sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Aula 01 08/07/11. Os mitos científicos (M´Bokolo) e a barragem de mitos (Ki-Zerbo). A importância da interdisciplinaridade para a história da África.

Para os alunos do V semestre do Campus Alagoinhas, e do Campus Santo Antônio de Jesus.
Pede-se que se comente a respeito da categorização "Barragem de Mitos", definida por Joseph Ki-Zerbo para aludir aos diferentes conceitos que em muito dificultam o entendimento da História do continente africano. Ao mesmo tempo, pede-se que se definam as aproximações entre a construção intelectual de M´Bokolo, "Mitos Científicos, e a categorização anteriormente exposta, de Ki-Zerbo. Há aproximações entre as afirmações?
Aproveitando o ensejo, gostaria que comentassem a respeito da interdisciplinaridade para a história da África. No que ela se justifica? Há sentido afirmar que a História da África apresenta inovações para a História enquanto campo científico?
Por favor, identifiquem-se ao comentarem as postagens.

Ivaldo.

7 comentários:

  1. Para Ki-Zerbo alguns mitos sobre a África não tem nenhuma base verídica e urge que seja desmantelada a ‘barragem de mitos’ que se ergueu contra a história dessa civilização. Dentre os mitos apontados pelo autor encontram-se o que diz que ‘a história da África não existe’; ‘ a passividade histórica dos povos africanos’ e ‘ achar que o negro não contribuiu para o movimento universal, apenas recebendo influências externas’, o que M´Bokolo irá chamar de ‘difusionismo’.
    No tocante à história da África deve-se saber que existe história sim e esta está à espera de ser contada e desvendada, se a questão é por acreditarem que não existem fontes, o próprio autor elenca várias possibilidades, inclusive que já estão sendo utilizadas, para dar luz a uma história belíssima que espera para ser respeitada e conhecida por todos, inclusive pelos próprios descentes dela.
    Nesse aspecto a interdisciplinaridade é uma parceira por conceder a possibilidade da união de esforços no sentido tanto de conseguir as provas da existência (arqueologia), quanto no sentido de decifrar achados arqueológicos (lingüística).
    O mito da passividade dos povos não se justifica, pois, africanos também participavam tanto do comércio quanto da escravização dos negros, isso dentro e fora da África. Essa é mais uma questão comercial que envolveu violência e dinheiro do que necessariamente passividade de um dos lados da cadeia.
    Quanto à questão da falta de participação dos povos africanos para o movimento da história e as inovações no campo científico, tanto Ki-Zerbo quanto M´Bokolo concordam que essa é uma questão falha de percepção, pois, a África tem suas inovações em função das dificuldades enfrentadas em solo tão hostil, obrigando tais populações a criarem muitas formas de domar a natureza. Sendo utilizadas essas inovações e contribuições científicas em outras partes do mundo.
    Por: Tania Sonize, V semestre.

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  2. Segundo Josef Ki-Zerboa “barragem de mitos” serve para enganar e dificultar sobre a história do continente africano, demonstrando que este é desprovido de história, não só história, mas de cultura milenar que deixou vários vestígios ao longo dos séculos, por acreditar que a história só é feita através de fontes escritas no qual a África não tinha suas fontes, porém não procede, pois o continente tem sim fontes escritas.
    Ki-Zerbo mostra um campo de possibilidades para o historiador que se interessar sobre a história do continente africano, desde os princípios de seus dias. As fontes escritas, mesmo com todas as dificuldades, estando mal distribuídas , não significam que elas não existam.
    Outras ciências também se destacam em se tratando na história da África, dando um amplo campo para o historiador, como: arqueologia, artes, lingüísticas, história oral e outras que corroboram com os historiadores sobre a história deste continente.
    O historiador M’Bokolo acredita que os “mitos científicos”, foram criados pelos homens da ciência, para desviar a atenção do continente africano, afirmando que não era possível a história ad África, da mesma formar que Ki-Zerbo Havaí discutido antes. Elikia M’Bokolo rebate esse mito que não seria possível uma história africana sem fontes, no qual o autor lista algumas fontes, do mesmo modo que Ki-Zerbo, é com essa breve exposição que posso afirmar que há aproximação entre os autores, quando se comprometem em discutir sobre os “mitos” e “barragem” da história africana e suas fontes.
    É com essas novas tecnologias na utilização das diversas fontes disponíveis para o historiador sobre o continente africano que podemos observar como é grande interdisciplinaridade desse continente e como trouxe diversas informações enquanto ciência.

