Trata-se de mais um instrumento de divulgação dos debates feitos pelos discentes do curso de História da Universidade do Estado da Bahia - através da ação do Núcleo de Estudos Africanos.
domingo, 28 de abril de 2013
PARA OS DISCENTES DO VIII SEMESTRE, CONCEIÇÃO DO COITÉ, CAMPUS XIV – AULA 03:
O conceito de “Partilha Africana” vem sofrendo diversas críticas tanto de historiadores africanos, bem como de africanistas, por aludir, mesmo que de forma implícita à ideia de que as potências europeias dividiram o continente africano entre si, e em seguida tomaram posse dos territórios, reforçando a ideia da passividade histórica dos povos africanos. Nos livros didáticos, bem como em diferentes obras sobre a questão, este conceito possui grande força. Por favor, comentem a respeito da relação entre o conceito em questão, as posições de Ki-Zerbo e suas opiniões pessoais, respeitando os textos lidos em sala de aula.
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A professora Leila Hernandez, em seu livro A África na sala de aula: visita á história contemporânea, abordo um conceito interessante, no que diz respeito a “partilha” da África. Pois, nessa “partilha” vai ocorrer a divisão do continente africano entre as potências européias (Inglaterra, Portugal, França, entre outras), de forma que venha atender suas demandas e necessidades.
ResponderExcluirA autora prefere conceituar esse episódio não como partilha, mas sim, como processo de roedura do continente africano, que teve o auge na Conferência de Berlim (1884-85), já que impulsionou a corrida para o controle e exploração de acordo com os recortes geográficos realizados entre as potencias européias. Esse processo de roedura vai ser iniciado no século XV com a entrada portuguesa na África, inicialmente no litoral, estabelecendo feitorias, as quais serão, posteriormente, pontos de comércios para tráficos de escravos. E no século XIX, devido o mapeado do continente, o território será invadido e dividido com países europeus potentes.
Com essas premissas, pode-se inferir, portugueses foram até a África para aprender a escravidão, os interesses nesse primeiro momento estavam voltados para a obtenção de riquezas, ganhos imediatos e não de escravizar. Se os portugueses estavam aprendendo com os africanos, não é procedente a ideia de passividades desses povos, pois tinham uma estrutura, uma organização comercial que despertou interesse dos europeus em querer aprender.
Vale dizer, que a o processo de roedura, que teve como auge a divisão do território africano na Conferência de Berlim, não levou em consideração as particularidades destes povos, aspectos religiosos ou lingüísticos. Sendo assim, uma divisão feita de forma arbitraria unindo uns povos e separando outros. E as conseqüências desse processo refletem na atualidade.
Catiana Barauna Reis.
Durante muito tempo o conceito “Partilha da África” veio e ainda vem tanto em livros didáticos quanto em outras obras referindo-se a um dos mitos científicos, nesse caso o da passividade dos povos africanos. É sabido que esse termo foi utilizado e empregado nessa questão pelos europeus, assim, o que se tentava passar era exatamente essa ideia de passividade dos africanos para com os exploradores. Dessa forma, trata-se de um conceito eurocêntrico. Nesse caso, é fundamental que professores e estudantes problematizem e desconstruam muitos dos mitos encontrados em nossos livros, ainda na atualidade.
ResponderExcluirEm sua obra, Leila Leite Hernandez ao trabalhar com o conceito de roedura, problematiza o conceito partilha, destacando de acordo com o passar do tempo, como esse processo foi sendo cada vez mais acentuado e como isso ocorreu ao longo dos anos.
Embora, Leila Leite Hernandez nos apresente algumas das visões de Ki-Zerbo, referentes ao conceito de roedura ao invés de partilha, a autora ainda remete a ideia de que a chegada dos “viajantes-exploradores” se deu através do desejo de se chegar as Índias por via marítima, “uma vez, que o acesso por terra [...] lhes foi impedido pelos turcos otomanos até a batalha de Lepanto, em 1571” (HERNANDEZ, 2005, p.45). Nesse caso, a autora nos apresenta uma visão ingênua em relação ao início do contato entre africanos e europeus.
Além de problematizar os conceitos “partiltha e roedura”, destacando a questão da chegada dos viajantes-exploradores no continente africano, Leila Hernandez nos leva a perceber como os europeus durante todo o período que exploraram o Continente aprenderam com os africanos uma série de ações, inclusive a escravidão.
Queite Santos Lima.
Leila Hernandez em seu texto “O Processo de roedura do continente e a conferência de Berlin” apropria-se o conceito de ''roedura'' de Ki-Zerbo. No entanto, apesar da autora usar este conceito, no meu ponto de vista ela não exemplifica o que seria esse conceito. Conforme a discussão realizada em sala de aula, na perspectiva de Ki-Zerbo o conceito de ''roedura'' é uma comparação dos europeus com os ratos, ou seja, aqueles que exploraram (roeram) o continente africano. Diferente da ideia de partilha do continente africano, que transmite a ideia de que esse processo foi completamente pacífico, deixando de lado os prejuízos que esse processo ocasionou aos povos africanos tanto em questões físicas, étnicas e culturais.
ResponderExcluirSendo assim considero que o conceito de ''roedura'' se contrapõe ao de ''partilha'' na medida em que este deixa de lado os danos ocasionados ao continente africano e o outro mostra exatamente a discussão realizada.
