sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Aula 03 - 26/07/2011 - Os anos 1880: Partilha ou roedura?

Para os discentes do VII semestre do campus II - Alagoinhas:

Tem razão Ki-Zerbo ao propor outro conceito para nomear a Conferência de Berlim? Ou devemos continuar a utilizar o conceito de partilha para nos referirmos à Conferência de Berlim?
Quais os papéis desempenhados pelos missionários e viajantes nestes anos pré conferência de Berlim?

22 comentários:

  1. As inferências de Ki-Zerbo são de suma importância no sentido em que propõe uma reflexão acerca da Conferência de Berlin, cujo objetivo central é entendê-la processualmente. Destarte, o conceito roedura, remete à um lento processo de penetração e pilhagem do continente africano no qual, com a redução e o fim do tráfico transatlântico em meados do século XIX, ganha importância o papel dos missionários com a justificativa de civilizar os selvagens africanos, escondendo ideias de dominação por parte da Europa. Assim, segundo o autor, “a conferência é o grande marco na expansão do processo de ‘roedura’ do continente iniciado por volta de 1430 com a entrada portuguesa na África.” (p. 45) Por fim, considere-se o termo partilha enquanto um apanágio ocidentalizado e não problematizado pela historiografia tradicional.

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  2. A citação da página 45, linha 9 do post acima, que deixa subentendido uma referência à Ki-Zerbo, faz, na realidade, referência ao texto de Leila Hernandez intitulado O Processo de "Roedura" do Continente e a Conferência de Berlim.

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  3. Como afirmou o colega Rafael no comentário acima, o conceito de Roedura de Ki-Zerbo foi utilizado pela pesquisadora Leila Hernandez em seu texto “O Processo de roedura do continente e a conferência de Berlin”. É interessante frisar que, apesar de Hernandes utilizar o conceito roedura e teorizar a partir dele, a autora não explica objetivamente o que seria esse conceito. Porém, podemos entender “Roedura” na perspectiva de Ki-Zerbo, como uma alusão aos ratos, ou seja, estrangeiros que “roeram” a África, isso em oposição à ideia de partilha, palavra que ecoa como um eufemismo em relação a dimensão catastrófica que esse processo representou para o continente africano, onde não foram respeitadas as fronteiras físicas, étnicas e culturais.
    Quanto ao papel dos missionários e exploradores (viajantes), nesse processo de roedura, para Leila Hernandes foi com o desempenho destes grupos que o continente começou a ser efetivamente rasgado (p.53). Vale ressaltar que nessa ação de intervenção na África tivemos também uma reação, que representou resistência e colaboração.

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  4. Certamente colegas... Apesar de Leila Hernandez não definir objetivamente o conceito de Roedura em seu texto, podemos perceber que o capítulo foi traçado a partir dessa ferramenta de análise tomada de empréstimo do africanista Joseph Ki-Zerbo. Em linhas gerais, trata-se do intenso processo histórico de destruição cultural e pilhagem material iniciado com a chegada dos portugueses no século XV, intensificado com o tráfico de escravos nos séculos XVI e XIX, e re-configurado sob um tom nunca visto antes na história da África como foi com o advento do imperialismo nos finais do século XIX e início do XX, período em que praticamente nenhuma fronteira física desse continente ficou imune ao saque de recursos naturais, culturais e humanos perpetrado pelos invasores europeus, ou seja, os ratos.
    No que se refere aos exploradores (missionários, geógrafos, antropólogos etc.), como bem colocado pelos nossos colegas acima, tratou-se dos responsáveis em roer o continente mais ao interior e construir os conhecimentos prévios e necessários para o começo de um projeto de caráter mais destrutivo para o continente africano. No entanto, devemos lembrar que os povos da África resistiram das diversas formas aos ratos invasores, seja com o veneno das estratégias geopolíticas, seja através de suas religiões, e também pelo enfrentamento por meio das guerras.
    Por fim, constatamos que o conceito de Roedura se contrapõe ao de Partilha na medida em que este ignora a existência de danos para o continente africano e aquele traz esta ideia ao centro do debate. Partilha ou Roedura, (Escola colonial X Escola africana), uma dúvida ainda me persegue: será mesmo que a interferência dos africanos, em algum lugar da África, não deu configuração diferente ao projeto traçado pelos europeus (ratos invasores), com suas réguas e compassos, dificultando e minando os planos prévios e unilateralmente formatados? Essa é para refletir caros (as) leitores (as), pois toda história tem brechas e, como bons (boas) leitores (as), cabe a nós identificá-las.

