Trata-se de mais um instrumento de divulgação dos debates feitos pelos discentes do curso de História da Universidade do Estado da Bahia - através da ação do Núcleo de Estudos Africanos.
domingo, 28 de abril de 2013
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O historiador Joseph Ki-Zerbo em seu livro História da África Negra, volume I, problematiza a periodização do continente africano, de forma a demonstrar que os quadros cronológicos da Europa não têm o mesmo significado para a África.
ResponderExcluirA exemplo, pode–se citar a Queda da Bastilha que é o marco da Revolução Francesa em 1789, iniciando a passagem da História Moderna para a Contemporânea e de movimentos revolucionários, essa data tão expressiva para a história da Europa, de acordo com o autor “não podem servir de marcos específicos para a História da África”. (KI-ZERBO, p. 32). Então, é interessante que se esteja atento para as especificidades de cada continente, pois são as particularidades que darão a originalidade de cada ambiente.
Sendo assim, mediante a leitura do texto, pode-se inferir que o marco central para o tempo contemporâneo na África começou com a Conferência de Berlim (1884-85), tendo entre os objetivos a divisão do continente africano pelas potências europeias. Dessa forma, de acordo com o autor “quase todo o continente ficou sob o domínio europeu, com exceção da Libéria e Etiópia” (KI-ZERBO, p. 67)
Portanto, entender os marcos históricos tão importantes para a História da Europa, como os mesmos padrões de definição da História africana, é estar vivendo com a memória de outro povo, além do mais, estaria alinhando a história da África de acordo com o enquadramento designado pelo europeu.
Catiana Barauna Reis
Assim como analisa Joseph Ki-Zerbo na obra História da África Negra - I, o quadro cronológico da história da África destaca que tudo depende da região considerada. Se levarmos em consideração que nem no continente europeu todos os acontecimentos considerados como importantes para a história do mundo, como a Revolução Francesa e a Revolução Industrial, tem o mesmo significado e nem aconteceu ao mesmo tempo, podemos analisar como muitos desses acontecimentos não se fizeram sentir nos demais continentes.
ResponderExcluirDiferente da periodização assentada no modelo quadripatite europeia (idade antiga, média, moderna e contemporânea), na África Ki-Zerbo analisa os seguintes acontecimentos relacionando-os as seis fases aí existentes:
1º As civilizações paleolíticas caracterizadas por um leadership incontestável da África.
2º A revolução neolítica e as suas consequências (desenvolvimento demográfico, migrações, etc.).
3º A revolução dos metais ou a passagem dos clãs e reinos e impérios.
4º Os séculos de reajustamento: primeiros contatos europeus; tráfico de escravos e suas consequências (século XV-XIX).
5º A ocupação europeia e as reações africanas até ao movimento de libertação após a segunda guerra mundial.
6º A independência e os seus problemas. (KI-ZERBO, 2009, p.33)
Nessa separação é possível analisar as grandes épocas históricas e principalmente podemos perceber uma dinâmica própria para a periodização do continente africano. Ou seja, a separação de períodos está relacionada com fatos que ocorreram dentro do próprio continente.
A África tem sua história. Uma história heterogênea, com vários países, povos, diversos idiomas, distintas culturas e claro, seus acontecimentos, que assim como nos outros continentes não aconteceram no mesmo ritmo. Mas eles ocorreram e dessa forma devem ser analisados para que se percebam quais fatores contribuíram para a evolução desse continente.
Queite Santos Lima
De maneira geral, analisando o pensamento de Joseph Ki-Zerbo na obra História da África Negra I - podemos entender que a contemporaneidade africana começa em 1885 com a Conferência de Berlim. No entanto devemos ficar atento para cronologia da historia africana baseada no modelo europeu. Porem não se pode generalizar essa periodização, tendo em vista as particularidades de cada região do continente e os diferentes estágios de desenvolvimento. Havia regiões que já tinham um contato e uma influência árabe, outras regiões que foram alcançadas pelos europeus.