O conceito de “Partilha da África”, bastante utilizado tanto em livros didáticos como em discussões em salas de aula vem sendo questionado por diversos historiadores, principalmente africanos e africanistas, por se tratar de um conceito que, embora de maneira oculta, propaga a ideia de passividade dos africanos na medida em que passa a impressão de que as potências europeias decidiram dominar o continente africano, sem que houvesse qualquer resistência ou a necessidade de negociações para que pudessem expandir seu domínio.
ResponderExcluirDiante disso, a historiadora Leila Leite Hernandez, em sua obra A África na sala de aula, tenta desconstruir essa visão aplicando o conceito ”Processo de Roedura” de Ki-Zerbo, explica que a conquista se deu de maneira processual, tendo início no século XV com a chegada dos portugueses no litoral da África e foi cada vez mais se acentuando com o passar do tempo. Desse modo o continente africano foi dividido em territórios que não estavam de acordo com as organizações socioculturais das diversas etnias que ali viviam, ocasionando em consequências desastrosas para o continente que permanecem até os dias atuais.
Discente: Gabriela Carneiro Ramos
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ResponderExcluirO conceito “Partilha da África”, utilizado para abarcar o período em que o continente africano foi divido pelas principais potências europeias, vem sofrendo duras críticas por parte de muitos historiados africanos e africanistas por se tratar de um termo que sugere certa passividade do povo africano perante as investidas das nações europeias sobre seu território. Além disso, o termo “partilha” também camufla as devastadoras ações dos exploradores durante o processo de divisão que trousse grandes danos para o continente africano.
ResponderExcluirLeila Hernandez em seu livro A África na sala de aula: visita á história contemporânea, ao problematizar o conceito de “Partilha”, utiliza o termo “roedura” do historiador Ki-Zerbo para se referi ao processo se iniciou por volta de 1940 com a chegada dos portugueses à África e teve como grande marco a conferência de Berlim iniciada em 1884. A pesar da autora não definir claramente em seu texto a expressão “roedura”, pode-se constatar que o termo compara as atividades dos europeus sobre o continente africano à ação de ratos roedores que, através de uma ação devastara, iniciaram um processo de exploração da África de maneira arbitrária, sem ao menos respeitar as fronteiras físicas e étnicas da população, reunindo, por várias vezes, no mesmo território, povos inimigos e separando nações que compartilhavam a mesma cultura. Tal processo implicou em sérios problemas que são percebidos até os dias atuais.
Portanto, termo “roedura” de Ki-Zerbo utilizado por Leila Hernandez é absolutamente plausível, pois remete aos europeus uma atitude de ratos sobre o continente africano, elucidando um dos períodos mais violentos da história africana.
Joziara Araújo Almeida
A historiadora Leila Leite Hernandez explora o conceito de “partilha” da África, apontando como este foi atribuído de forma equivocada, por remeter a ideia de passividade dos povos africanos em relação ao contato com os europeus, do mesmo modo que, Josep Ki Zerbo, critica outras ideias que estão ligadas a uma visão eurocêntrica sobre a história do continente africano, como os marcos cronológicos, por exemplo.
ResponderExcluirO que esses estudiosos colocam sobre o assunto, mostra que a relação entre africanos e europeus não podes ser pensada apenas como explorados e exploradores. O que houve foi o contato entre povos diferentes se relacionaram, inicialmente, através de trocas. Bem se sabe, que fizeram comércio entre si.
Leila Hernandes coloca que, inicialmente o interesse dos europeus era o ganho imediato e não a colonização ou dominação da África. Por isso, trocaram mercadorias e os europeus, aprenderam muito com os africanos, inclusive a escravidão.
Portanto, concordando com a visão de Leila Hernandes, ao invés de “partilha”, o indicado seria a utilização de “roedura”, para referir-se a divisão feita pelos países europeus da África na reunião que ficou conhecida como Conferência de Berlin. Pois, essas fronteiras ainda hoje são sentidas pelos povos africanos, já que muitas das peculiaridades dos grupos de diferentes regiões foram desconsideradas.
KATTYLÂNE ARAÚJO DA SILVA
A historiografia eurocêntrica dominou por muito tempo as produções e consequentemente o imaginário das populações com textos e imagens carregados de significações. Desse modo, foram sendo construídos conceitos estereotipados na tentativa de justificar ações de dominação e exploração, inferiorizando e desvalorizando ações de resistência que só tardiamente passaram a ser “reconhecidas”. É na perspectiva de evidenciar o erro cometido por parte desses estudiosos inclusive com relação aos marcos cronológicos que muito pouco se relacionam aos acontecimentos vivenciados no continente Africano, que Ki-Zerbo lança inúmeras criticas á forma como estes conduzem as discussões a cerca da história deste continente tão heterogêneo.
ResponderExcluirUm exemplo dentre tantos outros que evidencia claramente os estereótipos que até hoje permeiam principalmente as aulas e os livros didáticos de história, é a forma como é conceituado o processo de divisão ou conquista do Continente Africano pelas potências europeias, denominado segundo Hernandez erroneamente, de “Partilha”. A crítica em torno deste conceito é bastante pertinente, pois, como aponta Hernandez, as relações estabelecidas em cada região durante o processo de dominação pelos europeus não se processou de forma pacífica e apática por parte dos Africanos como o próprio termo leva a crer, mas sim fruto de um processo de roedura onde a ação exploratória desestabilizou as organizações políticas e sociais do povo africano de modo que evidenciam historicamente a realidade de miséria e conflitos presentes neste continente.
