Trata-se de mais um instrumento de divulgação dos debates feitos pelos discentes do curso de História da Universidade do Estado da Bahia - através da ação do Núcleo de Estudos Africanos.
domingo, 28 de abril de 2013
PARA OS DISCENTES DO VI SEMESTRE, CONCEIÇÃO DO COITÉ, CAMPUS XIV - AULA 01:
A disciplina intitulada “África Moderna e Contemporânea” possui uma ementa e um programa que direciona o estudo para os períodos de uma História marcada pela periodização que tem o continente europeu como centro e referência. Revela a forte influência da historiografia eurocêntrica entre aqueles que formularam as ementas das outras disciplinas do eixo destinado para a História da África.
Além da presença desta historiografia eurocêntrica, há também os problemas de ordem epistemológica, que colocam a História dos negros e negras do Brasil como partícipes da História da África.
Discuta estas questões, tomando como base os debates e textos lidos em sala de aula.
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Discente: Táfila Sinara dos Santos Santana
ResponderExcluirA disciplina “História da África Moderna e Contemporânea” foi, sem dúvida, assim denominada, tendo o continente europeu como referencia, uma vez os períodos compreendidos como “Moderno” e “Contemporâneo” foram construídos historiograficamente com marcos cronológicos pautados na história da Europa, o que torna o termo inadequado para a disciplina.
É válido ressaltar que estudos recentes apontam para o erro de apontar marcos cronológicos para o desenvolvimento do continente europeu. Sendo assim, se até a Europa não pode ser analisada nestes termos, como aplicá-los à África, com diversidade em todos os seus aspectos?
Este é um exemplo claro das concepções e das estereotipias criadas em torno do continente africano, que, por falta de uma historiografia que o valorize em todas as suas dimensões, tem ainda hoje sua história relacionada ao continente europeu.
Ademais, esta denominação fora criada numa instituição de ensino superior, que tem como papel formar profissionais atuantes no campo educacional e social. O que se percebe, portanto, é um ranço histórico que ainda desconhece a história da África, e por desconhecer a julga com um olhar eurocêntrico.
Além dos preconceitos e mitos históricos a respeito da África, outro fator que merece respaldo é relacionado aos negros e negras no Brasil, que são historicamente identificados como descendentes do continente africano e denominados “afrodescendentes”. Numa análise de conceito, é percebível que esta denominação designa os brasileiros de cor negra a uma descendência africana, impondo-os, implicitamente, uma história de vida que não é sua, da qual eles não fazem parte, porém, lhes é insistentemente direcionada. Constrói-se, portanto, uma nação de pessoas que, de modo tácito, não são vistas como brasileiras, e sim, como descendentes da África.
Sendo assim, podemos perceber que são nos pequenos detalhes, que muitas vezes nos passas despercebidos, que estão os pormenores da gama de preconceitos e segregações que ainda nos assolam. É também, portanto, nos pequenos gestos e ações, em sala de aula e fora dela que, pouco a pouco, os reconstruiremos.
Durante muito tempo e convenhamos, persiste ainda na atualidade o estereótipo de relacionar, o discurso eurocêntrico de homogeneizar o continente africano e relaciona-lo como um lugar ,só,no que se observa em relação aos liros didáticos,não é muito diferente ,pois na maioria dos casos,o conteúdo em relação a história africano é mínimo se comparado com a história e fatos que marcaram o continente europeu,para o leitor buscar mais informações sobre a história da África deve-se recorrer a livros que abordem exclusivamente a este material
ResponderExcluirEm relação a história dos negros e negras,por sinal alicerces para entender a história e cultura do nosso país,ainda é desmerecida perante a sua rica diversificação e contribuição para o Brasil o atlas "Afrodescentes"nos mostra de forma muita clara e explicita o quanto a cultura negra veio a dinamizar ao processo de formação identitária do povo brasileiro
Luan Roberto-6º semestre
Discente: João Amorim
ResponderExcluirAs ementas da disciplina intitulada “África Moderna e Contemporânea”, cuja visão eurocêntrica estereotipada de alguns autores, traz uma áfrica una, sem pluralidade cultural, não abarcando todos os povos.
Alem desses problemas citados, colocam a Europa como sendo o divisor de água da Historia do continente africano, que para esses autores os períodos são dispostos como antes e depois da chegada do dito colonizador.