ResponderExcluirDesta forma ao tratarmos da periodização do continente africano é inadequado atribuí-la os marcos e considerados como importantes para a história do mundo (Revolução Francesa, Revolução Industrial, Revolução Soviética...), pois estes não contemplam e incluem os africanos, que segundo o autor, possui sua própria historicidade. Sendo assim, a história dos povos africanos não deve ser vista como a história de todos os povos, ela tem suas próprias especificidades.
A periodização da história da África é problematizada pelo historiador Joseph Ki-Zerbo na sua obra História da África Negra – I. Ao defender que a história do continente deve ser dividida a partir de marcos cronológicos que ofereçam significados importantes para o povo africano o autor critica a visão eurocêntrica que atrela à história da África o quadro cronológico europeu e que nega aos africanos o papel sujeitos históricos.
ResponderExcluirDessa forma, tomando-se como base os estudos de ki-Zerbo pode-se concluir que o tempo contemporâneo da História da África não começa a partir da Queda da Bastilha, acontecimento que não se constitui em um marco significativo para o continente. De acordo com o autor a contemporaneidade africana se dá com a Conferência de Berlim, em 1885, que marca a divisão do território africano pelas potências europeias e que trousse grandes repercussões à dinâmica do continente.
A divisão da história da África, que tem como marco principal a colonização europeia deve ser, portanto, repensada. É necessário dá espaço a outras formas de entender e refletir a história do continente, colocando em evidência a trajetória dos próprios africanos. Não se trata, na verdade, de desconsiderar as experiências vividas com outros povos, mas de inserir a população africana de forma ativa na construção de uma história que vai além de suas fronteiras continentais. É importante também destacar que a história africana não deve ser vista de maneira homogênea, pois é preciso levar em consideração as especificidades regionais que o continente possui.
Joziara Araújo Almeida
Ki-Zerbo ao criticar a metodologia utilizada para a delimitação cronológica com relação à história do continente africano, chama atenção para a necessidade de perceber as especificidades regionais, as transformações sociais e políticas vivenciadas nos diversos espaços, antes de atribuir divisões cronológicas equivocadas e sem sentido.
ResponderExcluirDesse modo, a queda da Bastilha tradicionalmente entendido como o início da história contemporânea do Continente Africano além de evidenciar uma visão eurocêntrica, desconsidera o contexto vivenciado por cada região em suas particularidades contribuindo para uma visão deturpada da história de um continente que: “preocupada com o problema do seu desenvolvimento não se ocupa muito em ressuscitar o seu passado. As despesas nesse setor são consideradas um luxo.” (KI-ZERBO p. 36). Sendo assim, a propagação até os dias atuais desta visão contribui diretamente para a inferiorização do povo africano e sua história refletindo diretamente no seu processo de desenvolvimento.
A história oficial tem seus marcos cronológicos definidos a partir dos grandes acontecimentos europeus. Muitos historiadores tentam definir os quadros cronológicos da África através de tais marcos. Em História da África Negra - Ki-Zerbo critica essa postura, pois segundo ele as regiões do continente africano, evoluíram de formas distintas, e em períodos longos e, portanto, diferentes sendo que uma data pode ter importância para uma região e não ter nenhum significado para outra. Dessa forma, o autor chama atenção para a necessidade de observarmos as especificidades de cada região, para que não haja uma generalização, onde são considerados fatos que não são importantes para história do continente. Ki-Zerbo, apresenta uma cronologia a qual considera mais apropriada para o continente africano, mas, ele ressalta que não existe uma separação nítida dos períodos cronológicos na África, já que, como foi dito antes, cada região evoluiu de forma diferente.
ResponderExcluirRepensar os marcos cronológicos da história africana é necessário para desconstruir a visão eurocêntrica mantida pela historiografia tradicional, dando maior significados a acontecimentos que são resultados da experiência dos próprios africanos.
O que pode ser considerado como marco da história contemporânea da África, seria a chamada Conferência de Berlin, que aconteceu em finais do século XIX, em que potências europeias dividiram territórios do continente africano.
O historiador Josep Ki-Zerbo faz uma crítica aos marcos cronológicos que são, equivocadamente, atribuídos à história do continente africano, mas que são na verdade, referentes a regiões e contextos específicos. O equívoco está em que, tanto a história africana como a dos outros continentes, é heterogênea e plural. Nem todos os acontecimentos tiveram a mesma importância em todos os lugares por maior que tenha sido a repercussão.