    Postado por Anne Frank

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  3. O passado do continente africano é repleto de mitos, a esse fenômeno ki-zerbo define como “barragem de mitos”, para ela são tolices, mentiras, que acabam atrapalhando e muito o estudo do passado africano. M’Bokolo chama esse mesmo processo de “mitos científicos” neste caso, são mentiras, só que desse vez criado e amparado pela ciência. Assim para M’Bokolo:
    “O trabalho dos homens de ciência produziu também de maneira mais insidiosa, ao das reconstruções históricas mais refletidas e mais duradouras, estereótipos tanto mais persistentes, pois apareciam aparelhados com todos os emblemas da legitimidade “científica” ou acadêmica, ao mesmo tempo em que confortavam o senso comum”.

    Portanto, ambos Ki-Zerbo e M’Bokolo utilizam dessas expressões, para retratar a mesma situação, os vários conceitos e idéias construídos sobre o continente africano que ao longo do tempo transformaram-se em verdadeiros obstáculos que atrapalharam e ainda atrapalham um estudo mais aprofundado deste.
    Dentre esses mitos científicos esta, a idéia de raça, que desfavoreceu à África e os africanos, na medida em que foi forjada e ilustrada em pleno período negreiro por homens que falavam em nome da “ciência”, com o intuito de legitimar o trafico de escravos. Outro mito que perdurou durante muitos anos é a ideia de que o Egito não pertence ao continente africano e sim a Ásia ocidental.
    Felizmente, o estudo do passado africano através de suas variadas fontes pôde desconstruir muitos dos mitos que perduraram durante muito tempo e que eram inquestionáveis. O método de cruzamento de fontes e a forte interdisciplinaridade presente nos estudos do continente africano se constitui como uma eficaz contribuição da África à ciência e mesmo à consciência historiográfica contemporânea. Justifica-se pela necessidade de estabelecer uma profundidade temporal que só pode ser assegurada pela intervenção simultânea de diversos tipos de fontes, fazendo com que nenhum fato fique isolado.

    Ana Paula de Oliveira, campus V, saj

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  4. De acordo com os debates em sala, acerca da história da África, pode-se perceber que os mitos a respeito da mesma, por muito tempo dificultaram o entendimento sobre esse continente. Até então, acreditava-se que não existiam fontes escritas que comprovasse as sua trajetória. De acordo com KI-ZERBO, durante a colonização, essa história não passava de um mero apêndice, de acrescento á história do país colonizador. Para ele, tornou-se necessário uma tomada de posição acima de qualquer suspeita.
    Pesquisadores africanos e não-africanos, através da nova historiografia entram em cena, a fim de possibilitar uma compreensão mais ampla da história da África. Passou-se a levar em consideração aspectos importantíssimos possíveis de serem estudados para a reconstrução de uma historia vista de baixo, onde se leva em conta fontes, como por exemplo, a geografia, a arqueologia, a tradição oral, a lingüística, a etnologia, dentre outras. O cruzamento dessas fontes é de extrema importância na construção da verdadeira história africana. O jogo interdisciplinar das mesmas, possibilita uma melhor compreensão.
    KI-ZERBO afirma que o primeiro passo para a pesquisa deve partir do principio da análise histórica do continente africano. Levando em conta analise da memória do povo. Pois, para não substituir um mito por outro, é necessário que a verdade histórica, matriz da consciência desalienada e autêntica, seja rigorosamente examinada e fundada sobre provas.
    Já para M’Bokolo, nesse processo de reconstrução da história da África, o historiador, além de trabalhar com a interdisciplinaridade das fontes ,que sugere KI-ZERBO, pode também trabalhar as teorias e paradigmas que por muito tempo, foram considerados como os melhores pilares da literatura histórica dos trabalhos de ciências sociais e sobre o passado mais antigo do continente africano.
    Em suma, KI-ZERBO e M’Bokolo na perspectiva da reconstrução da história da África, nos dar um leque de possibilidades para trabalhar com as fontes existente no continente e escritas sobre ele. Sendo assim, é possível afirmar que a História da África tem um, diferencial e se apresenta como referência no campo de estudos históricos.

