domingo, 14 de agosto de 2016

PARA OS DISCENTES DO QUINTO SEMESTRE, JACOBINA, CAMPUS IV – AULA 05:

Há uma identidade única para a África? Quais as possibilidades de auto-inscrição para os povos do continente africano?

22 comentários:

  1. As produções culturais, como rituais, dramas, comédias e festas, podem constituir ocasião significativa para se perceber as especificidades dos processos sociais ao longo da história. Assim, são enfocadas práticas e representações teatrais, privilegiado para investigar os processos de fixação e recriação das idéias de identidade
    “africana”, “nigeriana” e “iorubana” no contexto novecentista. Objetiva -se perceber as
    ambigüidades e contradições que fizeram desses campos territoriais e culturais.

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  2. Definir um continente com uma identidade ou uma palavra é bastante complicado sabe-se que o ha varias variedades culturais, populares e geográficas. Historicamente ha tentativas de se definir a africa, uma das formas de auto-inscrição e de definição é a corrente ideológica o nativismo, onde promove a ideia de unidade racial a africana.
    Três acontecimentos históricos, fizeram com que os africanos perdessem a sua ligação com o continente que foram a escravidão a colonização e o apartheid ha uma perca da identidade de própria e a do outro.
    por seguinte havia a necessidade de converter o nativos, percepção dada por estrangeiros, criando a historia universal. Quem não é "civilizado" é nativo ou selvagem e três categorias acompanhavam a "civilização" o convertimento ao cristianismo, economia de mercado e a forma de governo iluminista e raciaonal.
    a unidade racial e cultural, no continente africano não existe as formas de auto-inscrição que são muita mas com o tempo tem se modificado.

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  3. De acordo com os autores lidos até o momento, não há identidade única para a África, eles nos mostram totalmente ao contrário, o continente africano é plural, colorido e cheio de história para se contar.
    A tentativa de autodeterminação e autoafirmação africana teve início ao longo do século XX, segundo a autora Achille Mbembe, houve surgimento durante os últimos três séculos de tendências intelectuais cujo objetivo havia sido conferir autoridade simbólica a elementos integrados ao imaginário coletivo africano.
    Segundo Mbembe haviam três grandes eventos que seriam a escravidão, colonialismo e apartheid, que unificavam o desejo africano de conhecer a si mesmo, reconquistar seu destino e pertencimento no mundo, entretanto a forma africana de escrever sua própria identidade permanecia ligada à problemática de autoconstrução e da filosofia do sujeito.
    As possibilidades de auto-inscrição para os povos segundo Mbembe é de seres vitimizados, que o destino não se encontra na mão deles, que a cultura do estupro se faz presente e nunca será exterminada, seres sem história, que não pensam, selvagens, negros, seres que devem ser convertidos. Ou seja, ideais que necessitam hoje necessitam ser repensados

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  6. Achille Mbembe considera que as formas de auto inscrição da história da África são resultantes de visões eurocêntricas que muito influenciou e influência modelos e ideais a serem seguidos. São esses paradigmas estabelecidos que impossibilitam os africanos de se auto identificar, tornar-se responsáveis e conscientes de si.
    Para Mbembe os africanos devem desligar-se dos preconceitos e ideias discriminantes que tendem simplesmente a deixá-los na submissão, em condição de impotência e humilhados, como é o caso da escravidão, colonialismo e o apartheid onde o africano torna-se alienado de si mesmo e pensar sua identidade dentro de outros parâmetros, saindo da condição de vítima, sem querer jugar o passado, mas superando-o, afinal eles também participaram deste passado, não estiveram imóvel presenciando, foram colaboradores.
    A questão da construção e representatividade da identidade e história africana é bem diversa, muitos fatores contribuíram para uma não compreensão verdadeira de seu passado, entre eles está o reducionismo econômico, um lugar pobre, não desenvolvido e limitado socialmente e culturalmente por falta de capital, e a outra é subordinação ao pensamento generalizado das diferenças.
    A partir destas concepções históricas surgiram duas correntes pensamento que desenvolveram essas ideias. A primeira a marxista, permeada pela tenção entre o voluntarismo e a vitimização, que buscou fundar uma política da africanidade usando categorias da economia política marxista, mas esta possui narrativas superficiais e ao privilegiar a vitimização em esquecimento das ações dos sujeitos. A segunda corrente surge com ênfase na unidade africana, ao pertencimento das raças, uma identidade cultural que se caracterizou por uma tensão estrutural entre as ideias universalistas que compreendia a igualdade entre as nações humanas e a particularista que enfatizava as especificidades, com interesse maior no princípio da repartição e dos valores nativos.

