Trata-se de mais um instrumento de divulgação dos debates feitos pelos discentes do curso de História da Universidade do Estado da Bahia - através da ação do Núcleo de Estudos Africanos.
quinta-feira, 18 de outubro de 2012
Para os discentes de Conceição do Coité - Aula III.
Na obra "Na casa de meu pai", Kwame Appiah discute sobre questões diversas em torno do continente africano. a obra, de modo geral, procura mostrar como a construção de uma identidade africana foi feita sob a recusa e o esquecimento das diversidades culturais existentes no continente. Neste aspecto, pode-se falar da invenção da África na perspectiva que conhecemos: um continente apresentado como um país dos negros, dotado de homogeneidades e indistinto em relação às práticas e costumes. É normal ouvirmos falar de "música africana", "religião africana", "pensamento africano", dentre outras frases típicas.
Discuta o papel dos intelectuais pan-africanistas nesse processo de invenção da África "una", "homogênea" e "indistinta".
Ps: Como é bom ter vocês na sala de aula. Tenho muito orgulho de tê-los como discentes.
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O processo em que seu ocorreu a forçada colonização da África,não se estendeu apenas a dominação política,para o continente centrou-se o consentimento de homogeneizar o continente,desprezando a grande variação de culturas,raças e etnias de alguns países,do continente africano
ResponderExcluirSe pensar esta ideia em todo o continente acaba-se cometendo um grande equivoco, devido a diversidade de línguas,raças,etnias e culturas na África,bem mais heterogêneo se comparado com a Europa e a América
Contudo intelectuais de cunho pan-africanismo que desconheciam ou pouco sabiam dessa inúmera diversificação,promoveram este pensamento de homogeneizar a África,propagando a como se existisse uma única raça e ascendência e passando a alusão de tratar-se de um continente passivo a dominação européia,desconhecendo o fato que os povos lutaram o máximo que puderam a esta dominação e imposição cultural e nos dias atuais a língua do colonizador é usada principalmente como meio de comunicação entre as diversas tribos e elites dos povos colonizados,estes aprendem primeiramente a língua de seu povo e estudando e propagando a sua cultura
Cabendo a língua e cultura do antigo país colonizador,como algo secundário do seu dia-dia,tanto para as elites políticas e governamentais passando pelas tribos e povos das diversas e contrastantes etnias,existentes em toda a África
Luan Robert
Olá professor desculpe estar desta cor pois pois a acabei comentando em outro blog e não conseguir reverter
Texto de Táfila Sinara dos Santos Santana.
ResponderExcluirA tentativa dos intelectuais pan-africanistas em construir e afirmar uma “raça negra”, à qual diziam fazer parte todos os negros africanos é, segundo Appiah, mais uma forma intrínseca de racismo, uma vez que “os povos da África tem muito menos em comum do que se costuma supor” (APPIAH, 1997). Não obstante, as idéias destes intelectuais tiveram tamanha abrangência que a noção de uma África una, dotada de um só povo assumiu grandes dimensões, norteando a visão de diversas gerações a respeito dos povos africanos.
Segundo Appiah, um dos maiores intelectuais do pan-africanismo foi Crummell, aparecendo no capítulo estudado como norteador das idéias pan-africanistas. De acordo com o autor, Crummell entendia que só havia um conceito norteador: a raça. Defendia que os negros deveriam ser entendidos não porque partilhavam de uma ecologia comum, ou de uma história comum, mas porque pertenciam a uma raça comum.
Para Appiah, Crummel tinha em comum com seus contemporâneos da Europa e dos Estados Unidos uma concepção negativa da África, vendo-a como anárquica e ignorante. Entendiam que é na terra, de “vazio cultural”, que a ideia de unidade deve se estabelecer, pois a partir dela, seus povos ver-se-iam como pertencentes de um lugar comum, consequentemente, uma história comum e um destino comum.
Esta “união pela raça” levou a criação da ideia de uma psicóloga racial, assim como à suposição de existência de crenças “caracteristicamente africanas”, assim como de uma espécie de corpo central da filosofia popular, à qual partilhavam todos os povos africanos. Esses entendimentos, por sua vez, culminaram na subjugação do continente, e na construção de uma visão preconceituosa a cerca do mesmo.
Desta forma, a tentativa de construção de uma África una e homogênea, negligencia a cultura e experiências dos seus diversos povos, atribuindo a eles, além de uma “raça comum”, características comuns, e, vivências comuns, negando sua rica heterogeneidade e suprimindo as particularidades inerentes a cada povo.
