sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Aula 04 - 28/07/2011 - As invasões européias na África: a corrida capitalista e a conferência de Berlim.

Para os discentes do VII Semestre do campus II - Alagoinhas.

Gostaria de pedir que discutissem a respeito das invasões feitas pelas potências européias no continente africano. É verdade que os africanos não resistiram às invasões, e que os povos perderam suas soberanias em um curto espaço de tempo? O que motivou a corrida entre as potências européias por terras no continente africano?

10 comentários:

  1. É interessante pontuar que muito antes do século XIX sempre houve estrangeiros à porta do continente africano. A “conferência” de Berlim não representou a chegada de estrangeiros ao continente. Porém, antes do século XIX quase não existia presença européia no interior da África.
    Nesse sentido, são inúmeros os fatores que influenciaram a corrida entre as potências européias por terras no continente africano durante o século XIX. Podemos destacar a intensificação da revolução industrial, a decadência da escravidão, a busca por novos produtos, a necessidade de dominação do comércio continental, desintegração da América portuguesa etc. Como fator que possibilitou essa conquista, podemos elencar a questão da tecnologia nas armas e a articulação com grupos colaboradores. Mas, no que tange o processo histórico, esses fatores não podem ser encarados como algo fixo e determinante, mas como parte de uma conjuntura que possibilitou determinadas ações.
    Quanto a questão da resistência a invasão, podemos elencar grupos que resistiram e grupos que colaboraram com os invasores( por exemplo, uma elite política africana). Como afirma Edward Said, a África é uma totalidade complexa que não pode ser redutoramente unificada. Nessa perspectiva, podemos afirmar que em diferentes lugares do continente a invasão e a colonização ocorreram de formas diferentes, com diversas articulações e interesses. Da mesma maneira que alguns lugares sofreram com uma intervenção direta ou indireta, tivemos áreas da África que nunca foram colonizadas.

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  2. Dese o século Xv ja havia presença de estrangeiros no interior do continente africano porém, quase nao havia presença de europeus. Assim, não se pode considerar a Conferência de Berlim como marco da presença efetiva e de conquista européia no continente.
    A corrida pela dominação e exploração do continente africano tornou -se mis efetiva a partir do século XIX devido aos seguintes fatores: primeiro nesse período a Revolução industrial chegou ao monmento de expansão e desenvolvimento assim as grandes potências sentiram a necesidade de explorar matéria prima como minerios ferro ,marfim etc e produtos agricolkas para abastecer suas industrias ,segundo pela decadência do comercio de escravos e terceiro ,pela necessidade de dominação das vias navegaveis da costa africana.
    Diante de todas essas necessidade surge a iunvestida pela colonização e dominação do continente africano.
    Diante desse contexto, vale salientar que os grupos locais ( os africanos ) não foram passivos a essa colonização ,a essa invasão de território. E diante disso, houve uma divisão entre eles:de um lado estiveram aqueles que resistiram ao processo de dominação e do outro aqueles que apoiaram os invasores. valnete

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  3. Sim, a partir da afirmação de que a história da África é conhecida no ocidente por escritos que datam a antiguidade clássica. No entanto, vários povos deixaram testemunhos verossímeis da sua existência, além disso, o mais antigo fosse de hominídeos com cerca de 5milhões de anos foram encontrados na África. O Egito foi provavelmente o primeiro Estado a construir-se na África, há cerca 5000 anos foram encontrados na África. Mais muitos outros reinos ou cidades-estados se foram sucedendo neste continente. Se a história do mundo nos relata descobertas invenções e grandes feitos da humanidade nos relatam também a expansão do conhecimento e o avanço tecnológico, já que as histórias dos povos de África englobam a sobrevivência material, intelectual, etc. Desde a passagem do homem africano de caçador e coletor de frutas para a agricultura e pecuária. A agricultura Africana, no vale do rio Nilo, tem cerca de 18 mil anos sendo duas vezes mais antigas do que no sudoeste asiático. Enfim , as diferentes etnias africanas utilizaram de veículos diversos para propagarem seus saberes e suas visões de mundo.