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  5. Como dito antes pelos colegas nos posts acima esse conceito de "roedura" remete ao papel de ratos que os europeus exerceram no continente africano como bem explicado pelo colega Esdras e também ao fato de terem exercido essa conquista do continente através de um processo gradual, pelo que pude entender, um processo de "roedura" pois iniciou-se pelo litoral, ou costa africana, la no fim do século XV e início do XVI pelos portugueses ,e que para Leila Hernandez teve como marco a Conferência de Berlim no fim do século XIX.
    No entanto devemos ter o cuidado ao diferenciar os papéis exercidos pelos missionários e os viajantes nesse processo. Os primeiros, inspirados pelas teorias racistas e pelo Darwinismo Social do século XIX, as quais colocavam o negro como representante do ser incivilizado, e portanto estes missionários iriam à África coma intenção ou o discurso de "Salvar as almas daqueles pobres africanos incivilizados" (o que remete a outro problema ou preconceito também,uma generalização dos povos africanos, um equívoco grotesco, pois sabemos muito bem que a África é um continente heterogêneo, ou seja, cheio de pluralidades, mas essas discussão fica outro colega, ou outro post.)
    Já os viajantes, uma parte deles tinha o objetivo de mapear e ter uma boa noção dos territórios do continente africano,cursos de rios,suas vegetações,posteriormente os recursos minerais, e etc.
    Por fim, dialogando com o post do nosso colega Thiago em que ao final do seu comentário atenta para o fato dos diversos povos do continente africano, pode-se tornar mais clara essa afirmação baseando-se no texto do Boahen. Tal autor fundamenta-se em discursos de alguns líderes de povos do continente como Menelik II da Etiópia e Samori Toure para comprovar que os diferente povos existentes em África procuraram resistir ao domínio europeu de todas as formas, seja ela através do confronto direto, ou da diplomacia e negociação. Para finalizar meu post resumindo um pouco do que foi dito acima e deixar com que meus colegas possam dialogar também com o meu comentário,acho necessário fazer uso de uma célebre frase embora não recordo-me de quem é sua autoria em que diz"Onde há opressão sempre irá haver resistência."

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  6. Apesar de Leila Hernandes não definir o que seria o processo de “roedura”, idéia apropriada do africanista Ki-Zerbo, tanto partilha como “roedura” causou grande desastre cultural, social e político aos povos da África. A invasão e conquista européia a África começou com os portugueses no século XV, intensificou com os missionários, e, logo se consolidou com a partilhar no século XIX. A colaboração dos missionários foi de suma importância para a efetivação da conquista da África. Por intermédio deste foi possível adentrar no interior do continente com a justificativa preconceituosa de “salvar as almas dos selvagens”. Missionários europeus de diferentes nacionalidades passaram a ocupar as terras dos povos interioranos, facilitando posteriormente o processo de partilhar. Logo começou grande disputa entre as potências pela efetivação e exploração da África. Tal corrida resultou na Conferência de Berlim, reunião de potencias imperialista com objetivo de assegurar território na África. A partilhar nada mais foi do que o espólio dos bens naturais, a desestruturação das sociedades africanas, e a destruição de grandes reinos pelos europeus em beneficio próprio. As fronteiras territoriais traçada pela Conferência não levou em consideração as origens étnicas dos africanos. É importante frisar como já comentou alguns colegas, que a conquista da África não se deu de forma passiva, muitos dos povos africanos resistiram à invasão estrangeira européia.

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  7. O historiador Joseph Ki-Zerbo toma uma posição importante sobre essa questão que é trazer a historia do ponto de vista dos africanos. Contudo, apesar dos limites, Leila Hernandez também dá sua contribuição ao propor a tomada do continente africano como um processo,ou seja, a roedura não como a Conferencia de Berlim em si mais como parte do processo de conquista, que foi estabelecido. Sendo assim, percebe-se que Conferencia de Berlim foi uma tentativa de mediação dos conflitos entre as potencias imperialistas, por meio da politica diplomática (através de Bismarck) dos estados nacionais modernos, surgida em meados do século XIX. Obviamente que estava em disputa as riquezas do continente africano. O processo de roedura se deu lentamente primeiro com a chegada dos portugueses à costa Ocidental no século XV; pela ação "civilizadora" dos missionários e via atuação dos viajantes.
    As missões religiosas, tinham como objectivo colocar em pratica a politica de substituição da cultura africana por valores europeus cristãos, de modo a facilitar a dominação. No inicio do século XIX, missionários de diferentes orientações cristãs, ao chegar à Africa, estabeleceram três metas: conversão cultural e religiosas; combate a rituais tendo em vista acabar com a influencia dos chefes locais; e ensinar sobre a ética cristã. Não obstante, os viajantes cumpriam o papel de mapeamento do continente africano, conhecendo o território e suas riquezas naturais para depois explora-las.