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  7. Segundo Mbembe não, pois já existiu e ainda existe várias tentativas de definir a identidade africana como algo simples sem entender a sua pluralidade, mais é importante deixar claro que essas tentativas não têm dando muito certo, isso porque tem como base a concepção de identidade como algo relacionado a raça, tradição, geografia ou até mesmo relacionado a questão biológica. E essa concepção mostra como a diversidade cultural africana fica reduzida e limitada.
    Por certo é importante afirmar que não há uma identidade africana que possa ser definida por um único termo/palavra ou qualquer que seja a definição. A identidade africana não existe como autenticidade. Ela e construída através de uma série de práticas.
    Há várias possibilidades de alto inscrição para o povo do continente africano como coloca Mbembe, considera que as formas africanas de representar sua identidade estar ligadas a problemática da construção e da moderna filosofia do sujeito.
    O ato do sujeito africano nunca ter se tornado consciente de si mesmo, foi resultado do próprio historicismo, Mbembe afirma que há três eventos históricos tem consistido em “aprisionar” o africano, a escravidão, o colonialismo e o apartheid, que tende a colocar o africano em um lugar de subalternidade, sofrimento e humilhação, que não são capazes de se reconhecer a si mesmo.
    [...] através dos processos de escravidão, colonização e apartheid, o eu africano se torna alienado de si mesmo (divisão do self). Supõe-se que esta separação resulta em uma perda de familiaridade consigo mesmo, a ponto de o sujeito, tendo se tornado um estranho para si mesmo, ser relegado a uma forma inanimada de identidade (objetificação). Não apenas o eu não é mais reconhecido pelo Outro, como também não mais se reconhece a si próprio (MBEMBE, 2001:174).
    Portanto, segundo Mbembe os africanos deveriam pensar a sua própria história por outros horizontes, dando se a possiblidade de se auto - inscrever e até mesmo se auto - resignificar a partir de um estilo próprio.

    Ideilton Alves.

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  8. Diante da leitura do texto de Achille Mbembe e a aula expositiva ministrada, fica claro que não se pode querer definir o continente africano através do viés singular ou mesmo relativista pois, quem tenta agir de tais formas, caem no erro do reducionismo.
    Segundo o texto, uma das possibilidades de interpretar o continente africano é através do conceito nativista, que vê a África através do entendimento marxista e vitimista. Achille Mbembe expõe que a África não é responsável pelas catástrofes que sobrevieram sobre o continente, foi algo imposto a ferro e fogo. (pg. 96).
    Dessa forma, ratifica que o continente africano não pode ser interpretado de através do olhar externo e de forma singular, pois se trata de uma continente plural e diversificado, não podendo ser definido pelo conceito de cor ou raça ou qualquer outra perspectiva aplicada à qualquer nação ocidental, como se existisse uma fórmula pronta que pudesse ser aplicada a qualquer nação.

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  10. Para Ki-Zerbo o continente africano passa por uma valorização e trata-se da procura de uma identidade por meio da reunião de elementos dispersos de uma memória coletiva. Durante a colonização, a sua história não passava de mero apêndice, de acrescento à história do colonizador. A África, porém, não se preocupa muito em ressuscitar seu passado, pois sua atenção está voltado para o desenvolvimento do continente e, contudo, o conhecimento da história africana deve ser olhado como uma parte integrante do desenvolvimento mesmo econômico, e para isso é necessário que haja historiadores e bons historiadores africanos. Para mais, não é o passado aos retalhos e demasiado especializado das monografias, no entanto necessárias, mas quase sempre inacessíveis ao público, que permitirá a massa dos Africanos ter uma visão de conjunto do seu passado coletivo.
    Na visão de Achille Mbembe a “essencialização”, idéia de quem pode falar sobre determinado assunto ou comunidade ou outrem é o nativo do local é um equívoco. Essa escrita será feita por não africanos que tenham posto de lado a visão do civilizador para tomarem medidas humanistas e também sobretudo por africanos que tenham compreendido que as glórias e as misérias da África constituem todo um conjunto no qual as novas nações e gerações devem absorver energias espirituais e razões de viver.
    Seguindo as metasnarrativas, as formas africanas de escrever o próprio self são inseparavelmente conectadas à problemática da autoconstrução e da moderna filosofia do sujeito, entretanto as similaridades acabam ai.
    O esforço de determinar condições sob as quais o sujeito africano podia adquirir integralmente sua própria subjetividade, tornar-se consciente de se mesmo sem ter que prestar conta a ninguém, cedo encontrou duas forma de historicismo, com sua bagagem de instrumentalismo e oportunismo político, segundo o fardo da metafísica da diferença.
    Mais fundamentalmente, por trás do sonho da emancipação política e da retórica da autonomia, uma perversa operação foi estabelecida, cujo resultado apenas fortaleceu o ressentimento africano e sua neurose de vitimização.

