quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Para os discentes de Alagoinhas - aula V.

No texto Relações e intercâmbios entre as várias regiões, do vol. IV da Coleção História Geral da África, Djibril Tamsir Niane estabelece algumas conclusões sobre o comércio, bem como os diferentes tipos de contatos entre os povos do continente africano. Por favor, discorram sobre o comércio de longa distância existente na África, e aponte alguns dos elementos destacados pelo autor para mostrar a extrema vitalidade e dinamismo das trocas desse período.

10 comentários:

  1. O texto de Niane diz respeito as trocas comerciais e culturais das regiões africanas, através do trafico transaariano.
    de acordo com o autor a analise das relações comerciais, o desenvolvimento das técnicas, os intercâmbios culturais e religiosos,o estudo da lingüística permite um avanço na pesquisas sobre a África, desmistificando a existência de um continente estereotipada por viajante e exploradores portugueses e árabes, ou seja esses novos métodos de pesquisas contribui para desconstruir uma África contada sob o ponto de vista do outro, um olhar europeu.

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  2. Diante dos novos elementos e novas perspectivas encontradas sobre a história da África, Niane traça um panorama das relações de intercâmbios entre as várias regiões do continente, demonstrando que não havia a estagnação e a falta de contato entre esses territórios, fato tão defendido pela historiografia e o imaginário de pesquisadores.
    Segundo Niane, já havia expedições desde antes de 1000 A.C, para o autor, o continente africano sempre estabeleceu relações e intercâmbios entre seus territórios. Indícios encontrados nos territórios africanos associados às tradições orais justificam e fortalecem essa teoria. Na verdade, a ideia de estagnação, que para o autor não tem a menor validade, seria apenas uma tentativa de legitimar uma dita inferioridade dos africanos.
    As áreas que mais favorecem para a compreensão desta teoria são o Saara e o Sahel, onde o comércio mostrou-se intenso e extremamente dinâmico. O comércio de ouro, sal (antes do ouro usado como moeda de troca) e outras mercadorias como o cobre e o marfim, por exemplo, definiam a dinâmica do comércio desta região.
    Além disso, é possível identificar através das novas ferramentas da pesquisa sobre o continente africano, trocas entre árabes e africanos referentes às técnicas de produção e comércio e também em aspectos religiosos. Para Niane, a influência islâmica fora decisiva nas transformações da África. Fortes comerciantes, os muçulmanos estenderam o comércio até o mediterrâneo e estabeleceram rotas comerciais com regiões de floresta e savanas. As bases dos intercâmbios em algumas regiões da África, como a meridional, foram o cobre e o ouro. Os muçulmanos há muito tinham conhecimento do ouro dessa região. Muitos dos seus países tornaram-se meros atravessadores do capital necessário ao comércio no Mediterrâneo.
    Concluindo, os elementos supracitados fazem-nos compreender a dinâmica do continente africano. Niane é muito claro ao demonstrar as relações estabelecidas entre as regiões africanas e as influências sofridas por elas no campo econômico, inicialmente. Ainda mais, é possível considerar, que diante da presença muçulmana, os territórios e as relações de comércio e intercâmbio, assumiram um caráter diferenciado e marcante para a África.

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  3. O texto de Djibril Tamsir Niane discorre sobre as relações comerciais existentes nas diferentes regiões do continente africano.Para tanto, o autor esclarece que comércio no continente existe desde tempos "pré-históricos", e com uma complexa organização.
    O período estudado pelo autor se estende do século XII ao XIV. A complexidade das relações e intercâmbios comerciais, sócio-culturais e políticas deste período são resultado do que Devisse e Vansina denominaram de "cinco séculos formadores", marco temporal que compreende o século VII ao XI.
    Quanto aos resultados da pesquisa sobre África, em geral, e sobre as relações comerciais em (e com a) África, em particular, o autor afirma que, mesmo que as pesquisas tenham avançado, ainda não é possível deter-se demasiado sobre o assunto das relações comerciais.

    De início, ao inferir que estudos que tratam o Saara enquanto região inóspita, o autor nos remete aos conceitos de "barraegm de mitos" e "mitos científicos", cunhadas, respectivamente, pelos pesquisadores Ki-zerbo 2002 e M'Bokolo 2009. As pesquisas dão cabo de mostrar que o Saara não só nunca foi uma "barreira", quanto, pelo contrário, serviu de rota para um comércio, complexo em seu conjunto, e de uma zona de intersecção entre povos sentários do norte e do sul.Essa ligação era feita pelos povos nômades que tinham como principal (e preferível pelas condições do terreno e do clima)o dromedário, animal resistente, apropriado para longas jornadas, munidos de grandes e pesadas cargas.

    É um texto bastante longo, com uma narrativa detalhada. Destacaria, contudo, o papel que os diferentes produtos exerciam nas relações entre as regiões e, dentro destas. Por exemplo, o ouro africano: metal precioso, era o produto que "(...) alimentava o comércio setentrional (...)". (p. 701).O ouro fora utilizado como moeda de troca (das mais desejadas) e para ostentação dos soberanos, a exemplo, de Gana. Em alguns lugares, todavia, este tinha um forte apelo "sagrado", ou seja, em contradição com o apelo comercial do reino do Gana, no Sudão, conservava-se a secular tradição do acúlodo ouro. (p.700).