Samara Mota
É certo que a história da África há muito tem sido negligenciada nas escolas e universidades, aparecendo reduzida a um complemento curricular em passagens ligadas à escravidão, ao domínio colonial do século XIX, ao processo de independência e às graves crises sociais, étnicas, econômicas e políticas em que mergulhou grande parte dos países africanos formados no século XX. Como se isso não bastasse, os textos sobre os africanos são, na maioria, contidos de representações eurocêntricas, onde os povos do continente ganham um aspecto de inferioridade e são vistos como primitivos, tribais, incapazes de aprender ou evoluir.
ResponderExcluirO termo “partilha”, utilizado para explicar a conquista européia entre meados do século XIX e meados do século XX, expressa bem o lugar que os africanos ocupam na história. Carregado de eufemismo, o conceito subentende a dominação como um acontecimento pacífico e benéfico, relegando aos povos do continente o papel de passividade. Assim, tendo em vista o fato do termo ainda ser recorrente até mesmo em textos destinados ao público acadêmico, é pertinente a observação que Joseph Ki-Zerbo faz quando incentiva o historiador da África a trazer à tona a opressão que o tráfico de escravos e a exploração imperialista causaram no continente.
Com base nessa perspectiva, ao apropriar-se do conhecimento acerca da construção da historiografia, torna-se tarefa de todo historiador problematizar os acontecimentos e sempre relativizar os conceitos, conferindo à história do continente africano a importância que lhe cabe de forma humana, autêntica e generosa.
O conceito de “Partilha da África” criticado tanto pela professora Leila Hernandez quanto pelo historiador Josep Ki-Zerbo, é bastante recorrente nos livros didáticos e acadêmicos. Este conceito consiste na divisão do continente africano entre as potências européias (Inglaterra, Portugal, França, Alemanha entre outras) e seus interesses. A “Partilha da África” realizada na Conferência de Berlim (1884-85) provocou mudança geográfica no continente africano desconsiderando as fronteiras preexistentes e as especificidades culturais, religiosas e linguistas destes povos. O conceito de “Partilha” remeter também a uma idéia passividade dos povos africanos para como os exploradores, visão criticada pelos autores.
ResponderExcluirEstes defendem o conceito de “roedura” criado por Josep Ki-Zerbo, e apropriado por Leila Hernandez o qual problematizam a exploração da África como um processo de troca entre povos e culturas diferentes, já que eles realizavam transações comerciais de mercadorias e pessoas.
É importante ressaltar que o processo de roedura do continente africano começou muito antes da Conferência de Berlim, com a chegada dos portugueses a costa da África por volta de 1430. Esse processo só se alargou ao passar dos anos principalmente a partir da Conferência de Berlim, provocando danos irreparáveis ao continente que se refletem até os dias atuais.
Concordo com o posicionamento dos autores, pois o conceito de partilha se faz simplista para explicar o processo de divisão da África, um continente de tantas especificidades e cada uma delas se relacionou de forma diferente como os europeus.
Nelucia dos Santos Oliveira
Como sabemos, a História como disciplina, tem o poder de legitimar governos, ideologias, visões de mundos, religiões, ela é um campo das ciências que está interligada a política e pode sofrer manipulações ao gosto dos interesses. São diversas as formas de manipulações dentro da construções historiográficas, pode-se mostrar ou ocultar determinadas ações, enaltecer ou desmerecer outras. Dentro deste jogo de intencionalidades os conceitos aparecem de forma incisiva, de forma disfarçada, mas bastante eficiente em modelar opiniões nos leitores. Um único conceito muda todo o rumo da prosa. Se dissermos que no Brasil em 1964 houve uma revolução estaremos traçando um discurso positivo do período em que os militares dominaram o governo e implantaram uma política de direita em resposta as medidas nacionalistas de João Goulart amenizando assim as ações ilegais dos militares, não obstante, se dissermos que houve um golpe estaremos mostrando a tomada do poder de forma antidemocrática que feriu os direitos dos cidadãos brasileiros. A mesma linha de pensamento podemos utilizar ao falar do termo “Partilha da África”. Tal termo é fruto de uma historiografia eurocêntrica preocupada em legitimar suas ações, mesmo quando são tidas como desumanas. O termo além de reforçar a ideia de passividade dos povos africanos demonstra passividade também entre os exploradores europeus, entretanto sabemos que um dos motivos da Grande Guerra fora disputas por terras neste continente. O termo citado minimiza o processo de exploração ou de roedura da África. É neste sentido que Ki-Zerbo se posiciona mostrando o papel do historiado de África
ResponderExcluir“O historiador da África deve dar a exploração imperialista o lugar que elas realmente ocuparam na evolução do continente e que tantas vezes e tão habilmente é minimizado por certos historiadores europeus, com resultados terríveis para a mentalidade dos jovens que nos bancos das escolas se alimentam destes manjares envenenados.”
