Trata-se de mais um instrumento de divulgação dos debates feitos pelos discentes do curso de História da Universidade do Estado da Bahia - através da ação do Núcleo de Estudos Africanos.
domingo, 31 de julho de 2016
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De acordo com as discussões realizadas em sala sobre o continente africano, é imprescindível destacar as representações que são construídas em nossa mente acerca deste continente, em que por inúmeras vezes acabam confundindo o continente como sendo um país, este tipo de confusão reforça ainda mais a ideia equivocada de que a África é homogênea. Dessa maneira, é de suma importância desconstruir essa ideia errônea de homogeneidade, pois, o continente africano só pode ser definido pela sua pluralidade e diversidade, tanto nos quesitos, sociais, culturais e político.Entretanto, é importante salientar o quanto as representações interferem e constrói uma África em nossa cabeça, muitas vezes equivocada. As representações estão presentes em todos os momentos de nossas vidas, tanto nos meios de comunicação, como nas histórias em quadrinhos, filmes, séries, etc. Com relação às histórias em quadrinhos foram utilizados três exemplos em sala de aula, sendo estes; Fantasma, Tarzan e Timtim. Personagens em sua grande maioria representando o homem branco, aquele que possui inteligência, força e coragem,ou seja, aquele que resolve tudo. E por outro lado o africano sendo retratado na maioria das vezes, como povos primitivos, desprovidos de capacidade intelectual, incapazes de se autogovernarem, entre outros. Demonstrando assim, como estamos sempre cercados de representações acerca da África, e por muitas vezes correndo o risco de se ater ao “perigo da única história”. O risco de reduzir o continente africano à ideia de homogeneidade é justamente reforçar os estereótipos que vem sendo difundidos sobre os africanos e sua terra, pois, o continente na maioria das vezes vem sendo representado através das imagens de um povo sofrido, assolado por guerras, doenças, fome, pobreza e incivilidade. Estas questões são fortalecidas pelos meios de comunicação, que retratam a África sob a ótica de um povo primitivo e cercado por animais silvestres, ou seja, na maioria das vezes representadas de maneira negativa.
ResponderExcluirEm linhas gerais, não se deve reduzir o continente africano a ideia de homogeneidade, tendo em vista a diversidade social, cultural e política que compõem o continente africano, sendo assim, a África deve ser vista sob a ótica de um continente plural, repleto de línguas, povos e culturas distintas, afastando-se de representações equivocadas e negativas acerca do continente africano. Por conseguinte, desmistificar essas representações supracitadas sobre a África, não tem sido tarefa fácil, devido às representações construídas e transmitidas pela mídia, e que ainda permeiam em nossa sociedade, porém, de forma paulatina vem sendo desconstruída graças a essa nova historiografia a qual os estudiosos de África vêm se debruçando.
Laís Freitas.
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ResponderExcluirO continente africano perante as abordagens da indústria cinematográfica produz resultados negativos, que criar estruturas e apresenta, um continente como uma localidade de pessoas negras e praticantes de religiões de matriz africanas.
ResponderExcluirConsidera que essas práticas, das religiões de terreiros são ponderadas a cultura negras, que só existir, no continente africano, neste caso também passa uma mensagem para as outras civilizações, que a África e um continente pobre e sem potencialidade.
Diante dessas, representatividades que a indústria cinematográfica produziu sobre o continente africano, provocou uma série de preconceito entre as outras civilizações tornando desigual, sem valor; o continente africano.
Outro ponto e que o continente africano e reconhecido pela suas fragilidades de sua terras sendo considerada impropria, improdutiva para desenvolvimento da produção da agricultura, outro fato dessa negatividade esta relacionado com terras dos animais selvagem.
É importante salientar que continente africano traz uma diversidade cultural, recheada de pluralidades que se transita no campo social, cultural, politico, nesta questão não se pode pensar a África como uma mistura homogenia. E se uma heterogeneidade.
É importante ressaltar que muita das vezes, provoca em nossas vidas uma construção totalmente equivocada com essas representações que estão presente em nosso cotidiano sendo nos meios de comunicação, jornais e nas revistinhas em quadrinhos.