    Outro produto dos mais valorizados, e que existiam de variados tipos, era o sal (ou os sais). Para o comércio transaariano, bem como para outras regiões, o sal desempenhou papel relevante, tanto como mercadoria de USO como de TROCA. Raro em algumas regiões, a saber, no Sudão, este produto tinha, ao lado do ouro e do cobre, um papel fundamental em seu valor de troca. (é de se observar, que, em um tempo em que não se tinha geladeira, o sal, em seu valor de uso, podia ser mais importante do que os demais produtos perecíveis, pois, do sal, dependia a conservação dos mesmos).

    Relações comerciais complexas pressupõem a difusão de ideias, e, essas ideias circulavam, do mesmo modo, tendo como fio condutor, meio de propagação, as fortes relações comerciais. Nesse sentido, esse comércio, que fora intermediado pelos muçulmanos,não só fora importante para a circulação dos produtos e das ideias, como para a redefinição, resignificação do tráfico de escravos. Como expõe o autor em relação ao novo significado e ao novo rumo que tomara o comércio praticado em África:o contato com o Ocidente, aberto pelo tráfico de escravos, significou “(...) a interrupção de um impulso vigoroso, que teria mudado o curso da história da África, caso o comércio se tivesse desenvolvido com mercadorias de fato”. (p. 697).

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  4. No artigo intitulado Relações e intercâmbios entre as várias regiões o autor Djibril Tamsir Niana se propôs a analisar, como sugere o título, as relações comerciais estabelecidas no interior do continente africano. Niane evidenciou entre os séculos XI e XV a África estava em plena expansão econômica e comercial. Consequentemente, os povos das diversas regiões da África estabeleceram trocas comerciais entre si. Para além do comércio interno, o continente africano estabeleceu, também, uma significativa relação intercontinental com a Europa e a Ásia através da Mediterrâneo e do Oceano Índico intermediada, frequentemente, pelos muçulmanos.
    Segundo o autor, estudos recentes – escavações arqueológicas, estudos da linguística e o estudo das tradições orais – permitiram desvendar um pouco da história das relações comerciais entre as diversas regiões da África. Tais estudos têm contribuído para demonstrar que, ao contrário do que afirmavam muitos historiadores europeus, o deserto do Saara nunca foi uma barreira para os povos africanos. Primeiro, porque ele não era desabitado, segundo porque entre os séculos XI e XV se constituiu enquanto uma passagem privilegiada de mercadores, o que fez deste período a idade do ouro do comércio transaariano.
    O autor ressaltou que o Saara foi palco de relações comerciais e culturais entre os povos da África ocidental e da África setentrional. Este comércio beneficiou os nômades estabelecidos no deserto e os sedentários que cruzavam o deserto. Niane salientou que os povos sedentários e os nômades estabeleceram uma relação de complementaridade, pois os sedentários levavam aos nômades cereais e tecidos em troca de carne, sal e água. Além disso, os nômades trabalhavam como guias para os mercadores, pois as caravanas não conheciam as rotas da imensidão do Saara.
    Além do comércio transaariano, Niane estudou, também as trocas comerciais estabelecidas nas savanas e florestas, demonstrando que estes ambientes também não significaram uma barreira para o comércio entre as regiões africanas. O autor advertiu que o comércio estabelecidos entre florestas e savanas é muito antigo. A floresta aturou como filtro das correntes econômicas, ideias e técnicas. Ademais, muitos povos da floresta eram originários das savanas. O autor observou, também, que muitos povos da savana reconheciam a profundidade “do conhecimento das populações florestais no campo da farmacopeia e na arte esotérica da linguagem dos tambores”. (p. 711).
    Em virtude dos fatos mencionados, ficou muito evidente que HOUVE UMA INTENSA E COMPLEXA RELAÇÃO ENTRE AS VÁRIAS REGIÕES DO CONTINENTE AFRICANO entre os séculos XI e XV, período abordado por Djibril Tamsir Niane, importante pesquisador africano.

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  5. O autor estuda as relações de intercambio entre as varias regiões do continente africano, no período entre os séculos XII ao XIV. Aborda que o contato sempre existiu entre as varias regiões. O comercio foi intenso principalmente no Shel e no Saara com a comercialização de ouro, marfim, sal e cobre, essas relações era marcadas pelo dinamismo. O estabelecimento das relações entre árabes e africanos não foi apenas comercial, mais também cultura e religiosa. Os muçulmanos estenderam o comercio até o mediterrâneo, estabelecendo varias rotas comerciais. É importante lembrar que o autor desmistifica o Saara como um local inabitado, e enfatiza que por esse local se estendeu varias rotas comerciais. O comercio entre as florestas e as savanas também eram estabelecidos, informando que não existiam fronteiras para a extensão das relações comerciais. O texto é de extrema importância para compreendermos as relações intercambiais entre as varias regiões e entre árabes e africanos, para tanto a autora se baseia nas tradições orais, relacionadas com os indícios arqueológicos encontrados no local. Salientamos que essas relações é de extrema complexidade.

