Trata-se de mais um instrumento de divulgação dos debates feitos pelos discentes do curso de História da Universidade do Estado da Bahia - através da ação do Núcleo de Estudos Africanos.
Houve uma necessidade em abrir os horizontes no que se diz respeito a fontes históricas para poder compreender a História da África, principalmente das suas primeiras civilizações. Isso tudo por causa daquela velha concepção de que sem fontes escritas determinada propriedade não poderia ter existido na História. Contrariando essa linha antiga de pensamento, os pesquisadores da Historia da Africa acabaram utilizando outras fontes e se apoiou em técnicas e outras ciências que foram fundamentais para a síntese de suas teorias. Aqui vale ressaltar os estudos de fósseis e as técnicas de datação de carbono, a geografia e o seu estudo da superfície terrestre, a paleontologia, geologia e varias outras disciplinas que ajudaram a História a descobrir determinados fenômenos sobre a África. Outro fonte importantíssima foram as fontes orais, os mitos e histórias que permeavam por determinados territórios e que eram comprovada na maioria das vezes pelas ciências na qual a História se apoiou. É possível sim construir uma história sem fontes escritas caso haja uma necessidade como no caso da História da Africa, e isso é notório quando observamos as sinteses resultantes do dialogo entre a metodologia da História com as outras ciencias na qual ela se sustentou.
Em seu texto, “Fontes e técnicas específicas da história da África”, T. Obenga ressalta que durante muito tempo o continente africano esteve fora do campo de estudo dos historiadores ocidentais, diante destas circunstâncias, a crença de que o continente africano não tinha história foi amplamente difundida, isso se deu por causa da ausência de textos e de uma arqueologia documental. Percebe-se que está concepção vem sendo ultrapassada, tendo em vista o alargamento das fontes, métodos e objetos para a história da África. Guiados pela necessidade de conhecer e compreender a história do continente africano, principalmente pelas questões ligadas a era pós-colonial, os pesquisadores africanistas sentiram a necessidade de fundar a história da África, sobretudo, é imprescindível destacar que esta ainda segue em processo de construção. Segundo o autor, há cerca de 15 anos atrás ocorreu uma imensa transformação nos instrumentos de trabalho e atualmente tem sido bastante utilizada, no que diz respeito a existência de fontes utilizadas mais especificamente para a história da África, são estas, a geologia, paleontologia, pré-história e arqueologia, paleobotânica, palinologia, medidas de radiatividade de isótopos capazes de fornecer dados cronológicos e absoluto, geografia física, observação e análise etno-sociológicas, tradição oral, linguística histórica ou comparada, documentos escritos europeus, árabes, hindus e chineses, documentos econômicos ou demográficos que podem ser processados eletronicamente. É imprescindível destacar que a integração dos métodos com o cruzamento das fontes, tem se mostrado bastante eficaz, tanto no que diz respeito à contribuição da África para a ciência quanto para à historiografia contemporânea. Em suma, um rico e variado material documental pode ser extraído a partir das fontes e técnicas baseadas nas ciências exatas e nas ciências naturais. Sobretudo, é de imensa importância salientar a enriquecedora contribuição das outras ciências humanas e sociais, sendo estas, a egiptologia, linguística, tradição oral, ciências econômicas e políticas. Contrariando a antiga concepção de que o continente africano só passou a ter história com a chegada dos colonizadores, o autor nos mostra uma imensa variedade de fontes que podem ser utilizadas para se estudar o continente africano, diante disso, podemos concluir que é possível sim estudar e construir a história da África sem fontes escritas. Laís Freitas
