenas pelo interesse econômico. Neste texto, os autores configuram o cenário que motivou a conquista do Atlântico e suas consequências para a África. Estas novas investidas levaram a cabo o elemento que mais alterou o continente africano e massacrou muitos dos seus povos, o tráfico de escravos. Este elemento de consequências e influencias mais marcantes do que o comércio de ouro e outros produtos. A expansão do comércio marítimo e a intensificação das relações comerciais permitiram aos povos, principalmente europeus, a conquista de tantos outros territórios e sua manutenção graças ao povo africano. Essa nova dinâmica comercial e a incansável busca por novas fontes de lucro ocasionaram à África os maiores massacres e formaram as bases para o controle subsequente da colonização europeia de seus territórios.
Jean Devisse e Shuhi Labid refletiram sobre as relações intercontinentais, e suas consequências, entre a África e o resto do mundo conhecido – Ásia e Europa. Segundo eles, as sucessivas aculturações provocaram transformações acerca do espaço na África. Se inicialmente, mulçumanos e cristãos possuíam uma visão limitada acerca do continente africano, após o século X, com a penetração das costas orientais e da África ocidental, esta situação se alterou. No que se refere às relações comerciais estabelecidas entre a África e os demais continentes, os autores salientaram a relevância da influência mulçumana na realização deste comércio. Neste processo, o ouro e os escravos arrancados do continente africano tornaram a presença da África significativa na economia mediterrânea. Nessas circunstâncias, surgiu uma ativa classe de comerciantes nos principais portos cristãos do Mediterrâneo, que ao obterem lucros significativos, empreenderam-se na construção naval em larga escala, para armar frotas de tonelagem cada vez maiores. Neste sentido, no século XV, a “sede do ouro” impulsionou os europeus para a invasão e a dominação econômica do mundo. Consequentemente, o crescimento econômico que a África conheceu no século XIV foi comprometido no século seguinte. Dentre os fatores que contribuíram para esta estagnação estão: a luta pelo controle do Oceano Índico, a expansão otomana e a expansão europeia rumo ao Atlântico. Em suma, tudo mudou no século XV para a economia africana. Neste período, os europeus impactaram enormemente os vários arquipélagos da costa atlântica do continente africano, mas penetraram pouco no interior do continente. Não obstante, as influências indiretas europeia nas costas africanas logo se fizeram sentir, dissolvendo as relações políticas e sociais então existentes e causaram sérios prejuízos à África.
O foco principal analisado por Jean Devisse e Shuli Kabib é compreender as distintas relações existentes entre o continente africano com a Europa e a Ásia. A início o autor expõe como os africanos se viam. Os comerciantes tinham nomes diferentes a depender da região de origem correspondente aos seus produtos. Ao longo do texto percebe-se as diversas relações comerciais entre os povos dentro do continente, questão que nos remete ao texto de Djibril Tamser Niane acerca das trocas comerciais entre os povos da floresta, savana e o deserto. Os comerciantes são apresentados como pessoas letradas que tinha conhecimento de todo o mundo sabido da época. Posteriormente, Devisse e kabib nos mostra o olhar dos europeus aos povos africanos. As religiões monoteístas, compreendidas entre judeus; cristãos e mulçumanos, os enxergavam como povos estranhos. Na religião cristã criou-se o mito do Prestes João, individuo pertencente aos mulçumanos que ajudaria os cristãos a salvar o seu povo. Entretanto, o conhecimento inicial que os europeus tinham dos povos africanos eram as pistas deixadas pelos árabes. Assim, seguindo as pistas tentou-se criar mapas para chegar ao território africano, experiências apontadas como desastrosas. O interesse maior dos cristãos era pelos mulçumanos e não no território africano. Mas tarde com a expansão portuguesa que os cristãos tiveram acesso aos povos do Islã. As relações supracitadas resultaram em trocas afro-europeias, sendo necessário uma diplomacia para evitar as