    Monalisa Matos

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  6. O comercio intenso entre a Europa e a Ásia ligados ao continente africano.
    O trófico foi á interrupção do comércio vigoroso. A afirmação de que era uma região isolada não se confirma, pois á fontes que dizem o contrário.
    O autor fala da importância do islã como idéia de comercio, ele diz que o atraso da áfrica se dava pelo fato do Saara isola a áfrica , mais foi o Saara que serviu para escoamento do ouro da áfrica Ocidental com a áfrica setentrional. O ouro alimentava esse comércio.
    O escoamento de do ouro ele diz que era feito por meios de caravana guiadas por um chefe como em uma expedição.Nesse período o cobre era vendido a preço de ouro e era utilizado como moeda.outra fonte de riqueza era através comércio de escravos.A pesquisa de T.lewickin revelou a participação de judeus nessa região.O autor ao final afirma que a floresta equatorial não impediu as relações entre as savanas setentrionais e meridionais,em especial onde mudanças de clima e trabalho do homem abriram brechas.

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  7. No texto sobre as relações e intercâmbios o autor utiliza-se dos produtos comercializados como, por exemplo, sal gema e nozes de cola para dessa forma demonstrar como foi possível estabelecer as relações comerciais entre diversos povos. Assim, o principal objetivo é entender que o ambiente da Savana, Floresta e desertos não foram fatores de empecilho. No ultimo caso, o autor mostra como a utilização dromedário foi crucial para os povos do Saara. Houve a critica da historiografia que em diversas vezes colocou o Saara como uma barreira para o contato intercontinental. Entre os séculos XI e XV a África e apresentada como um continente em plena expansão econômica e comercial. A partir dessa expansão diversos povos mantinham trocas comerciais entre si. Mas, essas relações não foram experiencias apenas dentro do continente, estabeleceu-se, também, uma significativa relação intercontinental com a Europa e a Ásia através do Mediterrâneo e do Oceano Índico intermediada, frequentemente, pelos muçulmanos.
    Outro fator de impacto foi o papel do Islã que teve como conseqüência aumentar as relações entre os povos do continente. Conforme o texto a difusão do Islamismo não foi algo realizado pela força e sim pela influência.
    O comercio é apresentado como dinâmico e como os produtos poderiam representar valores de trocas diferentes a depender dos aspectos culturais de cada região, como; por exemplo; o cobre, o ouro, o gado etc.
    Para concluir as relações comerciais eram complexas e trouxe como conseqüência a difusão de idéias e trocas culturais.

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  8. O comércio no Continente Africano Já existiam desde a pré-historia mesmo antes da chegada dos Árabe.Pois a África foi um parceiro privilegiado nas relações intercontinentais do Velho Mundo.Tanto através do Mediterrâneo como através do oceano Índico,um comércio intenso mais intermediado pelos mulçumanos,ligava a Europa e a Ásia ao continente africano e as relações entre as várias regiões da África do século XIIaoXVI.
    Os Árabes no século VIII é um elemento a mais para essa mudança comercial e todo continente foi marcado por essa mudanças,o período compreendido entre o século VIIIaXI é marcada por um forte desenvolvimento das relações entre diferentes regiões da África.Este impulso coincide com a expansão Mulçumana,que revoluciona o comércio Árabes.
    As relações e intercâmbios entre as várias regiões proporcionou também varias dinâmicas como a expansão das redes comerciais ,crescimento urbanos,difusão de técnicas na agricultura,a extração de minero e metal.As técnicas de guerras e desenvolvimento em todas as áreas.
    Ana Maria de Jesus

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  9. O texto acima reforça a idéia de dinamismo comercial entre as regiões da África entre si, e o aumento dessa relação devido às inferências dos mulçumanos que ampliaram as redes comerciais, além das técnicas de produção que botaram a África, sobretudo em relação aos Árabes, botaram a África como sendo muito importante para as trocas de mercadorias.
    Para além do comércio interno entre as diversas regiões da África, as relações intercontinentais também iam se estabelecendo. Com a hegemonia dos Árabes no tráfico de mercadorias, a África através do mediterrâneo, manteve relações com a Ásia e com a Europa.

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  10. Djibril Tamsir Niane, no seu texto contido na coleção Historia Geral da África, vem expor elementos que foram fundamentais para expressar o dinamismo e vitalidade das trocas no periodo compreendido entre os seculos XI e XV, o autor se ultiliza das relações baseadas nas trocas de alguns produtos como o sal e noz de cola, para entender as relações comerciais dos destintos povos, ate mesmo dos extremos norte e sul do continente.
    Intercambios é a palavra que mais se aproxima para explicar as relaçoes de trocas que vieram propocionar novas dinamicas nas redes comerciais, derrubando a hipotese de que a savana o deserto e florestas foram fatores de empedimento das relações dos diferentes povos da África. vale lembrar que As relações comercias com suas técnicas, o fortalecimento dos meios de comunicação e transporte ultilizando dromedalhos como também o crescimento político dos Árabes foram fatores predominante para o não isolamento das diferentes regiões da África.

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