Referência:
APIIAH, Kwame Antony. Na casa de meu pai. A África na filosofia da cultura. Rio de janeiro. Contraponto, 1997. P 19-52
Discente, Débora Lorene de Souza Santos V semestre
ResponderExcluirA África, caracterizada como una e homogênea não existe! Mas alguns autores e intelectuais como Alexander Crummel diz “Todas as línguas são inferiores, e a superioridade está na língua Inglesa” baseado nesse discurso surge o Pan-africanismo que é a ideia de uma África, costumes de um povo e que só existe negro com apenas uma língua, logo percebemos o racismo acompanhado de miséria.
Kuame Appiah vem criticar que a África foi inventada nos moldes ocidentais, sendo absorvida por boa parte das pessoas, ele discute a identidade africana como algo que não se pode apontar a um determinado grupo pela sua cor, pois há uma grande e forte diversidade de povos então enquadra-los num respectivo conceito de raça seria praticamente impossível.
Por muito tempo acreditamos que a cultura ocidental é a que prevalece e que influenciou boa parte dos povos, e os gregos com seus aspectos biológicos e culturais foram espelhos para outras civilizações, não esquecendo que os gregos assimilaram a cultura dos povos Egípcios e essa informação não encontramos com clareza nos livros didáticos. Inferiorizando o continente africano, criando estereótipos e fazendo associações errôneas do tipo o candomblé é uma religião que veio da África entre outras, houve uma necessidade dos grandes pensadores e estudiosos que se dedicam ao estudo da África, em inserir conteúdos mais específicos, na escola com a lei 10.639, onde é obrigatório discutir a riqueza das línguas, costumes e principalmente a grande diversidade de povos, mas, no entanto não é o que acontece os discentes desconhecem a cultura africana e reproduzem o discurso dos poderosos.
Na obra “Na casa de meu pai” de Kawame Anthony Appiah, especificamente no capítulo I: a invenção da África, mostra como o preconceito formado especialmente pelos europeus, na tentativa de construir uma identidade africana fez ocultar a vasta diversidade cultural existente no continente africano. O autor durante o transcorrer do capítulo citado acima, deixa nítido que a concepção que temos dos habitantes da África são conceitos generalizados e homôgeinados, criados por povos de outras civilizações. Os intelectuais que dizem procurar entender a cultura e a identidade de uma nação carregam um enorme preconceito. Além de serem caracterizados de Pan-africanistas por definirem a África como espaço de aspecto único e sem pluralidade cultural. Percebe-se então, o sentido de inferioridade por parte dos estudiosos por ousarem a determinar a etnia da população africana. Por exemplo, pode-se notar esta afirmação quando o autor refere-se ao intelectual afro-americano, Alexender Crummell na página 22: “A “África” de Crummell é a pátria da raça negra”. Segundo Appiah, para Crummell a sociedade africana na sua totalidade é negra, ou seja, ele defende a ideia de uma identidade étnica una. Contudo, baseado nas pesquisas de campo e como doutor em antropologia, Appiah desconstrói várias concepções equivocadas de intelectuais e leitores, quando afirma na página 50: “não importa o que os africanos compartilhem, não temos uma cultura tradicional comum, línguas comuns ou um vocabulário religioso e conceitual comum”. Desta forma o antropólogo reforça a ideia erronia de muitos intelectuais avaliar e “inventar” o outro através de suas experiências e práticas culturais. Sendo assim, a África que conhecemos ou que eu achava que conhecia era uma deturpação do real, uma invenção preconcebida de outras nacionalidades.
ResponderExcluirSabe-se que a origem e a formação do continente africano implicam em diversos fatores que contribuem de forma decisiva para a construção da imagem estereotipada que se tem da África, visto que com as invasões e influências de outras nações a partir da colonização, o continente africano foi inventado pelo ocidente, ou seja, o que se pensa da África é o reflexo da reprodução pejorativa do ocidente a respeito do continente.
ResponderExcluirAssim, a invenção do continente africano a partir da ideia ocidental é composta de um único povo, homogêneo e singular, fazendo com que os indivíduos pensem numa África doente, primitiva e pobre. Essa concepção para Appiah dar-se o nome de pan-africanismo feito por Alexander Crummel no século XIX, em que defende as teorias raciais, isto é, a invenção da raça, em que a África é um vazio cultural, acredita-se na superioridade da língua inglesa suprimindo a grande diversidade dos povos existentes.
Além disso, o conceito pan-africanismo constrói uma ideia de identidade de forma generalizada sobre os povos africanos, reduzindo todos os aspectos culturais, religiosos, políticos, econômicos e na grande variedade da língua em uma só concepção de identidade de forma racial, em que todas as características de África se encontram na ideia da cor da pele, tornando um povo uno e indistinto.
Dessa forma, Appiah faz uma crítica no texto a Crummel e aos outros autores que pensam, reduzem e centram a África no conceito pejorativo do pan-africanismo, pois o autor mostra que não há somente uma identidade cultural e tão pouco um único povo, mas várias formas diferentes de expressar determinadas manifestações visualiza um continente africano diversificado, heterogêneo e plural, com expressiva especificidades no modo de viver e sentir próprio de vários povos diferentes.
