Trata-se de mais um instrumento de divulgação dos debates feitos pelos discentes do curso de História da Universidade do Estado da Bahia - através da ação do Núcleo de Estudos Africanos.
terça-feira, 6 de maio de 2014
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De acordo com a História da África a Queda da Bastilha,em 1789, não pode ser vista como o início da Idade Contemporânea no continente africano, uma vez que a cronologia dos fatos que se sucediam na Europa não se enquadrava na realidade vivenciada pelas regiões da África, ou seja, esses marcos não tinham relevância e nem significância para esse continente. O início do tempo contemporâneo na África é considerado a partir da Conferência de Berlim, em 1884, que teve como objetivo organizar a ocupação do continente africano pelas potências coloniais, o que trouxe resultados desastrosos, pois não foram respeitadas as relações étnicas nem familiares desses povos. Essa é uma das inúmeras questões que devem ser ser levadas à reflexão acerca dos problemas existentes na África.
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirA periodização da África KI-Zerbo nos leva atender que o tempo contemporâneo da África poder ser entendido a partir da Conferencia de Berlim, mas não devemos entende-lo isoladamente. Uma questão que nos leva a pensar sobre esse processo está justamente na analise de um aspecto extremamente colonialista identificado no processo de “partilha” realizado na Conferência de Berlim, a África foi partilhada entre as grandes potencias europeias, cabe lembrar que nesse processo não foi levado em consideração as particularidades locais, que mais tarde essa atitude será entendida como sendo fruto do empreendimento imperialista, dentro de uma lógica de ampliação do poder dessas países europeus através da dominação e da violência para com os povos africanos, que resistiram contra as invasões européia em regiões do Continente africano.
ResponderExcluirOutra questão que o autor chama a atenção é para o fato de que precisamos deixar de perceber a história da África pelo olhar eurocêntrico, e chama a atenção para o fato de que a cronologia da história da áfrica precisa ser levada em consideração as particularidades de cada região, pois o que pode ser importante para uma região, necessariamente não é, ou pode não ser para outra. Ki-zerbo afirma que é preciso demarcar as regiões históricas caracterizando suas situações e condições particulares, pois mesmo dentro da própria áfrica se tem ritmos e períodos diferentes.
A preocupação com questões relacionadas à periodização da narrativa histórica, ou melhor, com o recorte temporal adotado ao se fazer análises históricas, ganha, neste texto de Ki-Zerbo, contornos que passam (ou deveriam passar) ao largo das medidas temporais e regionais adotadas pela dita historiografia tradicional, tendo o seu epicentro na historiografia européia. "Os quadros cronológicos" referentes à História do continente africano, segundo Ki-Zerbo, devem ser revistos à luz, por exemplo, "da região considerada", não fazendo sentido, portanto, inscrever, considerando uma região específica da África, sua história no recorte temporal europeu por simples referência.
ResponderExcluirKi-Zerbo mais uma vez mostra-se emprenhado com questões teóricas e metodológicas; mas não só: emerge da sua escrita um apaixonado senso de justiça, posto que, por vezes (ou quase sempre) a História da África aparece subsumida por uma "história maior", do mesmo modo (e por isto) o seu povo, que tem essa "história maior" ensinada nas escolas. Ki-Zerbo, nesta altura do curso de História, mostra-nos as implicações que tais posturas historiográficas podem acarretar quando são postas como verdade, sem passar por uma crítica. Como, seguindo uma cartilha estranha a eles, os africanos se apropriariam da história do seu próprio continente como um "capital espiritual", se mesmo suas práticas religiosas, seus tempos, seus espaços estão definidos por culturas que, do mesmo modo, lhe são estranhas?
As periodizações não são moldes fixos, que podem ser tirados de experiências outras e colocadas (como num encaixe perfeito) sobre outras tantas experiências - devem ser consideradas as regiões, e aqui espaço e tempo se embricam, moldando um ao outro.
