Trata-se de mais um instrumento de divulgação dos debates feitos pelos discentes do curso de História da Universidade do Estado da Bahia - através da ação do Núcleo de Estudos Africanos.
terça-feira, 6 de maio de 2014
PARA OS DISCENTES DO QUINTO SEMESTRE, ALAGOINHAS, CAMPUS II – AULA 03:
A invenção da África.
– Appiah, no livro “Na casa de meu pai”, mais especificamente no capítulo “A invenção da África”, discute o processo de construção das representações do continente africano predominantes na contemporaneidade: a África dos negros, una, homogênea e indistinta, resultante das diferentes inspirações pan-africanistas; e a África selvagem, primitiva, habitada por povos sem cultura e História, repleta de doenças, fome e miséria.
Tomando como referência o texto indicado, discuta a questão acima.
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No texto de Appiah, o autor discute sobre a criação do chamado pan-africanismo, pelo Alexander Crummell, que reconhecia para o mundo que a África era para os africanos. De certo modo Crummell é considerado o "pai do nacionalismo africano". O autor vai além, fala do uso das línguas do continente pra publicações, sendo que na maioria das vezes grandes pesquisas e descobertas eram escritas em inglês. Na visão de Crummell a África é unida pelas questões raciais, ou seja, a África é destinada para "raça negra" por conta da disseminação do pan-africanismo que vemos algumas representações errôneas sobre o continente africano. Pensar na áfrica não como um continente atrasado e primitivo, mais como um continente que deu origem a civilização humana. Segundo Appiah a África é um continente multicultural e não pode ser retido em apenas ambientes primitivos e selvagens, sendo assim após a leitura e discussão do texto a “Invenção da África” muitos mitos foram deixados pra trás e fica a reflexão de uma História imensa da África a ser cada dia desmistificado.
ResponderExcluir- Andréia Belmont
O texto A Invenção da África do autor Kwame Appiah discuti questões referentes ao processo de construção dos ideais pan-africanistas. Segundo o mesmo o Pan-africanismo junto com o Pan-negrismo idealizaram uma perspectiva generalizada do continente africano.
ResponderExcluirKwame Appiah também destaca a importância de pensadores afro-americanos, como Alexander Crumell, que priorizavam a unificação do povo negro na busca por seus direitos e objetivos. Ao longo do texto o autor discuti as atitudes preconceituosas, manifestadas pelos europeus e as consequências das mesmas entre elas a ocultação das manifestações culturais africanas e a imposição da cultura europeia cotidiano dos povos do continente africano.
Appiah também problematiza e diferencia os conceitos de racialismo, racismo extrínseco e intrínseco. Segundo o mesmo o racialismo está associado a características hereditárias, já o racismo extrínseco e intrínseco está ligado a questões de caráter moralizador. O estudioso também contextualiza a trajetória do Pan-africanismo.
Tâmara Hellen
Neste texto, Kwame Appiah vai falar sobre a necessidade de repensar o pan-africanismo.
ResponderExcluirO pan-africanismo tem como seus principais representantes, afro-americanos, muitos destes afro-americanos (pan-africanistas) foram criados em uma sociedade segregacionista nos EUA. Como o Alexander Crummell que é considerado o pai do pan-africanismo. Os nacionalistas africanos pensavam em um movimento para os negros, estes que segundo Crummell teriam o mesmo destino, já que são da mesma raça. Estes pensadores tinham vínculos com ideias ocidentais.
Appiah questiona a existência de "raça" e fala sobre a diversidade cultural do continente africano. Ele mostra que os pan-africanistas têm a visão errada sobre o continente africano quando falam que é para os negros e que a união destes negros fosse pensada como uma "raça", como a "raça negra" existiria então, uma cultura, uma política comum.
O autor mostra também que há diferenças entre os conceitos: racialismo, e o racismo extrínseco e o racismo intrínseco. Onde, o Racionalismo, se tinha através da hereditariedade, todos desta raça teriam traços que não haveria em outras raças. Racismo Extrínseco: estes racistas distinguem as raças através da moralidade. E o Racismo Intrínseco: Pensam as pessoas de cada raça tem um status moral diferente.
