quinta-feira, 6 de outubro de 2016

PARA OS DISCENTES DO QUINTO SEMESTRE, JACOBINA, CAMPUS IV, AULA 06:

O que se pode discorrer sobre a domesticação dos animais, agricultura e metalurgia no continente africano? São processos exógenos ou endógenos?

3 comentários:

  1. Segundo escreveu Ki-Zerbo, a historiografia africana era norteada pelos que os outros pensavam. Nada era criado na África, tudo era trazido de forma, exógeno.
    Esse entendimento se enquadra perfeitamente no que Ki-Zerbo definiu como barragem de mitos. Tais mitos serviram para reforçar estereótipos onde a Europa foi vista como o continente que civilizou o continente africano.
    Contrário à interpretação que coloca a África de forma passiva, recebendo influências de fora e que nada do que lá existe é endógeno, a África possui tradição em várias práticas. Um dos exemplos claro é o Egito, país que possui grandes achados arqueológicos que provam com clareza sua grandeza na produção e manipulação de metais, através do emprego de tecnologia que até os nossos dias não se conseguiu explicar.

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  2. Infelizmente a história do continente africano foi escrita pela visão do outro, do colonizador. Basta perguntar as primeiras pessoas que se encontram na rua o que elas sabem sobre o continente africano, para inicio de conversa, muitos não sabem nem que a África é um continente, muitos acreditam ser um país onde a aids e a fome proliferam. Durante um longo tempo esse continente foi considerado um lugar sem história. Em um processo exógeno o continente, considerado primitivo, era necessário domesticar, impor uma história, costumes. A falta de fontes, por isso a falta de história, de acordo com Ki-zerbo, como a história durante muito tempo foi escrita a partir da história escrita, documentada, negou a África a escrita da sua história, talvez por acreditar que no continente a história só poderia ser escrita através da história oral, o que para muito historiadores com apenas a história oral não é possível "fazer" história.
    Para Ki-zerbo, com o uso da memória coletiva os povos africanos buscam o passado de forma valorizada para criar/reafirmar a sua identidade.

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