sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Aula 03 - 30/07/2011 - Fontes e técnicas específicas para a História da África. Afinal de contas, existe, ou não, história da África?

Para os discentes do V Semestre do Campus II - Alagoinhas, e do Campus V - Santo Antônio de Jesus:

Pede-se para comentar a respeito das fontes, se elas existem e quais são, para a História da África. E quais são as técnicas específicas utilizadas pelos historiadores e historiadoras que buscam entender o passado deste continente? Afinal de contas, a África tem História mesmo? Tem fontes escritas? Hegel não tinha razão?

16 comentários:

  1. Nos argumentos do autor Joseph Ki-Zerbo se percebe que de fato a África tem História, a verdadeira história da África vai muito além das construções européias em cima do continente africano. Ele destaca a importância das fontes escritas juntamente com a tradição oral.

    O autor OBENGA, T. ressalta que atualmente a existência de fontes utilizadas na compreensão da historia da África perpassa por meio da geologia e paleontologia, pré-história e arqueologia, paleobotânica, palinologia, medidas de radiatividade de isótopos capazes de fornecer dados cronológicos absolutos, geografia física, observação e analise etno-sociológicas, tradição oral, lingüística histórica ou comparada, documentos escritos europeus, árabes, hindus e chineses, documentos econômicos ou demográficos que podem ser processados eletronicamente.

    Sendo destacadas as possibilidades acima percebe-se a verdadeira importância no cruzamento das fontes para a construção da verdadeira história africana, a variedades de fontes apresentadas pelo autor Obenga, denota que o jogo interdisciplinar das informações podem facilitar na leituras das fontes. As ciências exatas têm trazidos para o historiador possibilidades significativas nessas investigações.

    ATT; Edite Lopes.
    V Semestre, Campus II- Alagoinhas.

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  2. Tendo como base algumas leituras feitas em sala sabe-se que a África tem História, além de possuírem fontes orais e documentos escritos (sua utilização é mais difícil porque os documentos se encontram espalhados em diversas partes do mundo, além de muitos ainda não terem sido traduzidos). Um dos métodos utilizados pelos historiadores para a construção dessa história é a arqueologia, responsável por mostrar nos dias atuais que existem grandes possibilidades do continente africano ter sido o berço da humanidade. A reconstrução da história da África é difícil porque para cada região é utilizado um método e técnica diferente.
    Daiane Santos de Souza
    V semestre

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  3. 3- Contrariando a visão racista e preconceituosa de Hegel em relação ao continente africano, Ki-Zerbo aponta que diversas são as fontes possíveis de nos apresentar a história do continente africano, embora essa reescrita da história africana necessite de investimento de órgãos públicos no patrocínio de pesquisas, no sentido de ampliar o nosso conhecimento sobre a África.
    Ki-Zerbo aponta que diversas são as fontes disponíveis para nos orientar na compreensão e tradução da história africana. Eles expõem que as fontes escritas são poucas, o que causa a negativa sobre a história do continente africano, porém elas existem e podem ser utilizadas juntamente com outras fontes e técnicas que o autor nos apresenta como sendo: a cronologia, a tradição oral, a arqueologia, a linguística, a etnologia e a antropologia cultural, a arte, outras ciências tais como (a etnobotânica, a etonozoologia e a paleobotânica), a Antropologia física, os quadros geográficos e os quadros cronológicos. Enfim todas essas técnicas bem utilizadas já estar nos ajudando a reescrevera à história do continente africano e a mostrar que a África tem movimento sim.
    Por Renata Aguiar

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  4. Por muito tempo as aquisições que possibilitavam o estudo sobre a história da África não foram levados em consideração, como por exemplo, a utilização da crítica histórica, e o espírito histórico. Os poucos documentos escritos existentes quando não escritos por estrangeiros estão alocados de maneira dispersa, e isso dificulta bastante o trabalho do historiador, sem mencionar a dificuldade de tradução.
    Para estudar sobre a África, o historiador tem que estabelecer suas fontes e procedimentos técnicos, após estabelecidas as fontes o historiador deve-se apropriar-se delas sem deixar de ser historiador.
    Essa necessidade é vigente, já que existem diversas fontes utilizadas particularmente para o estudo da história africana: a paleontologia, palinologia, medidas de isótopos, geografia física, observação e análise etno-sociológicas, tradição oral, lingüística histórica ou comparada, documentos escritos europeus, árabes, hindus e chineses, documentos econômicos ou demográficos.
    Com essa ampla gama de possibilidades é de fundamental importância que o historiador não se distancie das suas características particulares. Porém, está sendo desconstruindo a identidade de “ciências auxiliares”, pois durante o processo da pesquisa elas tornam-se cada vez mais influentes.