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  5. “A barragem dos mitos” evocada por Ki-Zerbo constituiu um dos obstáculos a superar. Para o autor os mitos são reflexos do desconhecimento e acabam por dificultar as pesquisas historiográficas africanas. Assim como para M’Bokolo os “mitos científicos” são construções históricas criadas em detrimento da história da África. Os mitos científicos estavam legitimados pela ciência, desta maneira, confortavam o senso comum.
    Desta maneira observa-se que Ki-Zerbo e M’Bokolo discutem sobre a questão do mito como um obstáculo nas fontes para pesquisas referentes ao Continente africano. Entre os mitos questionados estão os discursos de legitimação do trafico negreiro e a idéia de que o Egito não pertence ao continente africano e sim a Ásia ocidental.
    Tendo sido aceito e reconhecido o valor das fontes orais, todos concordam com o fato de que a variedade extrema das fontes de que o historiador da África pode tirar partido constitui uma possibilidade excepcional, com a condição de serem tratados com os rigores habituais. A diversificação das fontes e o cruzamento destas bem como a utilização de novas tecnologia, constituiu-se em uma grande contribuição a ciência. Muitos mitos foram desconstruídos.

    Vanessa Dias, V Semestre/Campus V Saj

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  6. Segundo Ki-Zerbo, a ‘barragem dos mitos’ se constitui para bloquear a história do continente africano, além disso, o autor ressalta que esta seria um dos obstáculos, o qual deve ser superado. Assim como, Ki- Zerbo, os “mitos científicos” de M’Bokolo seria uma maneira de desviar a atenção do continente africano, afirmando que não era possível a história da África. Para M’Bokolo, o trabalho dos homens de ciência produziu também de maneira mais insidiosa, ao das reconstruções históricas mais refletidas e mais duradouras, estereótipos tanto mais persistentes, pois apareciam aparelhados com todos os emblemas da legitimidade “científica” ou acadêmica, ao mesmo tempo em que confortavam o senso comum.

    As fontes passaram a dominar a historiografia africana, tendo com intuito possibilitar uma compreensão em relação a história da África.
    As fontes orais passam a ser reconhecias e a união destas com os documentos escritos permite a construção verdadeira história africana. Sendo assim, os estudos sobre a história da África contribuíram para desmistificar a idéia de uma África homogênea, atrasada, “selvagem”.

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  7. Tanto Ki-Zerbo quanto M’ Bokolo encaram os mitos enquanto prejudiciais para a história da África por se tratarem de falsidades e que dificultam os estudos históricos. Dentre os mitos podemos destacar a história que aprendemos na educação básica sob a afirmação de que o Egito não faz parte da África, estudando-o sempre de maneia à parte e que a África é dividida em duas parte pelo Saara, de modo à fazer juízo de valor entre os que moram na região sul – sendo considerados atrasados – e na região norte enquanto avançados.
    Através das variadas fontes possíveis para estudar a história da África, busca-se o fim dos mitos, considerando as peculiaridades e complexidades das sociedades africanas, afim de entendê-las e estudá-las de maneira particular e única, de acordo com as possibilidades oferecidas por elas mesmas.

    Alana Teixeira de Sena
    Campus V

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