Concluindo, Appiah pensa que o racismo deveria ser esquecido, para ele, o pan-africanismo tem uma base errada por pensar na ideia da raça e que o africano tem um passado comum, não considerando, as diferentes colonizações e a diversidade, cultural, política e religiosa.
- Ana Cláudia
Na obra “Na casa do meu pai”, o autor Kwame Anthony Appiah, com destaque no capítulo I, “A invenção da África”, nos mostra uma análise de como foram construídas as imagens do continente africano na atualidade, principalmente sobre as questões do pan-africanismo, nacionalismo e individualidade africana. Em linhas gerais, este destaca o entendimento, de modo comum, dos idealizadores panafricanistas à África apoiado nos conceitos centrais de raça. O autor também menciona as diferenças entre o racismo extrínseco, racismo intrínseco e racialismo. O racismo extrínseco está pautado às diferenças morais de seus membros das diversas raças. Deste modo, os racistas extrínsecos acreditavam que o fundamento racial acarreta em determinadas qualidades vistas como padrões relevantes; o racismo em si não é exclusivamente extrínseco, a exemplo disso é a utilização da idéia de raça para alimentar o ódio entre os grupos e a opressão. A partir daí as questões adentram ao racismo intrínseco, na qual os indivíduos instauram as diferenças morais entre os integrantes das distintas raças, acreditando que a raça, em sua individualidade, possui um padrão moral diferente, independentes dos aspectos divididos entre os integrantes dos grupos; apontando como exemplo deste enunciado as solidariedades nacionais e sociais. Um estudioso tido como referencia é o Alexander Crummell, que foi considerado um “dos pais do nacionalismo africano”. Partindo das interpretações feitas sobre o texto, Crummell afirmava que toda raça estava reunido ao mesmo destino igualitário, isto é, a África vista como um continente negro e em conjunto com o mesmo lar racial; as questões levantadas a cerca do conceito de raça são sempre discutidas ao longo dos anos, bem como as suas diferentes visões que estão estabelecidas no texto.
ResponderExcluir- Danielle Santana
No que pude compreender a discussão do autor tratada na obra “Na casa do meu pai”, destacando a do capítulo “A invenção da África” o autor , Kwame Appiah aborda a respeito de uma precisão de se analisar ou até mesmo repensar no pan-africanismo pelo fato de que seus principais representantes terem vínculos ou melhor viverem em países que são partidário da segregação racial como os EUA . Entre estes as opiniões e idéias de Alexander Crummell conhecido como um dos principal defensores do Nacionalismo africano ou ´´ pai ´´ do pan-africanismo ,ganham ênfase em seu trabalho . Crummell defende a idéia de que a áfrica é para os negros .Segundo suas ideais o continente africanos era ´´ destinado para os negros ´´.Entretanto Appiah , faz questão de tratar das diversidades culturais do continente africano (língua costumes e crenças diversas etc ). Ele faz uma grande indagação sobre as ideais do pan-africanismo a respeito do continente africanos além de reducional é errada um vez que ao defender que o continente deve ser exclusivamente para os negros e que estes devem ser notados como uma ´´ raça negra ´´ para que existisse então uma única política uma única cultura o que seria impossível para um continente tão grande e tão diverso .
ExcluirCom tudo para mim o foco principal do questionamento e da reflexão de Appiah é levantar a idéia de que o papel a ser desenhado pelo pan-africanismo seria de não dar tanta ênfase ao racismo assim como abolir o conceito de ´´ raça ´´ mas que se pense no grande valor deste continente por suas diversidades não esquecendo que a África foi colonizada por vários povos ou seja varias culturas e costumes diferentes com tudo não pode ser tratada ou reduzida a uniformidade ou homogeneidade sendo Heterogenia .