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  10. Concordo com Ki-Zerbo, pois o processo de divisão da África ocorreu muito antes da conferência de Berlin. É importante ressaltar também que o processo de roedura não se deu apenas em terras mais em cultura em povos. O continnte africano foi bruscament invadido, muitos negros deportados, reinos destruídos e substituídos. Os missionários tiveram um papel muito importante nesse processo. Foi com desempenho dos mesmo que o continente começou a ser efetivamente rasgado. Os missionários começaram a converter os africanos ao cristianismo, e em 1880 haviam vários postos missionários mas poucos religiosos, que não queriam ficar ali por causas das condições adversas. Os objetivos missionários foram expandindo-se entre 1860 e 1880. Eles usavam os nativos para o cultivo de produtos visando a exportação. Criou-se a obra pela propagação da fé onde foram criados institutos de educação e de formação para evangelizar os africanos.
    Missionários e exploradores vieram de varias nações para explorar o continente africano e cada um visava um objetivo próprio, mas todos tinha pontos comuns em sua busca, entre eles estavam a conversão para o conjunto de valores próprios europeus (inclusive a religião) e a divisão das esferas espiritual e secular, alem de pregarem contra todos os ritos locais.
    No final as missões contribuíram para a abertura do continente, o que deu impulso decisivo à exploração do continente.
    A conferência de Berlim foi na verdade uma tentativa de organizar o processo de exploração e também para beneficiar alguns países no que se refere a livre navegação

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  12. No texto de Leila Hernandez "O processo de Roedura co Continente e a Conferência de Berlim", faz uso do conceito de roedura usado por Ki-Zerbo fazendo alusão a um processo lento de exploração da colonia Africana. mas o que a autora explana é a forma e escoamento dos escravos no século XVI. A invasão dos viajantes atrás de metais preciosos.
    Foi através da diminuição do tráfico negreiro e aumento da expansão europeia que a roedura que ocorria lentamente intensificou-se. refere-se ao conceito de roedura e partilha e conferencia de Berlim deve ser mudado é a mesma coisa que pedir para rever as formas de divisões que ocorreu na África.
    No que tange a questão dos missionários, percebe-se que através dessas missões anti-evangelizadoras de diferentes tipos de religiões juntamente com a procura de metais preciosos foi que ocorreu efetivamente a partilha da África. "o sacerdote propunha a regeneração da África pela África" ( HERNANDEZ, p. 53)ocorreu de forma arbitraria impondo a cultura e os costumes europeus aos 'nativos', dando ao trabalho missionário a função de principal forma de abertura do Continente Africano para invasões europeias.

    Azivonete Francisca Cardoso dos Santos
    VII semestre

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  13. Roedura! Segundo Ki Zerbo o conceito de partilha não define um processo lento de reconhecimento do continente africano. ki zerbo tem razão em propor outro nome para a partilha, pois os missionário e viajantes há tempos já vinham reconhecendo o continente e também o construindo. Eles tiveram papel de “rasgador” (como conceituou Hernandez), roendo aos poucos o território africano.

    Ki zerbo chama atenção para o processo de reconhecimento e penetração do continente africano e marca a conferência como um ponto de partida para um processo chamado por ele de roedura que se iniciava no inicio do século XV, com a participação dos missionários e viajantes. Estes foram os primeiros a dá inicio a um processo de roedura onde mais tarde no século XIX acabara por destruir o continente africano. Esse processo lento e gradual foi arrastado pela África sem considerar as culturas e línguas existentes no território. Mas é importante ressaltar que os africanos não foram passivos a essa “chegada” havia a luta por soberania e a resistência.
    Gilmara Cruz

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  14. De acordo Ki- Zerbo a Conferência de Berlim foi o marco de um processo que ocorria ( processo de roedura), sendo assim, Leila Hernandez que em concordância com o autor afirma que este processo de roedura iniciou-se por volta de 1430, com a presença portuguesa anterior a Conferência.
    Perante esta assertiva da autora é válido referir-se ao papel dos viajantes e missionários neste continente. Segundo Hernandez, para a conquista do território africano os missionários utilizavam do argumento “salvar as almas dos selvagens”, missão de evangelizar os africanos. Logo, remeter-se aos autores Fage e Oliver é válido, visto que, estes afirmam que no século XV a África Ocidental presenciou a colonização de suas ilhas costeiras e há duzentos anos portugueses missionários presenciaram este território, assim como pensar em uma concorrência repentina como afirmam os autores?

