sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Aula 04 - 05/08/2011 - Os programas internacionais para a valorização da história da África.

Para os discentes do V semestre do Campus II - Alagoinhas, e do Campus V - Santo Antônio de Jesus:

Pode-se considerar a Coleção História Geral da África como um programa internacional de valorização para a História da África? Qual a justificativa para a UNESCO ter apoiado esta iniciativa?

15 comentários:

  1. Ao analisar de fato a verdadeira história da África se percebe que os mitos de certa forma dificultam o entendimento da História desse continente. Acreditava-se que não existiam fontes escritas que comprovassem as trajetórias desse continente, mas os pesquisadores encontraram diversidades de fontes que juntas constroem um emaranhado de informações.
    O autor OBENGA, T. ressalta que atualmente a existência de fontes utilizadas na compreensão da historia da África perpassa por meio da geologia e paleontologia, pré-história e arqueologia, paleobotânica, palinologia, medidas de radiatividade de isótopos capazes de fornecer dados cronológicos absolutos, geografia física, observação e analise etno-sociológicas, tradição oral, lingüística histórica ou comparada, documentos escritos europeus, árabes, hindus e chineses, documentos econômicos ou demográficos que podem ser processados eletronicamente.
    Sendo destacadas as possibilidades acima percebe-se a verdadeira importância no cruzamento das fontes para a construção da verdadeira história africana, a variedades de fontes apresentadas pelo autor Obenga, denota que o jogo interdisciplinar das informações podem facilitar na leituras das fontes. As ciências exatas têm trazidos para o historiador possibilidades significativas nessas investigações.
    Os fosseis humanos que são encontrados no continente africano são estudados pelas ciências que iluminam a história desses povos dentro de uma amplitude histórica. Em suma tanto as ciências exatas quanto as ciências humanas desconstroem os mitos que a África pode ser compreendida somente dentro das fontes orais. Nesse aspecto os incentivos advêm das inúmeras quantidades de fontes existentes sobre a História da África, cabe o pesquisador saber utilizá-las.

    ATT; Edite Lopes
    V semestre- Campus II, Alagoinhas.

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  2. Sim. Na apresentação do projeto Bethwel Allan Ogot esclarece a importância da obra para o mundo e para a África, formar um conhecimento adequado sobre o passado da África e uma tomada de consciência por parte dos africanos. Joseph ki-Zerbo na Introdução geral da obra esclarece que a história da África tem que ser reescrita, visto que ela é uma história estereotipada, estando até o momento camuflada pelo interesse, e esse seria um dos objetivos desse primeiro volume da obra patrocinada pela UNESCO.
    Daiane Santos de Souza
    V semestre

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  4. Acredito que sim, visto que a coleção História Geral da África, foi produzida por especialistas, desde africanistas, historiadores africanos, dialogando com as mais variadas áreas do conhecimento, como arqueologia, antropologia,linguística etc..., sob a direção de um Cômite Científico Internacional. A coleção foi publicada em oito volumes, inicialmente lançada nas línguas árabe, inglês e francês, hoje disponibilizada também em português.
    É um projeto de relevância para a Unesco. A coleção História Geral da África é um marco no processo de reconhecimento do patrimônio cultural da África, permitindo assim compreender o desenvolvimento histórico dos povos africanos, suas relações com outras civilizações, seus valores, costumes, etc...,partindo de uma visão panorâmica, diacrônica e objetiva, obtido do continente africano.
    Claudia Lima
    Campus II Alagoinhas - V semestre