O pan-africanismo nos faz ter uma idéia homogeneizada sobre vários povos de vÁrias regiões de diversos países da África. Esta visão não analisa experiências e trajetórias de vida, identidades e historias de resistência, não respeita suas auto-definições e consequentemente suas individualidades, mas abarca toda essa diversidade numa única concepção. É essa a visão naturalista que infelizmente somos impingidos a formar quando entramos em contato com uma definição tão reducionista de um continente, uma definição que muitas vezes não corresponde a como os próprios africanos se percebem. O risco é pensar, ao invés de uma África heterogênea, um lugar ou composto inteiramente por negros, ou por outro lado, um local primitivo imerso em selvas. O continente assim era e ainda é imaginado como um todo onde nenhum outro local é diferente e representa algum avanço civilizatório. Segundo Kwame Appiah, o pan-africanismo gera solidariedade racial, o que por sua vez, gera racismo intrínseco, ou seja, pensar que todos os africanos unidos pela “mesma raça” pensam de igual forma e reagem de forma unida uns com os outros, e por conseqüência, discriminam as diferenças das “raças” outras. Na realidade, esta ideologia traz, ao invés de um escudo ou defesa contra o racismo vindo da outra parte, o distanciamento maior da noção de igualdade entre ambos os lados.
ResponderExcluirAppiah nos ajuda a desconstruir essa visão trazendo experiências pessoais suas de que um pais do leste africano, por exemplo, apresenta diferenças tão grandes de um pais do sul do continente, que as duas culturas as vezes não parecem ser ambas “africanas”. Sendo assim, não podemos negar a riqueza heterogênea do continente, mas o sentido de igualdade que o autor traz para que este seja visto lá fora como digno de ter suas próprias representações (descolonizadas) valorizadas, deve ser uma mudança interna. Ou seja, temos através da historia uma vasta possibilidade de “Áfricas” representadas pelos escritores africanos de Gana, Somália, Etiópia etc., e a literatura é importante para a criação de um veículo representativo dessa igualdade. A chave-mestra é saber usar essa igualdade não como discurso pan-africanista, mas como um meio de perceber o mundo de possibilidades ideológicas, raciais, religiosas e culturais que é o continente africano. “Podemos reconhecer que a verdade não é propriedade de nenhuma cultura; devemos apoderarmo-nos das verdades de que precisamos onde quer que as encontremos.” (APPIAH, 1997 p. 21)
Bruna Meyer V semestre
O entendimento da África como um continente, sem suas multiculturas, é um dos problemas de representação comum. Segundo Crummell, toda “raça” negra está reunida dentro de um destino comum e deveria estar reunida em torno do seu “lar racial”. A partir desse conceito, vários autores, encabeçados por Crummell, formularam suas teses. Vale ressaltar que os principais pensadores eram afro-americanos, ou seja, norte americanos negros. A questão é que eles eram influenciados pelo seu meio social e, portanto, utilizaram o conceito de raça, que sempre esteve presente nas suas discussões.
ResponderExcluirOs pensadores afro-americanos, com seus conceitos ocidentais, afirmavam que a África deveria deixar de lado os seus antigos costumes e unir-se em torno de uma raça negra única. Além disso, eles defendiam a existência de um só idioma, que no caso seria o ocidental, propício para o ensinamento do cristianismo.
Appiah não considera o discurso de Crummell e dos seus sucessores pan-africanistas como “racista”, pois eles foram influenciados pelo seu meio, ou seja, influenciados pela visão européia de raça. Utilizando os autores em questão, Appiah explica os conceitos de racismo intrínseco e extrínseco, dos quais, o racismo intrínseco estava presente no discurso de Crummell. O racismo intrínseco consiste no discurso de solidariedade racial. O extrínseco é o racismo caracterizado por pessoas que concordam com o conceito da superioridade de determinadas raças.
Todavia, esse discurso de Crummell e seus sucessores, enraizou o pensamento preconceituoso contemporâneo, pois foi criada no imaginário social a ideia de uma África como um continente negro, de vida primitiva, onde todos os africanos vivem em torno de um “lar racial”.
Este comentário foi removido pelo autor.
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