    Larissa Costa do Nascimento V Semestre DEDC Campus II

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  5. Durante muito tempo a África foi vista enquanto um continente sem História, visto que esta disciplina estava sob a égide dos documentos escritos e devido ao pensamento cristalizado sobre as variadas comunidades que compõem o continente africano enquanto ágrafas.
    Com a independência de grande parte dos territórios africanos, houve uma busca por parte dos historiadores nativos, libertar também a História da África, escrevê-la à partir das demandas internas do continente. Neste sentido, buscou-se o auxílio de técnicas, em princípio alternativas, e o diálogo com outras áreas para a construção do conhecimento histórico.
    Este diálogo estabelecido entre a História e outras disciplinas, como a arqueologia, a paleobotânica, as ciências da terra, entre outras, têm revelado aspectos muito importantes, peculiaridades da História do continente africano e de seus habitantes, bem como demonstrado que as fontes para o estudo da África constituem um campo vasto e diversificado.

    Silvana Andrade - V semestre, DCH -Campus V

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  6. Como bem aponta o texto e não é novidade pra nenhum de nós, os historiadores ocidentais durante muito tempo mantiveram os africanos fora dos seus campos de estudo. A história em si, baseava-se e era a Europa. Entre os pesquisadores reinava a crença de que a África se quer tinha história, devido a ausência de textos e de uma arqueologia monumental.
    Com o advento da era pós-colonial e incentivados por uma necessidade de buscar conhecer e compreender, esse continente, os pesquisadores fundaram definitivamente a historia africana e com isso setores imensos de documentação foram revelados, permitindo aos pesquisadores formularem novas questões. Revelou-se uma história que cada vez mais se diversifica, construindo diferentes formas.
    Hoje muito ao contrario do que acreditava-se no passado, sabemos que a história da África possui, sim, fontes e estas existem em uma variedade extraordinária. São elas; a geologia e paleontologia, pré-história e arqueologia, paleobotânica, palinologia, geografia física, observação e analise etno-sociológicas, tradição oral, lingüística histórica ou comparada, documentos escritos europeus, hindus, árabes e chineses, documentos econômicos ou demográficos que podem ser processados eletronicamente, portanto um conhecimento interdisciplinar. O cruzamento de fontes e a integração global dos métodos transformaram-se em uma eficaz contribuição da África para a ciência e ate mesmo à consciência historiográfica contemporânea.
    Portanto para um estudo eficaz do passado africano buscou-se fontes e técnicas especificas extraídas das ciências matemáticas, da física dos átomos, da geologia, das ciências naturais, das ciências humanas e sociais. Porem, segundo o autor, o fato metodológico mais decisivo desses últimos anos foi a intervenção das ciências físicas modernas no estudo desse passado.
    “As velhas idéias estereotipadas, que colocavam a África praticamente à margem [...] estão agora completamente modificadas. Os fatos, postos em evidencia através de varias fontes e métodos – desde a paleontologia humana até a física nuclear – mostram claramente, ao contrario, toda a profundidade da história africana, cujas origens se confundem precisamente com as próprias origens da humanidade”.

    Em fim o estudo do texto deixa claro que, além de ter história, a África apresenta aos pesquisadores uma enorme variedade de fontes, incluindo as escritas, que neste caso apresentam-se nos manuscritos árabes, e nos estudos da escrita egípcia, através dos numerosos e variados textos do Egito antigo (estelas funerárias, inscrições monumentais, atas administrativas, hinos religiosos, obras filosóficas, tratados de medicina e matemática, composições literárias que são os romances, contos e fábulas) tudo isso sendo possível através da arqueologia lingüística.

