terça-feira, 6 de maio de 2014

PARA OS DISCENTES DO QUINTO SEMESTRE, ALAGOINHAS, CAMPUS II - AULA 02:

Quantas e quais são as possibilidades de representar o continente africano a partir do senso comum que permeia a maior parte da população brasileira? Como o continente africano é retratado nos filmes da indústria cinematográfica hollywoodiana, revistas em quadrinhos e mídias de modo geral?

10 comentários:

  1. Os filmes mais acessíveis a população ainda são as produções de Hollywood, e como essas produções trazem o continente africano? No filme “Os Deuses devem estar loucos” retratam o africano como um ser primitivo e selvagem, que vê no europeu um homem civilizado, que pode ajudar em qualquer assunto, pois é um homem evoluído e distinto. Outro exemplo claro das representações negativas nos filmes é o jardineiro fiel, que traz pessoas “européias”chegam na áfrica, cheia de pessoas doentes (na maioria com HIV), onde essas pessoas distribuem alimentos em troca de que essas pessoas façam exames (usando africanos para testar produtos). Voltamos então a questão das representações, a África tem uma história de grande civilizações, construções de grandes templos, e muitas invenções, à exemplo da irrigação no Egito. No texto “Só tem guerras, fome e tribos primitivas, retrata também as representações nas histórias em quadrinhos, como Timtim, um jovem disposto a “civilizar” os africanos. É nessas representações de filmes, desenhos, HQ’s que percebemos o quão renegada é a História da África, hoje com debates mais esclarecidos temos um conhecimento maior dessa História.

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  3. Para a maioria dos brasileiros, quando o assunto é o continente africano, logo vem em mente, a fome, HIV, tribos, pobreza, guerras... Sempre representações negativas. Como se todo o continente africano, fosse uma pequena comunidade, e não um continente plural, com a existência de grandes centros urbanos, universidades, prédios... Muitas pessoas pensam na África com a Floresta Tropical que o Tarzan vive no filme produzido pela Disney. Ou um "lugar" de guerras como é representada no quadrinho O Soldado Desconhecido.
    No texto "Só tem guerras, fome e tribos primitivas: A África através das histórias em quadrinhos do Fantasma, Tintim e Soldado desconhecido", o autor Ivaldo Marciano, mostra que as histórias em quadrinhos é uma forma significante para a propagação de uma representação.Pois, quem ler estes quadrinhos, e não conhece a pluralidade da África, acaba aceitando a versão negativa. Como mostra em Tintim, onde os africanos precisavam sempre da ajuda do bom europeu, e que até o cachorro dele, mostra ser mais inteligente que os "africanos".
    Com o avanço dos estudos sobre a África, alguns estereótipos estão sendo quebrados. Para atingir um número maior de pessoas com acesso a esta desconstrução de uma África primitiva e selvagem, filmes hollywoodianos, que é o que temos mais acesso, e a mídia em geral, poderiam começar a representar o continente africano da maneira que realmente é, e não apenas com a visão negativa.

    - Ana Cláudia

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  4. A mídia sempre representou o continente africano de forma negativa, como um lugar miserável, em constantes conflitos, com muitos problemas sociais e políticos. Boa parte das produções cinematográficas, em especial as Hollyyoodianas, retrataram a África de forma selvagem e atrasada.
    De maneira geral tudo aquilo que se refere ao continente africano sempre remete ao senso comum a imagem de um lugar ultrapassado onde todos os africanos são negros e vivem soltos pelas florestas do continente. Vale destacar que essa imagem negativa acerca do território africano é fruto de informações com caráter etnocêntrico.
    Essas visões deturpadas contribuem significativamente para a construção de uma imagem errônea sobre a África e consequentemente acabam por esconder a grandiosidade de sua cultura e história. As últimas décadas do século XX, no que refere ao continente africano, foram marcadas por notícias relacionadas a guerra, fome e AIDS o que reforçou mais ainda ideia ruim sobre o mesmo.
    É valido destacar que nos últimos anos muitos historiadores voltaram seus olhos para o estudo da África, não mais com um olhar negativo e pejorativo. Boa parte das pesquisas, apesar de muitos entraves, buscam entender o continente e enfatizar sua grande contribuição na história da humanidade fazendo parcerias com outras disciplinas como a linguística e a arqueologia.
    Mesmo com todos os esforços para uma reconstrução da imagem africana mais objetiva e menos pejorativa, muitos historiadores ainda cometem alguns erros ao dividir o continente em duas partes e dessa maneira disseminar de forma indireta a ideia de que grandes civilizações, a exemplo do Egito, não pertenceram ao território africano.