Podemos ressaltar que a educação é rotulada de conhecimentos pedagógicos que norteia o aprendizado; que de certa forma, atender os anseio de um determinado grupo com seus discursos preconceituosos.
O cinema também deu a sua contribuição na criação de um estereotipo para representa o continente africano, para conceber com isso através da televisão se passou uma África ao longo do século XX por várias população que foi colocada a prova a verdadeiros bombardeios ideológico
A televisão e os outros meios de comunicação trabalham o em função de um processo de interferência e de interiorização em prol do continente africano provocado pelo europeu.
E importante ressaltar que todas essas representações não podem ser desconectadas de uma produção simples e inocente, sendo que todas essas rotulações e representações tem um significado um plano de fundo articulado e manipulado pelo o pode centralizado.
Na maioria das vezes o africano vem sendo tratado como povos primitivo, carentes de potencialidade intelectual e incapaz de administrar o seu continente, assim vem demostrando como ficamos cercado de representações referentes a o continente africano; que muitas vezes esses conceitos venham provocar risco de se perpetuar uma única historia sobre o continente africano.
Portanto, neste caso, temos que potencializar o continente africano devido a sua diversidade cultural, a sua heterogeneidade de raças e civilizações e a sua diversidade cultura, politica e econômica. Assim a África deve ser referenciado como um continente diversificado, repleto de tradições, povos e culturas distintas.
Paulatinamente os novos historiadores vêm se debruçando em novas pesquisa para trazem inovação sobre o continente africano e a serviço de desmistificar essa linguagem estereotipada sobre o continente africano produzida meios de comunicação
Jadiel Ferreira Roseira
Quando se trata de explicar as representações construídas ao longo dos anos sobre o continente africano, se torna uma tarefa árdua para qualquer historiador. Foram muitas inverdades, aonde os meios de comunicações através de cinema, televisão, revista em quadrinhos e jornais tiveram uma forte influência dessa negatividade consolidada e definida do continente africano. Durante o século XX, foram inúmeros documentários através de jornais aonde mostraram sempre uma África distorcida e acabada em guerras, não esquecendo também da contribuição do Ocidente nestas representações.
ResponderExcluirEssas imagens negativas referentes a tal continente, podem ser exemplificadas, quando recorremos à alguns conceitos como o de "guerra étnica", quando estas são vistas que só existem em alguns lugares do continente, devido a muitas tribos morarem juntas, e por isso vivem em constantes revoltas. Outra situação é referir-se que ali são todos negros e africanos, quando sabemos que isso é um absurdo, ou ainda representar uma idéia que a África é a origem de todos antepassados negros, conhecida e responsável por todos os orixás e magia negra, aonde vários trabalhos, nesta linha de pesquisa já foram feitos, mostrando que tal continente professa a séculos o islamismo, e que candomblé e África jamais podem ser vistas como sinônimos.
Portanto com relação aos entraves e as inúmeras dificuldades que existem e persistem para o estudo do continente africano, estes foram objetos de grandes discussões e análises para os historiadores, aonde pode-se citar a conclusão do historiador africano Joseph Ki-Zerbo, quando o mesmo afirmou existir uma "barreiras de mitos", os quais impedem o conhecimento do continente africano, já para o outro historiador Elikia M'Bokolo, intelectual e político africano, estas barreiras ganharam nova definição como "mitos científicos", devido a serem descritas como categorias fundamentas na ciência, ganhando assim status de verdade científica, sendo que M'Bokolo ao definir como "mito científico" expressa automaticamente a palavra "mito" como sinônimo de inverdade, que para grande parte dos antropólogos contemporâneos torna-se um equívoco sem tamanho.
Com referência a homogeneização dos povos do continente africano, ou seja reduzir estes povos à categoria "negro", não ajuda muito no processo de conhecimento desse continente, aonde tanto N'Bokolo quanto K-Zerbo em seus livros quando se relacionam a esta categoria os define como "África negra" ao referir ao continente africano, na qual está diretamente relacionada à concepção eurocêntrica da História de que o continente africano foi dividido em duas partes pelo Saara, quais foram; O norte, nesta perspectiva seria entendido como a África branca, e a parte abaixo do Saara, seria África negra.
