terça-feira, 6 de maio de 2014

PARA OS DISCENTES DO QUARTO SEMESTRE, CONCEIÇÃO DO COITÉ, CAMPUS XIV - AULA 03:

O texto lido e discutido em sala indica a importância da discussão conceitual, como forma de melhor contextualizar as questões relacionadas com a cultura, práticas e costumes construídos pelos negros e negras. Nesse sentido, quais os problemas existentes nos conceitos “afro-brasileiro”, “afrodescendente” e “matriz africana”?

30 comentários:

  1. A discussão conceitual traz a tona algumas problemáticas inerentes aos estudos acerca da história dos negros fora da África, demonstrando amiúde a problemática existente no uso indiscriminado de certos conceitos pan-africanistas como “afro-brasileiro”, “afro-descendente” e “matriz-africana”, por historiadores que pesquisam e escrevem sobre a cultura negra no fora do continente africano.
    Um dos principais problemas no tocante ao uso dos conceitos “afro brasileiro” e “afro- descendente, reside na reprodução do pensamento pan-africanista do final do século XIX, que promoviam, mesmo que implicitamente, uma diferenciação social, retirando assim, dos brasileiros e brasileiras de pele negra, sua plena brasilidade, omitindo dessa forma sua condição de cidadãos e cidadãs brasileiras.
    Outra questão elucidada a partir da problematizarão conceitual, esta ligada ao fato de que o uso destes conceitos, implica em uma visão simplista, e por tanto errônea, do continente africano, como se a África com sua enorme extensão territorial, onde coexistem uma gama incalculável de povos distintos com enormes diferenças sócias, culturais, políticas e religiosas, fosse uma unidade homogênea. Essa questão fica explicita quando se trata das diversas religiões ditas de “matriz-africana” existentes no Brasil. Afinal quando alguém diz que o Candomblé, por exemplo, é uma religião de “matriz-africana”, de que parte da África essa pessoa se refere?
    Além dessa necessária diferenciação dos povos africanos, para não cair na armadilha da representação de uma unidade africana homogenia, deve-se ter cuidado com a questão do nascimento dessas religiões, pois ao contrario do que se perpetuou no senso comum, nem todas as religiões não cristãs cultuadas por negros no Brasil realmente nasceram na África.
    É claro que existem alguns paradigmas a serem enfrentados quando se busca a problematizarão de conceitos como “afro-brasileiro”, “afro-descendente” e “matriz-africana”. Afinal, muitos negros e negros, assim como movimentos sociais, culturais e religiosos de representação negra, passaram a usar esses conceitos como forma de auto-afirmação de sua identidade. Porem cabe ao historiador exercer sua função critica e questionar essa linearidade histórica positivista, consolidada pelo pan-africanismo, desmistificando assim certas simplificações constantemente reproduzidas a respeito da história dos negros e do continente africano, para que essa possa ser reconstruída a partir de toda sua complexidade e plenitude.

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  2. Baseado no texto discutido em sala de aula e levando em consideração as contribuições de Koselleck, pode-se perceber a necessidade da contextualização dos conceitos, principalmente no que diz respeito as práticas e costumes da história dos negros e negras que geralmente são tomadas de preconceito pela sociedade brasileira. desse modo os conceitos "afro-brasileiro", "afrodescendentes" e "matriz-africana" precisam ser analisados com uma certa cautela para não reduzirmos tais termos simplesmente a ideia de que se referem a homens e mulheres trazidos para o novo mundo como forma de escravos, inclusive nos discursos de cunho social que tentam explicar a identidade desses povos através desses conceitos. Sendo assim esses termos não nos permite entender os fenômenos relacionados as religiões, práticas e costumes culturais do continente africano, visto que em muitas dessas práticas aqui no Brasil- que dizem ser trazidas da África- são agregadas valores, costumes e tradições nossas que não se assemelham aos africanos. Isso nos remete a entender a necessidade da contextualização, para compreendermos que muitos desses rituais não são nem sequer conhecidos no continente africano e muito menos realizados.Com isso é preciso repensar esses conceitos que geralmente são "usados" de forma incoerente para designar as práticas e os costumes construídos pelos negros em nosso país. Assim torna-se necessário uma discussão aprofundada desses termos que por expressarem problemas raciais no Brasil subsidiaram políticas efetivas, com o não reconhecimento dos negros como cidadãos brasileiros, inibindo a sua nacionalidade e consequentemente a sua cidadania, quebrando o paradigma da brasilidade indistinta citado por Gilberto Freyre na obra Casa Grande e Senzala. Isso favorece uma discussão mais ampla, a qual mostra que essa brasilidade apontada pelo autor serve apenas para homens e mulheres brancas, tomando os negros deste país como verdadeiros estrangeiros, enquadrando-os como "afro- brasileiros" e "afrodescendentes". Assim precisamos observar os conceitos históricos em que são usados, para percebermos que carregam uma diversidade de sentidos que são historicamente construídos.

    Jackson Araújo

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    1. de acordo com que tenho lido no texto faco mim observações entre alguns aspectos, no que se referem ,aos conceitos áfrica ,brasil e evidentimente , quebrando alguns paradigmas enraizado em nossas concepções enquanto se tem demostrado ;
      enquanto isso foi se observado diferenças entre duas situações que ate então ,pareciam as mesmas dentre elas cultura popular e religião de terreiro cuja as mesmas existem suas singularidades ,obs, manifestação cultural pois a mesma é praticada ,em pernambuco a exemplo de tambol de mina
      emblematicamente a religião de acordo ao texto desconstroi esses dois itens fazendo pontos ,controverssos nessas duas condições .
      de acordo pelo qual se entende o indivíduo negro não necessariamente estar totalmente veiculado por uma questão biológica ao continente africano . pois embora .muitos dos quais foram arrancados da mesma ,questão essa para estudos detalhados ,é muito poucas justificadas .cuja mesma é uma área geograficamente muito extença possuindo contidade de povos bastante significativos .
      afro brasileiro . termo esse muito bem parecido com o que foi estabelecido no tópico anterior mas com algumas variações ao seu entorno .pois a mesma descrição faz as quais parecerem comuns .entre tanto negros nascido no brasil já fora a muito tempo de um senário escravocrata não ,possui vinculo nenhum com o continente no qual referimos .