Referência:
APIIAH, Kwame Antony. Na casa de meu pai. A África na filosofia da cultura. Rio de janeiro. Contraponto, 1997. P 19-52
No continente africano fala-se mais de 1.000 línguas diferentes. Além dessa diversidade de línguas faladas, na África desenvolveram diversas formas de escrita. Porém, os Pan-africanistas, não tinham a menor dúvida que o inglês era uma língua superior às “várias línguas e dialetos” das populações nativas africanas. Vale ressaltar, antes de aprender a falar o inglês, até as elites instruidas, aprende primeiro falar uma língua nativa. Percebemos na leitura do texto “A invenção da África” APPIAH, Kwame Anthony. Na casa de meu pai. 1997. Como a tentativa de construir uma identidade africana levou a minimizar-se a enorme diversidade cultural do continente e a esconder a profunda influência que os intelectuais negros engajados nesse movimento receberam das idéias dominantes na Europa e nas Américas.
ResponderExcluirCrummel foi uma das primeiras pessoas a falar como negro na África e seus textos efetivamente inauguraram o discurso Pan-africanista (uma só África). É que ele pensava no povo da África como sendo um único povo, a ser comcebido, à semelhança dos italianos ou anglo-saxões, em certo sentido, como uma unidade política natural. Para ele, o que tornava a África unitária era ela ser a pátria dos negros.
A África é um continente com extensão territorial imensa, possuindo uma variedade climática e de ecossistema, diversidade onde os homens aprenderam a conviver, proporcionando, entre outros fatores, uma variedade de culturas, não podendo ser limitada como homogênea, una e indistinta. Nenhuma descrição suscinta pode incluir todos os povos da África, nenhuma definição isolada, por mais abrangente que seja, pode abarcá-los a todos.
Aluno (a)Anely Araújo
Discente: Pedro Márcio Pinto de Oliveira
ResponderExcluirA busca dos intelectuais pan-africanistas para construir e consolidar a imagem de uma “raça negra”, com raízes no continente africano, que aliás, quanto é referendado e colocada como se fosse um só país, isto é, a invenção de um continente africano a partir da ideia ocidental composta de um único povo, homogêneo e singular. Segundo Appiah, é mais uma forma intrínseca de racismo. (APPIAH, 1997). As ideais destes intelectuais ganharam tamanha abrangência que a noção de uma África una, formada por um só povo, construído a partir de uma visão que vem se perpetuando a gerações.
Segundo Appiah, um dos maiores nomes do pan-africanismo foi Crummell, discutido no capítulo aqui estudado idealizador pan-africanismo. Para Appiah, Crummell entendia que só havia um conceito para designar o povo africano como uma raça, dando a entender que todos os povos da África era iguais sem suas diversidades. Defendia que os negros deveriam ser entendidos não por sua diversidade mais sim por seu um povo em sua visão, uma raça comum.
No entendimento de Appiah, Crummel e seus contemporâneos da Europa e dos Estados Unidos uma concepção negativa da África, tendo o continente como anárquico e ignorante. Esta união em detrimento da raça levou a criação de uma ideia internizada na consciência das pessoas.
Deste modo, a busca pela construção de uma África una e homogênea, nega a cultura e experiências dos seus diversos povos, atribuindo a eles, uma raça comum, com características comuns, sem levar em consideração sua rica heterogeneidade e as particularidades próprias de cada povo componentes de cada país que formam esse continente tão rico em sua totalidade.
Referência:
APIIAH, Kwame Antony. Na casa de meu pai. A África na filosofia da cultura. Rio de janeiro. Contraponto, 1997. P 19-52
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ResponderExcluirComo sabemos, a África é um continente habitado por povos de línguas e culturas diferentes. A língua nativa é o maior agente comunicativo responsável pela solidificação dessa pluralidade cultural. Muito embora, essa pluralidade tenha sido atacada e descaracterizada pela incorporação de preconceitos étnicos vindos de outras partes do globo, que foram construídos desde os primórdios do século XIX. A cultura e a identidade de um povo é uma construção histórica, ela vai sendo moldada e estruturada pela ação dos homens e mulheres no tempo. Kwame Appiah vem nos mostrar, através de seus estudos sobre a África, como essa ação etnocêntrica da cultura européia, especificamente, pode de maneira errônea interferir na vivência alheia, impregnando aí “valores” considerados por ela como fundamentais ao desenvolvimento de um povo, mas que na verdade, visa à dominação e a centralização do poder. É a partir desses questionamentos, que o autor vem nos mostrar as diversas maneiras de como a África que conhecemos hoje pela indústria midiática, foi inventada e perpassada ao mundo globalizado.
