terça-feira, 5 de agosto de 2014

PARA OS DISCENTES DO QUARTO SEMESTRE, CONCEIÇÃO DO COITÉ, CAMPUS XIV - AULA 09:

Appiah, no livro “Na casa de meu pai”, mais especificamente no capítulo “A invenção da África”, discute o processo de construção das representações do continente africano predominantes na contemporaneidade: a África dos negros, una, homogênea e indistinta, resultante das diferentes inspirações pan-africanistas; e a África selvagem, primitiva, habitada por povos sem cultura e História, repleta de doenças, fome e miséria. Tomando como referência o texto indicado, discuta a questão acima.

6 comentários:

  1. Em seu livro “Na Casa de Meu Pai”, Appiah tem como principal foco de discussão o conceito de raça, apontando que tal conceito, foi usado tanto pelo “opressor” para legitimar a escravidão e colonização, quanto pelo “oprimido” como forma de resistir e embasar suas lutas e reivindicações.
    Em seu primeiro capitulo o autor discute “A Invenção da África”, debatendo profundamente as primeiras influencias do pan-africanismo, para a idealização de uma África una, onde deveria prevalecer a união entre os povos negros e a solidariedade racial, onde todos deveriam viver em irmandade, pregando a religião cristã e falando inglês.
    Para Appiah o intercambio de idéias entre pan-africanistas na África, Europa e no novo mundo, possuiu (e continua possuindo) uma ambigüidade central que é o fato de pensar os povos colonizados na África e, os negros e negras fora deste continente, como se esses compartilhassem uma mesma situação. O autor critica essa visão, argumentando que há uma diferença crucial entre esses dois extremos, pois os negros do novo mundo, por se encontrarem fora da África, viviam em um ambiente onde eram vistos como inferiores e suas praticas eram vistas como selvagens dessa forma eles deveriam se aculturar no “padrão branco” de civilização. Por outro lado os povos colonizados na África, mesmo sobre o domínio do colonizador, e apesar das tentativas de “civilizá-los”, como aconteceu em grande parte dos territórios africanos colonizados pela frança, eles permaneciam em intenso contato com sua cultura tradicional, preservando seus antigos costumes, hábitos, línguas, crenças e muitos outros traços de sua cultura tradicional.
    As argumentações dos pan-africanistas em suas tentativas de construir uma África homogênea e indistinta, contribuíram, mesmo que de forma inconsciente, para a consolidação da imagem do continente africano como lugar inferior, selvagem, primitivo e pagão, pois, ao proporem uma unificação dos povos africanos através da conversão ao cristianismo e da adoção do língua inglesa, ou seja, a língua eurofana, como idioma dessa África “país”, os pan-africanistas acabavam desvalorizando a riqueza cultural dos povos daquele continente, representada pela enorme diversidade de costumes, crenças, hábitos, línguas religiões, construídos e vividos a milhares de anos pelos milhares de povos do continente africano.

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  2. APPIAH: Na Casa de Meu Pai.
    O autor utiliza dos seus conhecimentos para fazer uma crítica à ideia de raças humanas; mostrando como a tentativa de construir uma identidade africana terminou desconsiderando a enorme diversidade cultural do continente, e assim acabou por ocultar a grande parcela de contribuição dada pelos negros e negras intelectuais que contribuíram com esse movimento. APPIAH faz questão de deixar claro que “raça” não existe, e que a possibilidade para entendermos a identidade africana se torna possível quando procuramos fugir dos “alicerces conceituais impregnados pelo ocidente”. Para ele, no tocante “a invenção da África”, “Ilusões de raça”, e o mito do mundo africano, faz-se necessário esclarecer a visão erronia dos pioneiros no movimento pan-africanista, que tentam induzir a noção de que os povos africanos deveriam ser pensados como um grupo homogêneo, onde, levando em conta o conceito de raça, haveria “a raça africana”, e que por conta disso existiria nesse povo uma unidade natural cultural e política comum.
    Nesse contexto ainda temos outro problema; que é o sentimento adotado pela própria população negra, e/ou por muitos dos que a defende através de uma luta por igualdade racial, e que influenciados pelo pan-africanismo terminam também homogeneizando a África nos seus diversos aspectos. E assim, equivocadamente aproveitam os avanços conquistados através das lutas, para marcar, tanto o continente africano quanto o seu povo, dando a esses a dimensão de coisas desconectados do resto do mundo. Algo veementemente combatido por Appiah, que alerta para os perigos das limitações impostas à diversidade cultural do continente africano a partir da criação de uma identidade africana.


    ALUNO: Justino Nunes (Justo)