guerras entre os povos. Os mulçumanos já faziam relações comerciais com a Ásia e a Europa. No século XII, as rotas comerciais tinham os mulçumanos como atores principais, gerando diversos Estados e consequentemente concorrência econômica interna, os cristão souberam aproveitar dessa concorrência. O Egito, por sua vez soube tirar proveito e controlar o comercio em seus postos com os europeus. O açúcar foi o grande produto que levou as relações comerciais entre a Europa e a África. O açúcar - produzido nas ilhas de Canária, Madeira etc. – foi o produto das relações comerciais entre os genoveses e os portugueses. O comercio do açúcar fez com que os portugueses arrancassem escravos e ouro do continente africano. O domínio do Atlântico, pelos europeus, gerou consequências desastrosas para a África, esse mar não era visto como essencial para os empreendimentos mulçumanos. Já as relações entre o continente asiático se deu pelo oceano indico, nesse comercio o Egito teve vantagens nas trocas comerciais com o oriente. No século XII, o continente africano exportava ferro para a Índia e marfim para a China. A linha direta entre a África e Ásia, desenvolvendo cidades costeiras com uma rica aristocracia, de mulçumanos em maioria. Posteriormente, depois das relações e conhecimento dos africanos com os povos intercontinentais a situação da África pós século XV pode ser resumida por: Expansão, decepção e exploração.
Os autores abordam as relações intercontinentais estabelecidas entre os continentes, africano, europeus e asiáticos, e as consequências dessa relação. Essas relações causou uma grande aculturação para os africanos. O estabelecimento do comercio também trouxe consequências como a escravidão, a pesar dessa já esta estabelecida no continente antes da entrada dos árabes, europeus e asiáticos. O ouro também esteve presente nas relações comerciais estabelecidas. O açúcar também foi um produto que acirrou as relações entre europeus e africanos, nesse caso com o trafico de escravos os africanos eram utilizados largamente na produção de açúcar. O comercio do ouro e dos escravos gerou um grande investimento náuticos, principalmente dos europeus. No que se refere ao continente asiático, o seu contato se deu pelo oceano indico e as relações comerciais foram mais estabelecidas com o Egito, exportando ferro e marfim para a Ásia. É importante perceber que a corrida por grandes mercados e ouro trouxe consequências não apenas para a áfrica, mais para todos os povos colonizados.
Os autores apresentam relações comerciais entre o continente africano e asiático, a corrida para o desenvolvimento do tráfico atlântico e afirmam que foi um período de diplomacias e trocas-europeias. Mais uma vez, apresenta a atuação dos árabes no comércio entre a Ásia e Europa. Nesse interim, é relevante citar que a África setentrional obteve ouro das regiões meridionais que tinham vínculo com principais vias do comércio mulçumano e com isso ocorreu a organização de Estados no século XI, o que propiciou a concorrência econômica e o surgimento da burguesia comercial, existência de controle das exportações, taxação sobre os bens importados e diversificação das rotas de exportação. A partir disso, os autores exemplificam compra e venda de especiarias. Nesse sentido, vale citar o domínio do Atlântico, visto que, resulta de processos ocorridos pelo controle de exportação, controle do Índico e expansão otomana que contribuiu para ruptura do antigo equilíbrio econômico. É importante destacar que com para o desenvolvimento do tráfico atlântico os europeu depararam-se com decepções, pois as primeiras expedições não obtiveram elevados lucros, fracasso na pretensão de canalizar para as costas o grosso da produção aurífera e nenhuma parte da África negra se revelou cristã.
Através de uma análise das relações que a África possuía com outros continentes antes da chegada dos comerciantes, os autores vêm quebrar a lógica do antigo mito de uma África hermética, fechada e inacessível. Os povos africanos desde muito tempo já percorriam várias regiões do continente africano através de peregrinações e missões comerciais motivadas pelos soberanos africanos.