ResponderExcluirAlexander Crummell é considerado como o pai do nacionalismo africano. Contudo, não foi somente esse o único motivo pelo qual levou Crummell a se tornar um eximiu defensor do nacionalismo africano inicialmente compreendido pelo desejo de unificação do Estado africano e da oficialização da língua. Pois, no continente africano, há uma grande variedade lingüística e dialetos em uma população que carregam em si suas tradições, seus costumes, a fim de conservar sua autenticidade cultural. Talvez por trazer com sigo resquícios da cultura norte-americana, Crummell tenha impulsionado suas teses a expressar “variedades mais elevadas do Cristianismo”. Essa visão estereotipada que se faz da África, deve a uma complexa política colonial de assimilação – que buscava justificativas na “necessidade” de transformação dos africanos “selvagens” em “evoluídos”, como se aquele povo não pudesse administrar-se, ou seja, “andar com seus próprios pés”. E é ao longo do texto que Appiah faz as críticas a essa visão etnocêntrica do continente. “Para Crummell, o povo africano precisa ser unificado, para ele há um só conceito norteador: a raça. A África é a pátria da raça negra, sendo ele afro-descendente se dá o direito de arquitetar o futuro, pelo fato de ele também ser negro”. Esse tipo de mentalidade ocasionou no que hoje alguns teóricos entendem como o pan-africanismo p.22.
O autor fala sobre o discurso nacionalista de Crummell, pois seria como deixasse de lado toda diversidade cultural, atribuindo uma opinião negativa sobre os negros, como também a qual quer outra virtude da África. O autor chama a atenção para o cuidado que se deve ter ao tratar da história da África, no que se referem as nossas avaliações para não desembocarmos nas estereotipias inerentes a uma micro-visão das culturas e das tradições de outros povos. Assim, mediadores europeus ao questionarem a pluralidade cultural, entendendo-a como fragmentação, buscam desqualificá-la a fim de se colocarem como seres superiores aos quais compete o discernimento, o e poder de decidir o que deve ou não deve permanecer dentro do campo político, cultural, econômico e de crenças na constituição de um povo ou nação.
Nesse sentido, os indivíduos afetados ideologicamente pelos meios de comunicação em massa que de certa forma inventaram uma África “incivilizada”, “selvagem” e "precária", totalmente dependente de auxílio. Por conta disso, torna-se complexo o processo de desconstrução dessas identidades, pois o conhecimento é omitido até nos bancos escolares, ainda que seja obrigatório o componente curricular da História da África. No entanto, quando se começa a perceber o outro lado da História, a outra face do povo africano, chega-se a conclusões adequadas para o verdadeiro exercício do saber, tornando-se sujeitos reflexivos das sociedades.
REFERÊNCIA:APPIAH, Kwame Antony. Na casa de meu pai. A África na filosofia da cultura. Rio de janeiro. Contraponto, 1997. P 19-52
Gostaria nesse primeiro momento agradecer ao mestre Ivaldo por fazer minhas noites de quinta-feira mais ricas produtivas e prazerosas no ambiente acadêmico...
ResponderExcluirNa ultima aula ministrada pelo professor Ivaldo discutiu-se sobre questões diversas no continente africano tendo com base o livra “Na casa de meu pai”,de Kwame Appiah capitulo 1, nesse momento muito importante para nós eu pude entender algumas coisas nas quais na realidade nunca tinham passado pela minha cabeça como por exemplo essa concepção de raça que temos e também a importância que ela tem para nós, contudo no Continente Africano essas concepções não existe isso tudo é uma construção ,construção essa que se perpetua na mentalidade das pessoas.
A partir de tudo que foi dito em sala posso afirmar que a áfrica homogenia não existe nem nunca existiu no Continente Africano na verdade o que existe são estereótipos que foram implantadas na humanidade em relação a essas pessoas que tem culturas, crenças, hábitos totalmente diversos e muito importante.
É de suma importância resaltar a importância dos intelectuais do pan-africanismo que contribuíram bastante para que se tenha a visão homogenia partindo do pré suposto defendido por Alexander cummel de que a língua inglesa era superior e que para a África se desenvolver era de suma importância essa homogeneidade que é defendida e pregada em todo o mundo.
Aluna:maria Patricia
A África desde muito tempo tem sido vista como inferior, e devido a está visão ultrapassada, é moldada e vista como carente, sem condições de escolhas. Muitos ao longo do tempo tentaram limitar a África a raça negra, tentaram impor culturas, línguas, inventaram religiões, usaram a África como sinônimo de coisa ruim. (Não tenho certeza)Acredito que todo o mundo quis ou tentou ou até mesmo tenta fazer da África o que melhor condiz com as suas necessidades de obter glória, exito no que está tentando provar ou vender para a sociedade.