Partindo assim desses entraves, é preciso desconstruir todas essas representações criadas até aqui, e assim construir um continente aonde possa mostrar a verdadeira identidade do continente africano, apresentando um continente de uma pluralidade repleta de línguas, povos e paisagens.
Luiz Carlos Lima Damasceno
Levando em consideração as reflexões feitas em sala de aula, bem como à leitura dos textos propostos, há de considerar que as representações do continente africano cristalizadas na população brasileira, como um lugar de miséria, de fome, de catastrófes, de doença. Lugar de onde veio o candomblé e onde todos são da religião do orixás, são essencialmente fruto de significações construídas a partir do senso comum.
ResponderExcluirDesta forma, passamos a acreditar e formular generalizações que excluem o caráter específico de cada povo constituinte do continente africano. As diferentes culturas, as diferentes religiões, as diferentes características físicas, as diversas línguas, entre outras características socioculturais, econômicas e políticas, negando a percepção e a possibiliodade de construção uma realidade do continente africano, livre de esteriótipos e generalizações.
É claro que tais significações, não devem ser vistas como fruto de burrices ou estupidez, mas devem ser percebidas como fruto de anos de propagação de informaçaões distorcidas e referências errôneas, promovidas tanto pela indústria cinematográfica Hollywoodiana, em filmes como filmes como Tarzan, que remonta a uma África cheia de perigos, com uma grande floresta selvagem; quanto pelas histórias em quadrinhos, á exemplo de Tintim, e Fantasma, como heróis que viriam sempre para por fim as mazelas do povo africano, em meio a uma África de natureza selvagem e impenetrável. Ou quer pelos jornais, que noticiam sempre um grande catástrofe acontecida em algum canto da África ou algum surgimento de nova doença.
Recrudescendo a ideia de uma África distorcida da realidade, fomentando entraves que diifcultam a compreensão e o estudo e propagação da história do continente africano. A respeito disso, Ki-Zerbo afirma existir uma “barreira de mitos”, as quais por M'Bokolo, convertem-se em “mitos científicos”, que comprometem e fazem até mesmo que muitos historiadores publiquem “inverdades africanas.”
Porém, o processo de desconstrução das representações que relegaram ao continente africano o status de primitivo e atrasada, caminham
progressivamente. Trabalhos recentes da historiografia africana desmitificam algumas generalizações cristalizadas à respeito do continente africano, bem como propõe estudos de aspectos ainda não explorados, sob um novo olhar mais efetivo, desconstruindo a condição de subalternidade do negro e da África, e rompendo co uma história de linearidades e projeções da África no Brasil.
"Estudar à África para se entender à África!".
As representações homogeneizantes construídas acerca do continente africano nos impedem de conhecê-lo profundamente, bem como, sua complexidade e sua diversidade. Constantemente nos confrontamos com uma história errônea sobre a África, fabricada pela mídia, jornais, filmes e afins. Diversas vezes ouvimos frase do tipo: "A África, um país de negros.." ou "A África um país de tribos.." e ainda "O candomblé veio da África" que são criadas a partir do senso comum. As representações, assim como os estereótipos, moldam ou inventam inverdades, ditam conceitos, e, neste caso, a respeito do continente africano, em sua grande maioria equivocados. Não é possível definir o continente africano por uma prática religiosa e/ou cultural, por uma mesma língua, ou até mesmo pela cor da pele tendo em vista a sua pluralidade. O senso comum sobre a África evidencia as associações negativas a respeito desse continente que constantemente é associado a guerras, fome, misérias e doenças ou ainda, é o lugar de onde veio o Tarzan e o Fantasma ou é vista como uma grande selva habitada por tribos e animais selvagens. Essas representações foram construídas a partir de estereótipos trazidos pela cultura cinematográfica hollywoodiana e, uma vez consolidadas, se tornam difíceis de serem desconstruídas. A dificuldade de se estudar e conhecer o continente africano perpassa justamente pela homogeneidade a qual ele é reduzido. O autor Joseph Ki Zerbo nos contempla com um estudo sobre a existência de uma "barreira de mitos", na qual, o autor cita que esta barreira nos impede de conhecer o passado dos povos e das sociedades do continente africano. O autor M'Bokolo cunhou a expressão "mito científico" para explicar a ideia de que esses mitos assumem um status de verdade científica. Estudos recentes convidam a sociedade a se debruçar sobre o passado do continente africano e ir em busca de novas fontes que desmistifiquem esses conceitos errôneos sobre a África.