    Tâmara Hellen

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  5. O continente Africano quase sempre é representado de forma negativa. As produções cinematográficas americanas reproduz a África definido como um lugar marcado por guerras, fome e miséria. As revistas em quadrinhos apresenta esse continente como um lugar onde a população são povos primitivos e selvagens que suas tribos brigam entre si e são incapazes de se autogovernarem necessitando da intervenção do homem branco, quanto aos jornais, esses sempre espalham noticias tendenciosas associando a imagem da África a grandes acidentes, graves doenças como o vírus da aids e o vírus do ebola, entre outros.
    Portanto o objetivo principal do autor deste artigo, Professor Ivaldo Marciano, é discutir o continente africano a partir dessas construções tendenciosas, sobretudo partindo desses três meios de comunicação (indústria cinematográfica hollywoodiana, revistas em quadrinhos e jornais) no intuído de desmistificar a visão negativa, estereotipada, pragmática sobre este continente através de estudos, pesquisas em historiografia recente principalmente na Coleção História Geral da África, sob a ótica de um olhar mais crítico, recolocando a África seu devido lugar.

    Rita de Cássia

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  6. Nos telejornais, periódicos, novelas, desenhos animados, revistas em quadrinhos, a África tem sido representada de forma caótica e incivilizada, com a ideia de que grande parte da população vive de forma primitiva. Um exemplo disso é o episódio "How Cleveland Got His Groove Back" do desenho The Cleveland Show conta a história de uma família americana negra, que planeja uma viagem de férias com o propósito de reafirmar os laços com seus “antepassados históricos”. Para isso, o personagem Cleveland (pai da família), que passava por um momento de depressão, planeja uma viagem à África no intuito de repor as suas energias e reestabelecer sua vontade de viver, através do contato com o povo africano e com a “terra mãe”. No entanto, os planos mudam e ele acaba decidindo viajar para o Havaí com a família. Como o filho mais novo, Rallo, estava muito ansioso e empolgado com a viagem à África, Cleveland decide enganá-lo, fazendo-o achar que estava realmente no continente africano. Para isso ele usa de diversos estereótipos no decorrer da viagem. Esse episódio foi uma crítica baseada nas preconcepções relacionadas ao continente africano, que reforçam preconceitos disseminados no senso comum. Observa-se que o personagem trata o continente africano como se fosse um país, utilizando o termo “África” como se fosse um conceito uniforme. Além de descartar a heterogeneidade do continente, que é formado por diversas etnias, a música África (da banda Toto), que toca quando a família está no Havaí reforça essas representações. Outro problema com representações acerca do continente africano diz respeito as músicas que tentam fazer alusão ao continente, como é o caso da música gravada por Shakira para a copa do mundo de 2010, que aconteceu na África do Sul. O clipe da música intitulada “Waka Waka” apresenta diversos estereótipos, como as negras que aparecem atrás da cantora, todas mulatas vestidas com roupas que tentam fazer alusão a estampas “típicas” do continente.
    Assim, de diversas formas, recursos midiáticos construíram uma África imaginária que se tornou real ao redor do mundo. Várias representações foram disseminadas e elas perduram até os dias atuais, permeando o globo, que trata do continente como se fosse “coisa de negro” e sem civilização.
    Esse imaginário não foi construído ma ingenuidade.