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  3. A guerra entre os africanos porque a guerra lhes fornecia escravos. As potencias ocidentais querem que haja dirigentes africanos e poderes políticos que sejam compatíveis com seus interesses estratégicos. As potencias têm interesse em que haja divisões entre os africanos. Evidente que se todos os africanos dissessem: “Não há nenhum problema! Venham, está tudo livre. Escavem onde quiserem! Levem o que quiserem! As potencias estrangeiras não interviriam para pôr os africanos uns contra os outros, não estão nem ai para a paz.
    As lutas pela independência foram influenciadas também pelo pan-africanismo e pela negritude. O pan-africanismo foi um movimento idealizado por negros norte-americanos e antilhanos que defendia a unidade da África, a solidariedade e a independência dos povos africanos. Já a negritude foi um movimento africano idealizado pelo senegalês Leopold Senghor, que propunha a valorização das culturas negro-africanas.
    As independências africanas podem ser agrupadas em dois blocos: primeiro bloco (1945-1962) estão as colônias que conseguiram a independência por meio da negociação com suas ex-metrópoles, com exceção da Argélia que durou longa guerra de libertação; o segundo bloco (1962-1975) estão os países que conseguiram a independência por meio da guerra de libertação. Os africanos recebiam ajuda militar dos Estados Unidos ou da União Soviética, uma vez que essas superpotências estavam interessadas em ampliar suas áreas de influencias. O custo material e humano das independências desse bloco foi altíssimo.
    Crummell tinha em comum com sues contemporâneos europeus e norte-americanos uma ideia negativa da cultura tradicional da África, anárquica, desprovida de princípios e ignorante, e definida, dada a ausência de todos os traços positivos da civilização, como “selvagem”; os selvagens dificilmente têm alguma cultura.
    Para Blyden, assim como para Crummell, a África era a pátria adequada do negro, e o afro-americano era um exilado que deveria “voltar para a terra de seus pais”. “E ficar em paz consigo mesmo”. E ainda vem dizer que o inglês é a mais adequada das línguas europeias para transpor os abismos entre as tribos, causados pela grande diversidade de dialetos entre elas.

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  4. Em sua, Obra na casa de meu pai, Appiah, traz uma discussão acerca do conceito de raça, e como esse conceito foi usado de forma ambígua pelo o colonizador e o colonizado, o primeiro na tentativa de afirmar sua conduta e o segundo justificar suas reivindicações, no decorrer da sua abra fala sobre a “invenção da África” onde debate a idealização de uma África unida e homenageia, tanto na língua, como culturalmente e religiosamente, ideias pan-africanistas, tanto estas como idealizar negros e negras de outros países pertencentes a sua ancestralidade africana.
    Mas o autor vem discordando sobre isso dizendo, que os negros e negras que hoje vivem e se constituíram desde muitas gerações são vistos de forma inferior, tendo estes que se enquadras no padrões brancos, grande diferença daqueles que foram raízes do continente africano que apesar de colonizados, não se desprenderam de sua cultura e seus hábitos colocando-os como cruciais.
    Tais ideias pan- africanistas contribuíram para se ter hoje uma visão discriminatória da África, de suas culturas e sua grande diversidade, sem entender este fatores muitos acabam por se ater há uma ideia de África caracterizada como o lugar de uma raça, a raça negra, que Appiah trata de desconstruir.

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  5. Na obra "Na casa de meu pai" vem trazer uma problemática a cerca das nomeações trazidas pelos colonizadores em relação aos africanos. trazidos como uma sociedade incapacitada sem educação sem condições sociais, na miséria, dominada e sem condições para sair desse patamar. Traz uma África homogênea com mesma cultura, religião, enquanto no conceito pan-africanista ele tenta dar uma origem a raça de todos os negros a associando-as a sua ancestralidade ao continente africanos.
    Porém todos as argumentações do pan-africanismo contribuiu e contribui para o aumento das visões homogêneas africanas, construindo uma ideia de que todos os negros são descendentes africanos, e que a África resume-se em fome, miséria, savanas dentre outros olhares preconceituosos vistos na atualidade.

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  6. POSTADO POR THAIZE CLAUDIA BARRETO DA CUNHA OLIVEIRA
    Na obra "Na casa de meu pai" podemos analisar os negros em particularidades e colocando em questão em que Africa é um continente e que a sua cultura é diversificada, não podendo generalizar como um todo, problematizando assim os dogmas existentes em que todo negro é originado ou que se tenha uma continuidade daqueles trazidos da África, influenciados muitas vezes pelo sentimento e movimentos sociais.
    Diante de algumas obras inventaram uma Africa uma, homogenia em que apresentam o continente Africano como uma realidade dotada de um único ponto de vista ,religião, costume e práticas, onde se remete que todos os negros são Africanos e que todos Africanos são negros até mesmo pelo processo de retorno, assim tratadas como uma questão sócio histórico, podendo observar que Brasileiros e Africanos estão muito além de serem simples adjetivos pátrios.
    De certa forma observamos que algumas áreas de conhecimento permanecem pautadas de discursos a serem questionados a analisar os conceitos “afrodescendente¨ , “afro- brasileiro”, “africanos”, onde todos são descendentes de homens e mulheres trazidos da África como escravos, em que a palavra negro passa ser um termo pejorativo.
    È importante salientar que todo este rotulo criado ao redor dos negros e da cultura africana no Brasil retrata uma grande falácia histórica que perdura até a contemporaneidade. A África não é composta somente por negros e nem mesmo possui uma cultura homogênea. O continente africano é composto por diversos países com povos e culturas diferentes, e nós não podemos aceitar essa homogeneização induzida.
    Portanto diante de tais discussão pode-se concluir que esse preconceito racial ao negro, fez com que afirmasse uma homogeneização devido ao racismo cruel, que ainda permanece mascarado, até mesmo por aquele que se se dizem anti-rascistas, que submetem negros e negros do nosso país a uma exclusão histórico- econômico, onde cargas negativas dificultam o relacionamento diante de um passado não tão distante do presente

    POSTADO POR : THAIZE CLAUDIA BARRETO DA CUNHA OLIVEIRA.
    OBS: USEI O EMAIL DE MINHA IRMÃ PORQUE NÃO TENHO CONTA GMAIL.

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