    Alan Luiz
    Campus II- Alagoinhas, V semestre

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  4. É salutar ter conhecimento do grau de influência dos europeus em relação ao continente africano no tocante aos anos anteriores a 1880, período em que esses invasores dominavam diretamente apenas algumas regiões costeiras da África, sendo a tomada efetiva de terras restrita somente ao sul, inclusive, nesse caso, com desdobramentos para o interior desse ponto geográfico. Isto nos leva a constatar que, até 1880, cerca de 80% do território africano era governado “por seus próprios reis, rainhas, chefes de clãs e de linhagens, em impérios, reinos, comunidades e unidades políticas de porte e natureza variados.” (BOAHEN, 2010, p. 1-3).

    Foi no período em que o tráfico de escravos ganhou uma respiração moribunda e mostrou-se incapaz de resistir à oxigenação por meio de aparelhos que a relação Europa/África assumiu novos contornos, aprofundando-se, neste intere, o processo de “Roedura” (HERNANDES, 2005, p. 32). Desta feita, o grau de interferência dos invasores sobre os povos africanos ganhou uma intensidade nunca vista antes e trouxe em seu bojo novos interesses, o que guardou para os autóctones um desafio impar na história, já que o objetivo não era só trocar bens, mas exercer o controle político direto sobre o continente (BOAHEN, 2010, p. 15-16).

    Com o argumento racista de civilizar os povos da África e de humanizá-los (HERNANDES, 2010, p. 91-94), os invasores europeus instalaram suas colônias aplicando-lhes a gestão direta ou indireta, e começaram o saque das riquezas matérias e culturais dessa área do globo terrestre. No entanto, a pesar desses fatos, devemos matizar ou mesmo inverter a síntese histórica construída pela escola colonial, segundo a qual “os africanos teriam de fato acolhido favoravelmente a dominação colonial, já que ela não só os preservava da anarquia e das guerras civis mas também lhes trazia algumas vantagens concretas” ( BOAHEN, 2005, p. 10).

    É com esse novo olhar sobre as invasões oitocentistas das nações européias à África que Albert Boahen introduz o sétimo volume da História geral da África. Nessa breve introdução ao tomo citado podemos perceber que nenhum povo, nação, etnia ou reino africano se redeu aos invasores, nem entregou a sua soberania de presente para os mesmos ou colaborou para a sua própria dominação, como defendiam os historiadores da escola colonialista. Na visão daquele africanista, se houve aliança com os estrangeiros, o intuito não era de colaborar, mas de estratégia para resistir ao inimigo interno ou mesmo como forma de retomar a luta contra o europeu roedor.
    Boahen nos mostra que os autóctones enfrentaram os ratos por mecanismos diversos: acordos diplomáticos, re/configuração de alianças, pelas armas, religião, ou através do uso de outras formas de resistências. Não se sustenta, portanto, a visão da escola colonial, pois os africanos jamais colaboraram com os invasores; e, por outro lado, não esqueçamos que existia império que estava em processo de expansão territorial, como a Etiópia, chefiada pelo imperador Menelik (BOAHEN, passim). Finalmente, nenhum povo, nação etc. aceita a perda de sua soberania, e os africanos não foram exceção na história a esta regra. Cabe anos examinar as condições que permitiram o surgimento de uma história falaciosa como a aqui combatida.

    BIBLIOGRAFIA

    BOAHEN, Albert. A África diante do desafio colonial. In: BOAHEN, Albert Adu (org.) Historia geral da África, vol. VII. A África sob dominação colonial, 1880-1935. Brasília: UNESCO/MEC, 2010, pp. 01-20.

    HERNANDES, Leila. A África na sala de aula. Visita à história contemporânea. São Paulo: Selo Negro, 2005.

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  5. As invasões feitas pelos Europeus não ocorreram apenas com a partilha do continente realizada na Conferencia de Berlim, antes disso já havia europeus no solo Africano, é certo que eles não tinha uma presença efetiva antes da conferencia, mas já tinha o conhecimento do continente Africano.
    os povos africanos resistiram a invasão eles não foram meramente expectadores, mas o problema é que os europeus tinham o conhecimento da maior parte do território Africano, conhecendo muito mais do que os próprios 'nativos'. Os europeus tinham diversos motivos para colonizar a África, ma so principal era o interesse em tornar a navegação e o comercio livre principalmente na bacia do Niger e zauir. nessas invasões foi desconsiderado os direitos dos povos africanos assim como sua especificidades histórica, religiosa e linguística. A questão da invasão europeia até hoje causa efeitos catastrófico para o continente africano, principalmente na questão social, economia e politica.