Dessa forma, o historiador de África assume um papel de salvação pública, que é a recuperação da historia do continente sob a ótica dos povos africanos e não europeus.
LAIONEL MATOS DE QUEIROZ
A história do continente africano por muito tempo foi alvo de inúmeros preconceitos e mitos. A forma como sua história foi moldada acabou incutindo um imaginário de uma África de culturas nativas, perigosas e selvagens, incapaz de florescer como uma civilização “sofisticada”. Essas genealogias mal feitas, repletas de preconceitos, fez com que a real história africana fosse deixada de lado, contribuindo assim para a sua depreciação. Porém, percebemos que há hoje um esforço considerável por parte de pesquisadores africanos e africanistas em resgatar e dar uma nova direção e sentido aos estudos da história da África, abrindo novas maneiras de ver e pensar a historia desse continente, desmistificando e problematizando os estereótipos criados ao longo do tempo e que serviram apenas para legitimar política e economicamente as nações europeias. É certo que muito ainda tem que ser feito, pois encontramos muitos livros didáticos e textos académicos repletos de uma visão eurocêntrica, que buscam legitimar a exploração e dominação europeia e que subjugam e põem em situação inferior o povo africano.
ResponderExcluirUm dos inúmeros exemplos que podemos citar e que evidenciam tais estereótipos diz respeito à questão do conceito de “partilha da África”. Pensar a partilha e a conquista da África é, segundo Leila Hernandes, repor o protagonismo europeu no momento em que são traçadas as fronteiras do continente na conferencia de Berlim (1884-85). Este conceito deixa o povo africano numa situação de submissão em relação aos seus exploradores, uma vez que os coloca como meros espectadores, tirando-lhes o papel de protagonistas e/ou sujeitos da história. Para Hernandes, o processo exploratório nada mais é do que um processo de roedura, pois já havia uma relação comercial entre africanos e europeus muito antes da Conferência de Berlim. Já Ki-Zerbo chama-nos a atenção para a forma como se tem pensado a história africana, pois ela vai mais além do que pode alcançar os quadros cronológicos pré-estabelecidos. Segundo Ki-Zerbo, é preciso escrever uma história da África em que todos os africanos possam ter acesso e uma visão de conjunto do seu passado, mas para isso “este trabalho gigantesco não se pode efectuar unicamente no quadro das fronteiras da Conferência de Berlim, que é um momento capital, mas um momento apenas na história da África” (KI-ZERBO, p.37). Portanto, o que podemos perceber através dos trabalhos desses historiadores é que a história do continente africano deve ser pensada numa lógica de atuação, de participação ativa por parte dos africanos e que a relação com europeus não se dá apenas pela lógica de explorados e exploradores.
Edna Moura Magalhães
O termo “Partilha da África” significa subjugação política e econômica e exerce igualmente uma dominação cultural eurocêntrica. Ele pressupõe a crença numa só cultura, cuja validade encontra-se na civilização européia. Há muito esse termo foi disseminado por uma historiografia que tem como referência obrigatória a legitimação do protagonismo europeu na definição das fronteiras do continente africano.
ResponderExcluirEstamos acostumados aos mapas escolares que apresentam dois momentos do continente: "a África em 1880", que já denunciavam a presença européia, e "a África em 1914", quando o continente aparece com fronteiras claramente demarcadas e totalmente dividido por essas potências.
Atualmente com a força de uma geração de intelectuais africanos e africanistas, esse conceito de “Partilha” passa a ser bastante problematizado. A exemplo de Leila Leite Hernandez que se apropria do conceito de “Roedura do continente africano” proposto por Ki-Zerbo. Na visão desses autores a Conferência de Berlim é o grande marco na expansão do processo e “roedura” da África, gerando uma agressiva corrida ao continente, delimitando novas fronteiras geográficas, ideológicas e culturais.
Assim como ressalta Leila Leite Hernandez as consequências desse processo de dominação na África se faz presente nos dias atuais com características realmente de um processo de roedura. A África tornou-se um continente desgastado por limitações políticas e territoriais, com reflexos da escravidão e da miséria.
Juciane Cordeiro da Silva
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ResponderExcluirDurante muito tempo, o conceito “Partilha da África” foi utilizado por historiadores inclusive, africanos e africanistas, pra explicar o processo de colonização do continente africano pelos europeus. Porém, a autora Leila Hernandez em seu livro “A África em sala de aula” problematiza essa questão. Pois, o termo ‘partilha’, denota aceitação, comum acordo entre as partes. E realmente os acontecimentos não se deram por esses meandros. Os africanos não foram passivos à chegada dos europeus, eles resistiram a essa dominação. Porém, isso aconteceu, porque durante muito tempo o que prevalecia era a historiografia eurocêntrica, a Europa no centro do universo. Por isso, o historiador Joseph Ki-Zerbo, critica essas ideias, pois elas são altamente estereotipadas, nos fazendo enxergar apenas um mundo, de exploradores e explorados.
ResponderExcluirDesse modo, o termo que melhor expressa esse processo de exploração da África, segundo Hernandez é ‘roedura’. Uma vez que ao contrário da visão eurocêntrica de partilha, o continente africano foi dividido contrariando diversos grupos étnicos que ali existiam, causando consequências drásticas que perduram até os dias de hoje.
