terça-feira, 5 de agosto de 2014

PARA OS DISCENTES DO QUARTO SEMESTRE, CONCEIÇÃO DO COITÉ, CAMPUS XIV - AULA 13:

M´Bokolo refere-se aos mitos científicos numa perspectiva semelhante a de Ki-Zerbo. O que são estes mitos científicos?

12 comentários:

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  2. Primeiramente é preciso ter cuidado com uso indiscriminado da palavra – ou melhor, do conceito de mito. Há algum tempo muitos autores como Eduardo Rocha em seu trabalho O que é Mito, publicado originalmente em 1996, pela editora Brasiliense, vêm levantando questionamentos a respeito da utilização deste conceito no sentido de quebrar o paradigma de sua utilização como sinônimo de mentira. E muitos historiadores, principalmente do campo da História da África, onde recentemente tem ocorrido um grande debate conceitual, já adotam essa postura de “desmistificação” do mito, afinal como costumava dizer a professora Ivana Libertadoira em suas brilhantes aulas de Filosofia ao falar sobre mitologia grega no meu primeiro semestre da Graduação: “o mito é uma narrativa verdadeira”.
    Entretanto M’Bokolo e Ki-Zerbo, apesar de não afirmarem o contrario do postulado acima, se utilizam do conceito de mito para se referir as imprecisões, estereotipias e distorções historicamente construídas a respeito do continente Africano, muito presente no senso comum, mas que acabaram sendo reforçadas e legitimadas pela ciência, notadamente, a partir do século XIX, daí a referência de M’Bokolo e Ki-Zerbo aos mitos científicos .
    Esses “mitos científicos” foram disseminados, em sua grande parte pelos escritores e pesquisadores guiados pelas ideis pan-africanistas. Por intermédio destes, foram cientificisadas e reforçados muitas estereotipias, e inverdades sobre a África. Além de imprecisões e incorreções historiográficas, como a que mistura a Historia da África e do continente africano e a história dos negros e negras do Brasil. Nessa concepção a segunda é tratada como a continuação da primeira, como se as praticas, costumes e crianças aqui vividos pelos negros e negras, estivessem também em vigor em todo o continente africano.
    Felizmente, com o amadurecimento do campo de estudo da História da África no Brasil desde os últimos anos do segundo milênio, muitas destas “barreiras” vem sendo quebradas, o que é indispensável para que possa ser reescrita uma historia da África mais crítica, apartada dos enclaves científicos que ha mais de um século vem dificultando a feitura de estudos esclarecedores que deem conta da elucidação da complexidade do continente africano, permitindo assim, um melhor entendimento, da África, do Brasil, em suma, da humanidade.

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  3. O passado do continente africano é repleto de mitos, que segundo Joseph Ki-Zerbo “a barragem dos mitos” são obstáculos que precisam ser superados, pois tratam-se de mentiras e tolices que prejudicam o estudo do continente africano.
    Elikia M’Bokolo, define este mesmo processo de “mitos científicos”, que segundo o mesmo, estes mitos foram produzidos por homens de ciência de maneira insidiosa, ao lado das reconstruções históricas mais refletidas e mais duradouras, estereótipos tanto mais persistentes pois apareciam aparelhados com todos os emblemas da legitimidade ”científica” ou acadêmica, ao mesmo tempo em que confortavam as falsas evidências do senso comum.
    O fato de que os primeiros que escreveram a história da África tenham sido estrangeiros-árabes e europeus, influenciaram na construção desses mitos, colocando o continente africano em situação de desigualdade. Dentre os mitos científicos, podemos destacar o conceito de “raça”, que desfavoreceu à África e os africanos, na medida em que foi forjado e ilustrado em pleno período negreiro por homens que falavam em nome seja da “ciência”(a “antropologia”) seja de considerações puramente ideológicas. Outro mito que perdurou durante muito tempo, é a ideia de o Egito não faz parte da África e sim da Ásia Ocidental
    Com o surgimento de novas tecnologias na utilização das diversas fontes, o historiador pode desconstruir muitos desses mitos que por muito tempo foram transmitidos como verdades. O estudo da história da África de forma crítica, através do cruzamento das fontes disponíveis, contribui para desmistificar a ideia de uma África atrasada, homogênea e desvalorizada por muitos.