Porém a justificativa em demarcar a Conferencia de Berlin como um marco para início da história contemporânea da África, talvez esteja no que Ki-Zerbo defende sobre o que há escrito a respeito dessa história, ou melhor, do que ainda não está escrito. A história da qual temos acesso sobre esse continente, ainda é um tanto “estrangeira”, o autor aponta a necessidade de que se construa uma história da África por africanos e dos africanos, em que estes apareçam representados sob outro olhar.
KATTYLÂNE ARAÚJO DA SILVA
No livro História da África Negra volume 1 Joseph Ki-Zerbo problematiza o marco temporal contemporâneos da África. Segundo o autor A Queda da Bastilha, marco europeu, não se aplica para o continente africano, criticando assim a eurocentrização da história. A Conferência de Berlim que aconteceu no final do século XIX, momento em que a África é dividida pelas potências européias é considerado pelo autor mais adequada para ser designado como marco africano. Contudo o mesmo ressalva que este marco não se aplica e nem explica o continente como um todo abrindo lacunas á serem preenchidas pelos historiadores africanos e africanistas.
ResponderExcluirKi-Zerbo ressalta a necessidade de não analisar a história africana de forma homogenia. O autor destaca a observação que deve-se levar em consideração as especificidades de cada região histórica, já que estas estão individualizadas por situações e condições particulares, não possuindo um quadro cronológico único, cada região apresenta um nível de desenvolvimento diferente. Para o autor os marcos definidos de cada região devem ser significativos para seu povo.
Mediante a leitura do texto percebe-se a necessidade de uma história verdadeiramente africana, escrita a partir do olhar destes sobre sua cultura, religião, linguagens sem interferência de uma cultura externa que se coloca como superior e busca se sobrepor como modelo de referência as demais.
Nelucia dos Santos Oliveira.
Toda periodização histórica é orientada por eleição de marcos definidores. Assim feito, elegemos momentos considerados importantes na história de uma determinada região. Ki-Zerbo em História da África Negra I, chama a atenção justamente para esse fato, das escolhas dos marcos históricos africanos. Segundo o autor homogeneizar o quadro cronológico do continente sob uma ótica européia, não condiz com a sua complexidade histórica .
ResponderExcluirSe a história européia estabelece suas fases e períodos, assim como para o inicio de sua contemporaneidade data-se a Queda da Bastilha em 1789, não podemos atribuir da mesma maneira a África, pois o continente não vivenciou essa história comum.
"Por muito significativas que sejam a história universal, não podem servir de marcos específicos para a história da África" (KI-ZERBO p.32).Por ser extenso e diverso o continente não se insere em tais divisões, pois cada região tem suas particularidades. É interessante salientar que o autor também levanta esses questionamentos em relação aos ritmos históricos diferenciados na Europa.
Talvez o período da colonização européia possa ser um divisor de águas para a contemporaneidade histórica da África, não pelo simples fato da relação entre os dois mundos, mas pela maneira de como estava sendo pensada a trajetória histórica do continente.
Os marcos cronológicos são utilizados pelos historiadores como pontos demarcadores de grandes transformações no curso histórico, entretanto, sabemos que este tipo de demarcação é extremamente ineficiente uma vez que homogeneíza os acontecimentos para todas as nações sem levar em conta as diferentes experiências de cada país. Não podemos levar em consideração, por exemplo, a tomada de Constantinopla pelos Turcos como ponto inicial da modernidade e fim do período medieval uma vez que sistemas de feudos sobreviveram por muito tempo paralelos a nações unificadas. Desta forma os grandes marcos são métodos frágeis de se escrever a história, incapazes de abrangerem toda complexidade e heterogeneidade de cada nação ou grupo humano. A queda da bastilha em 1789, marco do inicio da idade contemporânea, talvez tenha grande relevância na França ou até mesmo na Europa, no entanto não serve para demarcar a história do continente Africano levando-se em conta a grande heterogeneidade daquele continente. Ki-Zerbo diz o seguinte: “O quadro cronológico da África põe também um problema muito delicado: tudo depende da região considerada”. Ao dizer isso Ki-Zerbo propõe que a maneira mais justa de se escrever a história de África seria dividindo as regiões que englobem os mesmos fenômenos históricos, ou que pelo menos se aproximem.