Outros problemas conceituais são em relação a brasileiros natos muitas vezes apontados como sendo afrodescendentes, lembrando que identidade é uma questão de pertencimento e sentimento e não de imposição.
Sendo assim, as ementas devem ser revistas, sendo colocando como prioridade referencia bibliográficas de historiadores africanos, trazendo uma analise mais isenta de pré-conceitos.
Discente: Greice Kelly Militão
ResponderExcluirA organização da ementa da disciplina denominada “África Moderna e Contemporânea”, foi sem duvidas pensada e elaborada com base em uma visão preconceituosa e estereotipada do Continente Africano que traz a ideia da África una, pobre e sem cultura, visão esta que facilmente encontramos nos livros didáticos. A organização da ementa deixa claro também a ideia de que os profissionais que a fizeram não tem/tiveram nenhum contato com a “verdadeira” história do continente Africano, e o que sabem é com base nos estudos de visões eurocêntricas.
Ao se tratar da historia dos negros e negras do Brasil, eles são sempre vinculados ao Africanos, identificados como descendentes do continente africano e denominados “afrodescendentes”. Dando assim também a errônea ideia de que “todo negro é descendente de escravo”.
Discente: Tamiles da Silva Santos
ResponderExcluirAcredito que tentar denominar ou periodizar o estudo da África por “Moderna” e “Contemporânea” é continuar disseminando a ideia de África como unitária e homogênea, ou seja, analisar os seus fatos a partir dos conceitos e linhas historiográficas europeias é permitir que seus estudos continuem na mesma ideia eurocêntrica que até hoje se tem do continente africano, pois nos filmes, jornais, revista e até mesmo no senso comum a África ainda é permeada de preconceitos e estereótipos. Assim, nos seus estudos não levam em consideração o seu diversificado povo e regiões, mas acabam levando a mesma ideia eurocêntrica de pobreza, doenças, enfim, o continente africano e seu mais diverso povo continua a margem do mundo.
Assim, permitir o estudo do continente africano tendo a Europa como centro do mesmo é estagnar diante da nova historiografia em que se precisa analisar e refletir acerca de um continente africano de fato, na análise de seus povos e regiões, é partir para a necessidade de mostrar povos ativos que lutaram na defensa de seus povos e continente, é evidenciar e descontrói o sistema escravista em que até os dias atuais discrimina e nega seus povos, levando ideia preconceituosa de atrasos e doenças. Dessa forma, numa análise profunda e reflexiva encaixar o estudo de um continente tão complexo e diversificado como o continente africano é reproduzir ideias pejorativas e discriminatórias, pois até mesmo o estudo da Europa ou da América não consegue periodizar além do mais no continente tão heterogêneo e plural.
Portanto, se faz necessário repensar de como trazer e abordar o estudo do continente africano nas universidades, para que não continue a reprodução de discursos estereotipados e discriminatórios. Assim, deve analisar com posicionamentos e olhar críticos acerca do que realmente é e se faz o estudo do continente africano para posterior não possamos ser meros reprodutores destas mesmas ideias para o nosso estudante, mas como transmissores de ideias críticas reflexivas e analíticas.
Discente: Cinara de Oliveira Araujo
ResponderExcluirA história real do continente africano foi negligenciada e marcada por preterição. A mídia, os meios de comunicação, revistas em quadrinhos e até mesmo alguns autores ditos intelectuais pautaram-se em uma construção errônea da história do continente. Isso teve implicações bastantes negativas, levando a minimizar a enorme diversidade e desenvolvimento existente no continente em doenças, fome, escravidão guerras miséria.
É imprescindível ressaltar como as influências das ideias dominantes europeias marcaram essa negatividade para com o continente africano. A Europa por muito tempo foi vista como o “modelo civilizatório” que o mundo, não só a África, devia seguir.
A presença da historiografia eurocêntrica marcou por muito tempo os meios acadêmicos. Porém, é lamentável como essa influencia ainda permeia próximo da nossa realidade. A ementa do nosso próprio curso de história tem o continente europeu como centro e referencia, a começar pelo nome da disciplina “África moderna e contemporânea”. Essa periodização, não é cabível nem mais ao continente europeu, quanto mais ao continente africano.
Além disso, a ementa evidencia que todos os negros e negras são descendentes de africanos ignorando todos os outros povos que na formação do nosso país contribuíram para essa miscigenação tão explícita nos dias atuais. Essa relação de ser negro, pardo, “café com leite”, enfim é muito relativo, visto que a autoidentificação é um fator determinante em nosso país. Diante disso, esses sujeitos participaram ativamente da formação da história do Brasil, a história da África envolve outras questões e outros sujeitos.