Muitos anos o conceito Partilha da África está presente em livros didáticos e em obras referindo-se um dos mitos científicos. A historiadora Leila Hernandez em seu livro A África na sala de aula; visita á historia contemporânea, ao problematizar o conceito de Partilha utiliza com clareza que o termo roedura referi ao processo que se iniciou por volta de 1940 coma chegada dos portugueses à África e teve como grande marco a conferência de Berlim iniciada em 1884. Além do mais o termo "partilha" é utilizado para explicar a conquista européia entre meados do século XIX e meados do século XX, expressa bem o lugar que os africanos ocupam na história. Porém o processo de roedura que foi o auge a divisão do território africano na conferência de Berlim não levou em consideração as particularidades destes país, aspectos religioso ou linguísticos.
ResponderExcluirJosé Edmundo Carneiro de Oliveira
Obs professo eu fiz o cadastro com o nome errado, eu coloquei Mariana souza no momento eu estava conversando com ela
Leila Hernandez em seu texto “O Processo de roedura do continente e a conferência de Berlin” aborda um conceito interessante, no que diz respeito à “partilha” da África. O conceito de “Partilha da África”, bastante utilizado tanto em livros didáticos como em discussões em salas de aula vem sendo questionado por diversos historiadores, principalmente africanos e africanistas, por se tratar de um conceito que, embora de maneira oculta, propaga a ideia de passividade dos africanos na medida em que passa a impressão de que as potências europeias decidiram dominar o continente africano, sem que houvesse qualquer resistência ou a necessidade de negociações para que pudessem expandir seu domínio. O que esses estudiosos colocam sobre o assunto, mostra que a relação entre africanos e europeus não pode ser pensada apenas como explorados e exploradores. O que houve foi o contato entre povos diferentes que se relacionaram, inicialmente, através de trocas. Bem se sabe que fizeram comércio entre si.
ResponderExcluirLeila Hernandes coloca que, inicialmente o interesse dos europeus era o ganho imediato e não a colonização ou dominação da África. Por isso, trocaram mercadorias e os europeus, aprenderam muito com os africanos, inclusive a escravidão. Já Ki-Zerbo chama-nos a atenção para a forma como se tem pensado a história africana, pois ela vai mais além do que pode alcançar os quadros cronológicos pré-estabelecidos. Segundo Ki-Zerbo, é preciso escrever uma história da África em que todos os africanos possam ter acesso e uma visão de conjunto do seu passado, mas para isso “este trabalho gigantesco não se pode efectuar unicamente no quadro das fronteiras da Conferência de Berlim, que é um momento capital, mas um momento apenas na história da África” (KI-ZERBO, p.37).
Diene Junqueira Gomes
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ResponderExcluirLeila Hernadez critica o uso termo “Partilha da África” que ainda hoje encontramos nos livro didáticos. Para a autora o termo mais apropriado para definir as divisões feitas pelas grandes potências europeias do continente africano seria roedura, uma vez que o território foi divido sem levar conta as diferenças culturais que existiam entre os povos africanos. A autora mostra que o termo é uma construção eurocêntrica, que contribuem para uma visão de que os africanos ficaram pacíficos durante a divisão do continente. Ki-Zerbo chama atenção para o fato de história da África ser definida a partir os grandes marcos europeus, mostrando que fatores internos são mais apropriados para a periodização do continente africano. Para ele, não é possível compreender a grandiosidade da história do continente se pararmos de definir esta a partir da Conferência de Berlim. Os dois autores mostram que a Conferência de Berlim, foi um processo que delimitou de forma violenta, não apenas fronteiras territoriais, mas, afetou também as fronteiras ideológicas e culturais, fato este, que reflete na situação atua do continente.
ResponderExcluirA não problematização do termo “Partilha da África” em sala de aula, contribui para que cada vez mais, seja difundida a visão erada de que os africanos foram passivos, durante o período que os europeus habitaram o continente, desenvolvendo diversas atividades. Ao contrário do que é divulgado nas escolas sobre os africanos – que estes não lutaram por sua independência e não participavam do comercio de escravos – as discursões nas aulas de África, mostram que os chefes africanos resistiram ao colonialismo, e que o comércio foi feito através da negociação com os lideres dos locais e os europeus. Dessa forma a postura dos dois autores é uma crítica aos termos eurocêntricos que a muito vem sendo legitimados, e tidos como verdade pela maioria dos estudantes.
Luciene Braz Lima
O termo “partilha” africana, utilizado para referenciar o período em que o continente é dividido entre as potências europeias e, fruto de uma produção eurocêntrica (de acordo com Ki Zerbo), que contribuem para uma visão de que os africanos ficaram pacíficos durante a divisão do continente, vem sofrendo criticas por muitos historiadores por se tratar de um termo que remete aos africanos passividade ante os exploradores. Embora ainda seja encontrada nos livros didáticos, Leila Hernandez critica seu uso uma vez que considera o termo “roedura” mais apropriado para definir as divisões feitas pelas grandes potências europeias do continente africano, pois seu território foi divido sem levar em consideração as diferenças culturais que haviam entre os povos africanos.