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  3. De acordo com o texto, historiadores e estudiosos utilizam os conceitos "afro-brasileiro" , "afro-descendente" e "matriz africana" para nomear práticas e costumes construídos pelos negros e negras sem fazer uma análise crítica, como se os mesmos fossem sinônimos.
    Estes conceitos de certa forma são utilizados para disfarçar um racismo ainda presente na sociedade. Um dos problemas que a utilização destes conceitos provoca, é a negação da brasilidade e da cidadania dos homens negros e das mulheres negras em nosso país. Fazendo dos negros e negras deste país verdadeiros estrangeiros, ou cidadãos e cidadãs de segunda classe.
    Referir-se aos vários povos da África como se todos fossem homogêneos é um equívoco, pois o continente africano é muito diverso. Essa homogeinidade existente nos trabalhos daqules e daquelas que se referem aos vários povos da África como africanos é fruto deste racismo inconsciente, que perpassa vários trabalhos em diversos sentidos e aspectos. É preciso ter cuidado com as generalizações, principalmente quando falarmos de um continente com uma imensa variedade de povos, culturas e línguas.
    Segundo Reinhart Koselleck, é importante que os historiadores estabeleçam em seus trabalhos um maior cuidado com o uso dos conceitos, sobretudo quando são tomados sem uma reflexão. Sendo assim os conceitos precisam ser pensados em sua historicidade. É preciso observar os conceitos históricos em que são usados, para percebermos que carregam uma diversidade de sentidos.Eles devem serem submetidos a análises que nos tragam certeza de seus significados. koselleck completa seu raciocínio dizendo: "Todo conceito se prende a uma palavra,mas nem toda palavra é um conceito social e político".
    Revolução, religião, raça, classe social, não são apenas nomes. Brasileiro ou africanos, nesse sentido, estão muito além de serem simples adjetivos pátrios.

    Geane Carles Capistrano de Oliveira . IV Semestre. UNEB, Campus XIV.

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  4. O conceito serve de ponto de partida para a observação, e tenta em determinado contexto entender fenômenos e realidade, dessa maneira ele se torna o “fio condutor” e devem ser sempre submetidos a análise. Tendo isso, e baseado no artigo e na discussão em sala de aula, podemos perceber a fundamental necessidade de contextualizar os conceitos que são bastante ressaltados ao trabalhar as práticas e costumes da cultura negra brasileira, como “afro-descendente”, “afro-brasileira” e “matriz africana”, que tentam enquadrar uma variedade de cores existente nas pessoas e ocultar sua essência que são carregados de preconceitos e tabus.
    Analisando tais conceitos podemos perceber que se tornam insuficientes para descrever culturas tão abrangentes. Além do que os mesmos estão embutidos de associações entre os negros e negras brasileiros e o continente africano, que neste sentido, não levam em consideração as complexidades existentes entre as história de ambos. Outra visão a cerca desses conceitos é que evidenciam os problemas raciais existentes no país, pois expressam valores e posições políticas, acabam distanciando estas culturas, tirando sua cidadania brasileira, “fazendo dos negros e negras deste país verdadeiros estrangeiros” como afirma o autor Ivaldo Marciano, ou seja, de algo que não pertence ao país. Um exemplo disso é falar das religiões de terreiro, que são associadas a “matriz africana”, e acaba não levando em consideração as diversas contribuições de outros povos e culturas distintas que as compõem, assim fazendo generalizações imprecisas, pois coloca no mesmo prisma várias religiões diferentes entre si.
    Diante disso podemos perceber a importância de se traduzir, compreender e contextualizar os conceitos, levando em consideração seus limites, história e incoerências, pois muitas vezes podem colocar outros sentidos em suas discussões, e aplicando generalizações.

    Fabiana Costa Lima. IV Semestre. UNEB, Campus XIV

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  5. Inicialmente é apresentado pelo artigo o uso indiscriminado dos conceitos afro-brasileiro, afrodescendente e matriz africana, nomeando costumes, práticas, cultura, religião dos negros e negras brasileiros,ora enquadrados a todos numa categoria única,de diversidade de pessoas,mas que negam a autonomia destas na construção de seus costumes.No caso brasileiro nesta afirmação de afro-brasileiros ou afro-descendentes há de certa forma a negação da brasilidade, colocando-os como cidadãos estrangeiros, no que concerne a afro-descendência, tal termo serve para da conta dos grandes números de tons de pele que existem neste país, assim estaria ocorrendo a homogeneização dos tons de pele. Afinal o continente africano é marcado pela diversidade de povos com grande diferença lingüística ,cultural,religiosa.

    No que refere ao conceito de matriz africana cabe reflexão pois tal conceito generaliza praticas religiosas e culturais para justificar uma “herança africana”, por exemplo, a comum afirmação do Candomblé ser uma religião de matriz africana. O artigo não nega no caso dos terreiros suas heranças africanas, porém não só composto de heranças africanas, e que deve haver uma atenção especial para a contextualização dos conceitos. ”Pois nem toda palavra pode ser tomada como conceito”

    Larissa Mota de Cerqueira, IV semestre historia, Conceição do Coité.