ResponderExcluirIsto posto, é preciso desconstruir as representações criadas sobre a África. O continente africano é dotado de pluralidade, línguas, povos, cultura e contextos! E não há uma imagem única que possa representar a diversidade do aludido continente.
Julianna Mendes A. dos Santos
O continente africano vem sofrendo no decorrer de sua história uma serie de construções estereotipadas com relação a seus povos, costumes, culturas e línguas. No imaginário de muitos o continente supracitado é entendido como espaço estático e culturalmente homogêneo e não como espaço construído em diversos momentos e culturalmente diverso.
ResponderExcluirAs pessoas que colocam seus pés ou voltam seus olhares para o continente ora discutido produziram acerca dele noções que em alguma medida visaria à compreensão do outro. Entretanto, o grande problema é que quando se fala em África, o outro existe, porém sob a forma de discurso.
As representações da África possuem tanto poder que em 2003, ao visitar a Namíbia, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se impressionou ao ver o desenvolvimento do continente chegando a dizer que “Quem chegar em Windhoek não parece que está em um país africano. Poucas cidades do mundo são tão limpas, tão bonitas arquitetonicamente como essa e têm um povo tão extraordinário como tem essa cidade”. A intenção aqui não é colocar em xeque a intelectualidade de Lula, e sim demonstrar o quão impregnadas estão as cabeças das pessoas com um imaginário de uma África tribal. O ex-presidente falou como muitos no lugar dele, ao se deparar com o esplendor da cidade namibiana falariam.
O cinema e as demais artes são algumas das maiores responsáveis pela propagação dessas falácias nos dias atuais. Uma quantidade absurda de filmes são produzidos todos os anos com cenas que reificam a pobreza e selvageria existentes na África. Filmes que muitas vezes parecem inofensivos, mas que levam consigo uma carga gigantesca de ideologias subliminares, como em Os pinguins de Madagascar, no momento em que os personagens estão num avião que inevitavelmente cairá, quando avistam do alto uma placa indicando uma região do continente africano, imediatamente alguém grita que é melhor cair em qualquer lugar que não seja ali. Com isso, acabam por disseminar a ideia de que, nem mesmo os animais querem viver naquela região. Outro bom exemplo é o personagem Tarzan, criado em 1912 por Edgar Rice Burroughs, conta a história de um menino branco criado por macacos em uma selva africana no coração do Congo, o clássico ganhou recentemente releitura, porem, o enredo continua o mesmo, um continente que necessita de salvadores brancos e europeus. As representações estereotipadas estão presentes também nas histórias em quadrinhos, como bons exemplos temos Fantasmas e Timtim.
A educação também possui uma parcela significativa de culpa, já que em alguns casos até mesmo os professores estão alienados por essas representações e assim, acabam contribuindo com as inverdades. Percebe-se, mesmo na academia, a dificuldade que os futuros professores têm em pensar a África como um continente gigantesco e repleto de diferenças, ouve-se comentários que são de assustar, em cinco ou dez minutos de conversa. Isso não quer dizer que a pessoa necessariamente não estuda, talvez seja um indicativo de que ela está tomando informações equivocadas como fonte.
São necessárias medidas urgentes de desconstrução das mentalidades, para libertar a grande maioria desta visão de mundo estereotipada, onde o outro nada mais é que menor, inferior, isto é, uma reeducação completa para gerar, a longo prazo é claro, uma necessidade de conhecer as singularidades de cada região, em especial da África.
Ana Gonçalves