Contudo, são preocupantes esses problemas encontrados na programação do ensino da história da África na universidade. É necessário repensar a abordagem da África no programa da disciplina, pois a academia, a meu ver, é um espaço de criação e recriação seguindo de acordo com as novas tendências historiográficas. Com isso, pois, se formos seguirmos como a ementa direciona estaremos fadados a sermos meros repetidores de discursos estereotipados e discriminatórios sobre o continente africano.
A disciplina, História da África Moderna e Contemporânea, tem como referência o continente europeu, pois se percebe que o estudo dos períodos Moderno e Contemporâneo foi construído a partir dos acontecimentos marcantes da história da Europa, deixando assim, essa nomeclatura inadequada à disciplina. É importante lembrar que alguns estudos mais recentes já discutem o erro de se debater os acontecimentos marcantes para o desenvolvimento do continente europeu; então não há como aplica-los à África uma vez que a própria Europa não pode ser analisada dessa forma e a África possui sua própria diversidade em todos os aspectos.
ResponderExcluirEste contexto mostra as concepções criadas equivocadamente no que tange o continente africano que devido à visão eurocêntrica e que não discute na historiografia todas as suas dimensões, acaba por ter sua história relacionada com o continente europeu. A denominação da disciplina criada por uma instituição de ensino superior com a função de formar e preparar profissionais atuantes tanto na educação quanto na sociedade, traz consigo uma visão distanciada da realidade da história da África, o que deixa claro o julgamento da mesma com um olhar eurocêntrico, por falta de conhecimentos mais aprofundados sobre ela.
Outra questão a se debater na atual realidade do Brasil é com relação aos homens e mulheres negros que são constantemente chamados de afrodescendentes; tirando sua brasilidade autêntica para forçar-lhes uma história de vida que não é sua e da qual não fazem parte; dessa maneira, é possível observar que são nas pequenas ações diárias e muitas vezes despercebidas que ainda se fazem presentes os vestígios do preconceito. Portanto, é possível desconstruí-los a partir da forma de atuação desses profissionais seja na sala de aula ou até mesmo fora de lá.
Construir a história, é antes de qualquer coisa representar os sujeitos que a compõe, isto é, aqueles que efetivamente fazem parte da história, homens e mulheres que passaram ao longo do tempo por despercebido.
ResponderExcluirA História dos faraós, generais, reis, presidentes, governadores, etc., é uma história pequena, que a reduz a poucos, que restringe a sociedade a uma pequena minoria, que não visita os verdadeiros construtores da história, os sujeitos que a vivenciam, na sua prática efetiva.
Partindo de um “novo” olhar para a História, percebemos que a construção da ementa da disciplina “História da África Moderna e Contemporânea” foi, assim denominada, tomando o continente europeu como referência, visto que, essa divisão da história de “Moderno” e “Contemporâneo” foram construídos historiograficamente com marcos cronológicos para a história da Europa, o que torna o termo inapropriado para o estudo de um continentes com tantas riquezas culturais de uma pluralidade e dimensão de possibilidades extraordinária, como é o continente africano.
Estudar a história por tempo cronológico é um estudo ultrapassado pelos novos caminhos da historiografia. Estudar a África é analisar a história olhando para os sujeitos, homens e mulheres que juntos ao longo do tempo, construíram sua história. História essa negada ou negligenciada, pela historiografia.
A África é para ser estudada a partir de sua dimensão, pluralidade e grandiosidade, partindo de um novo olhar para esse continente, se construir uma outra história para os africanos. Uma história que os representes na sua essência, que o apresente em sua totalidade, que desconstrua a imagem que se tem desse continente.
História da África é um tema, até pouco tempo, ou para ser um pouco mais ousado até hoje, esquecido, excluído, descriminado e inviabilizado, em outras palavras a África é um continente sem história. É essa imagem que pretendemos, a partir de agora, como historiadores conscientes da sua importância resignificar a História da África dar a ela uma história digna do seu verdadeiro valor.