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  6. Os conceitos "afro-brasileiro", "afrodescendente" e "matriz africana" tentam enquadrar uma grande variedade de cores e tons existentes no Brasil, em substituição ao uso da categoria "negro", rótulo indesejável e carregado de carga negativa.
    Esses conceitos expressam visões acerca dos problemas raciais existentes no Brasil e acabam retirando a brasilidade e a cidadania dos homens negros e das mulheres negras em nosso país, que são vistos como verdadeiros estrangeiros ou cidadãos e cidadãs de segunda classe. Branco é só branco, brasileiro de primeira classe, não precisa de outro adjetivo e nem se declara de outra forma. Quanto aos negros, devem ser vistos como afro-brasileiros ou afro-descendentes. Mas será que todos os negros e negras do país são descendentes dos africanos que foram trazidos como escravos? O negro precisa de um adjetivo para ser mais brasileiro? Todos os africanos são negros? Na religião, os conceitos "matriz africana", "afro-brasileiro" ou "afro-descendente" também não questionam as contribuições culturais diversas que recebem e não apontam os caminhos para um melhor entendimento das religiões e suas complexidades.
    Esses conceitos, na prática, não mudaram a realidade dos negros e negras do nosso país, que continuam sofrendo com o racismo, ainda sendo marginalizados e excluídos, independentemente da denominação que recebam.


    Waldeney de Oliveira Brito, IV semestre história, UNEB, Coité.

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  7. A partir do texto lido e discutido em sala tornou-se descoberto alguns problemas complexos a serem trabalhados quanto a problematizarão de conceitos como: “afrodescendente” “afro-brasileiro”, e/ ou “matriz-africana”. E essa discursão se faz necessária principalmente porque os movimentos sociais, culturais e religiosos que se dizem de representação negra, embora usem esses conceitos como formas de autoafirmação de sua identidade fazem isso sem um olhar critico a respeito dessa linearidade histórica que nos é proposta. E uma visão critica é indispensável para que tal autoafirmação possa ser reconstruída a partir de toda sua complexidade existente.
    Segundo o autor do texto e as discursões que esse suscitou não podemos correr o risco de interpretar uma África homogenia, como também devemos ter o devido cuidado com a questão das práticas religiosas ditas de origens africanas, pois ao contrario daquilo que nos afirma o senso comum, nem todas as religiões de terreiros praticadas aqui no Brasil são oriundas da África. Talvez uma luta não tão simples assim, pois os conceitos de “afro- brasileiro” e “afro”- descendente, como coisas trazidas da África e cultuadas aqui para manter viva a cultura africana é algo tão impregnado nas nossas cabeças que, assim como brasileiros e brasileiras de pele negra que somos em grande maioria, sem percebermos fazemos um discurso como se morássemos em um cantinho da África. Afinal, talvez o termo “descendente de africano”, no nosso caso necessite ser substituído por “baiano negro descendente de brasileiro”. Assim afirmamos a nossa brasilidade.
    Discente: Justino Nunes do Nascimento. (JUSTO).

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  8. Baseado no artigo discutido em sala acompanhado de aula expositiva do professor, surgiu em nós, enquanto futuros historiadores, a necessidade de discutir a historicidade de certos conceitos que é imposto por grupos que se dizem letrados, a classes ou grupos com manifestações culturais diferentes. Nesse sentido, é interessante analisar os conceitos “afro-brasileiro”, “afrodescendente” e “matriz africana” , que a partir da leitura do texto, percebe-se as influências do pan-africanismo nesses conceitos que se remete a um determinado povo de pele negra de nosso país. Levando em consideração as contribuições dos trabalhos de Reinhart Koselleck, visto no artigo, acerca dos estudos sobre conceitos, fica clara a atenção que deve ser voltada para utilização desses e outros conceitos, lembrando que nem sempre a palavra deve ser tomada como conceito.
    Ao afirmar que homens e mulheres com o tom de pele negra nascidos no Brasil é “afro-descendente” ou “afro-brasileiro”, logo estamos negando a nacionalidade plena dessa gente. A cor da pele não dá o direito de outro se impor ou mesmo negar os mesmos direitos a um cidadão nascido nesse país, assim também não dá o direito de pensarmos o continente africano como um povo praticante de uma única manifestação cultural e religiosa. Logo se pensa nas religiões onde predomina homens e mulheres negras de menor expressão social, como religiões de ‘’matrizes africanas’’, remetendo mais uma vez ao conceito, onde este é utilizado de forma errônea, pois não podemos afirmar que as práticas religiosas e culturais vivas em nosso país tenha tido sua origem no continente africano muito menos dizer que por lá essas práticas ainda persistam. Sendo assim, devemos levar em consideração a forte influência do pan-africanismo sobre estes termos principalmente transmitido por diversos escritores que se deixaram levar por essa onda, no entanto, que a partir dessas discussões procuremos contextualizar estes e outros conceitos depois de uma leitura mais atenta sobre os textos.
    Matheus silva iv semestre, licenciatura em história, campus xiv conceição do coité.



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  9. A partir do artigo lido e discutido em sala percebe-se que se torna muito difícil definir um conceito que já vem altamente problematizado e descaracterizado, precisamos, primeiramente buscar compreender os conceitos acerca de cultura e como esta atua na constituição de identidades individuais e coletivas e na formação de uma nação. O conceito deve ser pensado para dar conta de um problema. Temos que colocar em nossas mentes que o continente africano não é universal, não existe nesse mundo religião alguma que seja universal. A “cultura afro-brasileira tem uma perspectiva folclorista que promove uma espécie de genealogia cultural evidenciando aspectos da cultura africana no Brasil que os próprios brasileiros não têm consciência.”