    Geane Carles Capistrano de Oliveira IV semestre, Campus XIV.

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  4. De acordo com os seminários apresentados e as contribuições de Elikia M’Bokolo no livro África Negra: história e civilizações, onde o autor vem discutir peculiaridades do continente africano, principalmente sobre a historiografia criada sobre o mesmo, e ainda mais afundo, sobre as teorias e paradigmas que foram durante muito tempo considerados como os melhores pilares para a literatura histórica sobre esse continente. É dentro dessa concepção que ele vem evidenciar que a maior parte dos autores, intencionalmente ou não, ao escrever sobre a África basearam-se em mitos e lendas, que serviram e servem para criar estereótipos e imaginários distorcidos da realidade dos povos africanos. Dentro dessa concepção é que o autor caracteriza os mitos “científicos”, que criado por homens de ciência produziu também uma carga de tabus tanto persistentes, como o autor afirma, “pois apareciam aparelhados com todos os emblemas de legitimidade ‘científica’ ou acadêmica, ao mesmo tempo em que confortavam falsas evidências do senso comum”.
    M’Bokolo atribui, diante disso, ao fato de que os primeiros que escreveram sobre a história da África foram estrangeiros, então submetida ao olhar do outro e aos interesses de uma época e de indivíduos, o continente foi sempre representado através de relações desiguais.
    São diversos exemplos aos quais podemos retratar para definir o que M’Bokolo chama de mitos científicos, entre eles está na utilização do conceito de “raça” na historiografia, onde operou para mostrar as relações da África com as outras partes do mundo, sendo a “raça africana” apresentada como o tipo oposto a outras “raças”. Esse conceito deu origem também a teoria “hamítica” onde o continente continua até os dias atuais sofrer as consequências políticas. Outro exemplo ainda mais conhecido é a ideia de que o continente africano é dividido em dois, onde a Savana fica no meio, e os povos brancos e negros vivem separados.
    Com isso M’Bokolo vem chamar atenção para a necessidade de se analisar e ser crítico ao trabalhar com a historiografia sobre o continente africano, pois grande parte mostram uma realidade distorcida da realidade, e mais embaraçam os historiadores do que os ajudam no exercício da sua profissão.

    Fabiana Costa Lima - IV semestre, Campus XIV.

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  5. O mito nada mais é a descrição de fato ocorrido,pode ser uma verdade ou não.
    Tem que se ter muito cuidado pois os descrito pode se tornar uma verdade de difícil de desconstruir .
    África é um bom exemplo de como se pode construir uma visão equivocada do continente africano.
    Ela muitas vezes é citada como selvagens atrasada e sem capacidade de se auto-governar.
    Os autores M' bokolo e Ki -Zerbo deixa claro a dificuldade de obter as fontes histórica sobre esse continente .
    Eles falam que se tem quer vencer vários obstáculos para se obter as informações corretas.
    O objetivo dos autores é uma busca adequada procedimentos para melhor compreenção do que realmente é Africa.
    Patrícia dos Santos Araujo IV semestre de História de Conceição do Coité.

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  7. Antes de tudo é necessário que se pense com cuidado na utilização de mito, tido como um conceito que precisa ser analisado.
    No que diz respeito a sua utilização para falar do continente africano, tanto M´Bokolo e Ki – Zerbo, usam desse conceito para criticar construções históricas imprecisas de historiadores que se valeram de “mitos africanos” e historicizaram a África de forma que por consequência , acabou ganhando imagens e estereótipos, reafirmados pela ciência, no que os autores citados acima nomeiam de mito científico.
    Tais mitos científicos, produzidos por homens de ciências, pesquisadores e escritores influenciados pelo Pan- africanismo, trazendo tendenciosidades dos primeiros escritores estrangeiros ao falar da África , como a ideia de “raça”, ideia “hamítica”, além de sua possível divisão em parte negras e parte branca, ficando claro assim, interesses intrínsecos de uma época, reforçando estereótipos e mentiras sobre o continente africano, principalmente quando esses trabalhos historiográficos tendem a relacionar a historia do continente africano com as historias das negras e negros brasileiros .
    Contudo o numero de trabalhos e pesquisas no âmbito histórico sobre a África, que tentam quebrar com os paradigmas, vem aumentando consideravelmente, graças ao surgimento de novas tecnologias e comparações feitas entre várias fontes, fontes essas que tomam de forma criticas tais estereótipos fazendo assim abordagens mais claras sobre o continente africano.