ResponderExcluirExiste um sério problema, de cunho político, quando se afirma a história dentro de uma prerrogativa cronológica, pois, por este viés a história caminha para uma “evolução” que seria o padrão europeu, desqualificando os povos que não alcançaram esta “evolução”. Assim sendo, dizer que o tempo contemporâneo na África começa com a queda da bastilha é uma forma de legitimação do discurso de inferioridade dos povos africanos, pois estes não teriam alcançado o padrão esperado ao tempo contemporâneo.
Portanto, não se pode utilizar acontecimentos europeus para demarcar períodos de outras nações, o que se tem a fazer é, como nos mostra Ki-Zerbo, recuperar a história Africana buscando ela seus próprios marcos de acordo com as proximidades dos fenômenos históricos de suas regiões.
LAIONEL MATOS DE QUEIROZ
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirNa obra História da África Negra I o autor Joseph Ki-Zerbo, problematiza a divisão do quadro cronológico da história africana, defendendo que a Queda da Bastilha, evento histórico que tradicionalmente serviu de marco para a passagem da Idade Moderna para a Idade Contemporânea, embora tenha tido sua relevância para o continente europeu, não tem o mesmo significado para o continente africano. Segundo o autor, tal divisão reforça o eurocentrismo e nega a importância dos acontecimentos que foram importantes para os africanos.
ResponderExcluirKi-Zerbo defende que as particularidades das regiões devem ser respeitadas, pois as transformações sociopolíticas não acontecem ao mesmo tempo. Desse modo, para ele, a Conferência de Berlim, em1885, serve de marco para a contemporaneidade da África, pois, com a divisão do continente pelas potências europeias o continente sofreu mudanças drásticas na sua estrutura.
Diante disso, o autor ressalta que é necessário repensar a periodização da África e levar em conta sua própria experiência em detrimento dos acontecimentos que marcaram a história da Europa.
Gabriela Carneiro Ramos
No que concerne à história da África, Ki-Zerbo chama-nos a atenção para as divisões que se tem, ao longo do tempo, estabelecido na historiografia como sendo marco referencial à história do continente africano. Segundo o historiador há um problema bastante delicado quando se pensa em um quadro cronológico para a história da África, visto que, é preciso estar atento às necessidades de cada região. Entretanto, a divisão cronológica que ainda encontramos e que se tem oferecido para o estudo da história do continente africano ainda está baseada numa concepção eurocêntrica, pautada em datas desprovidas de sentido e significado, uma vez que, não levam em consideração as especificidades e particularidades das diversas regiões do continente.
ResponderExcluirO estabelecimento de datas por mais relevantes que sejam para determinados povos, não pode ter o mesmo impacto e importância para outros. Portanto, não podem servir de referência, muito menos de marco para a história do continente africano. Segundo Ki-Zerbo, o único método justo seria o estabelecimento de “divisões de base que englobem as grandes épocas históricas denominadas pelo mesmo complexo de fenômenos ”(KI-ZERBO, p.32). Desse modo, podemos deduzir que estes devem oferecer possibilidades de pensar os diversos setores de cada região do continente. Logo, encarar a Queda da Bastilha, em 1789, como sendo o início da idade contemporânea é ignorar, de certa forma, o passado do povo africano. Pois, “as grandes viragens não podem ser assinaladas pelos famosos marcos cronológicos em que a data de uma batalha leva à mudança de capítulo em certos compêndios escolares” (KI-ZERBO, p.33). É preciso enxergar a história da África sob outro prisma, esta tem as suas particularidades e por conta disso não deve ser vista com um olhar europeizado.