    Temos que fazer uma análise mais profunda dos conceitos afro-brasileiro afro- descendente e matrizes africanas, nem todos os negros e nem todas as negras são sinônimos de africanidade. Tem que levar em conta não só o lado cultural, social e político, mais também o lado biológico, que vão nos dar uma melhor compressão para esse difícil conceito, porém, sem conclusão definitiva. Não podemos ser inocentes, caindo no ponto de vista que tudo é origem africana, vamos concordar que o conceito afro-brasileiro não é suficiente para definir um sem números de práticas, costumes e manifestações culturais que possuem heranças diversas.

    André Araújo Guimarães, IV Semestre, UNEB, Campus XIV

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  10. A discussão e entendimento desses conceitos se faz de extrema importância para entendermos mais a fundo as respectivas contextualizações as quais estes conceitos estão e são sujeitos. Portanto trazendo à tona a influência do pan-africanismo, que foi um movimento da primeira metade do século XIX, surgida a partir da junção de ideias, teorias e arranjos que tinha como finalidade criar um entendimento uno sobre o continente africano tão diverso e marcado por profundas diferenças. Causando assim desdobramentos e reflexões no sentido de entender os conceitos: "Afro-brasileiro", "afrodescendente" e " matriz africana", que são recorrentemente entendidos de forma equivocada e porque não dizer de forma limitada? Pois o conceito "Afro-brasileiro" não é suficiente para definir inúmeras práticas, costumes e manifestação culturais que possuem heranças diversas, e que pode-se citar como exemplo a Jurema sagrada que que não pode ser entendida enquanto "matriz africana", já que tem em suas origens influências indígenas e europeia. Discurso esse, empregado na maioria das obras que que tem quase sempre o pan-africanismo como fonte de busca, como por exemplo: "História e cultura afro-brasileira" ( MATTOS, 2007) e "História da áfrica e afro-brasileiras" (MELO; BRAGA,2010) que perpetuam a ideia do Continente africano enquanto uno e que a obra " Memória da áfrica" (SERRANO; WALDMAN,2007) vai desmistificar expondo e pontuando as diferenças existentes no continente que são pouco exploradas nos estudos voltados para a áfrica. Sendo Appiah um opositor ferrenho dessa ideia homogeneizadora e que segundo ele, o continente africano é marcado pelas diferenças, sendo impossível portanto a homogeneização.

    José Dantas Júnior, IV semestre de História- Uneb campus XIV

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  11. O artigo discutido em sala de aula, ressalta a problemática existente no uso indiscriminado dos conceitos pan-africanistas como: “afro-brasileiro”, “afrodescendente” e “matriz africana”, pelos historiadores que se propõem a escrever sobre a cultura negra fora do continente africano, visto que, a influência do pan-africanismo do final do século XIX, inventa uma África para os africanos, na qual este continente é sinônimo de negro, e formado por um povo homogêneo. Nesse sentido, a reprodução desse pensamento implica dizer que todos os negros e negras são africanos, e generaliza as práticas, costumes e manifestações culturais dos mesmos no Brasil.
    Em razão a esses conceitos vimos segundo o autor, que os mesmos geram problemas raciais em nosso país, fazendo dos negros e negras como verdadeiros estrangeiros, tirando-lhes o seu reconhecimento como cidadãos e cidadãs brasileiros(a), ou seja, sua brasilidade, negando sua autonomia na construção de seus próprios costumes. Vale ressaltar, que as desigualdades raciais permanecem até hoje com a ideologia do branqueamento e um padrão branco-europeu estético e cultural.
    É importante salientar, que uma outra questão no uso desses conceitos, é reproduzir a África como um continente homogêneo, pois sabemos que existe uma diversa variedade linguística, cultural e religiosa.
    O conceito “matriz africana” por exemplo, não podemos utiliza-lo, porque ele não pode ser traduzido, entendido e compreendido, pois o termo matriz vem da palavra mãe, sendo assim, não há como formar uma matriz, visto que, não existe nada universal no continente africano, nada em comum em todos os povos. E o conceito “afro-brasileiro” não é suficiente para poder definir práticas, costumes e manifestações culturais que possuem heranças “somente” africana, a exemplo de algumas religiões como a jurema sagrada que é de composição tanto indígena quanto europeia, desconstruindo a ideia de ser a junção de elementos “africanos” e brasileiros.
    Sendo assim, tal invenção do continente africano ser sinônimo de práticas de negros, os conceitos “afro-brasileiro”, “afrodescendente” e “matriz africana”, gera uma outra problemática, nos corações e mentes de muitos militantes dos movimentos negros brasileiros, na qual os mesmos passam a usarem esses conceitos como uma forma de auto afirmação de sua identidade. E dessa forma, acaba influenciando alguns estudiosos a persistirem usando esses conceitos em suas obras a respeito da cultura negra. Nesse sentido, cabe o historiador questionar essa linearidade da História, e desmitificar de forma critica a reprodução desses conceitos, visto que, todo conceito teve ser contextualizado e consequentemente possa ser reconstruído a partir de sua complexidade. O artigo constata também, que não existe origem de uma prática cultural dos negros e negras no nosso país, pois ela não se dar somente por heranças africanas e sim por heranças de diversos povos como os indígenas e os europeus, por isso as práticas, costumes e manifestações culturais dos negros(a) é possível de ser feita em qualquer lugar do Brasil.

    Tainá Morais, IV semestre de História de Conceição do Coité.



