Trata-se de mais um instrumento de divulgação dos debates feitos pelos discentes do curso de História da Universidade do Estado da Bahia - através da ação do Núcleo de Estudos Africanos.
Esta Obra foi de grande importância para se conhecer a verdadeira história da África, pois, aqueles que trabalharam na composição deste magnífico trabalho, tiveram um cuidado especial em questionar as simplificações excessivas provenientes de uma concepção linear e restritiva da história universal e de restabelecer a verdade dos fatos sempre que necessário e possível, inegável foi o esforço de cada um para resgatar os dados históricos que melhor permitissem acompanhar a evolução dos diferentes povos africanos em seus contextos socioculturais e específicos. Construída ao longo de 35 (trinta e cinco) anos, formada por 08 (oito) volumes, iniciada em 1964 e só concluída em 1999. Um Projeto que foi iniciado pela Unesco, solicitado pelos países de comunidades africanas, juntamente por descendentes de africanos que moravam em outros países. Esta coleção “A História Geral da África” tinha como principal objetivo a reinterpretação adequada e escrita de histórias africanas e demonstrar a contribuição das culturas africanas passadas e presentes para a História da humanidade em geral. Trabalho este liderado pelo Comitê Científico Internacional da UNESCO para a redação da “História Geral da África”, composto por um colegiado formado por 39 (trinta e nove) especialistas, aonde 2/3 (dois terços) eram africanos, ao todo a coleção contou com mais de 350 (trezentos e cinquenta) especialistas, entre historiadores, antropólogos, filósofos e políticos, como por exemplo; Joseph Ki-Zerbo, Cheikn Anta Diop, Theophile Obenga, Ali Mazrui, Gamal Mokhtar, Bethwell A. ogot, entre outros. Portanto, durante um longo período ficou-se evidenciado que, mitos e preconceitos de toda espécie tentaram ocultar ao mundo a verdadeira história da África, no qual as sociedades africanas eram vistas como aquelas que não poderiam ter histórias, apesar de diversos trabalhos do século XX, como o de Leo Frobenius, Maurice Delafosse e Arturo Labriola, era fato a recusa em considerar o povo africano como criador de criaturas originais que floresceram e se perpetuaram ao longo dos séculos por caminhos próprios. No entanto, esta coleção traz à tona a unidade histórica da África, quanto suas relações com outros continentes, sobretudo, as Américas e Caribe. Durante muito tempo, as manifestações de criatividade dos descendentes de africanos nas Américas foram isolados por certos historiadores num agregado heteróclito de Africanismos. A “História Geral da África”, tem a indiscutível vantagem de mostrar tanto a luz como a sombra, sem dissimular as divergências de opinião que existem entre os estudiosos africanistas.
A história da África sempre foi abarrotada de mitos, preconceitos e estereotipias que barravam o mundo de conhecer a diversidade desse vasto continente. Muito embora existam grandiosos trabalhos desenvolvidos no século XX, tais como, os dos autores Leo Frobenius e Maurice Delafosse, por serem autores não africanos, os mesmo defenderam teses da não existência de uma história africana por não haver fontes e documentos escritos, e, ainda, de acordo com essas teses, a África não produziria conhecimento e não faria história. A “barragem dos mitos” trazida pelo autor Joseph Ki-Zerbo diz que é preciso barrar esses mitos, uma vez, que as inverdades sobre o continente africano impedem o seu real conhecimento. A história da África sempre fora escrita por fontes externas ao continente e a sua cronologia tinha como base a “Idade Média” europeia, no entanto, não há como apreender toda a história do continente com uma única periodização. Termos como “África branca” e “África negra” utilizados para representar a cisão existente entre o antigo Egito e a Núbia e povos subsaarianos que se ignoravam reciprocamente e as noções de “brancos” e “negros” a partir do tráfico transatlântico e da colonização formaram estereótipos raciais, uma falsa identificação e conhecimentos errôneos que se consolidaram durante muito tempo na historiografia. As independências dos países africanos propiciaram a estes povos a necessidade do conhecimento de si e das suas histórias e seus esforços serviram para consolidar suas particularidades culturais e consolidar uma nova consciência histórica. Foi a partir desse contexto que emergiu a “História Geral da África”, elaborada com o máximo de rigor científico possível, escrita em oito volumes, idealizada pela UNESCO e confiada ao Comitê Científico Internacional, obra que se tornou referência acerca da história do continente africano. A obra foi escrita com a participação de 39 especialistas, dentre eles: antropólogos, africanistas, historiadores, filósofos, nos quais 2/3 eram africanos e 1/3 de outros continentes, os quais tinham por objetivo reescrever a história da África, bem como, acompanhar suas especificidades socioculturais. A obra que começou a ser idealizada em 1964 e levou trinta anos para ficar pronta, foi caracterizada tanto pela pluralidade de abordagens teóricas quanto pelo uso de fontes tais como a Arqueologia, a Linguística e a tradição oral, imprescindíveis aos liames dos diferentes povos africanos e contou com o auxílio de outras ciências, particularmente a Antropologia. A partir dessa obra é possível perceber as relações de trocas culturais existentes a África e o restante do mundo. Na introdução dessa obra, o autor Joseph Ki-Zerbo expõe a ideia de que é preciso retornar à ciência e modificar os antigos discursos. A obra “História Geral da África” deve ser utilizada para provocar a desconstrução de antigos conceitos quanto ao continente africano e oferecer uma maior compreensão da diversidade africana e suas contribuições para a humanidade.
