Trata-se de mais um instrumento de divulgação dos debates feitos pelos discentes do curso de História da Universidade do Estado da Bahia - através da ação do Núcleo de Estudos Africanos.
A princípio, é de grande importância considerarmos que a História da África, em especial, no estudo das primeiras civilizações africanas, deve ser tomada a partir da própria África e suas especificidades, contrariando uma historiografia que por muito tempo insistiu em enxergar à África fora dela. Tomando por base os escritos de Elikia M’Bokolo. Partindo dessa premissa, a história das primeiras civilizações africanas, deve ser vista com cautela, ao passo que vai se revelando enquanto desmitificador de mitos construídos acerca da História da África e suas primeiras civilizações. Desta forma, se muitas vezes as fontes acerca desta história se configuram enquanto promissoras e fecundas, logo, ao passo que são exploradas, se mostram "silenciosas" para com a necessidade de fecundidade que o trabalho historiográfico necessita. Mesmo assim, tais fontes servem para o levantamento de questões que lançam luz na obscuridade da História da África a´qual por muito tempo vigorou. Enquadrando-se em um estudo historiográfico baseado no uso de novas fontes, as conjecturações acerca da história das primeiras civilizações africanas, como resultado da inconsistência das fontes, se torna possível muitas vezes por bases sociais do que por bases físicas. Assim, a natureza e o tipo das civilizações africanas no passado, se concretiza no âmbito das hipóteses, uma vez que as informações são tão ineficientes, quanto os métodos mais adequados para entender as fontes disponíveis. No entanto, nada é impossível para a História, segundo M'Bokolo, dois domínios tornam possível o conhecimento dessas sociedades: na história das civilizações materiais e das técnicas e o da história política. Isto posto, descartando as teses difusionistas, que por muito tempo foram meios de se entender a História das antigas civilizações africanas,onde a África se configuraria enquanto mero receptor de ideias e apenas às adaptariam ao seus territórios,admite-se então que o processo de de formação das sociedades africanas, aconteceu majoritariamente por processos endógenos ao desenvolvimento do próprio continente. Em consequência disso, considerando fruto de um processo endógeno, tanto o surgimento da agricultura quanto do desenvolvimento da metalurgia, a historiografia busca atribuir a verdadeira importância no continente africano. No entanto, não devemos, por meio disso, desconsiderar as relações mútuas que se estabeleceram entre a África e outras continentes. Insta salientar que, no que se refere a história das técnicas, esta, permitiu fundamentar as especulações sobre a história do povoamento africano sob bases mais sólidas, onde anteriormente esta história teria se baseado em um estudo baseado na linguística. Derrubando principalmente a teoria do "sobrepovoamento", por meio do povo bantu, insuficiente para explicar o povoamento das civilizações africanas. Em conseguinte, como expressão dos processos endógenos, as primeiras civilizações africanas, da qual se possuem conhecimento, e até mesmo enquanto expressão do gênero político africano, são, neste âmbito, o Reino de Kush e Axum. Onde Axum, foi o primeiro "estado" africano de que se possuiu fontes variadas e complementares. Em suma, os processos internos e a estrutura de formação do Estado na África antiga, caminham no mesmo sentido do desconhecimento ou ausência de fontes, o autor M'Bokolo, chama a atenção para a necessidade de reconhecimento de uma história que se aproxima mais da realidade africana, principalmente no tocante à formação das antigas civilizações africanas, contrariando uma historiografia que por muito tempo insistiu em constituir a História da África, alocando-a fora da própria África, enxergando por meio de processos externos, desqualificando-a enquanto construtora da própria história. Sendo assim, a partir de uma nova historiografia, baseada em uma nova concepção de fontes, passa a "contar" a história da África, a partir da própria África.
Para compreendermos os fenomenos acerca das primeiras civilizações africanas, devemos entender primeiro que esta não se enquadra no modelo europeu quatripartite de periodização e que os aspectos e características construidas por esses povos, partiram deles próprios, ou seja, foi uma formação de caráter endogeno, partindo da própria Àfrica. Uma diferença que essas primeiras civilizações tem com relação ao resto do mundo é que na "pré história" a passagem para a idade do ferro foi ligada diretamente sem passar pela idade do cobre. Esse tipo de fenomeno foi muito discutido entre os historiadores difusionistas e endogenistas. Para isso esses ultimos provaram achando fosseis metalicos datando muito antes dos povos europeus. Outro detalhe importante é que já havia indicios de um comercio interno (ou pelo menos um contato) entre as varias civilizações africanas existentes em tal época e isso foi um fator determinante para a aculturação de práticas diferentes com relação a esses contatos, tanto na parte casual como também em guerras. Com relação a isso vale ressaltar a importancia dos povos pigmeus que tinham importantes tecnicas agricolas e foram aculturadas por outros povos que estabeliciam contatos.
