domingo, 28 de abril de 2013

PARA OS DISCENTES DO V SEMESTRE, ALAGOINHAS, CAMPUS II – AULA 02:

Quantas e quais são as possibilidades de representar o continente africano a partir do senso comum que permeia a maior parte da população brasileira? Como o continente africano é retratado nos filmes da indústria cinematográfica hollywoodiana, revistas em quadrinhos e mídias de modo geral?

8 comentários:

  1. De acordo com o autor Ivaldo Marciano de França Lima, pode ser observado que a indústria do cinema hollywoodiano, assim como os jornais, as revistas em quadrinhos e outros meios de mídia, trazem uma visão do continente africano que é a de um lugar primitivo, no qual a fome, a miséria e as doenças são os elementos que compõe o seu cenário. É notório que a questão política também está inserida nesse contexto pois a África é retratada como um local sem capacidade de auto-gestão. Vale ressaltar a imagem negativa transmitida pelos noticiários que, na maioria das vezes, mostram as guerras que ocorrem no continente africano como se houvesse apenas conflitos e não existissem aspectos positivos para serem pontuados nestes jornais. Essas representações acerca da África fez com que grande parte da população brasileira enxergasse o continente como um "país", habitado por povos selvagens e negros e que eram divididos em tribos, ou seja, não havia uma pluralidade mas uma singularidade na maneira de ver a África, que é definido como um espaço homogêneo desprovido das suas riquezas e diversidades.
    Apesar da maioria da população brasileira ter formado essa ideia a partir das informações transmitidas pelo cinema, revistas em quadrinhos, jornais e outros meios de comunicação, é necessário que se faça uma desconstrução da imagem negativa e que se reformule um novo conceito do continente africano,isto é, apresentar a África de forma real, com suas peculiaridades que não são apenas negativas mas também são positivas.

    Érika de Souza Rocha
    Aluna do V Semestre do curso de História da Uneb

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    2. Segundo o autor Ivaldo Marciano as representações que permeiam o senso comum sobre o continente africano levam-nos a acreditar que os africanos são todos negros e pobres, mas que apesar disso são felizes, já que vivem soltos pelas florestas, também com base nessas representações pode-se justificar a miséria que assola este continente, pois são povos incivilizados e que vivem envolvidos em guerras. Nesse sentido, os jornais, as redes de TV, as revistas em quadrinho e as indústrias cinematográficas hollywoodiana têm papel fundamental para a construção e disseminação destas imagens a respeito dos povos deste continente.
      “... filmes hollywoodianos, jornais diários e histórias em quadrinhos, que quase sempre mostram a África como um lugar inviável, selvagem, primitivo, caótico, miserável e permeado pelas guerras.”
      Porém, essas imagens não se sustentam, se nos atentarmos para as informações veiculadas particularmente na coleção da História da África. Dessa forma, fica evidente que não existe uma África, dotada de uma única imagem é impossível ser descrita no singular, pois trata-se de um continente plural, repleto de línguas, povos, paisagens e contextos. Não há nada de universal que possa ser descrito como típico ou comum a todos os povos do continente africano.

      Rosicleide P. de Souza
      Campus II

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  2. Coube de início, aos interessados pela escravização dos povos do continente africano, na intenção de justificarem tal prática, a propagação de leituras sobre este continente e seu povo que sabemos hoje, são absurdamente equivocadas. Nesta desfiguração esteve sempre presente o etnocentrismo europeu. E construindo sobre essa base etnocêntrica, os responsáveis pelas leituras que o senso comum tomou como verdade na atualidade, são os jornais, revistas e as revistas em quadrinhos, tendo na vanguarda a indústria cinematográfica hollywoodiana. As criações de Tarzan e do Fantasma, muito bem aplicadas no artigo do Professor Ivaldo Marciano, que migraram dos quadrinhos para a tela dos cinemas, mostra a áfrica que necessita da intervenção do homem branco como “salvador da pátria”. Assim, durante gerações, esses veículos transmitiram a ideia de que o continente africano é “um lugar”. Neste “lugar” desprovido de civilidade e identidade, moram os negros em suas tribos sempre em guerra uns com os outros, cercados de animais selvagens, florestas misteriosas e impenetráveis. Vitimas de imagens e leituras equivocadas, estão também aqueles que veem uma África mãe de todos os negros a quem se devem certos traços culturais e religiosos que, quando analisados não são encontrados em lugar nenhum do continente. Neste aspecto, o brasileiro atribui a origem do candomblé e a magia negra como sendo trazidas pelos negros escravizados no Brasil. Estas representações também foram responsáveis pela construção dos “mitos científicos” que impediram avanços de trabalhos de pesquisa e do conhecimento mas, que através de uma nova bibliografia, principalmente através da coleção História Geral da África, sob a ótica de um olhar africano, recoloca o continente africano em seu devido lugar.