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  5. Sem dúvida este trabalho além de ter esse viés de valorização para a História da África é um marco historiográfico para os estudos de história, à medida que vem tratar das principais discussões e construção da verdadeira História da África, reportando-se a esclarecimentos mais profundos, uma vez que essa História sempre foi repassada de forma discriminada de a áfrica não tinha história.
    Até então nada se tinha que apresentasse de forma clara e detalhada as circunstâncias e características da descriminação do continente africano, levando-nos a compreender as idéias básicas, bem como a descobrir uma nova maneira de ver o que já havia sido visto, e estudado de outra forma, só agora com a publicação dessa Coleção História Geral da África é que começa a se perceber as distorções que foram feitas com a história do continente africano.
    E isso se reforça quando Joseph ki-Zerbo vem justificar o porquê desse trabalho afirmando na Introdução da Coleção supracitada, que a história mais do que qualquer disciplina ela é uma ciência humana. Segundo ele é por essa razão que, pela honra da ciência e ai creio que ele está se reportando a as ciências geológicas, paleontológica, arqueológica, paleobotânica, palinologia, medidas de radiatividade de isótopos capazes de fornecer dados cronológicos absolutos sobe o continente africano. Por isso, Ki-Zerbo afirma tornou-se necessário uma tomada de posição acima de qualquer suspeita, sendo levada a cabo por equipes de pesquisadores africanos e não-africanos sob hospício da UNESCO, juntamente com o Conselho Internacional e de Coordenadores Africanos, que se produziu este trabalho.
    Outra justificativa podemos assim dizer encontra-se na apresentação do projeto por Bethwel Allan Ogot, da mesa Coleção, onde ele esclarece a importância da obra para o mundo e para a África em formar um conhecimento adequado sobre o passado da África e uma tomada de consciência por parte dos africanos.

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  6. Obviamente sim. A Coleção História Geral da África foi criada com o intuito de explanar uma história mais lacônica a respeito da África. Os trabalhos efetuados anteriormente sobre a História da África eram em grande maioria desenvolvidos por africanistas, ou seja, feitos por escritores exógenos ao Continente africano, que produziam uma visão mais exteriorizada.
    A princípio argumentava-se que a falta de documentos escritos sobre tal Continente não permitiam uma produção historiográfica tão elaborada, posteriormente essas concepções formam tornando-se desfavorecidas, pela prática da interdisciplinaridade das fontes para o estudo sobre África.
    O Continente africano era visto de maneira deturpada e fragmentada, como um ambiente que não detinha uma composição Histórica. Para tornar possível a criação dessa coletânea, a UNESCO desenvolveu uma pesquisa com desenvolvimento em três etapas.
    A primeira etapa consistiu na captação das fontes existentes sobre a História da África, a segunda referiu-se a realização de reuniões com o intuito de examinar os problemas a respeito da redação e da publicação da coletânea, e finalmente a terceira e última etapa versou na redação e publicação final do trabalho.
    Para tanto, a Coletânea Geral da África foi originada para desconstruir o preconceito e a maneira estereotipada com que a África era visualizada, e tornar possível a ressalva sobre suas peculiaridades e preponderâncias. Ressaltando a iniciativa de produzir nos africanos a afirmação de sua identidade, do mesmo modo demonstrando as contribuições produzidas pela África para as outras culturas.

    Larissa Costa

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  7. Acredito que sim, pois, em 1964, a UNESCO dava início a uma tarefa sem precedentes: contar a história da África a partir da perspectiva dos próprios africanos. Mostrar ao mundo, por exemplo, que diversas técnicas e tecnologias hoje utilizadas são originárias do continente, bem como provar que a região era constituída por sociedades organizadas, e não por tribos, como se costuma pensar.
    Quase 30 anos depois, 350 cientistas coordenados por um comitê formado por 39 especialistas, dois terços deles africanos, completaram o desafio de reconstruir a historiografia africana livre de estereótipos e do olhar estrangeiro. Estavam completas as quase dez mil páginas dos oito volumes da Coleção História Geral da África, editada em inglês, francês e árabe entres as décadas de 1980 e 1990.
    Além de apresentar uma visão de dentro do continente, a obra cumpre a função de mostrar à sociedade que a história africana não se resume ao tráfico de escravos e à pobreza.A África e aqui representada como um todo , o objetivo é mostrar as relações como um todo, e as relações da África com outros continentes, e representa também, o reconhecimento da contribuição da África para o desenvolvimento da humanidade.