ResponderExcluirAté um dos mais renomados nomes da história da África foi muito preconceituoso ao querer sua língua como a língua da África. Penso que todas as visões negativas da África venha do nosso passado, das escolas, onde só pregavam a diminuição desse continente tão diversificado e cultural.
No texto discute-se também o racismo quanto a isso eu pude observar que todo o contexto da sociedade mudou, até mesmo o cotidiano e a vida de alguns africanos, que tinham a visão de que eram iguais, (afinal como já aprendi eles não se diferenciam por cor) mais não sei se eles lutaram ou fizeram algo pra tentar mostrar isso ao mundo, "eles não tinham motivo para crer que fossem inferiores aos brancos e, consequentemente, tinham menos razão para ressentir deles."
Sobre os intelectuais, acredito que eles só contribuíram para a criação de esteriótipos e mentiras sobre esse continente, afinal se fossem ao mais realistas saberiam fazer a história se difundir de maneira menos errônea e fariam com que hoje nós não tivéssemos tanto choque ao descobrir as maravilhas que a África nos tem a oferecer e que sempre teve.
A tentativa de construir e afirmar uma identidade africana una, homogenia e distinta preponderou a partir do século XIX, em uma corrente dita “intelectual” do pan- africanismo. Na obra "Na casa de meu pai", Kwame Appiah evidencia como a construção erroneamente do continente africano levou a minimizar a enorme diversidade cultural existente no mesmo. O autor aponta as influências das ideias dominantes europeias e americanas, as quais marcaram o pensamento dos intelectuais negros engajados no movimento de uma África homogenia, com isso percebemos a apreciação de Appiah no título do capitulo em análise “A invenção da África”.
ResponderExcluirO autor Kwame Appiah critica a visão de Crummell que a qual há um só conceito norteador: a raça. Primeiro autor a falar como negro decorria da concepção que a África é a pátria da raça negra e que havia um destino comum para o povo da África. Além disso, Crummell também acreditava na superioridade da língua inglesa em relação aos dialetos existente no continente africano, ignorando totalmente a sua diversidade e colocando os diferentes povos como uma só raça. Diante disso, Appiah repreende “Uma vez que conceberam os africanos em termos raciais, sua opinião negativa sobre a África não foi fácil de distinguir uma opinião negativa sobre os negros; através da vinculação da raça ao pan-africanismo, eles nos deixaram um legado incômodo”. (Appiah p, 22)
É perceptível que as ideias do pan-africanismo que Crummell é adepto, deixaram um legado negativo para a África. Essa África inventada, talvez por ser mais fácil para o entendimento por ignorar as diversidades, deixou de evidenciar a riqueza presente no continente, não dá para transformar a África em uma só raça, cada povo vive os seus costumes e culturas, essa visão do pan-africanismo é um tanto equivocada e desprovida de veracidade.
Aluna: Cinara de Oliveira Araujo
REFERÊNCIA: APPIAH, Kwame Antony. Na casa de meu pai. A África na filosofia da cultura. Rio de janeiro. Contraponto, 1997. P 19-52
Texto elaborado por: Roberto Rubens Coutinho
ResponderExcluirTentando explicar o continente africano, muitos intelectuais desconsideraram a grande diversidade cultural desses povos. Assim se construiu no imaginário das pessoas o entendimento de que a África era um continente homogêneo. Vale lembrar que estas representações são bastante fortes, visto a maneira que os meios de comunicação se dirigem a esse continente, carregados de um discurso superior que coloca os africanos como pessoas em estágio de civilização bastante inferior em relação à cultura dominante.
Assim precisamos contextualizar tais construções para entendermos como se deu esse processo de visão unilateral desses povos. Primeiramente é preciso destacar a idéia de que é difícil descrever o cotidiano e as tradições de outras culturas sem termos como modelo a nossa cultura, portanto as nossas perspectivas. Vale lembrar que vários dominantes intelectuais africanos foram orientados e muitas das vezes constituidos por intelectuais eurófanos, o que é de grande peso para entendermos a visão desses em relação ao seu próprio continente. Desta maneira percebemos o olhar “europeu” e “norte- americano” sobre os povos da África carregado de etnocentrismo.
Aoescrever a história da África muitos intelectuais vão ter como parâmetro conceitos europeus e buscar a partir daí construir uma história una, sem considerar as diferentes realidades regionais. Appiah aponta o papel de Crummell, que “foi uma das primeiras pessoas a falar como negro da África e seus textos efetivamente inauguraram o discurso do pan-africanismo” (APPIAH, 2007). Segundo Appiah, para Crummell o que tornava a África unitária era ela ser a pátria dos negros. Chama atenção o fato dessa elite que teorizou a descolonização da África ter usado a “raça” como um princípio organizador central. De imediato da pra se perceber como muitos intelectuais pensaram escrever a história da África a partir da cor. No caso de Crummell, Apiah aponta ainda que ele herdou não apenas a concepção européia aceita de raça, mas também a compreensão aceita da natureza da civilização e a falta dela na África. E em muitos intelectuais posteriores a Crummell ainda se ver discursos que dão continuidade a sua idéia.