Por: Pedro Márcio Pinto de Oliveira
A história da África no currículo universitário ainda é insuficiente, e apresentam incoerências no tempo histórico. Na grade curricular acadêmica. O componente “África Moderna e Contemporânea” trás certas limitações, ocasionados pela história de ordem cronológica, que permite uma lacuna na história do continente africano. Percebe-se uma periodização da história altamente influenciada pela historiografia Ocidental e eurocêntrica que traz grandes problemas atualmente aos estudantes de África e os próprios brasileiros de modo geral. Pois a maioria não tem acesso a uma história que comtemple e valorize as pluralidades e heterogeneidades dos povos africanos.
ResponderExcluirHá alguns avanços na inserção da História da África, nas universidades porém deixa muito a desejar. Segundo Ivaldo Marciano de F. Lima em seu artigo sobre o ensino de História da África Ensino de história da África no Brasil: caminhos e descaminhos de uma luta contra o racismo velado. “pouquíssimas são as universidades, que oferecem aos seus alunos tal disciplina. E afirma que há certo descaso para com o estudo da História da África”. Além da pouca importância dada à mesma, o componente é marcado pelo caráter homogeneizador que descaracteriza o continente “África Moderna e Contemporânea” remete a ideia de História recente, e sempre deixando o caráter eurocêntrico. A África é apresentada sempre partindo do pressuposto do centro europeu, não levando em consideração as singularidades e pluralidades dos povos nativos do continente.
Como se não bastasse ainda como consequência da precariedade do ensino e da historiografia defasada, criou-se a ideia que negros e negras brasileiras são “afrodescendentes”, uma visão alienada, tanto no campo biológico como cultural, que nega a presença da origem, étnica e cultural brasileira e mais ainda negligencia o campo rico da história das diferentes culturas populacionais (povos, línguas, culturas, concepções filosóficas, meio-físico) da África. Há muito que se fazer por uma história dignas de seus povos. Não, uma história centralizadora, linear mais que atenda as necessidades de conhecimento da diversidade populacional cultural dos povos, tanto os brasileiros quanto os do Continente europeu.
LIMA, Ivaldo Marciano de França. Ensino de história da África no Brasil: caminhos e descaminhos de uma luta contra o racismo velado. Revista Novas Idéias, Recife, V.1, N.1, P. 053-074, Jan. Jun. 2008
Acesso em 12/07 2013: http://ahistoriamarginal.blogspot.com.br/2011/08
Desde os primórdios o mundo vem sendo interpretado por visões europeias das coisas, sem nenhuma exceção, mas no campo historiográfico e no educacional, provocaram a repetição de visões equivocadas e a propagação de fatos errôneos e comprometedores sobre a história.
ResponderExcluirQuando se trata da História da África, há consequências desestruturantes, como os mitos científicos, e o modo de igualar os povos e culturas africanas, colocando tudo no mesmo patamar. E mesmo com toda a evolução de pesquisas sobre a História da África ainda podemos encontrar em escolas do ensino regular a propagação dos mitos científicos e das homogeneidades africanas, o que contribui para o aumento da ignorância e do "mal legado" europeu.
Nas universidades não há tanta diferença, muitos professores ainda usam teóricos duvidosos, a emenda e a grade curricular ainda não são adequadas. Temos como exemplo, a disciplina atual do eixo África, "História da África Moderna e Contemporânea", esta disciplina é moldado pelas estruturas europeias, pois este período histórico foi construído a partir de acontecimentos particulares da História da Europa, não da História da África. Por isso é necessário a pesquisa de teóricos que mostrem a história da África levando em consideração toda a sua heterogeneidade e cultura. História essa que ainda é pouco conhecida, devido à estes equívocos corriqueiros.
Jackeline Oliveira Ferreira
No curso de História, a disciplina “África Moderna e Contemporânea” apresenta-se sob forte influência do imperialismo europeu. A partir dessas ideias errôneas cria-se uma imagem do continente africano primitivo e inferior. Historiadores europeus reproduzem para o resto do mundo que o povo africano não tem história, sendo assim não contribuíram para a humanidade.
ResponderExcluirNo Brasil se construiu um mito de que negros e negras tem suas raízes na África, e que são “afrodescendentes” que herdaram uma cultura africana, no entanto assumem características equivocadas. É importante desmistificar todo tipo de estereótipo que esteja atrelado ao eurocentrismo.
Dessa forma faz-se necessário ampliar no espaço acadêmico, um debate sobre as concepções dos historiadores africanos, que trazem nas suas obras um novo olhar sobre a história da África.