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  7. O autor do texto “Selvas, povos primitivos, doenças, fome, guerras e caos: a África no cinema, histórias em quadrinhos e nos jornais”, Ivaldo Marciano, aponta como a indústria cinematográfica hollywoodiana e outros veículos de comunicação em massa representam o continente africano, seja por características negativistas (fome, miséria, guerra) ou, como apontam alguns quadrinhos, por uma “África primitiva e habitada por selvagens incapazes de se autogovernarem”. Em linhas gerais, durante gerações esse veículos transmitiram a concepção de “lugar dos negros”. Este lugar estaria desprovido de identidade e civilidade, sendo selvagens por viverem cercados de florestas e animais silvestres; além de derem devotos e praticantes da religião dos orixás. É notória essa associação que é feita sobre o Candomblé e a África, sendo que boa parte do continente cultiva o Islamismo como religião predominante; isso se dá por conta das práticas do candomblé no Brasil, na qual é vista como continuidade dos traços culturais trazidas pelos negros escravizados. Dessa maneira, o autor salienta que “Candomblé e África não devem ser vistos como sinônimos”. Essas representações foram, também, responsáveis pela formação dos “mitos científicos” que acabaram por interditar os avanços em trabalhos de pesquisa; mas, a nova historiografia optou por naturalizar o continente africano e apresentado como ele realmente é. Dessa maneira, percebemos como, até os dias atuais, os estereótipos sobre o continente africano ainda é persistente e que o pré-conceito sobre tal irá permear por longas datas, mesmo que haja outras justificativas para essa representação dada pelos meios de comunicação em massa.

    - Danielle Santana

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  8. As produções hollywoodianas sobre a África são extremamente permeadas por um clichê que parece ter se instalado de vez nas idéias dos produtores americanos. As selvas, guerras civis e conflitos ideológicos são formas reiteradas e insistentes de representar o continente africano que surge sempre como um cenário propicio para a ação civilizatória e solidária de um protagonista americano. Em Amor sem Fronteiras, filme de Martin Campbell, a sinopse oficial da película é clara e objetiva: “Uma badalada vida em Londres se choca com a dura realidade de pobreza e fome nos piores lugares do mundo [...]”. Um desses “piores lugares do mundo” é nada menos que a Etiópia, mas claro que este cuidado de definir os países africanos por onde passou Angelina Jolie é o menos importante, uma vez que o telespectador já espera o mesmo cenário de miséria, pobreza e fome ao se tratar de África. A intencionalidade do filme não se trata de focar na diversidade geográfica e cultural dos países africanos mas montar uma trama na qual o pano de fundo reforça ainda mais a idéia do “país” África completamente homogeneizado, ao qual a pobreza é intrínseca.
    Amor sem fronteiras não é a primeira nem ultima possibilidade de difusão de uma imagem única do continente. Ivaldo Marciano traz uma discussão pertinente sobre diversas representações como Tin Tin, Tarzan, Diamante de Sangue, dentro outras, e analisa principalmente a alienação à qual os consumidores destas produções hollywoodianas estão submetidos. Uma vez que todos estes filmes, desenhos animados e revistas em quadrinhos se reportam ao assunto África com o mesmo olhar sobre “povos primitivos” e que necessitam de um branco europeu para lhes apresentar a civilização, vetamos as possibilidades de pensar na riqueza da historia do continente, nas grandes contribuições de toda a África para a história mundial. O continente africano torna-se através das telas, estigmatizado e congelado pela ação do imperialismo e só conhece uma vida digna quando médicos estrangeiros vão até lá em missão de caridade para mostrar um pouco de qualidade de vida a estes povos. A necessidade de desconstruir essa visão com certeza não é objetivo principal destes produtores de Hollywood. Mas conhecer a historia da África, nos permite quebrar a noção homogeneizada e saber principalmente que suas tradições milenares sempre existiram e não foram varridas pela colonização européia. É difícil compreender culturas diferentes quando nosso olhar está imerso em preconceitos e juízos de valor. Para lançar um olhar com alteridade é preciso antes de tudo conhecer a pluralidade cultural africana para além de representações reducionistas.