Durante muito tempo, os povos africanos não foram foco de estudo dos historiadores ocidentais devido à inexistência de uma história da África pautada em textos e achados arqueológicos. No sentido de conhecimento (endógeno), a ideia de razão não foi atribuída ao continente africano. A crença era de que só a Europa possuía e fazia história. Durante muito tempo permaneceu o pensamento que o Egito pertencia a Ásia branca ou a Europa; o Egito era branco, dividido pelo Saara, mais próximo à Europa. Essas construções consubstanciaram a ideia de que não há história na África. A necessidade de se conhecer e compreender a história africana tem levado os pesquisadores a se debruçar sobre ela, fato que tem por consequência a formulação de novas questões frente à diversidade do continente africano. Nos últimos anos, a variedade de fontes e ciências, tais como: geologia, paleontologia, paleobotânica, egiptologia, palinologia, geografia física e história têm contribuído de forma significativa para a história da África, e, através do cruzamento de fontes, é possível perceber sua extraordinária dimensão. A própria variedade de fontes é um legado da história da África. O historiador deve se apropriar de métodos e fontes para remontar o passado, visto que, de acordo com o autor T. Obenga no texto Fontes e técnicas específicas da história da África – Panorama Geral, na obra “História Geral da África I”, “a história é uma visão do homem atual sobre a totalidade dos tempos.” (OBENGA, 2010, p. 60). Através do método potássio-argônio foi possível descobrir a gênese humana no leste africano, desta forma, a origem da história africana se confunde com a própria historia da origem da humanidade. As ciências da terra também auxiliam na busca pela história africana. Esta por sua vez, se perfaz a partir do olhar atento do historiador sobre todos os procedimentos de análise que se articulará para construção do seu discurso. Uma importante fonte da história africana, assim como a tradição oral, é a linguística histórica. Por vezes, ambas são as únicas fontes possíveis de orientar escavações e esclarecer a escrita e história africana. Acerca do domínio das ciências humanas e sociais na história da África, é necessário ter cautela com o uso de conceitos, tais como “reino”, “nação”, “Estado” que nem sempre são possíveis de serem aplicados à história africana. Portanto, a história da África deve ser reescrita a partir de uma nova metodologia e do cruzamento de fontes. Assim sendo, Os historiados devem buscar fatos que invalidem o pensamento que a África não possui história.
Houve uma necessidade em abrir os horizontes no que se diz respeito a fontes históricas para poder compreender a História da África, principalmente das suas primeiras civilizações. Isso tudo por causa daquela velha concepção de que sem fontes escritas determinada propriedade não poderia ter existido na História. Contrariando essa linha antiga de pensamento, os pesquisadores da Historia da Africa acabaram utilizando outras fontes e se apoiou em técnicas e outras ciências que foram fundamentais para a síntese de suas teorias. Aqui vale ressaltar os estudos de fósseis e as técnicas de datação de carbono, a geografia e o seu estudo da superfície terrestre, a paleontologia, geologia e varias outras disciplinas que ajudaram a História a descobrir determinados fenômenos sobre a África. Outro fonte importantíssima foram as fontes orais, os mitos e histórias que permeavam por determinados territórios e que eram comprovada na maioria das vezes pelas ciências na qual a História se apoiou.
ResponderExcluirÉ possível sim construir uma história sem fontes escritas caso haja uma necessidade como no caso da História da Africa, e isso é notório quando observamos as sinteses resultantes do dialogo entre a metodologia da História com as outras ciencias na qual ela se sustentou.
Raul Barreto
Em seu texto, “Fontes e técnicas específicas da história da África”, T. Obenga ressalta que durante muito tempo o continente africano esteve fora do campo de estudo dos historiadores ocidentais, diante destas circunstâncias, a crença de que o continente africano não tinha história foi amplamente difundida, isso se deu por causa da ausência de textos e de uma arqueologia documental. Percebe-se que está concepção vem sendo ultrapassada, tendo em vista o alargamento das fontes, métodos e objetos para a história da África.
ResponderExcluirGuiados pela necessidade de conhecer e compreender a história do continente africano, principalmente pelas questões ligadas a era pós-colonial, os pesquisadores africanistas sentiram a necessidade de fundar a história da África, sobretudo, é imprescindível destacar que esta ainda segue em processo de construção.