Débora Lorene
É sabido que a história europeia influenciou e influencia a historiografia , e um exemplo disso é a disciplina ofertada no curso de graduação intitulada "África Moderna e Contemporânea”, conceito esse que não cabe a disciplina, pois refere-se a um período europeu que não se deu de forma homogenia nem na Europa muito menos no resto do mundo o que evidencia a necessidade de quebrar os paradigmas historiográficos ainda existente em alguns conceitos da história.
ResponderExcluirOutro problema identificado é de origem epistemológico que tem a necessidade de colocar todos os negros como pertencentes a história africana como se só houvesse negros na áfrica, onde é percebido a naturalização dessa concepção nas falas das pessoas e na forma de intitular todo negro como "afrodescendente" apenas pela cor da pele. Acredito que é preciso repensar essas questões e abrindo espaço para novos olhares quanto essa descendência africana e o espaço acadêmico têm um papel fundamental nessa questão, pois a partir das discussões e questões geradas é possível desenvolver e investigar novas concepções e formas de estudar a história da África e essa relação com os negros brasileiros.
Discente: Maria patrícia C. da Silva
O período que compreende a história moderna e contemporânea tem uma representação significativa para o continente Europeu. Desta forma, historiadores voltados para uma história eurocêntrica, tentam inserir, até mesmo de forma antecipada ao currículo, o estudo da África neste período sem mesmo ter abordado outras questões relacionadas ao continente, períodos antes da modernidade e contemporaneidade, atropelando a ordem cronológica dos acontecimentos. Será que é porque o fato de se estudar a África nos séculos VII ao XI, por exemplo, possibilita a quebra de preconceitos arraigados à sociedade atual? Talvez, pois deve ser muito difícil para os Intelectuais apegados ao eurocentrismo, aceitar a história da África como desenvolvida, que desde seu período formador utilizava de técnicas comerciais, e de guerra que se desenvolveu; aceitar que mesmo antes da chegada dos europeus já existia a prática de escravização e do cristianismo, desmistificando assim alguns feitos atrelados à história europeia.
ResponderExcluirAo se tratar do período moderno e contemporâneo é preciso se levar em consideração que mesmo vivendo o mesmo tempo os acontecimentos e ritmos são diferentes em cada continente, país ou região, que enquanto a Europa teve marcos representativos neste período, a África estaria passando por outros processos, que devem ser analisados de forma individual, seguindo a cronologia de sua história, e não sob a influência de outros continentes.
Com relação aos negros e negras no Brasil, percebe-se uma visão limitada daqueles que os denominam afrodescendentes, “excluindo” sua brasilidade. Se isto fosse correto, também deveria ser atrelada aos brancos uma categoria exterior de descendência! Sendo assim, é preciso desmistificar essas questões categóricas principalmente nas escolas que presencia fenômenos como bullying atrelado ao racismo. Cabe especialmente à escola mostrar que o brasileiro possui uma descendência plural independente da cor da pele. Deve-se construir um currículo que desvincule a história do negro do Brasil e o da África, mostrando que suas histórias são diferentes, pois vivem em lugares diferentes. É viável que se faça um estudo adequado deste continente, abordando suas características próprias, distanciando do discurso eurocêntrico.
PETRONIO PINHO
ResponderExcluiros componentes curriculares abordados nas universidades do Brasil sobre a história da África, trazem conotações relativas a um historicismo linear com um modelo tipicamente europeu. em se tratando da África moderna e contemporânea, este enfoque ainda apresenta algumas deficiências que comprometem a composição e no método aplicado aos estudos relativos ao continente africano na totalidade.
este período que corresponde a África Moderna e Contemporânea devido sua cronologia traz representações de uma concepção histórica eurocêntrica, embora muito se tenha feito para dá um novo direcionamento a História do continente, trabalhando com autores africanos como: Joseph Ki-Zerbo, E.M`Bokolo, C. A. Diop, entre outros, que buscam mostrar uma nova África, desconstruindo os preconceitos, e mitos científicos que se perpetuaram sobre o continente por uma política racista europeia.
apesar da grande dificuldade em se mostrar nos bancos escolares e universitários estudos que realmente aborde a pluralidade cultural,sem cometer equívocos sobre diversos conceitos, como o de "afrodescendentes", tem-se muito realizado, e podemos dizer que as transformações tem acontecido nesse sentido, pois há um números sigficativo de pesquisadores brasileiros que mostram a possibilidade de se construir não uma verdadeira história da África, mas a que que mais se aproxime da sua realidade histórica ao longo dos tempos.