    Eliezer do Nascimento Gomes
    Aluno do V semestre de História

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  3. Qual a primeira coisa que lhe vem à cabeça quando falamos em África? “fome”, “miséria”, “florestas”, “negros”, “doenças”, “pobreza” e etc. Geralmente ouvimos coisas negativas sobre a África. Como essas ideias chegam até nos? Muitas são as representações negativas sobre o continente africano, de acordo com o autor Ivaldo Marciano de França Lima a maioria delas são construídas com base em estereótipos postulados pelo cinema hollywoodiano, revistas em quadrinhos e jornais diários, além das representações negativas, muitas vezes o continente africano é apresentado por essa mesma mídia, de forma homogênea.
    No geral através desses meios a África é representada como um lugar de fome, miséria, caos, desordem, doenças, selvas; em meio a esse conflituoso cenário aparece o homem branco e intelectualizado que vai salvar todo aquele povo “primitivo” que precisa de alguém para educa-los.
    Essas representações devem ser contextualizadas; são resultados de muitos anos de informações deturbadas que nos chegam através da mídia. Nesse sentido, são muitas as pessoas, mesmos a que possuem nível superior, que detém uma visão estereotipada do continente africano.
    Graças a mais recente historiografia, principalmente aos historiadores da Coleção História Geral da África e ampliação da noção de fonte, novos estudos estão sendo realizados, com eles vários estereótipos têm sido desconstruídos e possuem uma perspectiva de fazer uma analise mais complexa do continente africano. Não que no continente africano não tenha problemas, no entanto resumir a história da África a problemas e caos é deturbar a imagem de um continente rico e diverso.

    Marina Pinto dos Santos
    V semestre de Licenciatura em História – Campus II/ Alagoinhas

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  4. Segundo o texto de Ivaldo Marciano de França Lima "Selvas, povos primitivos, doenças, fome, guerras e caos: a África no cinema, histórias em quadrinhos e nos jornais",há muitas possibilidades de representar negativamente a África, pois lá segundo nosso senso comum, só há guerra, miséria, fome, corrupção. Vemos isso através de revistas em quadrinhos, jornais, e cinema.
    Ivaldo Marciano salienta que quando nós, brasileiros, ouvimos falar sobre a África, pensamos logo que lá é um "país", onde há guerras constantemente, e ainda vivem em "tribos". O que a mídia nos mostra muitas vezes, são imagens de pessoas subnutridas, só "pele" e "osso", com doenças graves, como a aids por exemplo, são praticantes da religião do candomblé, mal sabendo que religião predominante, da maioria do continente africano é o islamismo. Pensamos logo que lá na África só exitem negros, apesar de serem incivilizados, são felizes, pois vivem "livres" nas florestas", nunca pensamos que lá já foi um continente rico, a pobreza, esse caos que vemos, já tornou-se rotina, "coisa normal", os filmes hollywoodianos" possibilita que construamos esses tipos de representação, ficamos aterrorizados só de pensarmos em um dia irmos para lá.
    Ivaldo cita "Tarzan", como meio contribuinte para representações estereotipadas, seja através de seus filmes ou revistas, enxergamos a África com animais perigosos, macacos, soltos na grande floresta, e inúmeras tribos vivendo primitivamente. O homen branco, no caso, Tarzan é sempre visto como herói, forte, sempre disposto a resolver qualquer problema, como se a população fosse incapaz de se proteger. O autor ressalta o quanto, as histórias em quadrinhos, têm importância na vida das pessoas em quase todas as gerações, tanto é que nos jornais sempre há críticas de fatos sociais e culturais por meios de quadrinhos. Ivaldo cita Fantasma (história em quadrinhos) como exemplo, surgiu em 1930 (Lee Falk), fazendo o maior sucesso aqui no Brasil por volta de 1960- 1990, onde há uma verdadeira dinastia, em que o filho mediante o pai assasinado, o substitui, jurando vingança, nos passando a idéia de que o Fantasma nunca morre.
    Portanto, apesar destas representações negativas citadas acima, inferiorizando os negros, e justificando a exploração do continente africano, através de bibliografias recentes, devemos desconstruir , e analisarmos que chegou a hora de ver o "outro lado" da história da África como ela realmente é.