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  12. Classificar um continente como um contingente extenso de países, povos, culturas, tribos, religiões, idiomas como de uma única identidade é no mínimo contraditória, para não se dizer errônea. Sem dúvidas a idéia de África continente pobre e constituído de nativos bárbaros é uma corrente ideológica que se propagou mundo a fora criando assim esta idéia de singularidade de identidade. Esta singularidade na verdade não existe, pelo contrário tal continente é na sua essência rico em diversidade além de natural e política, também Cultural. Uma palavra que definiria melhor o continente africano seria multiplicidade. Contudo percebe-se que ao passar dos últimos anos estes pensamentos tem sido vendidos, devido aos inúmeros trabalhos e pesquisas realizados a respeito desta temática. Há sim diversas possiblidades de auto-inscrição para os povos deste continente como afirma o próprio Mbembe,tudo ligado às questões da construção do próprio sujeito em si.

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  13. Apresentar o continente africano como um continente de uma única identidade é sem dúvidas irresponsável. Como se sabe mesmo que se queira esconder a heterogeneidade que existe neste continente, essa não é uma tarefa fácil, pois o continente africano é múltiplo em suas culturas, religiões e principalmente em seus povos. A ideia difundida de que o continente era habitado por pessoas pobres e selvagens foi responsável por firmar essa singularidade ideológica, singularidade esta não existente, mas sim implantada.
    Mesmo com suas dificuldades, o continente africano é na realidade um lugar rico e diversificado, não estou falando somente na diversidade natural e mineral, mas em especial na política e cultural, geograficamente falando. Existem muitas auto-inscrições para estes povos, como afirma o próprio Mbembe, tudo é ligado e influenciado pela construção das identidades do sujeito, sendo assim percebemos que há uma necessidade de desconstruir esses ideais que fazem com que o continente africano seja visto como um lugar inferior e miserável, para dessa maneira conhecermos melhor este continente.

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  14. Não. Mesmo que o senso comum tenha no seu imaginário a África como sendo única é impossível descreve-la de tal maneira, pois a partir dos textos discutidos em sala percebemos que nem mesmo os povos africanos se enxergam como um único povo, pelo contrario, cada povo tem seus costumes e sua pluralidade.
    Segundo Mbembe existiu três processos que contribuíram para que o africano se tornasse alienado de si, sendo eles: escravidão, colonização e apartheid. Exemplificando que esses processos históricos foram o propulsor pra que houvesse um distanciamento do africano consigo mesmo,o que o autor chama de (divisão do self), esse processo faria com que o africano se tornasse desconhecido entre os outros e também consigo mesmo e para que houvesse o processo de auto- inscrição o mesmo deveria escrever a sua história por outros caminhos.

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  15. Segundo Achille Mbembe, não há uma identidade única para a África e que ela é construída através de uma serie de práticas e que a sua identidade africana não existe com autenticidade.
    Para Mbembe, havia, no entanto três eventos onde seriam a escravidão, colonialismo, e a apartheid, onde o africano torna, no entanto um alienado. A questão da construção e da representatividade da identidade africana, onde muitos fatores contribuem para uma não compreensão verdadeira de seu passado, onde entre eles está o reducionismo econômico, lugar pobre não desenvolvido e limitado socialmente e culturalmente por falta de capital, e a outra vem ser subordinação ao pensamento generalizado das diferenças. Portanto o continente africano não pode ser interpretado através de olhos externos e de forma singular, pois vem se tratar de um continente plural e diversificado.