Discente:Paulo Rodrigo Ferreira Silva
ResponderExcluirA África é alvo de muitos mitos ao seu respeito, como por exemplo, a falsa idéia de que não existiu produção cultural, econômica, ou qualquer tipo de progresso no continente. Tais aspectos só puderam ser observados com o início do tráfico transatlântico e a colonização européia. Mas ao contrário do que essas teorias propagavam, os diversos territórios da África são exemplos de grande contribuição para a História da humanidade, no sentido de desenvolvimentos em vários tipos de escala.
África Moderna é uma classificação de cunho positivista, e significa que antes da chegada de estrangeiros, o continente ainda estaria na “Pré História”. Resultado de mitos silêncios a respeito do continente, e as diferenças culturais julgadas com preconceito Mas os vários povos africanos deixaram diversas formas legado histórico.
Para começar foram fundamentais para os rumos de várias sociedades, as invenções técnicas do paleolítico, aos negociantes do Sudão no comércio euro – asiático da chamada “Idade Média”. (KI-ZERBO. 1972, p. 13-14)
Antes da presença européia na África, suas sociedades já executavam várias alternativas para o seu desenvolvimento. O comércio era difundido e interligado antes mesmo da presença muçulmana, e com ela, as transações entres várias localidades do mesmo continente foram acentuadas.
Portanto não é aceitável que a África seja dessa forma entendida, pois ela não depende de marcos históricos europeus para ser definida, muito menos de parâmetros de mesmo destino, pois as possíveis diferenças não significam inferioridade em nenhum grau. Essa era uma forma dos europeus afirmarem os seus valores como únicos, e corretos, implantando paradigmas, que precisam ser reconstruídos o quanto antes, até mesmo através do nome de escolha da disciplina de África.
A disciplina História da África Contemporânea. Proporcionou ao longo do semestre entender o continente africano de forma diversificada. Uma vez que, são relevantes as suas pluralidades nos estudos sobre os seus diversos reinos, costumes e riquezas existentes nesse continente. O continente europeu é tido como o exemplo basilar em salas de aulas nos sistemas público e privado. Mas, no caso da do Estado da Bahia, com a introdução do componente África nos fluxograma da UNEB CONCEIÇÃO DO COITÉ (LUGAR DE FALA) onde são abordados os autores que versam sobre África, com um cunho epistemológico cientifico historiográfico, com o propósito de quebrar o Mitos científicos. Mas, isto só funcionará; se o docente não estiver amarrado a correntes militantes. Deixando claro que, não há nenhum imbróglio se o sujeito está “preso” a alguma bandeira. O problema será se, as “cores” desta flamula denotarem quaisquer tipos de incoerência de sentidos. Como por exemplo, estudar África, apenas, numa perspectiva marxista. Ou de modo macro regional sendo que a África tem várias faces esquecendo a micro história, ou expor um uma produção fílmica usando-a como fonte historiográfica. (Um longa-metragem é uma representação imagética) Ou o que é pior, um sujeito estudar África, usando um perspectiva marxista para explicar o continente sendo que isto é impossível ou achar que possui conhecimento teórico sobre esta linha. Neste caso incorre em um erro gravíssimo de análise epistemológica. Estas incoerências, constroem as inverdades e os mitos científicos. Sendo que o balanço desta catástrofe para a teoria se refletirá, invariavelmente, em sala de aula. (Não se pode esquecer, que, o se produz na academia, teoricamente, para quem quer ser professor, deverá ter, o cuidado de transmitir o conteúdo, como diria Paulo Freire!) Assim, estes riscos para o ensino médio poderão ser evitados! Isto na teoria. Ou seja, se os alunos, discentes, aprendizes de feiticeiros como queiram chamar, souberem usar as fontes de modo adequado. Evitando assim, transformar a sala de aula em campo minado! Ou seja, cada aluno poderá ser uma bomba de si próprio, carregados de erros epistemológicos que refletirão na suas vidas fora da sala de aula.
ResponderExcluirElozane Carneiro.
as disciplinas que comportam temas e subtemas da Africa antiga e contemporânea, foi muito importante para o meu aprendizado nesse sentido, sei que a historiografia eurocêntrica marca presença nessa disciplina e também em outras do curso, mas eu não ligo! importante para me é conseguir perceber isso, mas não tenho estímulo para debater ou tentar mudar isso, deixo isso para os revolucionários da sala.