Entende-se o esforço, não de construir (a princípio), mas de utilizar as descobertas teóricas e metodológicas no campo da ciência histórica. Evidentemente que novas questões poderão ser construídas ("dependendo da região considerada"), mas refiro-me à aproximação de Ki-Zerbo com as concepções temporais e espaciais da Escola dos Annales, na figura de Fernand Braudel com sua tríplice temporalidade.
O quadro cronológico da História da África difere-se das outras regiões do globo, e são diferentes até mesmo dentro da própria conjuntura do continente. Datas importantes para o continente europeu, por exemplo, não fazem tanto ou nenhum sentido para as regiões africanas. As expressões Idade Média e Renascimento não tem o mesmo significado para o continente africano como possui na Europa.
ResponderExcluirObviamente que não existe delimitações cronológicas perfeitas quando falamos da História da África e nem todas as regiões estão no mesmo ritmo histórico, no entanto é preciso levar em consideração as características próprias de cada região considerando suas condições e demandas geográficas, políticas, econômicas e sociais.
Nesse sentido, a Queda da Bastilha, por exemplo, tão importante para algumas regiões do nosso planeta, não delimita marcos históricas no continente africano. O fato de não “acompanhar” os marcos históricos que são levados em consideração em outras regiões não significa que não seja possível escrever uma História do continente africano, precisa-se então levar em consideração suas especificidades e sua diversidade.
O texto de Ki-Zerbo é um convite ao pesquisador e professor para refletir sobre a escrita e análise de nossa História.
A partir do momento que estabelecemos marco importantes para a História, seja lá de que continente abordamos, de alguma maneira iremos excluir outros. Contudo, há necessidade por parte dos historiadores em defini-las. Em relação ao continente africano, o então historiador Ki-Zerbo faz uma critica ao modelo quadripartite europeu que não cabe ser aplicado as histórias do continente africano. O autor considera que o período contemporâneo da África iniciou-se na Conferência de Berlim e não na Revolução Francesa. A meu ver, em razão da diversidade desse continente que possui culturas tão diversas e períodos importantes em época tão diversa, devemos ter cuidado com esses marcos, e concordando em alguma medida com Ki-Zerbo da necessidade de relativizar a História do Continente africano.
ResponderExcluirEliane Miranda
O autor Joseph Ki-Zerbo, e um dos grandes nomes quando se refere a História da África. Para o mesmo a historia da áfrica não deve ter como marco a queda da Bastilha de 1789. No mundo ocidental os quadros cronológicos da história se apresentam baseadas em fatos específicas que diz respeito, a historia da Europa. A Idade Contemporânea na África e marcada pelo período corresponde a "partilha" na Conferência de Berlim realizado na década de 1880 onde os países Africanos teriam sido "divididos" entre os colonizadores europeus. O autor enfatiza que ao estudar a história da África devemos considerar cada região. Ou seja, não existe um quadro cronológico que consiga abranger todo o continente, devido as regiões serem marcadas por suas peculiaridades.
ResponderExcluirAndreia Comper
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirRESPOSTA DE SORAIA:
ResponderExcluirPartindo do que é defendido por Ki-Zerbo (2002), o quadro cronológico da História da África é bastante complexo, pois o continente africano não pode ser entendido, demarcado ou periodizado como um todo, isso dependerá da região considerada. Nesse sentido, a queda da Bastilha em 1789 não deve ser considerada como inicio da idade contemporânea africana, isso porque o seu o significado no continente europeu não é o mesmo no continente africano, para Ki-Zerbo a cronologia dos fatos de uma região não se enquadra na outra. O mesmo acontece com as expressões Idade Média e Renascimento, em que ambas tem representações diferentes para europeus e africanos.
Nesse sentido o autor faz uma critica a historiografia tradicional eurocêntrica que entende o continente africano sem considerar as suas particularidades.
É evidente que não cabe a um determinado evento explicar um marco histórico na História da África, porque a mesma não andou em ritmos ordenados. Segundo Ki-Zerbo, ao tratar da temporalidade de tal história é preciso, antes de tudo, lembrar que se trata de um continente, precisando considerar situações e condições particular de cada lugar.