A princípio, é de grande importância considerarmos que a História da África, em especial, no estudo das primeiras civilizações africanas, deve ser tomada a partir da própria África e suas especificidades, contrariando uma historiografia que por muito tempo insistiu em enxergar à África fora dela. Tomando por base os escritos de Elikia M’Bokolo. Partindo dessa premissa, a história das primeiras civilizações africanas, deve ser vista com cautela, ao passo que vai se revelando enquanto desmitificador de mitos construídos acerca da História da África e suas primeiras civilizações.
ResponderExcluirDesta forma, se muitas vezes as fontes acerca desta história se configuram enquanto promissoras e fecundas, logo, ao passo que são exploradas, se mostram "silenciosas" para com a necessidade de fecundidade que o trabalho historiográfico necessita. Mesmo assim, tais fontes servem para o levantamento de questões que lançam luz na obscuridade da História da África a´qual por muito tempo vigorou. Enquadrando-se em um estudo historiográfico baseado no uso de novas fontes, as conjecturações acerca da história das primeiras civilizações africanas, como resultado da inconsistência das fontes, se torna possível muitas vezes por bases sociais do que por bases físicas.
Assim, a natureza e o tipo das civilizações africanas no passado, se concretiza no âmbito das hipóteses, uma vez que as informações são tão ineficientes, quanto os métodos mais adequados para entender as fontes disponíveis. No entanto, nada é impossível para a História, segundo M'Bokolo, dois domínios tornam possível o conhecimento dessas sociedades: na história das civilizações materiais e das técnicas e o da história política.
Isto posto, descartando as teses difusionistas, que por muito tempo foram meios de se entender a História das antigas civilizações africanas,onde a África se configuraria enquanto mero receptor de ideias e apenas às adaptariam ao seus territórios,admite-se então que o processo de de formação das sociedades africanas, aconteceu majoritariamente por processos endógenos ao desenvolvimento do próprio continente.
Em consequência disso, considerando fruto de um processo endógeno, tanto o surgimento da agricultura quanto do desenvolvimento da metalurgia, a historiografia busca atribuir a verdadeira importância no continente africano. No entanto, não devemos, por meio disso, desconsiderar as relações mútuas que se estabeleceram entre a África e outras continentes.
Insta salientar que, no que se refere a história das técnicas, esta, permitiu fundamentar as especulações sobre a história do povoamento africano sob bases mais sólidas, onde anteriormente esta história teria se baseado em um estudo baseado na linguística. Derrubando principalmente a teoria do "sobrepovoamento", por meio do povo bantu, insuficiente para explicar o povoamento das civilizações africanas.
Em conseguinte, como expressão dos processos endógenos, as primeiras civilizações africanas, da qual se possuem conhecimento, e até mesmo enquanto expressão do gênero político africano, são, neste âmbito, o Reino de Kush e Axum. Onde Axum, foi o primeiro "estado" africano de que se possuiu fontes variadas e complementares.
Em suma, os processos internos e a estrutura de formação do Estado na África antiga, caminham no mesmo sentido do desconhecimento ou ausência de fontes, o autor M'Bokolo, chama a atenção para a necessidade de reconhecimento de uma história que se aproxima mais da realidade africana, principalmente no tocante à formação das antigas civilizações africanas, contrariando uma historiografia que por muito tempo insistiu em constituir a História da África, alocando-a fora da própria África, enxergando por meio de processos externos, desqualificando-a enquanto construtora da própria história. Sendo assim, a partir de uma nova historiografia, baseada em uma nova concepção de fontes, passa a "contar" a história da África, a partir da própria África.
Para compreendermos os fenomenos acerca das primeiras civilizações africanas, devemos entender primeiro que esta não se enquadra no modelo europeu quatripartite de periodização e que os aspectos e características construidas por esses povos, partiram deles próprios, ou seja, foi uma formação de caráter endogeno, partindo da própria Àfrica. Uma diferença que essas primeiras civilizações tem com relação ao resto do mundo é que na "pré história" a passagem para a idade do ferro foi ligada diretamente sem passar pela idade do cobre. Esse tipo de fenomeno foi muito discutido entre os historiadores difusionistas e endogenistas. Para isso esses ultimos provaram achando fosseis metalicos datando muito antes dos povos europeus. Outro detalhe importante é que já havia indicios de um comercio interno (ou pelo menos um contato) entre as varias civilizações africanas existentes em tal época e isso foi um fator determinante para a aculturação de práticas diferentes com relação a esses contatos, tanto na parte casual como também em guerras. Com relação a isso vale ressaltar a importancia dos povos pigmeus que tinham importantes tecnicas agricolas e foram aculturadas por outros povos que estabeliciam contatos.
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