    Sandra Regina
    V semestre de Licenciatura em História- Campus II/Alagoinhas

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  5. OUTRO DIA EM CONVERSA COM UMA COLEGA, ELA DISSE ESTÁ MUITO PREOCUPADA, POIS SEU FILHO ESTAVA DE VIAGEM MARCADA PARA A ÁFRICA. PERGUNTEI QUAL O MOTIVO DA PREOCUPAÇÃO, QUANDO ELA RESPONDEU: "AH, LÁ TEM MUITAS DOENÇAS. NESSE MOMENTO PERCEBI, DE FATO, O QUANTO AS REPRESENTAÇÕES DA ÁFRICA ENQUANTO UM LUGAR ASSOLADO PELA DOENÇAS, PELA MISÉRIA, PELA FOME, DEVASTADO PELO CAOS, PERMEIAM O SENSO COMUM. A ÁFRICA COMO UM LUGAR HABITADO POR POVOS PRIMITIVOS, INCIVILIZADOS.
    LEMBREI DAS AULAS DE HISTÓRIA DA ÁFRICA, DAS DISCUSSÕES SOBRE AS REPRESENTAÇÕES NEGATIVAS RELATIVAS AO CONTINENTE AFRICANO QUE SÃO PRODUZIDAS E DISSEMINADAS ATRAVÉS DE VEÍCULOS MIDIÁTICOS COMO OS FILMES HOLYWOODIANOS, AS REVISTAS EM QUADRINHOS E OS JORNAIS QUE CIRCULAM DIARIAMENTE. DE ACORDO COM O HISTORIADOR IVALDO MARCIANO, ESSAS MÍDIAS CONTRIBUEM, E MUITO, PARA A DISSEMINAÇÃO DE REPRESENTAÇÕES NEGATIVADAS SOBRE A ÁFRICA, SEGUNDO ELE, “[OS] FILMES HOLYWOODIANOS, [OS] JORNAIS DIÁRIOS E [AS] REVISTAS EM QUADRINHOS (...) QUASE SEMPRE MOSTRAM A ÁFRICA COMO UM LUGAR INVIÁVEL, SELVAGEM, PRIMITIVO, CAÓTICO, MISERÁVEL E PERMEADO PELAS GUERRAS." ESSAS REPRESENTAÇÕES, EM MUTO FUNDAMENTARAM, OS MITOS CIENTÍFICOS QUE POR MUITO TEMPO, POR MEIO DE UMA DITA JUSTIFICATIVA CIENTÍFICA, INFERIORIZARAM A HISTÓRIA DOS POVOS AFRICANOS.DISCURSO EUROCÊNTRICO, QUE NO FUNDO SERVIU PARA LEGITIMAR UM PROJETO DE COLONIZAÇÃO DESSES POVOS.
    ENTRETANTO, COM O PROCESSO DE RESIGNIFICAÇÃO PELO QUAL PASSOU A HISTORIOGRAFIA NOS ÚLTIMOS TEMPOS, ALARGANDO A NOÇÃO DE FONTES, AMPLIANDO AS POSSIBILIDADES DE TEMAS E PERMITINDO À HISTÓRIA UM DIÁLOGO MAIS PROFUNDO COM OUTROS CAMPOS DO CONHECIMENTO, FOI POSSÍVEL A ÁFRICA CONTAR UMA OUTRA VERSÃO DA SUA HISTÓRIA. A COLEÇÃO HISTÓRIA GERAL DA ÁFRICA É UM GRANDE EXEMPLO DE UM TRABALHO PIONEIRO E SIGNIFICATIVO, QUE BUSCOU QUESTIONAR, PROBLEMATIZAR E DESCONSTRUIR CONCEITOS, TEORIAS E ESTERIÓTIPOS NEGATIVOS QUE TANTO PERMEARAM A HISTÓRIA DA ÁFRICA.


    MARILIA SOUZA
    V SEMESTRE DE HISTORIA - UNEB (CAMPUS II)

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  6. O autor Ivaldo Marciano de França Lima, realiza um trabalho que tem como objetivo discutir as diversas representações do continente africano a partir de três meios - os filmes hollywoodianos, assim como as revistas em quadrinhos e os jornais, que trazem uma visão do continente africano como um lugar primitivo, no qual a fome, a miséria e as doenças são os elementos que compõe o seu cenário.
    A indústria cinematográfica hollywoodiana quando produzem filmes sobre a África, tenta defini-la ora pela guerra, ora pela fome e a miséria ou pela corrupção generalizada. As revistinhas em quadrinhos normalmente mostra a África como sendo primitiva e habitada por selvagens que não tem capacidade de se autogovernar, já os jornais, de modo geral, só trazem notícias sobre golpes de Estado, graves acidentes ou doenças como a AIDS.
    Logo, é possível afirmar que estas representações da África foram historicamente construídas e é preciso desconstruí-las, pois não se pode colocar o continente africano no lugar de primitivo e atrasado. As representações negativas deste continente foram usadas como estratégia para inferiorizar os negros e na sociedade brasileira é possível perceber que muitos negros ocupam os piores postos de trabalho.
    A partir da mais recente historiografia, principalmente da Coleção História Geral da África e da ampliação da noção de fonte, novos estudos estão sendo realizados, com eles vários estereótipos têm sido desconstruídos, podendo realizar uma analise mais complexa da África que é um continente rico e com diversidades culturais.

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