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  15. Os missionários e exploradores invadiram a África, o que favoreceu em muito o processo de rasgadura do continente. Eles mapearam alguns territórios, de inicio com interesses nos cereais fornecidos a baixo custo, adiante os metais preciosos e as especiarias e comércio nos. Em seguida chegou cada vez mais europeus a costa africana a procura de suas riquezas inexploradas e de seu povo sedo o comercio de escravos a atividade que mais marcava o continente. O processo de descoberta do continente acelerou ainda mais o processo de roedura e as discussões sobre a partilha da África, marcada pela conferencia de Berlim.

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  16. Segundo Hernandez, não houve uma partilha e sim um processo de “roedura”, que se iniciou com a chegada dos Portugueses na África aproximadamente no século XV e perdurou até o XIX, com a implantação das colônias de exploração e de demarcação territorial.
    Essa invasão europeia aconteceu do litoral africano e espalhou-se por maior parte do continente africano, ressaltando o papel dos missionários que contribuíram para desestabilizar a religião e a cultura daqueles povos. O que não significa dizer que os africanos foram passivos a essa processo de colonização.
    O que culminou na Conferencia de Berlim mecanismo utilizado como forma de exploração das potencias imperialistas para garantir territórios africanos sem a necessidade de guerra.

    Maguerita Tainan Uneb campus II 7 semestre

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  17. Leila Hernandez afirma a existência de dirigentes africanos que renunciaram à sua soberania em troca de proteção, comprometendo-se a não assinar nenhum tratado com outras nações européias.A Conferência de Berlim ocorreu em 15 de novembro de 1884 à 26 de fevereiro de 1885, tendo os países do continente europeus como signatários, cujos principais objetivos eram asseguar as vantagens de livre navegação e livre comércio sobre os dois principais rios africanos, o Níger e o Congo, e outras decisões que favoreciam o interesse dos colonialistas. Tal Conferência para a autora foi o marco do processo de roedura que teria começado ainda no século XVI.

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  18. Certamente. O conceito de roedura proposto por Ki-zerbo nos dá uma melhor dimensão acerca dos propósitos de impérios ultramarinos tão almejados pelos europeus. O que foi a Conferencia de Berlim, se não uma possível tentativa de acordo diplomático entre europeus e eles mesmos, e entre europeus e haussás, iorubanos, bantos, etíopes, ganenses, entre outros, para os senhores imperialistas repartirem o continente e explorá-lo, alimentando a falsa ideia de levar a “civilização” e o desenvolvimento às nações atrasadas em relação ao tempo desses senhores.
    Ora, basta compreender o papel dos viajantes e missionários. O processo de roedura defendido por Ki-Zerbo acontece inicialmente com a entrada dos missionários e viajantes no continente em questão. Os primeiros, segunda Hernandez, a partir de 1830, eram anglicanos, metodotista, batistas e prebisterianos a serviço da Grã-Bretanha, que desenvolveram seus trabalhos em Serra Leoa, na Libéria, na Costa do Ouro e na Nigéria (Hernandez, 2005, p.p.53). Também luteranos, calvinistas e católicos posteriormente aderiram ao processo de “catequizar” e “salvar” as almas daqueles povos “degenerados”, sem lei, sem fé e sem rei. Leila Hernandez destaca ainda que a evangelização fosse cristã, católica ou protestante, tinham três pontos comuns: 1) empreender a conversão dos africanos não apenas ao cristianismo, mas ao conjunto de valores próprios da cultura ocidental européia; 2) ensinar a divisão das esferas espiritual e secular, crença absolutamente oposta á base do variado repertorio cultural africano fundado na unidade vida e religião; e 3) pregação contrária a uma serie de ritos locais, o que minava a influencia dos chefes tradicionais africanos (p.p.54).
    Tais propósitos, porém, não foram pacificamente aceitos pelos povos “degenerados”, haja vista a reação africana a tais práticas, onde, segundo Hernandez, configurava-se tanto pela “desobediência às condenações dos missionários e á fidelidade aos seus ritos de forma aberta ou clandestina como pelo sincretismo, integrando elementos de crenças tradicionais à nova fé”. (p.p. 54). Quanto aos viajantes, esses tinham a função de mapear as riquezas naturais e minerais, bem como as relações entre aqueles povos. Sua formas de luta, política, economia, sua língua, costumes. Enfim, cartografar o “novo mundo” para então dominá-lo. Mas, não só isso, o que verdadeiramente impulsionou a aventurassem pelo desconhecido, principalmente, desde fins do século XVIII e de forma mais intensificada no século XIX, foi a procura por grandes eixos de acesso ao interior, de grande importância para os interesses comerciais, em especial dos ingleses e franceses (Hernandez, 2005, p.p 54).
    Enfim, optar ainda pelo conceito de partilha da África é assumir um pacto com uma historiografia impregnada de eurocentrismo, positivista, etapista e linear, desconsiderando qualquer forma de saber e fazer que não seja europeizante e ocidentalizado.