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  12. O texto aborda uma temática bastante emblemática, qual seja, as nomenclaturas que são utilizadas por estudiosos ao analisar a cultura negra brasileira.
    Há um pensar dos povos pan-americanos que todos os negros e toda a cultura brasileira teve origem na cultura africana que fora trazida pelos Africanos. Nesta perspectiva, percebe-se que o povo brasileiro não distingue o Continente Africano e todos os países que o compõe. Ver-se então que no Brasil entende que a África é um "país", ou até mesmo um Continente, em que todo o povo é negro e possui a mesma cultura.
    O termo empregado como “matriz-africana” nos remete a entender que a África é um continente unificado, em que todos os povos são iguais, como uma mãe, no entanto, a África é um país diversificado de povos e cultura.
    Percebemos esta influência de homogeneização da África, ao nos remetermos a vocábulos como "afro-descentre", "matriz-africana", "afro-brasileiro", que configuram um grande erro histórico que é reforçado a cada dias pelo povo negro ao afirmarem sua identidade com essa nomenclatura.
    Esta tendência é perigosa por excluir as culturas que influenciam os costumes, tradições do Brasil, como a indígena e a Europeia, além que negar uma cultura própria brasileira, pois tudo que cultura no Brasil sempre é remetida ao povo africano.
    A partir do texto percebe-se que o prefixo afro não é suficiente para definir a cultura brasileira, pois esta é composta por uma diversidade de culturas, afinal, somos um país que recebeu pessoas de todas as localidades. Além de que criamos uma cultura própria, adequando o povo, o clima e coisas a nossa disposição.
    Ressalta-se ainda que as nomenclaturas citadas a cima foram e são empregadas até hoje muitas vezes com uma ideia preconceituosa, ao entender que todo negro tem a mesma cultura e a mesma origem, e que seria ainda diferente dos demais povos.
    Por fim, informa que é papel do historiador desconstituir pensamentos em busca de se aproximar da verdade dos fatos, nesse sentindo, cabe aos historiadores suscitar este tema a fim de esclarecer os conceitos.
    COMENTADO POR THAIZE CLAUDIA BARRETO DA CUNHA OLIVEIRA, DISCENTE DO IV SEMESTRE DE HISTÓRIA DA UNEB - CONCEIÇÃO DO COITÉ.
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  14. Diante do artigo discutido em sala de aula sobre uso dos conceitos pan-africanistas como "matriz africana", "afro-brasileiro" e "afro-descendente" no que se refere a cultura do povo negro,percebemos que muitos historiadores reproduzem esses conceitos sem levar em consideração as outras contribuições culturais diversas existentes tanto no continente africano como no Brasil, passando uma idéia de que todo africano é negro e que os negros brasileiros são oriundos da África, vindos por meio de navios negreiros que aqui aportaram, dando a entender que as culturas e religiões do povo negro são homogêneas.
    Entretanto, alguns pesquisadores como Beatriz Góis Dantas mencionada nesse artigo vem contrariar essas ideias homogeneizadoras e gerar uma reflexão sobre os abusos desses conceitos africanos aqui no Brasil, uma vez que o povo brasileiro foi formado por vários povos de raças,costumes e crenças diferentes.Dessa forma, esses conceitos traduz um preconceito no tocante ao povo negro brasileiro visto apenas como estrangeiros e sem nenhuma brasilidade bem como os africanos que são visto como povo negro.
    Contudo, a generalização dos conceitos "afro descendente" que são negros de religião compartilhada nos navios negreiros e"matriz africana" que da ideia de africano, devem ser questionadas pelos estudiosos em geral visto que esses conceitos não facilitam o entendimento sobre as religiões e entidades, devido suas complexidades.

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  15. Através das discursões feitas em sala de aula, podemos perceber que a uma problemática com relação aos estudos feitos por historiadores, no que diz respeito aos negros e negras, mais especificamente na utilização de conceitos, como, “afro-brasileiro”, “afro-descendente” e “matriz-africana”, para se referir a cultura, aos costumes e religiões negras.
    Esses termos foram criados numa tentativa de amenizar os preconceitos raciais existentes no Brasil, mas que consequentemente acabam por retirar desses brasileiros de cor escura sua total brasilidade, além do seu reconhecimento como totais cidadãos e cidadãs brasileiros, isso se deve por que a desde os tempos da escravidão esta relação intrínseca da cor da pele ligada a descendência biológica,( escravos trazidos da África, logo pessoas negras descendentes de escravos, logo descendentes de Africanos), é interessante colocar que por mais que haja essa concepção de descendência á aqueles que se veem como descentes como também aqueles que não se aceitam com tais.
    Mas a partir dai surge outra problemática, a simplificação do continente Africano, colocando-o de forma homogênea, onde não levado em consideração da sua enorme extensão e diversidades tanto cultura, com territorial e populacional, além da suas várias religiões, ressaltando uma questão importante que seria o Candomblé e como ele é tido com uma religião de “matriz-africana”.
    Sendo assim é necessário reavaliar tais conceitos, e quebrar com paradigmas existentes principalmente por parte dos historiadores, analisando de forma minuciosa e levando em consideração os sujeitos a que se referem, no caso os negros e negros, levando em consideração não apenas a cor da pele, mas sua construção enquanto sujeito histórico e suas complexibilidade.