Portanto vemos hoje uma história da África carregada de visões equivocadas e que necessitam de grande empenho de historiadores em estudar a realidade destes povos e a partir daí desconstruí uma história inventada com enorme preconceito. É preciso entender o “outro” e os elementos que fazem parte de sua cultura e que, portanto o identifica, considerando suas singularidades e superando essa idéia de “raça”.
Referência:
APIIAH, Kwame Antony. Na casa de meu pai. A África na filosofia da cultura. Rio de janeiro. Contraponto, 1997. P 19-52
O texto “A invenção da África” APPIAH, Kwame Anthony. Na casa de meu pai. 1997, o escritor critica ao pensamento Europeu e norte americano à ideia de raça humana, onde teve seu maior defensor Alexander Crummell, pois defendia que “havia um destino comum para os povos da áfrica”, como um continente gigantesco, cheio de características próprias iriam tem uma unidade cultural e hegemônica?
ResponderExcluirPara, Appiah “quando deixamos de avaliar os outros com imparcialidade, torna-se muito improvável receber deles tratamento imparcial” (APPIAH, 1997), e que para Laraia “Se oferecêssemos aos homens a escolha de todos os costumes do mundo, aqueles que lhes parecessem melhor, eles examinariam a totalidade e acabariam preferindo os seus próprios costumes, tão convencidos estão de que estes são melhores do que todos os outros” (Laraia, 1986).
Numa tentativa de construir Uma identidade una africana, escritores Pan-africanos, sobretudo Crummell, que tinha um pensamento negativo da “cultura tradicional da áfrica” que os viam como selvagens desprovidos da civilização.
Portanto, essa visão deturpada de “civilização superior”, defendida por europeus e norte- americano é mais uma das estereotipias construída num discurso pré-conceituoso, não levando em consideração que não existe raça superior e sim, “raça única” (APPIAH, 1997).
Aluno: João Amorim
Kwame Apiiah faz uma critica as idéias de Alexander Crummel e a outros intelectuais que pensavam a África no conceito pan- africanismo, ou seja, um continente homogêneo. Eles viam a África como espaço de aspecto único e sem pluralidade cultural, criando assim estereótipos responsáveis pela “ma fama” do continente.
ResponderExcluirAo debatermos em sala de aula, percebemos o equivoco que existe em se falar da África como continente homogêneo. Contudo, ficou evidente como o mesmo é heterogêneo, rico em diversidades culturais, diferentes povos e línguas.
A África inventada é a África equivocada.
ALUNA: Greice Kelly Militão
Pensar em África analisando sua extensão territorial, é incompreensível que haja apenas a prevalência de uma cultura em todo o continente. A apropriação e dominação imperial europeia silenciaram as vozes africanas, forjou e divulgou para o mundo outra África, sem distinção, sem multiculturalismo nem diversidade.
ResponderExcluirAlexandre Crummell, um afro-americano de nascimento, inaugura o discurso do pan-africanismo, sem levar em consideração as múltiplas culturas e distinções presentes em todo o continente. Crummell analisa e considera, ao falar da África, apenas o conceito de raça, sendo este, o pilar para construção do discurso pan-africanista, desejoso em criar a pátria negra, visando um futuro comum e melhor a todos os africanos. Outros intelectuais discutindo a união africana, conceitua como negritude, mesmo sendo algo similar ao pan-africanismo, e aponta como explicação, não o conceito de raça, mas a ideia de solidariedade racial entre os negros.
É interessante ressaltar, que a ideia de raça num primeiro momento para àqueles que teorizaram a descolonização africana, foi de grande valia, servindo como instrumento de organização central, porém, passada essa fase, torna-se necessário o reconhecimento africano por um todo, pondo em evidência, sua heterogeneidade, desconstruindo assim, a ideia una de África, pautada apenas, no conceito de raça.
Essa construção da África una vem sido cultuada há muito tempo e devido a esse pensamento unilateral construído a partir dos conceitos elaborados pelos pan-africanistas, as pessoas ignoram as diversidades culturais presentes nesse continente, desconhecem que eles falam diversos dialetos, que têm tons de pele diferentes uns dos outros, que têm diferentes visões religiosas, e o mais grave é que devido a essa visão de que a África é homogênea as pessoas a vêm como um todo numa situação de miséria, atrelada a diferentes e variadas doenças, violência, guerra e fome.