ResponderExcluirFundamentalmente, a influência islâmica acarretou neste processo uma maior abertura da África para com outros continentes. As relações comerciais dos muçulmanos com a Ásia e a Europa, possibilitou o aumento da circulação de produtos africanos para além do continente. Neste sentido, é notório que inicialmente, tanto as relações islâmicas e depois europeias com à África, eram motivadas apenas pelo interesse econômico.
Neste texto, os autores configuram o cenário que motivou a conquista do Atlântico e suas consequências para a África. Estas novas investidas levaram a cabo o elemento que mais alterou o continente africano e massacrou muitos dos seus povos, o tráfico de escravos. Este elemento de consequências e influencias mais marcantes do que o comércio de ouro e outros produtos.
A expansão do comércio marítimo e a intensificação das relações comerciais permitiram aos povos, principalmente europeus, a conquista de tantos outros territórios e sua manutenção graças ao povo africano. Essa nova dinâmica comercial e a incansável busca por novas fontes de lucro ocasionaram à África os maiores massacres e formaram as bases para o controle subsequente da colonização europeia de seus territórios.
Jean Devisse e Shuhi Labid refletiram sobre as relações intercontinentais, e suas consequências, entre a África e o resto do mundo conhecido – Ásia e Europa. Segundo eles, as sucessivas aculturações provocaram transformações acerca do espaço na África. Se inicialmente, mulçumanos e cristãos possuíam uma visão limitada acerca do continente africano, após o século X, com a penetração das costas orientais e da África ocidental, esta situação se alterou. No que se refere às relações comerciais estabelecidas entre a África e os demais continentes, os autores salientaram a relevância da influência mulçumana na realização deste comércio. Neste processo, o ouro e os escravos arrancados do continente africano tornaram a presença da África significativa na economia mediterrânea. Nessas circunstâncias, surgiu uma ativa classe de comerciantes nos principais portos cristãos do Mediterrâneo, que ao obterem lucros significativos, empreenderam-se na construção naval em larga escala, para armar frotas de tonelagem cada vez maiores. Neste sentido, no século XV, a “sede do ouro” impulsionou os europeus para a invasão e a dominação econômica do mundo. Consequentemente, o crescimento econômico que a África conheceu no século XIV foi comprometido no século seguinte. Dentre os fatores que contribuíram para esta estagnação estão: a luta pelo controle do Oceano Índico, a expansão otomana e a expansão europeia rumo ao Atlântico. Em suma, tudo mudou no século XV para a economia africana. Neste período, os europeus impactaram enormemente os vários arquipélagos da costa atlântica do continente africano, mas penetraram pouco no interior do continente. Não obstante, as influências indiretas europeia nas costas africanas logo se fizeram sentir, dissolvendo as relações políticas e sociais então existentes e causaram sérios prejuízos à África.
ResponderExcluirO foco principal analisado por Jean Devisse e Shuli Kabib é compreender as distintas relações existentes entre o continente africano com a Europa e a Ásia. A início o autor expõe como os africanos se viam. Os comerciantes tinham nomes diferentes a depender da região de origem correspondente aos seus produtos. Ao longo do texto percebe-se as diversas relações comerciais entre os povos dentro do continente, questão que nos remete ao texto de Djibril Tamser Niane acerca das trocas comerciais entre os povos da floresta, savana e o deserto.
ResponderExcluirOs comerciantes são apresentados como pessoas letradas que tinha conhecimento de todo o mundo sabido da época. Posteriormente, Devisse e kabib nos mostra o olhar dos europeus aos povos africanos. As religiões monoteístas, compreendidas entre judeus; cristãos e mulçumanos, os enxergavam como povos estranhos. Na religião cristã criou-se o mito do Prestes João, individuo pertencente aos mulçumanos que ajudaria os cristãos a salvar o seu povo.