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  16. Negativo. A identidade africana é construída através de vários vieses. A condição de vítima com a escravidão, por exemplo, fecha ainda a visão que o próprio africano tem para si; talvez seja mais fácil construir uma imagem de vítima... Porém, o desapego com os preconceitos e identidade pré-estabelecidas deve ser feito. A representividade africana sempre foi reduzida, tanto economicamente, quanto politicamente e culturalmente, e não deve-se mais alimentar essa visão. O protagonismo de sua própria história deve começar por dentro; esquecer a divisão do self, como definiu Achille Mbembe, é preciso.

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  17. Essa é uma questão muito complexa de mas ao mesmo tempo fácil de se responder pois de acordo com os autores lidos ate agora,não ha identidade única para a África pois vemos com as leituras como é forte a diversidade tornando o continente cheio de história para se contar,tornando essa possibilidade de auto inscrição para os povos difícil e de acordo com Mbembe,que considera que as formas de auto inscrição da história da África sao resultantes de visões eurocêntricas,para Mbembe os africanos devem se desligar de preconceitos e em casos que os mantenham humilhados e saindo na história como vítimas em situações de submissão,e existe e já existiu sim essa tentativa de definir a identidade africana como se fosse algo simples de ser feito não tem como tentar pegar uma pluralidade e torná-la singular não quando essa pluralidade é a história da África,Sendo assim esquecendo a divisão de si como Mbembe definiu e viver a diversidade.

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  18. Expor o continente africano como continente de uma identidade singular é de toda maneira digamos errônea, como também desleal para com os povos de um continente com uma população tão vasta, seja em habitantes ou em cultura, bastante diversa. É notório que se deseje esconder o continente africano pois o mesmo ao longo do tempo sempre esteve regrado a segundo ou terceiro plano, sendo que na realidade é rico e abundante em suas culturas, geografia, religiões, e principalmente em seus povos. Este pensamento outrora difundida de povos pobres, constituída por selvagens, foi a protagonista por aclamar esta noção preconceituosa de ideologias, quando na verdade esta não existe. Assim como qualquer outro continente a África também tem dificuldades, porém também é na realidade rica em diversidade não só natural, mineral, mas em especial política, cultural e geograficamente falando. Se evidenciada de modo correto esta verdade mostraria a essência, a auto inscrições para estes povos, mas como afirma o próprio Mbembe, tudo está interligado e influenciado pela construção da identidade de cada cidadão.

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  19. Alcançar uma identidade única para todo o continente africano é impossível, pois o mesmo dispõe de várias culturas e povos distintos, essa visão passada ao longo do tempo do continente ser algo homogêneo já foi descartada, infelizmente "aprendemos" erroneamente que África é um lugar pobre, e que a única diversidade existente é da fauna, sem levar em conta a diversidade de povos, cultura e o quão vasto é geograficamente. Por isso, segundo Achille Mbembe é impossível definir uma identidade singular para um continente com múltiplas culturas e a pluralidade de seus povos.

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  20. Com base nos textos estudados, fica explícito que a ideia de unidade, é um critério que não se aplica a compreensão do continente africano e suas particularidades. A África é o que podemos chamar de sinônimo de diversidades e pluralidade das etnias, línguas e religiões. Contudo, desde inicio foi associado à mesma a ideia de negatividade, selvageria, dependência, pobreza, entre outros. Para Mbembe a periodização – escravidão, colonização e aphartheid (invenção wollywoodense) – extremante eurocêntrica imposta a história africana desencadeou no que M’Bokolo chamou de “mito cientifico”, ocasionando na reprodução da negatividade pelos próprios africanos. Ou seja, o africano, adaptou-se a reproduzir as mazelas e negatividades a eles impostas no seu próprio self , possibilitando o afastamento do mesmo com seu meio e sua própria história e ideais. Não há “essencialismo” em uma história contada por olhares externos, para uma história ser no mínimo autentica, para Mbembe, o africano deve se desfazer dos preconceitos e do “papel de vitima” e começar a reescrever sua própria história e particularidades.

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