Edna Moura Magalhães
Os marcos cronológicos são usados pelos historiadores, definidos a partir dos grandes acontecimentos europeus. Vários historiadores tentam afirmar os quadros cronológicos da África através de tais marcos. O historiador Josep Ki-Zerbo faz crítica aos marcos cronológico que são erradamente, atribuídos à história do continente africanos, mas que são na verdade, referente a regiões e contexto específicos. Percebe-se que o autor chama atenção para observarmos as especifidades de cada região, para que não haja uma generalização, onde são importantes para a história do continente e repensar a periodização da África aos acontecimentos que marcaram a história da Europa
ResponderExcluirJosé Edmundo Carneiro de Oliveira
O historiador Joseph Ki-Zerbo problematiza a periodização da história africana em sua obra História da África Negra, volume 1, chamando atenção para a necessidade de perceber as especificidades de cada região, para que não haja uma generalização, na qual são considerados fatos que não são importantes para a história do continente. Ao defender que a história do continente deve ser dividida a partir de marcos cronológicos que ofereçam significados importantes para o povo africano, o autor critica a visão eurocêntrica que atrela a história da África ao quadro cronológico europeu e que nega aos africanos o papel de sujeitos históricos. Levando em consideração que nem no continente europeu todos os acontecimentos considerados como importantes para a história do mundo, como a Revolução Industrial e a Revolução Francesa, tem o mesmo significado e nem aconteceu ao mesmo tempo, podemos analisar como muitos desses acontecimentos não se fizeram sentir nos demais continentes. Como exemplo, pode ser citada a Queda da Bastilha, que é o marco da Revolução Francesa em 1789, iniciando a passagem da História Moderna para a Contemporânea e de movimentos revolucionários, uma data muito significativa para a história europeia, de acordo com o autor "não podem servir de marcos específicos para a História da África”. (Ki-Zerbo, p.32). Logo, ao tratarmos da periodização do continente africano, é inadequado atribuí-la os marcos considerados como importantes para história do mundo.
ResponderExcluirO que se tem percebido no estudo da história do continente africano é uma história fundada numa visão eurocêntrica, pautada em datas desprovidas de sentido e significado, uma vez que desconsideram as especificidades de cada região do continente.
ResponderExcluirJoseph Ki-Zerbo vem apontar, a impossibilidade de haver um quadro cronológico único para a história da África. Relativiza a história em datas, mostrando que tais datas não podem servir de referência para o continente como um todo. Para o autor a Conferência de Berlim, ocorrida em 1885, é o marco para a contemporaneidade da África, uma vez que as divisões feitas pelas potências europeias no continente trouxeram enormes mudanças na sua dinâmica interna. Sendo assim, não existe um quadro cronológico que dê conta de todo o continente, uma vez que as regiões estão marcadas por condições particulares, dessa forma o ano de 1789 que tem como marco a Revolução Francesa e a queda da Bastilha não tem simbologia para a África.
Telkia da Cunha Dias Magalhães
No que diz respeito aos quadros cronológicos da história da África, há uma discussão em torno dessa questão, pois tudo depende das particularidades históricas de cada região, e ao tratar da periodização do continente africano o autor Josesph Ki-Zerbo, em sua obra intitulada “ História da África I”, problematiza as divisões estabelecidas por fatos históricos da história do Brasil, mostrando que estas não exercem influência direta na história desses povos, portanto não deveriam ser utilizadas como referência. Dentre os vários exemplos, o autor cita a Queda da Bastilha em 1789, símbolo da Revolução Francesa, utilizado pela historiografia ocidental, como marco do início da Idade Moderna, porém, não deve ser visto como início da Idade Contemporânea africana, pois esta não tem o mesmo sentido condizente à realidade da história do continente.
ResponderExcluirDesta forma, com base na leitura dos textos e nas discussões feitas em sala, o fato que marcou a Idade Contemporânea africana foi a Conferência de Berlim (1885-1885), culminando na divisão de grande parte do território africano pelas potências europeias o que acabou por “desencadear uma série de consequências que se fazem sentir até os dias atuais.” ( HERNANDEZ,p.45).
Contudo, apesar do autor considerar o fato supracitado como um ponto de referência para se estabelecer um marco da Idade Contemporânea africana, o mesmo deixa claro que a historia africana não deve ser pensada de forma homogênea generalizando os acontecimentos, pois cada região se desenvolveu de forma diferente.