    Ana Paula de Oliveira, campus V, saj

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  7. O que me parece observável no caso da negação de uma história da África é o fato de pensarmos a possibilidade dessa história sempre numa perspectiva ocidentalizada, sem levar em consideração que o Continente africano tem lá suas especificidades, que necessariamente, não precisava e nem precisa se pensar a partir de uma episteme eurocêntrica.
    Embora, não necessitasse se pensar eurocentricamente para ter historia, a variedade de fontes das quais se dispõe para o estudo da história da África, me induz a pensar que essa tenha uma necessidade maior que o resto do mundo de provar que tem história. Basta considerarmos todo o aparato de técnicas cientificas da qual o historiador de África precisa se valer para ter suas premissas aceitas e validadas. No meio de todo esse aparato me parece que os únicos comuns à historiografia em âmbito geral tem sido: a linguística, a paleontologia, e a arqueologia. A maior parte dos outros citados pelo T. Obenga, são em sua maioria, se não todos, especificamente utilizados pelos historiadores e historiadores de África.
    A geologia paleontóloga, a paleobotânica, palinologia, medidas de radiatividade de isótopos, geografia física. são todos campos do conhecimento dos quais o historiador de África buscou transformar em fontes para “reconstituir” parte do passado africano, que tem sido por muitos revisitado e resinificado, uma vez que a ‘tradição” (historiografia) ocidental tratou de negligenciar a possibilidade de uma história da África sob a justificativa de falta de fontes; o que por sua vez já tem sido questionado pelos próprios historiadores de África à medida que se utilizam de fontes escritas como: documentos escritos europeus, árabes, hindus e Chineses, documentos econômicos ou demográficos, além de observações e analises etino-sociológicas, essas, (utilizadas como fontes para pensar outros contextos em outras partes do mundo), tradição oral, linguística histórica ou comparada.
    Logo, para além do todo o esforço na utilização de novas técnicas, podemos dizer que Hegel de fato cometeu um equivoco, e, creio que o historiador de África pode ir ainda mais longe para afirmar que fazer história de África é muito diferente de fazer o mesmo em Europa ou América por exemplo e não nos cabe nesse momento entrar nas discursões sobre os estudos de egiptologia ai revelados enquanto fonte primordial para se pensar a história do continente, a sorologia outra técnica que aponta para uma infinidade de relações sanguíneas a serrem transformadas em fontes e principalmente o uso da tradição oral que vem ganhando respeitabilidade em diferentes perspectivas historiográficas.
    Por fim, me parece, que embora por muito tempo negligenciado o passado africano ressurge com um vigor muito forte e porque não dizer audacioso, pronto para apontar para o resto do mundo novas perspectivas de se fazer historia, com a redefinição das chamadas ciências auxiliares e um questionamento ferrenho à forma pela qual até o presente momento se estabeleceu as relações entre o continente europeu e o resto do mundo. Me parece que os historiadores de África, assim como a filosofia e a literatura daquele continente estão dispostos a dizer que existem outras formas de se pensar e conceber o mundo.

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  8. Segundo análise do capítulo IV da Obra “História Geral da África”, T.Obenga assinala a existência de fontes variadas da história africana, embora exista em algumas regiões da África certa escassez de fontes escritas, não devendo assim serem as outras fontes desconsideradas.
    A exemplo da geologia, paleontologia, arqueologia, palinologia que são outras áreas da ciência da qual pode o historiador utilizar no referente ás fontes.
    Defende então o autor, que sem escrita não quer dizer sem história, como afirmam os historiadores africanos que a História pode ser traduzida de outras formas que não seja necessariamente a escrita.
    Em contrapartida o historiador Joseph Ki – Zerbo na Introdução Geral da Obra “História Geral da África” ao colocar como principais três fontes que são: os documentos escritos, a arqueologia e a tradição oral, as definem como fontes de difícil manuseio, embora defende que não se deve colocá-los em postura hierárquica, sendo que cada uma possui suas especificidades sendo de responsabilidade do historiador saber utilizá-los.
    No referente aos documentos escritos salienta a existência de uma boa parte ainda inexplorada, já a história oral vinculando-se à música possibilita enriquecimento e originalidade dessa fonte para a história do povo africano