ResponderExcluirEntretanto na obra “Na casa do meu pai” de Kwame Apiahh ele defende a ideia de que é necessário repensar a política pan-africanista, além do conceito de raça, e na sua concepção esse discurso fortemente “racial” fundamentou-se em conceitos biológicos precários, derivados do século XIX, conceito este que fora construído por alguns pan-africanistas americanos como, Alexander Crummel ao qual ele diz que sua psicologia racial levou ao pensamento da existência não só de uma forma de pensamento africano, mas também de um conteúdo caracteristicamente africano, levando-nos a pensar que a África possui uma cultura homogênea.
É perceptível que a África é vitima de visões equivocadas construídas a partir de interesses próprios dos povos americanos, europeus entre outros. Portanto é necessário que tenhamos uma visão critica sobre as leituras que fizermos a respeito desse continente, pois grande parte delas são tendenciosas e o mais importante é que não esqueçamos da pluralidade cultural africana.
Discente:
Aila Mota
Os Pan-africanistas, entre eles Crummell um dos propulsores, quis ou pretendeu que a África tivesse uma identidade cultural e linguística única, um sentimento de nação . O problema já é serio, pois renega toda estrutura de varias culturas, línguas e costumes. Uma diversa seara que é engolida em nome de uma “tradição” individual. O agravante ocorre de forma notória quando estes teóricos pretendem que o inglês seja a língua oficial.
ResponderExcluirMesmo com esta forte campanha dos Pan-africanistas o continente África, demostra todo uma serie de barreiras contra esta forma única pretendida. Kw ame Appiah, Salienta que esta língua oficial anglófona é falada pela elite, e por poucos, e ainda assim, é ensinada alguma língua nativa num primeiro plano.
A obra traz uma discursão de uma África sendo trabalhada sobre o prisma de duas origens linguísticas: A anglófono que possui um tronco saxão e o fracófono que possui em linhas gerais uma origem do latim. E estas duas correntes linguísticas, simbolizam um meio de controle populacional previsto por europeus. As duas possuem, caracteres diferentes na sua construção dentro do continente. Os franceses tiveram uma preocupação em dar uma identidade através da língua, uma identidade mais próxima em relação ao francês no que concerne a gramatica, ressaltando que não fora em sua maioria. Era um projeto de “civilização” francesa para os africanos. Já o anglófono não possuí-o este viés, exerceram um controle sem esta preocupação “civilizatória”.
As elites francófonas e anglófonas usaram a língua para suprimir uma literatura africana. Amiúde, os africanos sofreram hostilidades, e ainda assim, leis e literaturas tiveram um cunho português, porém isso não escondeu uma tradição da historia oral, religiosa e poética.
Uma ancestralidade parcialmente africana ajudou os europeus no pós-colonização a ter uma importância numa forma de discurso dominador, e foi reiterado na 2º guerra, quando os europeus viam todos os combatentes africanos como um só. Estas homogeneidades refletiram nas formas de pensamento nos seguimentos literários. Os escritores que não tendessem a uma escrita unificadora africana eram rotulados como tradicionalistas.
Os soldados africanos foram vitimas do preconceito e tiveram suas identidades suprimidas. No campo da literatura foi posto uma face europeia e situações outras que formavam este Pan-africanismo. Porém em terras estadunidenses Appiah, mostra um sentido de raça diferente para os negros que ali habitaram O autor traz um contra ponto. Aparentemente viver em um local segracionista era doloroso. Mas um grupo de maioria negra, com suas concepções locais não fora estabelecido as questões raciais, e, consequentemente, não se inferiorizavam. Pelo fato de serem em muitas cidades uma maioria.
Ao se estudar o continente africano é preciso pensar nos diversos comportamentos das sociedades africanas e de que forma estes grupos confluíram com os europeus. Não ser moroso e, sobretudo, não exercer o discurso do dominador e do dominado evitando assim uma dualidade que não concerne ao continente.
Aluno Osvaldo sampaio
No capitulo 1º da Obra Na casa de meu pai , Kwame Apiiah sinaliza o movimento Pan-africanista. Tendo como um dos responsáveis Alexander Crummel. Crummell disseminava a ideia de uma África como uma só, queria forjar um sentimento de nação. E o inglês foi estabelecido como língua oficial em muitos países africanos.
ResponderExcluirO autor ressalta que mesmo com esta forma inconteste de domínio, que é a inserção de uma língua, até mesmo entre as elites aprendia-se uma língua materna e a língua oficial era ensinada um segundo momento.