Aluna: Laiane Santana de Oliveira
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirDe acordo aos estudos do historiador Joseph Ki-Zerbo, as datas que marcam o início da história contemporânea “por muito que sejam significativas para a história universal”(KI-ZERBO, 2009), não podem ser atribuídas a história contemporânea do continente africano. Isso porque, a contemporaneidade da África não começa a partir da Queda da Bastilha, e sim, a partir da Conferência de Berlim, marco que marca a divisão do território africano pelas potências europeias.
ResponderExcluirDesse modo, levar em consideração certos movimentos e revoluções a citar, a Revolução Francesa (1789), que marca o fim da História Moderna e o início da Historia Contemporânea europeia, para definir marcos da trajetória (história) do continente africano é tentar extirpar e inferiorizar a história desse povo. Porém, reitero, que assim como a Europa, a África, também tem sua historicidade e de forma nenhuma deve ser vista e analisada de maneira homogênea, muito menos sob uma ótica eurocêntrica.
Desse modo, não é pertinente levar em consideração a periodização do continente europeu para definir a cronologia do continente africano. Pois, cada continente têm suas peculiaridades, seus ritmos e marcos históricos que certamente marcam a história do lugar e, consequentemente a história do seu povo. Estudar a história da África é repensar a história dos próprios povos africanos e não alinhá-la ou tentar compreendê-la de acordo aos enquadramentos europeus.
Lenilda Silva Souza
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirIronaide Santana
ResponderExcluirA queda da Bastilha em 1789 apontada pela historiografia eurocêntrica como marco para o início da história contemporânea, não pode ser considerada como o início da idade contemporânea africana. Segundo KI-ZERBO (2009) as datas da Magna Carta da Revolução Francesa apesar da sua importância para a história universal, não pode servir como marco específico para a história da África. Para o autor é preciso atentar para situações especificas ocorridas em cada região, porque nem todas entram com o mesmo ritmo em um determinado período histórico. De acordo com KI-Zerbo (2009) o mais justo consistiria em “estabelecer divisões de base que englobem as grandes épocas históricas dominadas pelo mesmo complexo de fenômenos”, observando as situações e condições políticas históricas particulares a cada região no decorrer do período analisado.
A conferência de Berlim apontada como um momento capital na história da África para ki-ZERBO (2009) não dar conta de garantir a originalidade das questões políticas e culturais que são particulares a cada país. A interferência incoerente da Conferência de Berlim na divisão do continente negligenciou as especificidades culturais, religiosas e lingüísticas pertinente a cada localidade. Por essa razão não pode garantir a ordenação de uma história africana.
Em sua obra História da África Negra I, Kizerbo apresenta uma periodização que foi feita seguindo o modelo eurocêntrico. Para ele esse é um modelo inadmissível ao continente africano, pois, nega completamente aos africanos o papel de sujeitos históricos em seu continente.
ResponderExcluirO autor, ainda faz uma critica aos historiadores que tentaram definir esse quadro cronológico a partir dos grandes acontecimentos do continente Europeu. Ele ainda vem chamando a atenção dos novos historiadores para a necessidade de atentar as especificidades tanto politica quanto sociais que existe no continente africano. De acordo com estudos KIzerbo analisa que as regiões do continente africano sofreu diversas transformações e que estas aconteceram de formas distintas umas das outras. Sendo assim não devemos ver esses acontecimentos de maneira homogênea e sim heterogênea, pois como se sabe o continente é constituídos por diversos povos, idiomas e principalmente por diversas culturas, ele ainda conclui que o tempo de duração desses acontecimentos variavam de acordo com cada região, ou seja , podendo ser curto ou longo.
Em sua obra KIzerbo, afirma que a História Contemporânea africana não começa com a queda da Bastilha, pois, esta foi uma visão eurocêntrica bastante equivocada. Para ele a Historia Contemporânea africana só realmente aconteceu após a conferencia de Berlim em 1885, quando as grandes potencias passaram a demarcar os territórios africano.