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  16. A partir da leitura do artigo e das discussões ocorridas em sala foi possível perceber que, os conceitos "afro- descendente" afro- brasileiro" e "matriz africana" precisam ser melhor refletidos antes de serem utilizados, principalmente por historiadores ao escreverem sobre religião, costumes, hábitos, enfim sobre cultura negra, pois, estes conceitos tem influencias do pan-africanismo, e além disso sugerem ideias equivocadas a respeito da cultura negra no Brasil e na Africa, como exemplo disso utilizo o conceito de "matriz- africana" que se refere as religiões que foram trazidas da África para o Brasil, e utilizo mais especificamente o culto aos orixás quando se afirma que o mesmo faz parte de uma religião advinda da Africa um continente com tamanha amplitude com diversificações culturais que engloba vários países sendo que a grande maioria destes países nunca nem se quer ouviram falar de orixás, e diante deste reflexão fica a pergunta, mas a qual tribo e a qual país da África o termo "matriz africana" se refere? Ou seja, o conceito citado torna homogênea a religiosidade africana.
    Ao analisar outros conceitos como "afro-brasileiro" e "afro-descendente" é possível perceber que os conceitos citados acabam por retirar a brasilidade dos homens e mulheres de cor negra do Brasil passando a ideia de que só existe cidadania e brasilidade por parte das mulheres e homens de cor branca, já que os negros e negras são africanos ou descendentes destes, o que em meu ver acaba ajudando a intensificar um problema chamado racismo que tem como consequência a exclusão social da qual estão a partir daí submetidos os negros e negras do nosso país. Assim estes conceitos acabam se transformando em armadilhas que fazem dos negros e negras aqui existentes verdadeiros estrangeiros e cidadãos e cidadãs de segunda classe. E é devido a estas e outras incoerências que estes conceitos precisam ser mais apurados antes de serem utilizados. Porém vale ressaltar que estes mesmos conceitos são considerados pertinentes por parte dos negros e negras deste país que os utilizam como forma de auto afirmação identitária.

    Iarraiana Santos de Jesus, IV Semestre, UNEB, Campus XIV



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  17. O artigo discutido em sala de aula nos faz um convite a repensarmos os usos indiscriminados dos conceitos afro-brasileiro, afrodescendente e matriz africana, fazendo com que dessa forma questionemos conceitos pan-africanistas desenvolvidos ao longo do século XIX, como a construção discursiva de uma África homogênea de historia una, que carrega em sua bagagem uma herança de inferioridade. Os conceitos afro-brasileiro e afrodescendente acabam por incentivar a divisão social tendo como pressuposto a tonalidade da pele, assim dessa forma negando a brasilidade dos cidadãos de cor de pele negra, passando uma ideia equivocada de cidadania, e impulsionando cada vez mais a disseminação do racismo na sociedade brasileira.
    Como sabemos o continente africano é marcado por uma complexa diversidade social, cultural e religiosa. Nesse sentido é necessário questionar as generalizações feitas constantemente em práticas culturais e religiosas, que tendem a afirmar a presença da herança africana nessas, designado as como de matriz africanas. Dessa forma podemos concluir que é de extrema importância analisar antes de qualquer coisa o uso de conceitos que mesmo indiretamente façam alusões à afirmação de uma África naturalmente inferior.

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  18. Algumas problemáticas ficam visíveis sobre a história do negro para alem da fronteiras africanas. A existência de vários preceitos de indiscriminação principalmente por parte dos historiadores que estudam e escrevem fora da áfrica como :"pan-africanista", "afro-brasileiro", e "matriz-africana".
    Essa diferenciação e feita em cima de qual conceito? Qual teoria? ou melhor de qual África eles descrevem?
    Ao generalizar eles acabam esquecendo que a África é um continente e não uma pequena porção de terra com costumes,religiões,cultura e praticas iguais. Alem da necessidade de atentar para as diferenças principalmente no que se diz respeito da religião, pois nem toda religião não cristã cultuada pelos negros são de herança africana.
    Daí a necessidade de uma criticidade maior por parte dos historiadores para não cair em ciladas de simplificação, e um maior questionamento para assim poder reconstituir a história dos negros africanos com maior veracidade.

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  19. De acordo com o texto discutido em sala de aula, e levando em consideração as contribuições de Koselleck, pode se verificar que os conceitos “afro-brasileiros”, "afrodescendentes" e "matriz-africana" possuem uma carga social histórica desprestigiada, ou seja, carregada de preconceito social no âmbito histórico\cultural brasileiro. Por este motivo, estas nomenclaturas supracitadas necessitam de um maior aprofundamento em pesquisa, e é através deste mecanismo de busca de compreensão cultural em volto do tema, que se tentará explicar e colocar no âmbito social estes brasileiros de pele negra que se sentem um pouco estrangeiros em sua própria nação.
    Seguindo a linha do teórico mencionado, faz-se necessário que os futuros historiadores estabeleçam em seus trabalhos uma maior cautela dos conceitos, sobretudo quando são tomados sem uma reflexão. Sendo assim, os conceitos precisam ser pensados em sua historicidade. É preciso observar os conceitos históricos em que são usados, assim, consegue-se identificar que “afro-brasileiros”, "afrodescendentes" e "matriz-africana” carregam uma diversidade de sentidos. Eles devem ser submetidos a análises que tragam certeza de seus significados. koselleck completa seu raciocínio dizendo: "Todo conceito se prende a uma palavra, mas nem toda palavra é um conceito social e político". Patrícia dos Santos Araujo, campus XIV, UNEB, IV semestre Historia.

