Trata-se de mais um instrumento de divulgação dos debates feitos pelos discentes do curso de História da Universidade do Estado da Bahia - através da ação do Núcleo de Estudos Africanos.
Sob quais justificativas os autores Jan Vansina e Jean Devisse afirmam ser o período compreendido entre os séculos VII ao XI como período formador? O que ocorreu nestes séculos de tão importante para a África?
Para começar, é necessário lembrar que a África em todas as suas regiões passou por diferentes momentos seja nas questões políticas, sociais, culturais e econômicas. Não podemos considerar que o processo histórico sofrido tenha sido uniforme em todo o continente. Aspectos geográficos e as organizações políticas e sociais são pontos fundamentais para compreendermos essas transformações. Para os autores, nos séculos VI e VII correspondem ao período de emergência dos fatores que se desenvolveriam nos séculos posteriores. A África do Oeste, grande palco da pesquisa, concebeu nestes séculos até o século XI, o surgimento de cidades e grandes impérios, um movimento de sedentarização que tornou a agricultura o fator determinante na nova organização social. Essa sedentarização provocou uma nova configuração demográfica, favoreceu a divisão do trabalho e o surgimento de novas técnicas de produção. A cerâmica, os metais, os tecidos, o sal, entre tantos outros produtos, que surgiram e foram aprimorados através dessas novas técnicas e transformaram-se nos principais produtos de comércio da África. Segundo os autores, o comércio de muitos desses produtos já ocorria a muitos anos, antes mesmo das investidas islâmicas e europeias. Nestes séculos, novas alternativas para o transporte das mercadorias foram surgindo. Os camelos foram a maneira mais eficiente das caravanas de mercadores que começaram a se organizar também neste período. Para os autores, o processo de sedentarização (fator determinante), alterou as configurações sociais, políticas e econômicas do continente africano, possibilitando os novos rumos das relações inter e intra-continentais, especialmente no campo econômico, ponto do qual se pode compreender com mais clareza elementos sociais, políticos e culturais que foram alterados por sua lógica.
Para Jean Devisse e Jan Vansina, o período que se estende do século VII ao XI, cinco séculos portanto, foram de fundamental importância para a história da África. Importante, a bem entender, pelo "re-significado"(ou novo significado) que algumas práticas adquiriram neste período: a costrução de habitações, como nos diz os autores: "(...) a melhoria da moradia tornou-se (...) objetivo bastante claro (...)" (p.892); as relações comerciais tiveram considerável expansão,e, a produção de alimentos teve novo significado: aperfeiçoando as técnicas agrícolas para atender o aumento das necessidades advindos do aumento populacional e da sedentarização. A sedentarização, ao que parece, teve seu início nesse período "formador". Nessa população, conglomerada em cidades nascentes, evadidas de zonas desgastadas pela ação"predatória" dos agricultores (com suas técnicas de arroteamento do solo) estava a emergência do refino das técnicas comerciais, agrícolas e culturais que tanto legaram a África. O autor, entretanto, alerta para as implicações que é estudar período tão longo da história de um continente que, não obstante generalizações, é tão heterogêneo quanto os erros de interpretação que fazem quem o estuda. Os resultados alcançados, do mesmo modo, não explicam o todo, mas, utilizando-se do método comparativo ("História Comparada", pelo menos foi o que entendi) pode-se chegar nas relações entre as diferentes regiões e técnicas desenvolvidas no continente. Vê-se, aqui, diversas Áfricas (Central e Austral, Oriental, Ocidental, Setentrional) com costumes diversos, recebendo influências no comércio, na organização populacional, nas técnicas agricolas e na religião. Na conclusão do capítulo, os autores conseguem, de maneira clara e precisa, demonstrar o por quê do período compreendido entre os séculos VII ao XI, serem "formadores". Assim dizem: "Cinco séculos de estabilização, de enraizamento da sociedade, de desenvolvimento (...). Cinco séculos marcados tanto pela exploração mais coerente dos diversos meios quanto pelo surgimento do islã (...). Cinco séculos de desenvolvomento desigual em que algumas zonas do continente saíram totalmente da sombra documental e permitiram restituir, graças a tanta paciência e inventividade metodológica, as transformações técnicas, sociais, culturais e políticas em curso". (p.928).