ResponderExcluirAs relações feitas durante o processo de dominação pelos europeus não ocorreram de forma tranquila como o termo “partilha” aponta, foi na verdade resultado de um processo de roedura onde a ação exploratória desestabilizou as organizações políticas e sociais do povo africano, dessa forma a crítica em volta deste conceito é bastante coerente, como aponta Leila Hernandez.
Telkia da Cunha Dias Magalhães
Aluna: Laiane Santana de Oliveira
ResponderExcluirO conceito “Partilha da África” conhecido até então e apresentado nos livros didáticos é o nome dado ao processo de divisão do continente pelas potências europeias de acordo aos seus interesses políticos e econômicos. Tal episódio tem seu marco decisivo na Conferencia de Berlim (1884-1885), intensificando ainda mais a interiorização da presença estrangeira e o processo de controle e exploração do continente africano.
O conceito em questão dar uma ideia de passividade dos povos africanos sendo então de fundamental importância a ação dos educadores em problematizar na sala de aula para tentar desconstruir alguns mitos no que se refere à história desse continente.
Levando em consideração as ideias dos autores que discutem tais questões, o conceito “Partilha da África”, que aparece nos livros didáticos, este vem sendo repensado e tem sofrido diversas críticas por historiadores, pois se trata de uma construção eurocêntrica que representa a impassibilidade dos africanos sob a dominação das potencias imperialistas. No entanto, a professora Leila Hernandez em seu livro intitulado “A África na sala de aula: visita á história contemporânea”, conceitua esse episodio como sendo o processo de “roedura”, que segundo a autora, já vinha acontecendo desde o século XV antes mesmo da Conferencia de Berlim, com a entrada dos portugueses na África, inicialmente por necessidades de manutenção do reino e, a seguir pelos ganhos dos metais preciosos e o comercio de especiarias e de escravos.
Aos poucos, o processo de "roedura" foi se intensificando, e segundo a autora, com a chegada dos missionários e exploradores o “continente foi de forma efetiva rasgado.”( HERNANDEZ,p.53), ficando quase todo continente sob domínio europeu, com exceção da Libéria e da Etiópia.
Contudo, diante dos fatos supracitados, estes ajudam-nos a entender como se deu o processo de ocupação do continente africano bem como revela as relações estabelecidas entre os africanos e os europeus, e as implicações políticas, sociais e econômicas ocasionada pelo processo de “roedura”, como é colocado pela autora, permanecendo até os dias atuais.
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ResponderExcluirIronaide Santana
ResponderExcluirPara HERNANDES (2005) não é possível duvidar do grande interesse das metrópoles européias em relação à exploração e abertura da África. Assim como também, não é possível levar em questão que foi um processo sem tensões, e enfrentamentos dos africanos ao domínio imperial. A formação das Igrejas separatistas, os movimentos nacionalistas, o sincretismo religioso se constituem como fatores que evidenciam a reação africana às ações arbitrárias do domínio colonial. Ao longo do século XIX com o declínio do tráfico de escravos a expansão européia aumentou o processo de “roedura” pelo continente. O desenvolvimento do trabalho missionário constituiu-se como um dos processos significativos para se desenvolver a abertura do continente. Estudos apontam que a atividade missionária não ocorreu sem enfrentamentos dos africanos à imposição do Cristianismo. Esta reação é um dos processos histórico que contrastam com a concepção eurocêntrica de passividade africana em relação às imposições européias. Segundo Hernandes (2005) não é possível compreender o impacto do processo de cristianização sem levar em conta a reação africana que se configura através da desobediência às condenações dos missionários, à fidelidade aos ritos cristãos, e o sincretismo. Outro fator que contrasta com a idéia de passividade africana em relação ao domínio imperial, configura-se no jogo de interesses que envolviam os próprios dirigentes africanos e as metrópoles imperiais. Assim como existiam interesses expansionistas imperiais, existiam também interesses políticos dos dirigentes africanos, os quais renunciavam à própria soberania em troca de proteção de uma nação européia, Segundo FAGE (1995) “As transformações verificadas na atitude das potencias coloniais em relação à África do século XX, estiveram frequentemente interligadas e influenciaram-se mutuamente numa variedade de combinações” tanto determinadas por circunstâncias históricas especificas da Europa quanto da África. Ou seja, existia uma variedade de interesses envolvidos tanto das metrópoles imperiais, quanto dos africanos em relação à introdução de sistemas de dominação. Tais sistemas foram introduzidos com fins para fazer dos africanos indivíduos mais subordinados às ações imperiais, no entanto, tiveram influência significativa para tomada de consciência política por parte dos africanos. Os africanos se utilizavam das práticas educacionais, políticas, religiosas do colonizador, adaptando elementos destas, em prol dos seus próprios interesses sociais, políticos, que culminaram com a formação de movimentos nacionalistas em prol das independências. Para Ki-Zerbo (2010) “A história da áfrica como a de toda a Humanidade, é a história de uma tomada de consciência”. Diante de tais posicionamentos históricos em relação ao processo de “roedura”, “partilha” do continente africano, não levar em conta os conflitos e reações dos africanos atrelados ao processo, significa continuar perpetuando uma visão reducionista e eurocêntrica do processo.