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  9. O autor Obenga traz em seu texto “ Fontes e técnicas específicas da história da África Panorama Geral”, que durante muito tempo os povos africanos estiveram fora do campo dos historiadores ocidentais, para quem a Europa era em si mesma, toda a história. O que estava subjacente e não se manifestava claramente, era a crença persistente na inexistência de uma história na África, dada a ausência de textos e de uma arqueologia monumental. Portanto, parece claro que o primeiro trabalho histórico se confunde com o estabelecimento de fontes. Essa tarefa esta ligada a um problema teórico essencial, ao exame dos procedimentos técnicos do trabalho histórico.
    De acordo com o autor nos últimos quinze anos produziu-se uma profunda transformação dos instrumentos de trabalho, admite-se a diversificação da história ,uma variedade de fontes como a geologia e paleontologia, pré-história e arqueologia, paleobotânica, palinologia, geografia física, observação e analise etno-sociológicas, tradição oral, lingüística histórica ou comparada, documentos escritos europeus, hindus, árabes e chineses, documentos econômicos ou demográficos que podem ser processados eletronicamente. Desta maneira a variedade de fontes da história africana apresenta-se extraordinária.
    A utilização cruzada dessas fontes aparece como uma inovação qualitativa. Uma certa profundidade temporal só pode ser assegurado pela intervenção simultânea de diversos tipos de fontes, pois um fato isolado permanece, por assim dizer, á margem do movimento em conjunto. A integração global dos métodos e o cruzamento das fontes constituem desde já uma eficaz contribuição da África á ciência e mesmo á consciência historiográfica contemporânea.

    Vanessa Dias, Campus V

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  10. O continete africano constrói sua narrativa histórica, tendo como base as fontes orais. Fontes essas que não são legitimadas como tais, pelos europeis que afirmava, que o continente africano não teria história por não obter a escrita com sua principal fonte.Segundo OBEBGA no texto sobre as fontes e técnicas específicas desse continente discorre sobre a utilização de diversas fontes como; a geologia paleontologia, arqueologia, palinologia a radioatividade, para obtenção dados cronológicos precisos para a contrução da análise das questão etno e social, interagindo com a tradição oral do continente africano. Sendo que essa interação das fontes proporciona para a concepção de ciência,e da conciênica da historiografia desse continente
    Izabel da Cruz-Campus V

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  11. Essa pergunta move toda construção da historiografia africana. A resposta pode ser dada conforme o posicionamento teórico do historiador. Ou seja, tudo depende da compreensão que o historiador tem da História e de seus métodos. Se esse historiador pensa que História só se faz com documentos, sobretudo os documentos oficiais do Estado, conseqüentemente vai continuar afirmando, tal como o Hegel, que a História da África começou depois que os colonizadores europeus desembarcaram na costa africana lá no século XV. Agora, se esse historiador compreender que o fazer historiográfico pode se aproximar de um diálogo multidisciplinar, com certeza ele vai encontrar novas fontes e novos objetos na perspectiva da pesquisa em África, especialmente fazer uma relação como as seguintes áreas: Arqueologia, Sociologia, Antropologia, Lingüística e a Ciência Política.
    Lucas Aguiar - UNEB, campus V (SAJ)

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  12. Partindo do pressuposto de que o documento escrito exerce significativa influência para a história, a ausência de textos e de uma arqueologia monumental, por muito tempo negligenciou o estudo de uma história da África.
    Vinculada à era pós-colonial e à necessidade de compreender e conhecer, os pesquisadores criaram a história africana. Entretanto, quanto mais esta se faz conhecida, maior a ocorrência de modificações dessa história. Considerando as especificidades de cada sociedade, a história africana dispõe de utilizações de fontes mais particulares como a geologia, paleontologia, tradição oral e observação e análises étno-sociológicas, de modo que a variedade de fontes da história africana é extraordinária, além de inovações qualitativas como a utilização de cruzamento de fontes. Na ausência de documentos escritos ou de tradição oral, são as informações da arqueologia, por exemplo, que poderão fornecer informações para o historiador.
    As idéias antigas e estereotipadas que posicionavam a África à margem do Império Clio atualmente se modificaram, e informações obtidas através de outras fontes iluminam a história da África independentemente de qualquer documento escrito.
    A África como qualquer outra sociedade possui sua história e suas particularidades. O interessante é que esta chegue ao conhecimento dos alunos desde a educação básica para que conhecendo, possam desprender-se das visões estereotipadas. Um caminho para esse fim é começar a trabalhar de maneira profunda e analisada a Lei 10.639.