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  20. A discussão sobre “matriz-africana” traz a tona algumas problemáticas inerentes aos estudos acerca da história dos negros fora da África, demonstrando repetidamente a problemática existente no uso indiscriminado de certos conceitos pan-africanistas como “afro-brasileiro” e “afro-descendente” por historiadores e pesquisadores que escrevem sobre a cultura negra fora do continente africano. Desta forma, perceber-se a necessidade da contextualização dos conceitos, principalmente no que diz respeito às práticas e costumes da história dos negros e negras que geralmente são tomadas de preconceitos pela sociedade brasileira.
    É necessário repensar sobre os conceitos que comumente são utilizados de forma inconsistente para designar as práticas e costumes construídos pelos negros do nosso país, tornando-se necessário uma discussão arraigada desses termos que não reconhecem os negros como cidadãos brasileiros.
    Glauber Wandson, IV Semestre, Campus XIV

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  21. Os Conceitos “afro-brasileiro”, afrodescendente” e “matriz africana” normalmente em nosso país são abordados e discutidos entre os especialistas na perspectivas de tentar equiparar as injustiças cometidas no passados com os povos de origem africana, porém podemos constatar que tais conceitos citados por tais historiadores estão ligados as práticas e costumes da historia dos negros e negras em nosso país e não no significado da palavra propriamente dita.
    Neste sentido é importante ressaltar que nem todos os negros existentes em nosso país se sentem identificados com esta antiga herança africana, isto não quer dizer que os negros no Brasil não sejam discriminados, marginalizados e socialmente excluídos ou que não haja racismo em nosso país, mas que não está ligado somente ao passado escravista do povo africano, mas também ao nosso presente.
    No que diz respeito a sociedade atual em nosso país as palavras negro e negras foram substituídos por termos socialmente corretos como Afro-brasileiro (a) afrodescendente e matriz africana retirando a brasileiridade cultura da pessoa, ou seja, deixa de ser cultura brasileira passando a ser afrodescendente, porém o mesmo não ocorre com os branco sendo utilizado este termo como normal sem preconceito chamados a atenção para tons de pele existentes em nosso país. Mas não seria preconceito acreditar que a palavra “afro-descendente” represente todo o povo do continente africano?
    Sendo assim, podemos afirmar que tais conceitos como: afro-brasileiro”, afrodescendente” e “matriz africana” não apontam caminhos para questões mais importantes como a melhoria das questões sociais, políticas, econômicas e educacionais dos negros em nosso país, mas por outra lado assegura a representatividade daqueles que se autodeterminam ou identificam-se com estes termos.
    Natalicio Araújo Lopes

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  22. O Texto discutido e debatido, inicialmente ressalta a problemática existente no uso dos conceitos Pan-africanistas como "matriz africana", "afro-brasileiro" e "afrodescendente", é necessária uma vez que expressam visões acerca dos problemas raciais existentes no Brasil, ao longo de uma história complexa na qual os debates em torno da questão racial foram centrais e , por momentos, pensou-se que estes conceitos resolveriam muitas das questões colocadas, eximindo os que as usam de expressar valores e posições políticas.
    Ou seja, em outras palavras, o Pan-africanismo inventa uma África para os africanos e propicia a ideia de que este continente é sinônimo de negro, formada só por um povo, os africanos, além de dispor dos negros da diáspora como parte deste continente, daí, o fato de terem sido os Pan-africanistas um dos responsáveis pelos movimentos de "retorno" dos negros recém emancipados, ou já livres e vivendo há algumas gerações nas Américas para o continente africano.
    Portanto, o conceito "afro-brasileiro" não é suficiente para definir um sem número de práticas, costumes e manifestações culturais que possuem heranças diversas, a exemplo de algumas religiões como a jurema sagrada que é eivada de elementos indígenas e europeus, o que a torna, portanto, uma religião que está além da ideia de junção entre elementos "africanos" e brasileiros.

    Leonardo dos Santos Sousa

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  24. Com base no texto abordado em sala de aula e levando-se em consideração as contribuições de vários autores citados, como Koselleck , pode-se perceber a necessidade da contextualização dos conceitos, principalmente no que tange as práticas e costumes da história dos negros e negras que geralmente são acometidos de preconceito pela sociedade brasileira. Sendo assim os conceitos “afro-brasileiros”, "afro-descendentes" e "matriz-africana" precisam ser mais bem analisados com certa atenção para não reduzirmos tais termos simplesmente a ideia de que se referem os homens e mulheres trazidos para o novo mundo como forma de escravos, inclusive nos discursos sociais que tentam explicar a identidade desses povos através desses conceitos erroneamente. Portanto, esses termos não nos permite apreender suficientemente os fenômenos relacionados as religiões, práticas e costumes culturais do continente africano, muito rico e diverso, tendo em vista que em muitas dessas práticas aqui no Brasil. Que dizem ser continuidades da África- são acrescentados valores, costumes e tradições nossas que não se confluem aos africanos. Remetendo-nos a entender a necessidade da contextualização, para entendermos que muitos desses rituais, que ao contrário do que muitos pensam, são totalmente desconhecidos pelos africanos. Com isso se faz necessário refletir sobre esses conceitos que não raras vezes são usados de forma errônea para explicar as práticas e os costumes construídos pelos negros e negros em nosso país. Portanto, torna-se necessário um debate mais aprofundado desses termos, que por apresentarem lacunas raciais no Brasil subsidiaram políticas efetivas, com a ausência de reconhecimento dos negros como cidadãos brasileiros, alijando a sua nacionalidade e por conseqüência o seu direito a cidadania, quebrando o paradigma da brasilidade indistinta. Isso propicia um ambiente para discussão mais ampla, a qual mostra que essa “brasilidade” indicada pelo autor, Ivaldo Marciano, se encaixam apenas a homens e mulheres brancos, tornando-se os negros desse país verdadeiros “estrangeiros”, classificando-os enquanto "afro-brasileiros” e afros descendentes".

    José Dantas Júnior, discente em História pela Uneb- Campus XIV.