A professora Leila Hernandez, em seu livro África na sala de aula, aborda um tema muito interessante “a partilha da África” nessa partilha ouve os interesses e astúcias das potencias(Inglaterra, França, Portugal, Alemanha e etc). A autora conceitua esse processo esse delimitação do continente africano não como partilha, mas sim como um processo de roedura do continente em estudo, que teve como ápice a conferencia de Berlim(1884- 85), onde os lideres europeus dividiram o continente privilegiando apenas seus interesses, descartando qualquer característica ou visão domestica.
ResponderExcluirEsse processo de roedura, ou seja, a grande e impiedosa exploração inicia-se a partir do litoral com a tomada das terras e feitorias ainda no séc. XV com os Portugueses. Este tornou-se um ponto estratégicos para o comercio do trafico negreiro. Por volta do sec. XIX as mesmas potencias europeias acentuava o mapeamento politico dividindo o continente com intuito de obter suas riquezas e aprender sobre escravidão e depois desenvolver as artimanhas de escravizar. E assim fez os Portugueses estudaram e analisaram os africanos, pois, estes já demonstravam estrutura e organização comercial, desfazendo a ideia de passividade que tinham os africanos. Estes por sua vez já desempenhavam habilidades comerciais e guerreiras. Lembrando que esse processo de roedura as grandes potencias não consideraram as característica e particularidades locais: suas crenças costumes, hábitos e línguas, enfim desconsiderou-se a cultura local.
Portanto, podemos perceber que a divisão do continente africano foi uma verdadeira artimanha das potencias hegemônicas, pois como se sabe o objetivo não era “unir” e sim separar, para instalar um conflito constante que teve como resultado a manipulação desses povos e de seus governos(lideres) e como consequência dessa arbitrariedade orquestrada na conferencia notamos a total desestrutura politica que gera conflitos constantes, pobreza, fome, enfim, uma serie de problemas atuais.
Cristina da Costa S. Reis
A África passou por um grande processo após as últimas décadas do século XIX, com a Conferência de Berlim, onde a historiografia tradicional eurocêntrica denomina “Partilha da África”. Joseph Ki-Zerbo ao não concordar com o termo, defini essa invasão como processo de “roedura”. E na perspectiva dessa criação europeia, devemos nós historiadores nos atentar para essas questões, dando um olhar sobre a opressão do tráfico de escravos, quanto a exploração imperialista conturbada nos livros didáticos atuais.
ResponderExcluirO que se pode observar é que a história da África muitas vezes é transformada em tráfico atlântico, e nos diversos paradigmas existentes hoje que são passados, principalmente pelos livros didáticos, onde é exaltada a África como continente de miséria, doenças, entre outros.
Então ki-zerbo, mostra que o processo de “roedura” é iniciado no litoral pelos europeus e posteriormente adentrado ao continente africano. Nessa questão entra a ideia reforçada pelo livro didático da passividade dos povos africanos em relação a invasão europeia, a transferência de escravos para o atlântico, entre outros lugares. Então o autor vem na tentativa de desconstrução, onde o mesmo tenta mostrar que houve sim resistência.
Vale lembrar que a autora Lilia Hernandes (2005) se acerca das ideias do Ki-Zerbo, onde a mesma não compartilha do termo adotado pelos livros didaticos já que concorda que o termo já citado eludi para uma passividade dos povos africanos perante os europeus. Ela vem no seu texto na objeção de desconstrução, na tentativa de destruir mitos que ainda permeiam hoje sobre o continente africano. Ela determina ainda em sua fala que a Conferência de Berlim foi um impulso principal a “roedura” do continente africano.
Ki-zerbo mostra ainda, como tratar e desenvolver a história da África, já que essa foi e é, formada sobre estereótipos. Para ele o povo africano tem historia. Para ele a história africana deve ser uma fonte de inspiração para todas as classes, todos os trabalhos.
Altieres Costa
O conceito de Partilha da áfrica vem sofrendo diversas criticas em relação ao seu real significado. Tal conceito é utilizado para abarcar o período em que o continente africano foi divido pelas principais potências européias. Essa ideia, entretanto induz a algumas ações que são duramente criticadas. Uma das, está relacionada à passividade dos povos africanos em relação à divisão do continente e, a outra está relacionada à ação camuflada dos exploradores durante o processo de divisão e exploração em que trouxeram grandes danos ao continente.
ResponderExcluirEm sua obra “A África na sala de aula: visita a História Contemporânea”, Leila Hernandez traz o conceito de roedura, ao invés de partilha, para a divisão do mesmo que se deu com a entrada de portugueses a região, seguidos por demais países europeus que, culminou com a partilha do continente entre os mesmos, na Conferencia de Berlim em 1884. Nessa mesma obra a autora acima citada traz a ideia de roedura referindo-a ao historiador Ki-Zerbo, como algo que foi aos poucos devastando o continente que, no final trouxe várias consequências para o mesmo.
Assim pode-se dizer que o continente foi sendo explorado e roído ao longo do tempo, culminando com uma divisão específica entre as nações européias. Cabe ressaltar então que não foi um processo rápido e pacífico. Europeus e africanos foram convivendo com situações em que havia negociações para a exploração do mesmo e em outros havia resistências e até conflitos por parte dos africanos.
