sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Aula 06 - 04/08/2011 - Os diferentes mecanismos de colonização: governo direto e governo indireto.

Para os discentes do VII semestre do Campus II - Alagoinhas:

Em relação aos mecanismos de colonização implantados pelas potências européias no continente africano, pede-se para comentar a respeito dos diferentes modelos utilizados. Se possível, definir os conceitos de governo indireto e governo direto.

4 comentários:

  1. Tomando mais uma vez os argumentos de Leila Hernandez para fazer uma análise às características do sistema colonial é válido ressaltar que a autora se baseia em Arendt para contesta a vertente historiográfica tradicional que considera o colonialismo enquanto resultado do expansionismo europeu. Hernandez destaca três aspectos do colonialismo, quais sejam, o expansionismo, a burocracia colonial e o racismo. Partindo destes pressupostos, a autora assevera que as colônias funcionavam como válvulas de escapes para as crises na Europa e precisavam, portanto, serem autônomas. Tais características projetou o continente num universo onde duas estruturas de poder se apresentaram significativamente: a forma direta e a indireta. A forma direta se caracterizava por uma hierarquia mais rígida e por ser possuidora de vínculos diretos com a metrópole. A indireta, por seu turno, caracterizava-se por não ser tão hierarquizada e pela introdução de líderes locais “assimilados” na administração. Entendamos assimilado enquanto uma gradual conversão do africano em europeu, termo este que precisa ser problematizado. Ademais, frise-se que o governo indireto proporcionou certo grau de mobilidade aos africanos o que teve como corolário, em certa medida, as lutas pela independência.

    ResponderExcluir
  2. O Império Britânico na África Oriental é sem dúvida um objeto privilegiado para a observação da construção de uma nova forma de governar baseada na visão amplamente difundida – compartilhada pela administração inglesa – de que a autoridade tradiciona na África seria monárquica, patriarcal e autoritária. Tentando lidar, sob tais moldes, com um dos problemas que se mostrou crucial, “o problema do nativo”, o governo inglês alterou o panorama político dessas sociedades pré-coloniais. Duas formas de governo e, consequentemente, duas formas de organizar o poder sobre os nativos tiveram lugar na África britânica do final do século XIX e começo do XX: os chamados “governo direto” e “governo indireto”.
    Nas colônias mais antigas, como as que posteriormente foram unidas sob o nome de África do Sul, teria predominado por muito tempo o primeiro modelo, no qual a lei colonial vinha de fora e não reconhecia as instituições nativas. No caso das colônias mais novas, como Uganda, teria imperado o “governo indireto”, modelo nascido na colônia de Natal, no qual a terra permanecia um bem comunal, o mercado se restringia a bens de trabalho e as comunidades camponesas se reproduziam dentro de um contexto de autonomia espacial e institucional. A liderança nativa, usada como dispositivo de ação nessas novas colônias, teria sido reformulada como a hierarquia do estado local e também imposta sobre as “sociedades sem estado”.

    ResponderExcluir
  3. Para iniciar a discussão cabe mencionar que o colonialismo para Leila Hernandez transcendeu a questão econômica, pois, fundamenta-se também nas noções de racismo e expansionismo. Entretanto, a autora também afirma que as colônias serviam de base econômica para as metrópoles, uma espécie de poupança. As formas de governar as colônias africanas eram de duas formas: a direta e a indireta. A primeira forma caracterizava-se pela administração mais rígida, ou seja, cargos ocupados por europeus. A segunda opção refere-se à participação de indivíduos africanos que assimilava as ideias européias. Cabe mencionar que existem historiadores, como Albert Adu Boahen, que não concordam com a ideia de assimilação ou cooperação. Pois, seria um termo eurocêntrico, já que esses mesmo indivíduos mais tarde utilizaram-se de seus cargos para boicotes e graves contra os colonizadores de seus respectivos países. Contudo, também percebe-se que teve países com muitos anos de exploração, sendo assim, os habitantes de diversos países africanos precisavam de trabalho para seu sustento, independente de quem eram seus patrões, eles viviam em um sistema no qual teriam de participar. Assim, essas pessoas não merecem serem “acusadas” de colaboradoras etc. É necessário lembra, que no Brasil também aconteceu casos de escravos serem donos de escravos, dessa forma os indivíduos tentam sobreviver independente das condições sociais. Conclui-se que não se deve questionar os valores das pessoas em tempos diferentes, cabe ao historiador apenas a analise das ações e não compreensão ou acusação.

    ResponderExcluir
  4. No texto “Civilizados” e “Primitivos”, Hernandez trata da questão dos governos diretos e indiretos, utilizados como mecanismo de manutenção de domínio sobre as colônias .
    Nos Governos Diretos os europeus mantinham o poder nas colônias por meio da administração exercida pelos próprios europeus, nos Governos Indiretos os próprios africanos em determinados cargos exercia a administração local das colônias em nome dos europeus.
    Vale lembrar que estes africanos para tanto precisavam ser assimilados, ou seja, adotar os hábitos e costumes do colonizador, entretanto essa brecha de poder nas mãos dos autóctones foi indispensável posteriormente para os movimentos de independência africana.

    Maguerita Tainan Uneb campus II 7 semestre

    ResponderExcluir