    Alan Luiz
    Campus II-Alagoinhas, V semestre

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  8. Celso Borges Santos
    V semestre


    Sim são validos, por que, abriu uma discussão ampla onde se estudou diversas questões dando uma maior valorização a esse continente, já que, por muito tempo mitos e preconceitos esconderam do mundo a real história desse continente africano, e essa sociedade africana seriam sociedades sem uma história dentre outros aspectos. Para a UNESCO é necessário tentar reconstruir o cenário verdadeiro, e essa publicação convida a renovação e aprofundamento de uma dupla problemática, da historiografia e da identidade cultural , unidas por laços de reciprocidade tendo o interesse também de aprofundar questões que dessem uma visão mais clara sobre o passado da África, e também colocar em foco a relação da África com outros continentes . Sendo assim tentar mostrar que a herança africana marcou, segundo as regiões, amaneira de sentir, pensar etc., do hemisfério ocidental.

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  9. Podemos sim afirmar que a UNESCO, procurou criar um guia em 8 volumes intitulado História Geral da África, através de uma longa pesquisa que envolveu documentação, planificação, coleta de tradição oral com suas respectivas traduções, coleta de manuscritos inéditos em árabe e ajami, e a compilação de inventários. Além de contar com o apoio de pesquisadores europeus e africanos; e de publicar esse guia em diversos idiomas como o inglês, francês e árabe e traduções para línguas africanas como o kiswahili, o hawsa, o peul, o yoruba ou o lingala, e com previsões para traduções em alemão, russo, português, espanhol e chinês.
    A UNESCO apoiou essa iniciativa, pois até as primeiras décadas do século XX, a África não possuía a sua história, escrita com fontes africanas, por não ter fontes e documentos escritos. A história conhecida da África era escrita através de fontes externas à África, e contava uma história do que se pensava ter sido o percurso dos povos africanos e não do quê ela realmente foi.
    Essa escrita externa criou uma idéia de que o povo africano não possuía culturas originais, que havia uma divisão entre uma África negra e uma África branca, a impenetrabilidade no Saara, o que impossibilitou misturas étnicas e trocas culturais, além do trafico negreiro e da colonização que criaram estereótipos de desprezo e incompreensão aos africanos devido a fatores raciais.
    Postado por: Renata Aguiar da Silva

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  10. Jucilene disse:

    De acordo com Ki-Zerbo, a UNESCO apoiou a coleção da História da África porque a mesma apresenta uma riqueza ao se relacionar ao continente africano e a sua história, trazendo uma nova visão e uma nova compreensão das sociedades e culturas africanas que até então só eram conhecidas pelos escritos estrangeiros. Sendo assim, essa coleção é de grande importância, para desmitificarmos idéias, que foram ao longo do tempo enraizadas nas nossas consciências de que os africanos não possuem histórias.


    Os estudos sobre o passado africano foram sendo prejudicados a partir do aparecimento do tráfico negreiro e da própria colonização, onde os africanos foram desprezados e situados em um domínio construído a partir de metáforas e estereótipos raciais atribuídos pelas sociedades européias. O pouco que sabemos em ralação a história desses povos, foram documentados pelos europeus, o resto é considerado como “escuridão”.

    Como sabemos, essa atribuição de inferioridade marcada pela pigmentação da pele vem de muitos anos atrás, onde os africanos foram forçados a servidão tanto econômica (quando eram tratados como mercadorias), como psicológica, fazendo com que sua história fosse menosprezada. Todo esse processo fez com que a UNESCO levasse a fazer uma revisão de todo esse apanhado histórico, apoiando a coleção da História da África. Essa coleção acaba valorizando a história da África, pois de certa maneira contribui para que essa história alcance um maior número de leitores e divulgando o real papel da África para com a humanidade. Infelizmente esse papel tem sido pouco difundido nas escolas, apenas sendo restritamente realizados nas academias, onde as fontes de acesso ao público ainda são poucas para que se avalie o longo processo pelo qual passou o continente africano e que foi ocultado pelos interesses dos dominadores.

    Jucilene de Oliveira Barbosa
    V semestre de História (UNEB campus II)

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  11. Com certeza! A Coleção História Geral da África, idealizada tanto por africanos como também por africanistas foi organizada na perspectiva de desconstruir os mitos e preconceitos, que perduraram por muito tempo. Acreditava-se que no continente africano não havia história. Essa coleção visa uma "reconstrução", que valorize a história da África, possibilitando á mesma, o reconhecimento de sua verdadeira história, contada a partir de fatos e aspectos indispensáveis, que a história antiga, por algum motivo, fez questão de esconder.
    Graças ao projeto UNESCO, podemos ter uma visão diferenciada a respeito da verdadeira da história da África, levando em consideração as particularidades.