    Referência
    HERNANDEZ, Leila Leite. A África na sala de aula: visita à historia contemporânea. São Paulo: Selo Negro, 2005, p.p. 45-69.

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  19. Bem, não podemos negar que o termo "roedura" é pertinente, e que as contribuições de Ki-Zerbo representam uma ideia de que a África foi de fato consumida pelos colonizadores. Leila Hernandez se refera a Conferência de Berlim como um marco do processo de "roedura".
    Esse termo remete ao lento processo de penetração, porém os missionários já viam ocupando o continente e explorando seu território e o povo.


    Dagmar Fonseca Leite

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  20. Aula 02 - 07/07/2011 - Problemas de periodização da História da África – quando começa o tempo contemporâneo da África?
    Pode-se afirmar que o tempo contemporâneo do continente africano se inicia no recorte já consagrado, que tem como marco o ano de 1789? Quando começa o tempo contemporâneo em África? Com as independências, nos anos 1960? Com o fim da II Guerra Mundial, quando começam os movimentos pró-emancipação das colônias? Ou com a Conferência de Berlim, que marcou o episódio conhecido como partilha? Com a palavra, vocês...
    RESPOSTA:
    Certamente embasados nos argumentos discutidos em sala de aula, José Ki-Zerbo diz não ser possível, haja vista que os africanos em sua historia, tiveram marcas profundas em virtude de acontecimentos relativos, que contemplaria os eventos mais significativos. A Revolução Francesa foi um processo vivido pelos franceses, em circunstâncias que só eles participaram. Além disso, cada sociedade teve seu tempo, assim como não haveria como se usar uma escala universal na África, se é que ela existe? De forma linear e progressista. Enfim existindo, esta régua seria manipulada pelos evolucionistas que permaneceram? Portanto, na analise de Ki-Zerbo é a partir de 1880 que o continente africano tem contato com o espectro da modernidade, que entrara na contemporaneidade, traduzida em uma Conferência organizada por estrangeiros que iria dividir, não só na sua geografia e cultura, mas posteriormente econômica e socialmente.
    Aula 14 - A África útil e as trocas desiguais.
    O que significa o conceito de África útil? E no que concernem as trocas desiguais?

    Resposta: A pergunta que me vem à cabeça, o principio é útil para quem? O texto de Adriano Moreira discorre a partir do discurso das potências ocidentais, que durante a Guerra Fria já mantinha relações comerciais desiguais inclusive da socialista URSS, em que se trocavam grandes quantidades de matérias-primas por pífias quantidades de produtos industrializados, e mais de armas que abasteciam grupos guerrilheiros de varias partes do continente. Entretanto o fim da Guerra Fria não acabou com esse sistema exploratório, as antigas relações permaneceram e intensificaram, devido à crescente dependência, dando o mesmo impulso aos conflitos étnicos e políticos (corrupção). No entanto devido às “pressões internacionais” para que ajuda humanitária, as potencias capitalista tem usado esse argumento para interferir politicamente, ou seja, tem condicionado a ajuda a reformas na estrutura do estado, e a instalação de “democracias”: o pluripartidarismo e as eleições. Isso vem incorrendo em outro problema que é a criação de partidos fictícios e aumento da corrupção. Por isso enquanto a África estiver submetida a essa condição ela será útil, para os Europeus.

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