Esta Obra foi de grande importância para se conhecer a verdadeira história da África, pois, aqueles que trabalharam na composição deste magnífico trabalho, tiveram um cuidado especial em questionar as simplificações excessivas provenientes de uma concepção linear e restritiva da história universal e de restabelecer a verdade dos fatos sempre que necessário e possível, inegável foi o esforço de cada um para resgatar os dados históricos que melhor permitissem acompanhar a evolução dos diferentes povos africanos em seus contextos socioculturais e específicos.
ResponderExcluirConstruída ao longo de 35 (trinta e cinco) anos, formada por 08 (oito) volumes, iniciada em 1964 e só concluída em 1999. Um Projeto que foi iniciado pela Unesco, solicitado pelos países de comunidades africanas, juntamente por descendentes de africanos que moravam em outros países.
Esta coleção “A História Geral da África” tinha como principal objetivo a reinterpretação adequada e escrita de histórias africanas e demonstrar a contribuição das culturas africanas passadas e presentes para a História da humanidade em geral.
Trabalho este liderado pelo Comitê Científico Internacional da UNESCO para a redação da “História Geral da África”, composto por um colegiado formado por 39 (trinta e nove) especialistas, aonde 2/3 (dois terços) eram africanos, ao todo a coleção contou com mais de 350 (trezentos e cinquenta) especialistas, entre historiadores, antropólogos, filósofos e políticos, como por exemplo; Joseph Ki-Zerbo, Cheikn Anta Diop, Theophile Obenga, Ali Mazrui, Gamal Mokhtar, Bethwell A. ogot, entre outros.
Portanto, durante um longo período ficou-se evidenciado que, mitos e preconceitos de toda espécie tentaram ocultar ao mundo a verdadeira história da África, no qual as sociedades africanas eram vistas como aquelas que não poderiam ter histórias, apesar de diversos trabalhos do século XX, como o de Leo Frobenius, Maurice Delafosse e Arturo Labriola, era fato a recusa em considerar o povo africano como criador de criaturas originais que floresceram e se perpetuaram ao longo dos séculos por caminhos próprios.
No entanto, esta coleção traz à tona a unidade histórica da África, quanto suas relações com outros continentes, sobretudo, as Américas e Caribe. Durante muito tempo, as manifestações de criatividade dos descendentes de africanos nas Américas foram isolados por certos historiadores num agregado heteróclito de Africanismos.
A “História Geral da África”, tem a indiscutível vantagem de mostrar tanto a luz como a sombra, sem dissimular as divergências de opinião que existem entre os estudiosos africanistas.
A história da África sempre foi abarrotada de mitos, preconceitos e estereotipias que barravam o mundo de conhecer a diversidade desse vasto continente. Muito embora existam grandiosos trabalhos desenvolvidos no século XX, tais como, os dos autores Leo Frobenius e Maurice Delafosse, por serem autores não africanos, os mesmo defenderam teses da não existência de uma história africana por não haver fontes e documentos escritos, e, ainda, de acordo com essas teses, a África não produziria conhecimento e não faria história. A “barragem dos mitos” trazida pelo autor Joseph Ki-Zerbo diz que é preciso barrar esses mitos, uma vez, que as inverdades sobre o continente africano impedem o seu real conhecimento. A história da África sempre fora escrita por fontes externas ao continente e a sua cronologia tinha como base a “Idade Média” europeia, no entanto, não há como apreender toda a história do continente com uma única periodização. Termos como “África branca” e “África negra” utilizados para representar a cisão existente entre o antigo Egito e a Núbia e povos subsaarianos que se ignoravam reciprocamente e as noções de “brancos” e “negros” a partir do tráfico transatlântico e da colonização formaram estereótipos raciais, uma falsa identificação e conhecimentos errôneos que se consolidaram durante muito tempo na historiografia. As independências dos países africanos propiciaram a estes povos a necessidade do conhecimento de si e das suas histórias e seus esforços serviram para consolidar suas particularidades culturais e consolidar uma nova consciência histórica. Foi a partir desse contexto que emergiu a “História Geral da África”, elaborada com o máximo de rigor científico possível, escrita em oito volumes, idealizada pela UNESCO e confiada ao Comitê Científico Internacional, obra que se tornou referência acerca da história do continente africano. A obra foi escrita com a participação de 39 especialistas, dentre eles: antropólogos, africanistas, historiadores, filósofos, nos quais 2/3 eram africanos e 1/3 de outros continentes, os quais tinham por objetivo reescrever a história da África, bem como, acompanhar suas especificidades socioculturais. A obra que começou a ser idealizada em 1964 e levou trinta anos para ficar pronta, foi caracterizada tanto pela pluralidade de abordagens teóricas quanto pelo uso de fontes tais como a Arqueologia, a Linguística e a tradição oral, imprescindíveis aos liames dos diferentes povos africanos e contou com o auxílio de outras ciências, particularmente a Antropologia. A partir dessa obra é possível perceber as relações de trocas culturais existentes a África e o restante do mundo. Na introdução dessa obra, o autor Joseph Ki-Zerbo expõe a ideia de que é preciso retornar à ciência e modificar os antigos discursos. A obra “História Geral da África” deve ser utilizada para provocar a desconstrução de antigos conceitos quanto ao continente africano e oferecer uma maior compreensão da diversidade africana e suas contribuições para a humanidade.
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