ResponderExcluireu importo mais com a pessoa do ser humano, com a essência que o faz ser o que é e não com coisas banais que não o faz mais ou menos feliz. saber é bom, mas os ignorantes tambem pode viver e viver bem, sabendo apenas o que lhe é preciso saber, afinal só desejamos aquilo que conhecemos, não quero dizer em hipótese alguma que sou contra o conhecimento, só acho que não devemos viver em função dele, penso que a simplicidade torna a vida mais leve....a criança é feliz até descobrir sua verdadeira realidade.... katiane
Quando elaboraram a ementa da disciplina África Moderna e Contemporânea, cometeu-se o mesmo erro eurocêntrico que a história da África vem “sofrendo” durante séculos, pois ao intitular a disciplina desta forma, está se reproduzindo aquilo que os autores africanistas tanto criticam que é a descrição da história da África a partir do olhar europeu, pois este recorte da disciplina se assemelha ao mesmo dado a história da Europa, o que de certa forma associa um continente ao outro. Pois é sabido que este recorte temporal de períodos Moderno e Contemporâneo é historicamente construído pela Europa.
ResponderExcluirTudo isso são equívocos que sustentam a estereotipia criada acerca da história do continente africano, equívoco este que não deve ser reproduzido, principalmente por uma instituição de ensino superior que deveria estar apta a desconstruir estes estereótipos. A princípio o ideal seria que ao se elaborar a ementa desta disciplina, verificassem melhor a bibliografia a ser utilizada, talvez isso contribua para que se perceba que a África tem sim uma história criada pelos povos que habitam este continente, e com certeza não é necessário que se recorra a Europa para conhecer melhor a sua história.
Outro ponto que se deve questionar é o fato de se associar os negros do Brasil aos negros da África como se houvesse negro na África, dando a ideia que todo negro existente no Brasil veio deste continente. Como se os negros daqui reproduzissem tudo que há lá, a exemplo disso pode-se citar o candomblé, que muitos acreditam ser oriundo da África, o que não passa de um ledo engano, pois sabe-se que esta religião na realidade nascera aqui mesmo no Brasil. É preciso que se entenda que nem todo negro é Africano e que nem todo negro é descendente de escravo como muitos pensam.
Discente: Aila Mota da Silva
Analisar a História da África a partir de um prisma eurocêntrico,leva a construção de mitos científicos e grandes equívocos,a denominação da disciplina,como Árica Moderna e contemporânea demonstra de marcos historiográficos europeus que não ajudam a compreender a diversidade da História do continente africano.Ao agir desse modo desconsiderasse,toda a riqueza cultural,a tradição e diversidade daquele continente,a África muito antes do tráfico atlântico,já detinha um sistema de comunicação bastante solidificado,as sociedades interagiam das mais diversas formas,nunca houve o isolamento entre as regiões que durante muito tempo foi apregoada por muitos estudiosos.
ResponderExcluirNo tocante a colocação dos negros e negras do Brasil na História do continente africano, o entendimento de que o tráfico transatlântico,coloca a população negra do país como parte da História africana é errôneo,pois o estudo sobre o continente africano não pode ser utilizado para entender a realidade de outras regiões
Amadou MahtarM’Bow descreve que durante muito tempo ,mitos e preconceitos de toda espécie esconderam do mundo a real historia da África.As sociedades africanas passavam por sociedades que não podiam ter história .Apesar de importantes trabalhos efetuados desde as primeiras décadas do século XX por pioneiros com Leo Frobenius ,Maurice Delafosse e Arturo Labriola,um grande número de especialistas não africanos ligados a certos postulados ,sustentavam que essas sociedades não podia ser objeto de estudos cientifico ,notadamente por falta de fontes e documentos escritos.
ResponderExcluirlikia m´Bokolo descreve que as maiores partes dos mitos existentes sobre o continente africano resultam, evidentemente, dos preconceitos existentes dos seus autores. Resultam também da conjuntura neocolonialista em que mergulham ainda países em que trabalham muitos dos investigadores. Mas, sobretudo, estas aberrações revelam os pontos obscuros a as dificuldades da investigação histórica em África.
Referências:
Bow,M Amadou Mahtar.Prefácioim.Ki-Zerbo.Joseph(org) História Geral da África ,vol.1-metodologia e pré-história da África .Brasília :Unesco\mec,2010,PP.XXI-XXVI.
Givanilda Cunha Pereira