    Alana Teixeira de Sena
    Campus V

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  13. A crença de que a África não tinha história encontrava respaldo no fato de se pensar que não haver textos e uma arqueologia monumental, segundo Obenga. No entanto, sabe-se que existe uma variedade muito grande de fontes. A saber: a geologia, paleontologia, pré-história e arqueologia, paleobotânica, palinologia, medidas de radiatividade de isótopos, geografia física, observação e análise etno-sociológicas, tradição oral, lingüística histórica ou comparada, documentos escritos europeus, árabes, hindus e chineses, documentos econômicos ou demográficos.
    As várias fontes possíveis para se produzir o conhecimento histórico pode ganhar ainda mais qualidade se forem cruzadas, dando maior densidade ao objeto estudado no que diz respeito à temporalidade. Segundo Obenga, a integração de métodos e o cruzamento de fontes foi um importante legado da África à ciência e à consciência historiográfica contemporânea.
    As técnicas utilizadas pelos historiadores para investigar civilizações que viveram há milhares de anos são muito diversas também. O método do carbono 14 é uma delas. Por meio deste é possível se medir há quanto determinada matéria deixou de ter vida. Há também testes com flúor, que permite datar peças de olaria e explorar o capital do subsolo africano no sentido de balizar a história, assim como seguir os vestígios das migrações e das trocas entre os povos.
    Boa parte dos historiadores ocidentais baseados em valores e dinâmicas do ocidente, diziam que a África não tinha história por não haver “movimentos”. Considerando-se o que se sabe acerca da história africana deduz-se que certamente tais julgamentos eram comparativos, e, claro, o modelo era a Europa.
    Hagel, por exemplo, dizia que a África não era uma parte histórica do mundo, isso porque, segundo ele, não apresentava movimentos, progressos a mostrar, movimentos históricos próprios dela. Dessa maneira, não era possível ser estudada. Difundia-se a ideia de que todo o conhecimento que as sociedades africanas detinham era levado por outros povos. Além desta tese de Hegel para justificar a ausência de história da África, também E. Sik dizia que os africanos não tinham história porque nestas sociedades não havia classes, nem Estados, conforme o modelo europeu. Sendo assim, só se pode falar de uma história deste continente a partir da chegada dos colonizadores.
    Segundo Ki-Zerbo as teses de que a África não tem história são baseadas no preconceito dos autores. A conjuntura neocolonialista em que os países africanos se encontram à época dos estudos também contribuiu para a sedimentação de tais ideias. Mas, para Ki-Zerbo, estes julgamentos, sobretudo, são fruto das dificuldades da investigação histórica no continente africano.

    Luciene Barreto dos Santos, Uneb, campus V.

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  14. Segundo T. Obenga, a História possui regras gerais de crítica histórica, que fazem dela uma técnica do documento, e o estudo histórico, que convoca o historiador ao estudo da sociedade humana no transcorrer do tempo, são um entendimento fundamental e utilizável por todo historiador em qualquer país. Por muito tempo este postulado foi ignorado, tendo como consequência a ausência dos povos africanos no campo dos historiadores ocidentais, para os quais a Europa em si constituía toda a história. Por de trás desta exclusão dos africanos, estava a crença de que inexistia uma história da África, devido principalmente, a ausência de textos e de uma arqueologia monumental.
    Há cerca de quinze anos houve um intenso avanço dos instrumentos de trabalho, e hoje é consenso a existência de fontes a serem utilizadas para a construção da história africana alguns exemplo são: a geologia, paleontologia, pré-história, medidas de radioatividade de isótopo capazes de fornecer dados cronológicos absolutos, tradição oral, lingüística histórica ou comparada, documentos escritos europeus, árabes, hindus e chineses entre outros. A utilização cruzada dessas fontes constitui uma inovação qualitativa, que ao lado da integração global dos métodos torna-se uma efetiva contribuição da África à ciência e ainda a consciência historiográfica contemporânea.
    A tradição oral que por muito tempo foi desprezada é muitas vezes a única fonte imediatamente disponível. A utilidade e o valor desse tipo de fonte vêm a cada dia sendo revelando, na África muitas escavações arqueológicas foram orientadas por meio da tradição oral.
    A integração de fontes e técnicas para o estudo do continente africano tem contribuído enormemente para que sua história venha a ser revelada com todas as suas particularidades, e possa estar em acordo com as expectativas de seu povo.


    Camila Couto - V semestre, DCH -Campus V

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