O texto vem descrevendo o papel das construções gramaticais como forma de domínio. E por isso o autor “flerta” com as construções linguísticas anglófona e francófona. A corrente francesa buscou no idioma uma missão “civilizadora” tanto que o francês falado se aproximava gramaticalmente do idioma Frances. Os idiomas foram usados como forma de controle. Com isso, a uma reedição da literatura africana, onde a escrita tem um balizamento europeu. Aqueles escritores que não se enquadravam numa literatura que se elenca a europeização eram tachados de tradicionalista. Num contexto macro da literatura, era como se as tendências literárias europeias impedissem os literatos africanos de abordar um literatura pluralista. Características do Pan-africanismo. Contudo isso não ceifou a Historia oral, as práticas religiosas e as poesias.
Crummel era adepto que se fosse registrado uma espécie de única odisseia a grande diversidade africana, o que é impossível. Este discurso foi construído usando-se como base uma ancestralidade parcial africana que garantiu uma importância de domínio para o novo mundo.
O texto sugere aos leitores, uma compreensão das diversidades africanas explicando como o processo Pan-africanista negou e nega estas diversificações, principalmente, através dos ramos linguísticos. A linha cognitiva de Alexander Crummell, nos remete a enxergar o quanto seu discurso é carregado de estereotipias, onde ele realça através de uma áurea racista uma proposta de união com o remédio inócuo aos povos africanos classificado de Pan-africanismo.
Aluna Elozane Carneiro. UNEB. CAMPUS XIV
Discente: Eliana M. Lima
ResponderExcluirA África tem sido vista pelo Pan-africanismo, principalmente por Alexander Crummell considerado um dos maiores influenciadores deste movimento, como uma África homogênea que diz a respeito da língua, cultura e costumes, numa linguagem que desconsidera a diversidade linguística e cultural do continente. O que contradiz a realidade presente dos povos africanos, alimentado pela cultura ancestral das civilizações africanas, podendo ser obtidas, nos estudos e pesquisas de documentos e fontes orais.
Os intelectuais escreveram a história social, econômica e política do continente, sobre uma visão europeizada. Appiah apresenta a contribuição de Crummell para o discurso Pan-africanista, diga-se de passagem, um dos discursos mais influenciadores do período o tratado. Alexander Crummell tentou criar um sentimento de nacionalidade, propõe em alguns países a adoção do inglês ou até outros idiomas de origem não africanos mais de origem dos colonizadores, como o inglês, português. Os africanos sofreram hostilidades, porém não esconderam uma tradição da historia oral, religiosa e poética.
Outra crítica ferrenha feita por Appiah é em relação ao discurso racista, consiste no terrível e desmedido respeito para com os povos nativos do continente, Crummell em seu projeto de nacionalidade, ser a “raça” um dos fatores da homogeneidade africana, contudo ver o negro como seres incivilizados e necessitados de uma civilidade, aos moldes dos considerados estudiosos do período. Uma alienada forma de ver e se comportar em relação às demais civilizações (africanas) .
Portanto o pan-africanismo foi de fundamental importância e ao mesmo tempo, desastroso quanto a invenção da África “una, homogênea e indistinta” favorecendo a uma visão preconceituosa de toda uma diversidade de língua, cultura e costumes, estragando a história das civilizações africanas negando a totalidade das diversas civilizações. Portanto conclui-se que é necessário um estudo mais avançado sobre a história da África, pois nem tudo que é visto é uma verdade. Acima de qualquer coisa, deve-se apresentar de forma respeitosa para com o outro independente de sua etnia, cultura, religião entre outros aspectos.
REFERÊNCIA:
APPIAH, Kwame Antony. Na casa de meu pai. A África na filosofia da cultura. Rio de janeiro. Contraponto, 1997. P 19-52
O continente africano já tem sua composição formada. Querer conceituar a África como "una" é remover o valor da diversidade
ResponderExcluircultural, povo e língua. É nesse sentido que o Pan-Africanismo vem caracterizar este espaço. E na obra, " Na casa de meu pai", Appiah trata o conceito de raça à luz dos pensandores afro-americanos, dentre eles, Crummel, que ignoram, de forma equivocada, as diferenças do passado pré-colonial. Essa atitude de singularizar a cultura africana, mostrou-se tendenciosa porque minimiza e simplifica a diversidade do local que se estrutura sob pensamento europeu. O fato dela passar por um processo de colonização não comprova a passividade desses povos, que o primeiro contato acontecia de forma sangrenta. Apesar dos colonizadores impor seus idiomas como oficiais em cada espaço representado, os africanos mantiveram seus costumes e seus idiomas originais. A verdade é que a África é um continente heterogênio e essa homogeneidade tratada por Crummell, nunca existiu. A tentativa de se explicar esse continente trouxe muitas visões esteriortipadas, carregada de visões negativas. É preciso por parte dos historiadores desconstruir essa imagem da civilização "superior" européia e levar em conta a diversidades culturais dos africanos, uma África de pluralidades culturais.
Rafael Santos