Segundo o autor, há cerca de 15 anos atrás ocorreu uma imensa transformação nos instrumentos de trabalho e atualmente tem sido bastante utilizada, no que diz respeito a existência de fontes utilizadas mais especificamente para a história da África, são estas, a geologia, paleontologia, pré-história e arqueologia, paleobotânica, palinologia, medidas de radiatividade de isótopos capazes de fornecer dados cronológicos e absoluto, geografia física, observação e análise etno-sociológicas, tradição oral, linguística histórica ou comparada, documentos escritos europeus, árabes, hindus e chineses, documentos econômicos ou demográficos que podem ser processados eletronicamente. É imprescindível destacar que a integração dos métodos com o cruzamento das fontes, tem se mostrado bastante eficaz, tanto no que diz respeito à contribuição da África para a ciência quanto para à historiografia contemporânea.
Em suma, um rico e variado material documental pode ser extraído a partir das fontes e técnicas baseadas nas ciências exatas e nas ciências naturais. Sobretudo, é de imensa importância salientar a enriquecedora contribuição das outras ciências humanas e sociais, sendo estas, a egiptologia, linguística, tradição oral, ciências econômicas e políticas.
Contrariando a antiga concepção de que o continente africano só passou a ter história com a chegada dos colonizadores, o autor nos mostra uma imensa variedade de fontes que podem ser utilizadas para se estudar o continente africano, diante disso, podemos concluir que é possível sim estudar e construir a história da África sem fontes escritas.
Laís Freitas
Durante muito tempo, os povos africanos não foram foco de estudo dos historiadores ocidentais devido à inexistência de uma história da África pautada em textos e achados arqueológicos. No sentido de conhecimento (endógeno), a ideia de razão não foi atribuída ao continente africano. A crença era de que só a Europa possuía e fazia história. Durante muito tempo permaneceu o pensamento que o Egito pertencia a Ásia branca ou a Europa; o Egito era branco, dividido pelo Saara, mais próximo à Europa. Essas construções consubstanciaram a ideia de que não há história na África. A necessidade de se conhecer e compreender a história africana tem levado os pesquisadores a se debruçar sobre ela, fato que tem por consequência a formulação de novas questões frente à diversidade do continente africano. Nos últimos anos, a variedade de fontes e ciências, tais como: geologia, paleontologia, paleobotânica, egiptologia, palinologia, geografia física e história têm contribuído de forma significativa para a história da África, e, através do cruzamento de fontes, é possível perceber sua extraordinária dimensão. A própria variedade de fontes é um legado da história da África. O historiador deve se apropriar de métodos e fontes para remontar o passado, visto que, de acordo com o autor T. Obenga no texto Fontes e técnicas específicas da história da África – Panorama Geral, na obra “História Geral da África I”, “a história é uma visão do homem atual sobre a totalidade dos tempos.” (OBENGA, 2010, p. 60). Através do método potássio-argônio foi possível descobrir a gênese humana no leste africano, desta forma, a origem da história africana se confunde com a própria historia da origem da humanidade. As ciências da terra também auxiliam na busca pela história africana. Esta por sua vez, se perfaz a partir do olhar atento do historiador sobre todos os procedimentos de análise que se articulará para construção do seu discurso. Uma importante fonte da história africana, assim como a tradição oral, é a linguística histórica. Por vezes, ambas são as únicas fontes possíveis de orientar escavações e esclarecer a escrita e história africana. Acerca do domínio das ciências humanas e sociais na história da África, é necessário ter cautela com o uso de conceitos, tais como “reino”, “nação”, “Estado” que nem sempre são possíveis de serem aplicados à história africana. Portanto, a história da África deve ser reescrita a partir de uma nova metodologia e do cruzamento de fontes. Assim sendo, Os historiados devem buscar fatos que invalidem o pensamento que a África não possui história.
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