    Azivonete Francisca Cardoso dos Santos
    VII semestre

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  6. Apresentado por autores sobre as invasões ocorridas na África por potências européias é visto que corrida entre as potências se deu devido a Revolução Industrial, aceitação das tecnologias e inovação, já que, estes aspectos não eram vistos como ameaça pelos africanos.Dessa forma, vale elencar Boahen, onde afirma que entre 1880 a 1910 as mudanças foram mais intensas.
    Assim Boahen afirma que o primeiro momento ocorreu conquista e ocupação e posterior a 1910 foi marcado pela consolidação e exploração do sistema. Mas, é válido citar que Boahen discute a resistência dos africanos, sendo assim, é mencionado que os africanos utilizaram de várias estratégias, a exemplo, o confronto diplomático ou militar e aliança ou colaboração que de acordo o autor o termo colaboracionismo é pejorativo, visto que, é entendido como alguém que trai a causa nacional, por isso a expressão ideal é aliar-se.Dessa forma, entende-se que os africanos não foram passivos na invasão e ocupação do continente, visto que, suas estratégias foram de suma importância para defender e sua soberania.

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  7. Segundo Boahen pode se afirmar que a resistência dos africanos à colonização ocorreu de diversas formas,desde as ações diretas até as resistências por meio da negociação e diplomacia.
    É interessante ressaltar para o fato de que muitos historiadores costumavam usar o termo de colaborador para firmar que os povos africanos teriam sido passivos em relação a colonização.Entrtetanto, Boahen mostra que este termo de "colaboração" deve ser interpretado como uma conjuntura em que certos povos africanos se utilizavam da proteção de alguns europeus, mas para se defender de ataques rivais.
    Portanto, esta visão de Boahen deve ser difundida, pois rompe com a antiga representação pejorativa que era feita acerca do termo "colaboração", bastante empregado quando trava-se da colonização do continente africano.

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  8. Como comportou-se a África diante do desafio colonial? Como reagiram as diversas sociedades e os tão poderosos dirigentes daqueles povos? Iriam eles abrir mão das suas terras e outras riquezas? Iriam também abrir mão das suas crenças e dos seus deuses que os protegiam a milênios? Em suma, iriam abrir mãos das suas memórias, identidades e histórias? Pueril seria pensar que os africanos entregaram o “leite”. Ao contrário, desde o momento em que os Europeus estavam convencidos da necessidade de intensificar a espoliação naquele continente, o que observou-se na prática no período entre 1880 e 1910 (conquista, ocupação e implantação do sistema colonial) segundo Albert Adu Boahen, foi constante resistência: armada, religiosa e dissimulada, quando necessário. Motivados por interesses comerciais, pela busca de metais preciosos, pelo expansionismo e domínio de rotas fluviais e marítimas, entre outras coisas, os europeus (Franceses, Britânicos, Portugueses, Belgas etc) diante do interesse comum na África e para evitar conflios entre sí, pensaram que poderiam dividir o continente africano como se divide uma pizza e partir alegremente para a refeição. Não contavam,entretanto, com uma má digestão, resultante da luta contrária por parte daquelas distintas etnias.

    Por Arielson Batista.

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  9. O legado da Conferência de Berlim.

    A conferencia de Berlim, fruto da politica imperialista europeia, tinha como o objetivo a partilha da África, segundo os recursos naturais cujo continente poderia oferecer as potencias europeias que submetiam o continente. Essa divisão espacial promovida pelo Conferencia não levou em conta a organização das sociedades presentes nestes territórios. Por causa disso, ocorreu uma divergência Territórios políticos (fronteiras politicas, traçados pelos europeus no congresso) e os territórios culturais (fronteiras representando o espaço de um povo). Essa discrepância entre essas duas fronteiras causam ainda hoje motivo de guerras calorosas.
    No entanto o historiador africano Boubacar Barry, afirma que o problema de fronteiras não é algo produzido unicamente pelos europeus, era um problema existente desde a antiguidade africana, quando as sociedades principalmente do Saara, lutavam por uma região com bons recursos naturais. Entretanto, encontraram em seu caminho, vários rivais disputando o mesmo território.

    Tiago - uneb, campus V

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  10. como os africanos reagiram a invasao europeia ?

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