Entretanto, o conhecimento inicial que os europeus tinham dos povos africanos eram as pistas deixadas pelos árabes. Assim, seguindo as pistas tentou-se criar mapas para chegar ao território africano, experiências apontadas como desastrosas. O interesse maior dos cristãos era pelos mulçumanos e não no território africano. Mas tarde com a expansão portuguesa que os cristãos tiveram acesso aos povos do Islã.
As relações supracitadas resultaram em trocas afro-europeias, sendo necessário uma diplomacia para evitar as guerras entre os povos. Os mulçumanos já faziam relações comerciais com a Ásia e a Europa. No século XII, as rotas comerciais tinham os mulçumanos como atores principais, gerando diversos Estados e consequentemente concorrência econômica interna, os cristão souberam aproveitar dessa concorrência. O Egito, por sua vez soube tirar proveito e controlar o comercio em seus postos com os europeus.
O açúcar foi o grande produto que levou as relações comerciais entre a Europa e a África. O açúcar - produzido nas ilhas de Canária, Madeira etc. – foi o produto das relações comerciais entre os genoveses e os portugueses. O comercio do açúcar fez com que os portugueses arrancassem escravos e ouro do continente africano. O domínio do Atlântico, pelos europeus, gerou consequências desastrosas para a África, esse mar não era visto como essencial para os empreendimentos mulçumanos.
Já as relações entre o continente asiático se deu pelo oceano indico, nesse comercio o Egito teve vantagens nas trocas comerciais com o oriente. No século XII, o continente africano exportava ferro para a Índia e marfim para a China. A linha direta entre a África e Ásia, desenvolvendo cidades costeiras com uma rica aristocracia, de mulçumanos em maioria.
Posteriormente, depois das relações e conhecimento dos africanos com os povos intercontinentais a situação da África pós século XV pode ser resumida por: Expansão, decepção e exploração.
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ResponderExcluirOs autores abordam as relações intercontinentais estabelecidas entre os continentes, africano, europeus e asiáticos, e as consequências dessa relação. Essas relações causou uma grande aculturação para os africanos. O estabelecimento do comercio também trouxe consequências como a escravidão, a pesar dessa já esta estabelecida no continente antes da entrada dos árabes, europeus e asiáticos. O ouro também esteve presente nas relações comerciais estabelecidas. O açúcar também foi um produto que acirrou as relações entre europeus e africanos, nesse caso com o trafico de escravos os africanos eram utilizados largamente na produção de açúcar. O comercio do ouro e dos escravos gerou um grande investimento náuticos, principalmente dos europeus. No que se refere ao continente asiático, o seu contato se deu pelo oceano indico e as relações comerciais foram mais estabelecidas com o Egito, exportando ferro e marfim para a Ásia. É importante perceber que a corrida por grandes mercados e ouro trouxe consequências não apenas para a áfrica, mais para todos os povos colonizados.
ResponderExcluirOs autores apresentam relações comerciais entre o continente africano e asiático, a corrida para o desenvolvimento do tráfico atlântico e afirmam que foi um período de diplomacias e trocas-europeias. Mais uma vez, apresenta a atuação dos árabes no comércio entre a Ásia e Europa.
ResponderExcluirNesse interim, é relevante citar que a África setentrional obteve ouro das regiões meridionais que tinham vínculo com principais vias do comércio mulçumano e com isso ocorreu a organização de Estados no século XI, o que propiciou a concorrência econômica e o surgimento da burguesia comercial, existência de controle das exportações, taxação sobre os bens importados e diversificação das rotas de exportação. A partir disso, os autores exemplificam compra e venda de especiarias.
Nesse sentido, vale citar o domínio do Atlântico, visto que, resulta de processos ocorridos pelo controle de exportação, controle do Índico e expansão otomana que contribuiu para ruptura do antigo equilíbrio econômico. É importante destacar que com para o desenvolvimento do tráfico atlântico os europeu depararam-se com decepções, pois as primeiras expedições não obtiveram elevados lucros, fracasso na pretensão de canalizar para as costas o grosso da produção aurífera e nenhuma parte da África negra se revelou cristã.