Portanto, Kizerbo afirma que não devemos avaliar os acontecimentos de uma nação e igualar a outras, mesmo porque a história de uma nação não deve servir de marco específicos para a outra. Como no caso da África, o autor ainda concluir que devemos reconstruir a história do continente africano levando em consideração as culturas e as experiências dos próprios africanos.
A queda da Bastilha ocorrida na França sendo um marco para a determinação da contemporaneidade europeia, não deve ser considerada como ponto para a África também já que esse continente vivia outras circunstancias, e principalmente deve ser construída sua própria história. Os séculos XIX e XX na África, foram entre todos os outros de exploração, os mais conturbados, já que sofreu o maior número de invasões. Joseph Ki-Zerbo em seu livro História da África Negra, volume I, vem na defesa do inicio da contemporaneidade africana no momento em que a África é invadida em seu processo de “roedura” como afirma o próprio autor. No entanto, a história contemporânea africana passa por um grande destaque no pós invasão europeia já que os africanos se mostram capacitados de agirem na defesa de seus territórios e expulsarem os invasores. Na questão de denominação do período de inicio de África contemporânea, é questionável a importância tanto da Conferência de Berlim, quanto o momento de independência. Além disso, é por volta da década de 30 do século XX que surge a ideia de nação, de estado e de independência, sobretudo durante a segunda guerra mundial, podendo também ser considerada como ponto importante, como defende muitos historiadores, afirmando também que a Conferencia de Berlim pode nao ser a melhor definição para a Contemporaneidade africana.
ResponderExcluirAltieres Costa
Os marcos cronológicos da História oficial tem sido definidos a partir dos grandes acontecimentos europeus. Com isso, muitos historiadores tentam definir os quadros cronológicos da África através de tais marcos.
ResponderExcluirEntretanto, pensar a periodização do continente africano é pensar algo peculiar ao mesmo. Isso porque, os quadros cronológicos europeus apontados não contem o mesmo significado para a África. Como exemplo, cita a Queda da Bastilha que é o marco da Revolução Francesa e que, representa a passagem da História Moderna para a História Contemporânea enquanto história da Europa. Esse marco, pouco fala ou representa os pontos da história da África. Nesse caso, é preciso atentar para as especificidades da África, levando em conta que o mesmo possui sua própria história e deve ser estudada segundo os acontecimentos históricos do mesmo.
Nesse sentido, é possível perceber que o continente é heterogêneo, com vários povos, idiomas e culturas. E que assim como os outros continentes os acontecimentos históricos não aconteceram no mesmo tempo e no mesmo ritmo.
A história que nos é apresentada quase sempre está organizada numa sucessão de diferentes períodos cronológicos, dispostos tradicional e impropriamente. A divisão em idades Antiga, Média, Moderna e Contemporânea implica uma visão eurocentrista e progressista, pois procura mostrar um padrão de desenvolvimento histórico do qual a sociedade europeia ocidental seria o apogeu. Percebe-se, então, que estes marcos tornaram-se limitados, pois não contemplam outras áreas, mesmo europeias, para as quais, a Queda da Bastilha, por exemplo, pouco ou nada significou. Nessa perspectiva, não se pode considerar que o início da Idade Contemporânea seja válido para o continente africano onde seus impactos não foram sentidos.
ResponderExcluirMuitos estudiosos se bateram contra essa divisão herdada de uma forma de contar a história mundial em função da civilização europeia ocidental. Foi assim que a história da África passou a ser repensada e periodizada de diferentes maneiras, cada uma delas explicitando pontos de vista, intencionalidades políticas e sociais. Com base na periodização mais convencional, a História Contemporânea compreende os séculos XIX, XX e XXI, divide-se em período da Descolonização e África pós-colonial e é precedida da Pré-História (do início da humanização ao século XII), História da África Pré-Colonial (do século XIII ao XV) e História da África Colonial (século XV ao XIX).