    Bruna Meyer V semestre

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  9. Não é nada difícil descrever o lamentável fato de que boa parte da população Brasileira tem uma visão além reducionista extremamente estereotipada do continente africano. Primeiro que muitos falam da África como se estivessem se reportando a um país, e não a um continente, onde o fome,miséria,doenças,guerras e pobreza se fizerem intensamente presente no cotidiano destes povos . Segundo que a população é constituída por tribos onde a grande maioria não estudam não trabalham vivem da caça e da pesca, e quando se fala dos que vivem na área urbana imaginam intensa pobreza e precariedade sem saneamento básico ou o mínimo de tecnologia. Terceiro que toda África ou a maior parte deste ´´ país ´´ não passa de uma grande selva repleta de leões, elefantes e girafas. Este lastimável absurdo é muito fortemente intensificado e reforçado pela mídia principalmente filmes e desenhos hollywoodianos. Quando se trata de desenhos, por exemplo, o povo africano é retratado como um povo extremante primitivo sem o minimo de inteligência ou qualidade e que só através da chegada dos Europeus podem, através destes, apreender o mínimo de civilização e organização até mesmo entre eles. Ao abordar sobre filmes a guerra civil a fome pobreza e selvageria estão bem presentes. Tudo isso é ser muito bem reportado no texto: Selvas,povos primitivos,doenças,fome, guerra e caos: a África no cinema,história em quadrinhos e nos jornais, do Professor Ivaldo Marciano de Ferreira Lima.

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  10. As possibilidades de tomar o Continente africano como se fosse um país e resumi-lo a uma única prática cultural, são muitas. Os veículos de massa contribuem muito com esse aspecto, uma vez que circula no mundo, nos filmes, jornais e até revistas em quadrinhos a imagem de uma África precária e miserável, e isso acaba fortalecendo essa ideia factual que muitos tem da mesma.
    Há um estranhamento pela a África descrita pelos historiadores e a descrita pelo senso comum. E esse estranhamento se deve as representações que foram e ainda são construídas, com base em veículos midiáticos.
    Esse continente não se explica pelas guerras étnicas, como alguns pesquisadores colocam. Também não podemos dizer que todos na África são negros, afinal eles não se veem assim.
    Por conta da mídia também, relacionamos os povos africanos ao candomblé e temos ainda uma problemática em relação a isso. Aqui no Brasil foram definidas as religiões afro-brasileiras, como se as mesmas fossem trazidas do continente africano para cá.
    O cinema hollywoodiano ajuda na construção dessas representações, uma vez que alguns filmes trazem em seu contexto a visão de que o continente, é uma floresta grande, cheia de animais, com povos incivilizados morando na mesma. E que precisam do “herói europeu” para salva-los em várias situações.
    Ainda há a discursão do continente que foi dividido em duas partes, onde a parte miserável, das guerras e fome fica conhecida como a África negra e a parte mais desenvolvida tecnologicamente como África branca. Como se o Egito e suas invenções, não pertencessem á esses povos “incivilizados”.
    Não podemos esquecer-nos da problemática em relação ao Brasil. Na questão de identidade e ancestralidade, os costumes e crenças dos negros brasileiros serem colocados, como vindos da África e tomar o candomblé e Umbanda como religião dos negros africanos.
    Essas representações construídas acerca do continente africano prejudicam de tal forma que nos impossibilita de termos uma visão diferente, focando nossos olhares para outros elementos existentes no mesmo.
    Temos que fazer história para conhecer o fenômeno e descrever o objeto, dessa forma analisar e enxergar a África como ela deve ser vista, sem esconder verdades nem mostrando fatos como se fosse resumido a um único elemento.
    O problema principal dessa veiculação de informações que não se sustentam, sobre o continente africano é que vem sendo construídas há algum tempo. E para desconstruir lavará mais tempo ainda.


    Daiane Santos da Silva v Semestre



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