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  8. Após grandes discussões sobre o continente africano, temos a oportunidade de discutir um pouco sobre algumas questões que, segundo autores africanos, são responsáveis pelas dificuldades enfrentadas por todo o continente em registrar suas verdadeiras marcas culturais, religiosas, cotidianas, que em geral tem suas peculiaridades barradas. Segundo M’Bokolo e Joseph Ki-Zerbo, a verdadeira realidade do que acontece no continente africano é barrada por conta dos ‘’mitos’’ científicos que há muito tempo deturpa as causas e consequências de um continente historicamente rico repleto de pluralidades.
    Estes autores trabalham na perspectiva de desmistificar todos esses ‘’mitos’’, que ao longo da história só proporcionou prejuízos ao continente em geral, visto que grandes mudanças históricas se deram no continente africano, no entanto, por questões ideológicas foram atribuídas à outros locais. Vale lembrar que é necessário tomar cuidado com relação a utilização deste conceito, pois se pensarmos que grandes autores, não africanos, escreveram sobre a África e hoje podem ter seus trabalhos desqualificados simplesmente por trabalharem com um tema que não tinha total domínio, e se apoiaram em ‘’mitos’’ para apresentar ao público um trabalho, segundo eles, de qualidade.
    Dessa maneira vale lembrar as influências que pan-africanismo tem sobre esses trabalhos, notadamente estes trabalhos continham sempre inverdades sobre a África, trazendo sempre histórias confirmadas por conceitos atribuídos somente ao continente africano, como Elikía M’Bokolo destaca o conceito de ‘’raça’’ ligeiramente atrelado ao continente africano, como forma de descaracterizar a multiplicidade de povos que lá existe. Joseph Ki-Zerbo demonstra em seu trabalho como durante muito tempo, autores não africanos negavam a inserção do Egito no continente africano, afirmavam que Egito fazia parte da Ásia Ocidental, Ki-Zerbo mostra em seu trabalho ligações comercias entre o Egito antigo e outros países da África, sendo confirmado pela língua falada no Egito ser também ouvida em outras partes do continente além de tantas outras semelhanças.
    Diante dessas questões, é importante destacar o avanço da ciência o avanço dos estudos no que concerne a África, que pode ajudar na quebra das barreiras impostas ao continente africano através dos ‘’mitos’’, procurando devolver a este, o que durante muito tempo lhe foi negado de forma proposital causando-lhe prejuízo histórico.