Por outro lado, novos historiadores africanistas deram sua contribuição levando em conta a própria experiência do continente e a sua diversidade regional e grupal no tempo e no espaço. Assim, Carlos Moore dividiu a história da África em seis marcos cronológicos, dentre os quais o Período Contemporâneo começa em 1960, com as independências políticas, já a Antiguidade foi dividida em Antiguidade Próxima (10.000 a. C. até 5.000 a. C.), Antiguidade Clássica (5.000 a. C. até 200 d. C.), Antiguidade Neo-clássica (200 a. C. até 1.500 d. C.) e seguida do Período Ressurgente (1.500 a 1.870) e Período Colonial (1.870 a 1.960).
Segundo o historiador Ki-Zerbo, evidenciando em sua obra “História da África Negra I” é errado traçar a periodização da África, levando em consideração os marcos cronológicos da Europa, já que este não tem a mesma importância para os africanos. De acordo ao que foi estudado podemos associar o tempo da África contemporânea a Conferencia de Berlim, que tinha como um dos objetivos, dividir o território africano. Portanto, tomar os marcos históricos dos europeus como sendo dos africanos não faz o menor sentido, pois, isso seria viver a memória de outra gente, sem falar que estaria associando a história africana a vontade do europeu. Ki-Zerbo, evidencia que o quadro cronológico depende necessariamente da região em questão, ou seja, não exclui a divisão do continente a partir de marcos cronológico, mas afirma que estes devem ter significados para o povo africano. A áfrica tem uma historia heterogênea, diferente do que muitos expressam.
ResponderExcluirAluna: Liliane Lima da Silva
Ki - Zerbo, em sua obra intitulada História da África Negra I, faz uma crítica a respeito da periodização atribuída a história do continente africano que tem como referência os grandes eventos ocorridos no continente europeu.
ResponderExcluirNessa perspectiva, os marcos na história universal e eurocêntrica não podem servir de parâmetro ou contemplar cronologicamente a história da África, tendo em vista que muitos desses eventos se quer exerceram qualquer influência em muitos países. É necessário levar em consideração cada região e suas especifidades, sendo assim as datas não possui o mesmo significado para cada uma delas, pois cada região possui sua história e seu ritmo na evolução.
2. O autor KI-ZERBO afirma que o período contemporâneo da história da África teve início com a Conferência de Berlim quando as potências europeias dividiram o continente africano entre si. Para tanto, ele ratifica que ao estudar a história da África deve ser levado em consideração cada região. Considerando o ano de 1789 que tem como marco a Revolução Francesa e a Queda da Bastilha não tem nenhuma representatividade para o continente africano. Portanto, pode constatar que não existe om quadro cronológico abrangente, uma vez que as regiões estão marcadas por especialidades e condições particulares. A Conferência de Berlim compreende-se um momento apenas “capital” na história da África em lugares e aspectos específicos.
ResponderExcluirDiscente: Ana Nery Oliveira Brito
Problematizando a periodização da história da África, Joseph Ki-Zerbo em seu livro História da África Negra, volume I, defende que a história do continente deve ser dividida a partir de marcos cronológicos que apresentem significados importantes para o povo africano. Desse modo ele critica a visão eurocêntrica, que traz a história da África com o mesmo quadro cronológico da Europa, pois, se nem no continente europeu todos os acontecimentos considerados importantes para a história do mundo, como a Revolução Industrial e a Revolução Francesa, aconteceram ao mesmo tempo ou tem o mesmo significado, podemos concluir que muitos desses acontecimentos não exerceram tamanha relevância em outros continentes.
ResponderExcluirPortanto, a Queda da Bastilha que é tradicionalmente apontada como o marco para o início da história contemporânea do Continente Africano, apenas demonstra mais uma visão eurocêntrica que desconsidera as particularidades de cada região, deturpando suas vivências. Através da leitura do texto de Ki-Zerbo, podemos concluir que o marco inicial para a história contemporânea do continente africano é a Conferencia de Berlim (1884-1885), que marcou a divisão do território africano pelas potencias europeias.
É importante estarmos sempre atentos às particularidades de cada continente, e mais ainda, de cada região. A África tem sua história, uma história que emana de várias histórias das diversas nações que já povoaram seu imenso terreno. E é desse modo que ele deve ser analisado, como um continente heterogêneo, plural na sua cultura e no seu idioma, que não precisa de eventos estrangeiros para dividir os seus próprios períodos.
Discente: Daiany Carneiro