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  25. Com as discursões em sala de aula acerca do uso dos conceitos de ideias pan-africanistas como o “afro-brasileiro”, “afrodescendente” e “matriz africana” sobre a cultura dos negros, percebemos que a historiografia repassa estes conceitos sem uma análise das várias contribuições culturais, que influenciaram e continuam a compor, existente no continente africano como também no Brasil, dando uma ideia de que todo brasileiro negro é oriundo da África, consequentemente que todo negro é africano, trazidos nos navios negreiros, produzindo uma homogeneização da cultura e religião negra. Entretanto, alguns pesquisadores como Beatriz Góis Dantas mencionada nesse artigo vem contrariar essas ideias homogeneizadoras e gerar uma reflexão sobre os abusos desses conceitos africanos aqui no Brasil, uma vez que o povo brasileiro foi formado por vários povos de raças, costumes e crenças diferentes. Dessa forma, esses conceitos traduz um preconceito no tocante ao povo negro brasileiro visto apenas como estrangeiros e sem nenhuma brasilidade bem como os africanos que são vistos como povo negro. Contudo, a generalização dos conceitos "afro descendente" que são negros de religião compartilhada nos navios negreiros e "matriz africana" que da ideia de africano, devem ser questionadas pelos estudiosos em geral visto que esses conceitos não facilitam o entendimento sobre as religiões e entidades, devido suas complexidades.


    Rafael Cabral de Araujo Viana

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  26. De acordo com o artigo e debate do mesmo em sala, verifica-se uma problemática no que se refere á utilização de conceitos como "afro brasileiro", "afro descendente" e matriz africana. Segundo o artigo há uma necessidade em rever o emprego destes conceitos para designar determinadas práticas e costumes culturais aos negros. Isso porque tais conceitos retiram a brasilidade e a originalidade dos negros e negras que são daqui do Brasil. Ao empregar tais termos anula-se aquilo que foi construído e desenvolvido no nosso país por parte dos negros; ainda percebe-se tambem que os termos acabam indicando os negros como estrangeiros e o fato de pessoas apresentarem a pela negra não significa que esta nasceu na África. Tal conceito tambem remete á ideia de que na África existe apenas negros,ou seja, acaba homogeneizando o continente africano e não é essa a realidade pois há vários povos diferentes entre si no que se refere a suas práticas,costumes e cultura. Dessa forma como podemos então afirmar que o candomblé é originário da África? Afinal de parte da África ele veio? É preciso analisar e compreender que existe essas variabilidades no continente em questão. É nessa questão que reside a problemática do termo "matriz africana" para justificar determinada religião aqui praticada como de origem africana. Portanto diante de tais questões torna-se necessário discutir a utilização e contextualização desses conceitos.


    Leiane de Jesus Souza

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  27. A reflexão inicialmente sobre a realidade da importância dos conceitos, sendo estes ideias e definições utilizadas para melhor compreender e traduzir determinados fenômenos e manifestações da natureza e da sociedade humana. Neste sentido os conceitos “afro-descendente”, “afro-brasileiro” e “matriz africana”, apresentam problemas quando são utilizados para caracterizar as práticas e os costumes construídos pelos negros e negras do Brasil.
    Em relação à aplicação dos conceitos “afro-descendente” e “afro-brasileiro” que são usados como elementos homogeneizadores e sinônimos de todos aqueles povos e indivíduos que possuem pele negra e suas diversas tonalidades, que se intitulavam, como pardo, mulato, moreno, moreno claro entre centenas de outros para aqueles não brancos, ou
    proveniente da mestiçagem, criando assim um laço de descendência “intrínseco” com continente africano. Que no século XIX, por influencia do racismo, tais conceitos eram usados na tentativa de usurpar de certa forma a condição de cidadão brasileiro dessa população negra, já no final do século seguinte, por influencia do pan-africanismo procurou unificar e fortalecer a identidade negra no Brasil, procurando eliminar o estigmatizada no rotulo de Negro, devido a carga de preconceito e racismo histórico.
    Pois para quem discordar deste raciocínio, foi feita uma simples pergunta: se para os não-brancos existem mais de uma variedades de termos, conforme Munanga, alguém por acaso já ouviu falar ou conheceu alguma pessoa que se defina como “branco transparente”, “branco claro” ou “branco escuro”? Não! Branco é branco e ponto final. E além de brancos, brasileiros por completo. Não necessitam de outro adjetivo. São cidadãos plenos tanto na efetividade, como no discurso. Quanto aos negros, estes devem ser vistos como “quase brasileiros”, ou, em outras palavras, afro-brasileiros, ou afro-descendentes.
    A respeito do conceito “matriz africana” aplicada para definir as religiões de divindades cultuadas pelos negros e negros no Brasil, afirma que essas manifestações religiosas foram trazidas pelas negras e negros escravizados, tendo como origem e herança no continente africano. De acordo com Ivaldo Marciano esta associação é um equivoco, porque as religiões de terreiro como, o Candomblé, a Jurema e a Umbanda, tais como existe no Brasil, não são encontrados nos países africanos, apenas alguns Orixás são adorados individualmente entre os povos residentes na Nigéria.
    Então podemos refletir que os conceitos “afro-descendente”, “afro-brasileiro” e “matriz africana”, não são suficientes para representar toda a complexidade relacionada ao povo negro e suas praticas culturais e religiosas. Sendo o próprio povo e estas manifestações, fruto da mestiçagem e incorporação de diversos elementos físicos e culturais de uma pluralidade de povos. Lembrado que essas concepção também são usadas pelos movimentos sociais negros como autoafirmação legitimação da sua identidade cultural, na busca por igualdade racial.

    Wagner Simões da Silva

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