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  12. Sim, desde o presente momento em que a Obra propõe objetivar um maior conhecimento científico, sendo disponibilizado em vários países e idiomas considerando-se e ótica de que os autores são africanos e refletindo assim como eles vêem sua própria história, possibilitando assim não só aos africanos, mais a vários povos se permitirem repensar que a valorização da história de um povo não pode ser entendida com base na história do outro.
    Em relação ao apoio dado pela UNESCO é justificável do ponto de vista do reconhecimento de uma consciência histórica renovada no que cerne às contribuições dos povos africanos aos outros povos, sendo assim assegurada a renovação historiográfica e de uma identidade cultural a partir dessas novas vias de pesquisas apontadas pelos autores da Obra.

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  13. Sim,pois no período do processo de independência do continente africano, que os africanos começaram a participar ativamente na vida da comunidade internacional. Dentro dessas circunstâncias a UNESCO elaborou a obra História Geral da África, com o objetivo estabelecer a historicidade da sociedades africana, mostrando as relações entre as diferentes localidades desse continente. Izabel da Cruz-campus V

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  14. Considerando-se que a historiografia tradicional legou a África ao esquecimento, ou então a retratou de forma estereotipada, a coleção História Geral da África surge como um divisor de águas para a História. As escolas brasileiras (e as do mundo) carecem de conhecimentos sobre o continente, sendo assim, a coleção representa vem suprir esta falta. Como nota Ki-Zerbo, na apresentação da História Geral o objetivo do volume é “colaborar para uma nova leitura e melhor compreensão das sociedades e culturas africanas, e demonstrar a importância das contribuições da África para a história do mundo”. Hoje já sabemos – ainda que de forma superficial – da importância que as civilizações africanas tiveram e suas contribuições em quase todas as áreas das ciências modernas, no entanto, esse legado não é devidamente valorizado. A maioria das pessoas nem sabem, por exemplo, que há muitos anos os egípcios já utilizavam técnicas que os europeus nem imaginam.
    No Brasil e no mundo urge o combate à discriminação e o racismo, nessa perspectiva, a iniciativa da UNESCO, visa contribuir para a desconstrução de mitos e estereótipos engendrados sobre as populações africanas e, no caso do Brasil, a população afro-descendente. A reeducação das relações étnico-raciais no pais é condição fundamental para pôr fim às desigualdade racial que vítima uma parcela considerável da população. Nesse sentido, as escolas devem atuar como agentes de mudanças.
    A coleção História Geral da África permitirá a melhor compreensão das sociedades e das culturas africanas, demonstrando a importância que o continente teve para o mundo e particularmente para o Brasil, cuja identidade foi fortemente marcada pela influência dos africanos.

    Luciene Barreto dos Santos- Uneb, campus V.

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  15. Sendo um dos projetos editoriais mais importantes da UNESCO nos últimos trinta anos, a coleção História Geral da África é um grande marco no processo de reconhecimento do patrimônio cultural da África. Para tanto, ela permite compreender o desenvolvimento histórico dos povos africanos e sua relação com outras civilizações a partir de uma visão panorâmica, diacrônica e objetiva, obtida de dentro do continente. Além de constituir u programa internacional de valorização da história da África, a edição da coleção vem atender a Lei 10.639/2003, que prevê o ensino da história e cultura africanas e afro-brasileiras nas escolas. Neste sentido, a edição em português da Coleção História Geral da África abrem caminho para o diálogo intercultural e a afirmação que existem materiais importantes para se consolidar o ensino da história da África no Brasil. Considerando que a história nos ajuda a explicar como as expressões e os valores das culturas africanas contribuíram para formar o patrimônio cultural brasileiro, a sua produção artística e os padrões de comportamento, a UNESCO buscou contribuir com a efetiva aproximação das histórias da África e do Brasil, na medida em que reconheceu a necessidade da existência de estudos como estes em Português.

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