O conceito “partilha da África” ainda é muito usado por diversos autores, e disseminado, principalmente entre discentes que utilizam o livro didático como única fonte de conhecimento. Porém, historiadores africanos e africanistas cada vez mais se manifestam contra este conceito, por entender que ele transmite a idéia de passividade dos povos africanos, além de esconder os atos dos exploradores que devastaram o continente durante a sua divisão. Por estes motivos, é que Leila Leite Hernandez prefere usar o conceito “roedura” de Ki-Zerbo, sendo iniciada com a chegada dos portugueses a África, que instalaram feitorias, vindo a ser mais tarde local de comércio de escravos. No entanto, o continente veio a ser invadido e dividido em grandes proporções a partir do século XIX, pelos países mais potentes da Europa, lembrando que de imediato os colonizadores queriam adquirir riquezas e não tinham a intenção de escravizar. Hernandez ao problematizar, os conceitos já citados acima nos mostra, que durante o período de exploração do continente os europeus aprenderam muitas coisas com os africanos, inclusive a escravizar. Ou seja, fica evidente a importância atribuída pelos próprios europeus a organização comercial dos africanos, pois se interessaram em aprender com eles, portanto, não existe fundamento que justifique os povos africanos serem considerados passivos.
ResponderExcluirAluna: Liliane Lima da Silva
3. Hernandez enfatiza sobre o conceito de partilha como um processo de roedura para o continente africano que teve como marco na Conferência de Berlim(1884-85), uma vez que estimulou o caminho para o controle e exploração a partir de recortes geográficos realizados entre as potências europeias, seguindo também de outros tratados para complementar a partilha que a mesma foi efetivada. No século XV, os europeus iniciam esse processo de roedura, o qual estabelece feitorias, comércios e explorações de escravos. E no século XIX, o continente mapeado, invadido e dividido entre as potências europeias. Hernandez enfatiza que é muito difícil discordar que a Europa tem uma enorme dívida para com a África pela escravidão atlântica, para a partilha do continente e pelo colonialismo e suas heranças Embora a autora não defina nitidamente o conceito “roedura”, pode se constatar que a mesma faz analogia as atuações dos europeus sobre o contente africano no que tange a ação de roedores, devastadores que constituem obstáculos para construção de uma longa estrada de combate a miséria e as extremas desigualdades, assim como enfrentamentos de vários conflitos presentes no continente.
ResponderExcluirANA NERY OLIVEIRA BRITO
A Conferência de Berlim vai desencadear em um processo no qual as consequências são sentidas até mesmo na atualidade. Ao falar desse período Leila Hernandez faz uma crítica ao conceito de “Partilha da África”, pois alude ao mito científico e a imobilidade dos povos do continente africano e em oposição utiliza o termo “roedura” para designar a ação devastadora do europeu no continente.
ResponderExcluirVale salientar que esse processo teria se iniciado anteriormente as fronteiras serem traçadas, por volta de 1430 e que o desempenho dos missionários e exploradores teve um papel importante no processo de abertura do continente, pois mapearam o continente, de modo a aprender com os próprios africanos e conhecer as suas potencialidades e assim a ideia de passividade se torna incoerente.
Muitos especialistas em história da África concordam que há uma grande dificuldade em se falar de África sem que se caia nos clichês e estereótipos, pois o historiador da África ou africanistas por muito tempo compactuaram com a história eurocêntrica. Para mudar a forma como a história da África foi construída Ki – Zerbo afirma que é necessário “dar à opressão ao trafico de escravos e a exploração imperialistas o lugar que elas realmente ocupam na evolução do continente” (KI – ZERBO p, 35), pois essas questões quando são tratadas de forma incorreta acabam resultando em visões caricatas e estereotipadas a cerca do continente.
Por muito tempo o conceito “Partilha da África” apareceu em livros didáticos e outras obras fazendo referencia a um dos maiores mitos científicos: o da passividade dos povos africanos frente aos europeus. Portanto, é fundamental que professores e estudantes problematizem e desconstruam estes mitos encontrados em nossos livros, ainda na atualidade.
ResponderExcluirCom relação à “partilha” da África, a professora Leila Hernandez, em seu livro A África na sala de aula: visita à história contemporânea, aborda um conceito interessante. Ela apresenta algumas das visões de Ki-Zerbo, conceituando esse caso não como partilha, mas sim, como processo de roedura do continente africano, que teve o auge na Conferência de Berlim (1884-85), já que impulsionou a corrida para o controle e exploração de acordo com os recortes geográficos realizados entre as potencias europeias. Esse processo de roedura teve inicio no século XV com a chegada de portugueses ao continente africano, inicialmente no litoral, estabelecendo feitorias, que, posteriormente, tornaram-se pontos de comércio para tráfico de escravos. E no século XIX, devido ao mapeamento do continente, o território foi invadido e dividido com outras potencias europeias.
Além de problematizar os conceitos “partilha e roedura”, dando ênfase à chegada dos “viajantes-exploradores” no continente africano, Leila Hernandez ressalta o fato de que os europeus aprenderam várias coisas com os africanos durante todo o período que exploraram o continente, inclusive a escravidão. Podemos concluir, portanto, que se os portugueses estavam aprendendo com os africanos, é porque eles tinham uma estrutura, uma organização comercial que despertou o interesse dos europeus, logo, a ideia de passividade dos povos africanos torna-se demasiada incoerente.
Discente: Daiany Carneiro