Os debates acerca da periodização da História da África nos remete a uma crítica, a principio, ao modelo ocidentalizado de temporalização. Logo, o ano de 1789 que tem como marco a queda da Bastilha, não tem representatividade nenhuma no continente africano e segundo o autor Ki-Zerbo, o marco central para o tempo contemporâneo da África, é a Conferência de Berlim (1884-85), pois se por um lado, considerarmos a pouca participação política européia no continente até os fins do século XIX; por outro, com a Conferência de Berlim a intensificação da participação dos mesmos, aumenta a partir de tal período, tendo em vista que as potências européias da época dividiram o continente africano entre si. Sendo assim o ano de 1789, que caracteriza a Revolução Francesa em nada significou para a história da África. No entanto, ele afirma que ao estudar a história da África deve ser levado em consideração cada região. Logo, não existe um quadro cronológico que dê conta de todo o continente, uma vez que as regiões estão marcadas por condições particulares. Nesse sentido, acredito que o modelo quadripartite europeu (História Antiga, Média, Moderna e Contemporânea) não se encaixa na periodização da África.
ResponderExcluirPara alguns historiadores o período contemporâneo da África iniciou-se na Conferência de Berlim e não na Revolução Francesa. Mas, em tratando-se da “partilha” da África os historiadores Joseph Ki-zerbo e Leila leite Hernandez nos ajuda a entender todo esse processo.
ResponderExcluirA Conferência de Berlim ocorreu entre 1884-1885 onde alguns países europeus traçaram fronteiras nas terras da África, ou seja, ouve, uma retaliação, uma “ partilha africana” denominada pelos europeus, mas o historiador Joseph Ki-Zerbo não com concordando com o termo utilizado define esse processo como “roedura”.
Concordando com o termo utilizado por ki-Zerbo, Leila Leite Hernandez, em seu trabalho O Processo de “Roedura” do Continente e a Conferência de Berlim, nos mostra todos os fatos antecessores que resultaram neste grande marco denominado conferencia de Berlim, e inicia seu mapeamento por volta de 1430 com a entrada portuguesa na África.
Com a expansão européia no século XV, missionários e viajantes chegaram a África com intuitos diferentes. Os missionários tinham como objetivo a evangelização, salvar almas ou melhor civilizar os povos africanos. Já os viajantes visavam conquistar terras e riquezas naturais. Ambos ajudaram a mapear muitas áreas invadidas, ocorrendo uma “roedura”. Assim, o processo de divisão da África ocorreu muito antes da Conferencia de Berlim, está foi apenas o marco da roedura.
Essa “roedura” ocorreu aos poucos, no que os missionários adentravam o interior na busca de almas para evangelizar, estes iam trilhando caminhos juntamente com os viajantes, criando uma espécie de mapeamento que facilitava o domínio de algumas regiões. Esse “mapeamento” facilitou as potencias européias: Inglaterra, Alemanha, França, Portugal, entre outros; “a partilhar” a África no século XIX.
Por mais que eu concorde com Hernandez que a “roedura” da África vinha ocorrendo desde o século XV com a ajuda dos missionários e viajantes e esse processo veio ter seu marco na Conferência de Berlim. Saliento que os povos africanos já possuíam comércio entre si, e seu mapeamento já estava bem definido, assim os missionários e viajantes só contribuíram com uma pequena parcela da história da África, pois os principais protagonistas foram oriundos da mesma.
Andreia Comper
A historia da África é abordada por vários historiadores entre eles Joseph ki zerbo, que critica o modelo europeu considerando que o mesmo não cabe a historia do continente africano.
ResponderExcluirO autor relata que foi com a conferencia de Berlin quando os países foram divididos que iniciou o período contemporâneo da África e não com a revolução Francesa .
O autor ressalta que quando falamos da África devemos levar em consideração cada região, pois não existe quadro cronológico que possa inclui-la, pois suas peculiaridades devem ser consideradas. Outro fator que o autor chama atenção é que a África é olhada com um olhar eurocêntrico fator esse que o autor fala que devemos deixar de lado.
Segundo ki zerbo na própria África existe períodos diferentes e que é preciso demarcar as regiões históricas de acordo com suas condições e situações.