    Matheus Silva, IV semestre, campus XIV

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  9. A utilização do conceito de mito cientifico, tanto por m´bokolo quanto por ki-zerbo, se refere a histórias criadas para o continente africano tendo como fonte de legitimidade o campo academico. Estes autores trabalham numa perspectiva de desmistificar tais mitos os quais ao longo do tempo contribuiu para que se tivesse uma visão estereotipada do continente africano.
    Levando em consideração que foram os europeus, um dos primeiros a escreverem sobre a história da africa,verificamos o quanto o eurocentrismo reduziu o continente africano a um mero continente sem possibilidade de mobilização organizacional,haja visto,que este é um fator levado em consideração pelos europeus para se medir o nível de civilização de um povo. Sendo assim,é o autor m´Bokolo que nos chama á atenção para a posição social e identidade daqueles que escreveram sobre a origem da África,pois eles distorcem a imagem do continente e assim propagam idéias estereotipadas as quais estão hoje em dia sendo bastante reivindicadas pelos autores em questão.
    Outra idéia espalhada por estes mitos científicos é a questão de raça, a qual é tambem bastante criticada por m´Bokolo, pois segundo este tal conceito foi utilizado num contexto não favorável aos africanos,haja visto,que as relações eram desiguais entre colonos e africanos,ou seja, é necessário considerar também o contexto que se deu este conceito de raça.
    Outra corrente ideológica desses mitos científicos, se deram na teoria camita ou hamítica, a qual afirmava que residia uma maldição sobre a geração de Cam, e por isso o povo africano seria assim uma nação amaldiçoada por pestes, fomes..
    Entretanto os novos trabalhos de autores africanistas tem proporcionado um novo olhar para a história do continente africano,resgatando assim aquilo que há de positivo na África e também desmistificando estes mitos científicos

    Leiane de Jesus Souza.

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  10. A utilização do conceito de mito cientifico, tanto por m´bokolo quanto por ki-zerbo, se refere a histórias criadas para o continente africano tendo como fonte de legitimidade o campo academico. Estes autores trabalham numa perspectiva de desmistificar tais mitos os quais ao longo do tempo contribuiu para que se tivesse uma visão estereotipada do continente africano.
    Levando em consideração que foram os europeus, um dos primeiros a escreverem sobre a história da africa,verificamos o quanto o eurocentrismo reduziu o continente africano a um mero continente sem possibilidade de mobilização organizacional,haja visto,que este é um fator levado em consideração pelos europeus para se medir o nível de civilização de um povo. Sendo assim,é o autor m´Bokolo que nos chama á atenção para a posição social e identidade daqueles que escreveram sobre a origem da África,pois eles distorcem a imagem do continente e assim propagam idéias estereotipadas as quais estão hoje em dia sendo bastante reivindicadas pelos autores em questão.
    Outra idéia espalhada por estes mitos científicos é a questão de raça, a qual é tambem bastante criticada por m´Bokolo, pois segundo este tal conceito foi utilizado num contexto não favorável aos africanos,haja visto,que as relações eram desiguais entre colonos e africanos,ou seja, é necessário considerar também o contexto que se deu este conceito de raça.
    Outra corrente ideológica desses mitos científicos, se deram na teoria camita ou hamítica, a qual afirmava que residia uma maldição sobre a geração de Cam, e por isso o povo africano seria assim uma nação amaldiçoada por pestes, fomes..
    Entretanto os novos trabalhos de autores africanistas tem proporcionado um novo olhar para a história do continente africano,resgatando assim aquilo que há de positivo na África e também desmistificando estes mitos científicos

    Leiane de Jesus Souza.

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  11. Os mitos científicos mencionados acima são métodos( respostas) para as imprecisões e lacunas existentes nas distorções e esteriotipias presentes no senso comum, que é carregado de equívocos.
    A palavra "mito científico" se refere aos métodos surgidos no século XIX para se explicar a África a partir de distorções que Ki-Zerbo e Bokolo se opõe.
    Portanto se faz necessário pensar analiticamente esses mitos para não entrar no campo do erro

    José Dantas Júnior, discente do curso de História do quarto semestre, campus XIV.

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  12. Segundo M'Bokolo e Ki-Zebro, a barragem de "mitos" serve para enganar e dificultar sobre a história do continente africano, demonstrando que este é desprovido de história e de várias culturas.
    Desta maneira, observa-se que Ki-Zerbo e M'Bokolo discutem sobre a questão do "mito" como um obstáculo na fontes para pesquisas referentes ao continente africano. Entre os "mitos" questionados por exemplo, a ideia de que o Egito não pertence ao continente africano.
    Por fim, as fontes passaram á ter grande importância na historiografia africana, possibilitando uma melhor compreensão em relação a história da África e essas fontes contribuíram para desmistificar a ideia de uma África selvagem, atrasada e sobretudo homogênea.


    Leonardo dos Santos Sousa

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