Os autores discorrem sobre o século VII ao XI, como sendo cinco séculos formadores, por causa da sedentarização, é um período onde se compreende a construções de varias moradias, esse processo ajuda a melhorar as técnicas da agricultura, principalmente para atender as crescentes demandas por alimentos , é importante destacar que as relações comerciais também tiveram uma expansão. Essa sedentarização também provocou um aumento demográfico em algumas regiões, principalmente em locais favoráveis a plantação, formando assim as cidades. Percebe-se assim que as organizações políticas, sociais e econômicas se modificam, justamente por causa do processo de sedentarização. É importante ressaltar que os autores chamam a atenção de que esse processo não ocorreu de forma homogenia, nem em todas as regiões.
Ao longo do texto os autores descrevem as diversas transformações que ocorreram no continente africano entre os séculos VII ao XI. Os cinco séculos são correspondentes ao período formador, devido à sedentarização de diversos povos. Entretanto, os autores apontam que o continente africano não pode ser analisado com modelos uniformes, pois cada território teve suas especificidades. As conclusões segundo o autor tiradas desses cinco séculos são no mínimo hipotéticas e frágeis devido a questões como fontes. Contudo, a hipótese principal é que ao longo do período estudado as principais configurações socioculturais do continente estabilizaram-se e tomou formas. Amadureceram-se as relações comerciais e politicas do coletivo, bases essas que formaram o substrato do movimento histórico posterior. No século VII algumas regiões sedentarizaram e obteve o domínio da agricultura que por sua vez acarretou nas divisões de trabalho e também na melhoria das moradias. A utilização da cerâmica por esses povos possibilitou os estudos acerca do processo de sedentarização. Outros produtos utilizados no período merecem destaque, como: a utilização dos metais depois da implantação dos Estados muçulmanos, o cobre na África Central como moeda de troca, a utilização de algodão no Senegal, o manuseio do índigo e a palmeira do Saara. Outro produto que merece atenção é o sal, em alguns momentos esse produto foi utilizado também como moeda de troca, a exemplo da Etiópia, pois nem todas as localidades existiam o sal gema. O processo estudado pelo Devisse e Vansina nos mostra as diferentes transformações em cada região do continente. Na parte central a expansão banta findou-se verdadeiramente no século VI formados por agricultores. Na parte oriental houve um movimento de expansão pastoril. Na região da África ocidental nas zonas das florestas e nas savanas o crescimento demográfico acarretou em destruição de coberturas florestais. Na região do Saara no século III da Era Cristã a introdução do camelo foi a grande “revolução”, – terminologia minha – pois os criadores de camelos exerceu o controle do deserto. Na parte da África setentrional havia uma melhor relação de dependência entre campo e a cidade. No século IX o Egito teve problemas com a falta de alimentação devido ao crescimento demográfico nas cidades. Enfim, o movimento das sociedades africanas do século VII ao XI foi direcionado para o ajuste e a melhoria da produção de alimentos, devido ao crescimento demográfico. .
O presente texto de DEVISE e VANSINA tratar sobre: islamização de parte do continente africano é responsável por este desenvolvimento todo o continente foi marcado por diferentes avanços .O contexto socioeconômico em que nasceu o islã foi amplamente influenciado pelo desenvolvimento das trocas entre a Etiópia,o Mediterrâneo e o Oceano índico. A conquista árabe além de acarretar uma profunda transformação da geopolítica do mundo mediterrâneo ,dominado pelo império muçulmano entre século VII e XI,deu um dinamismo inusitado as trocas internacionais.As relações constantes entre a áfrica do norte e a Ásia ocidental,criou condições favoráveis para o uso do camelo. O crescimento urbano surgiu de diversas cidades ,também influenciou a expansão da navegação no oceano índico,desenvolvimento dos navios com utilização de métodos muçulmanos para não se perderem.Os grandes movimentos populacionais,a aceleração da divisão do trabalho e o desenvolvimento de classe manifestado pelas revoltas e guerras civis em alguns estados. O desenvolvimento das trocas e o crescimento do volume de produção levou a adoção de formas de pagamento mais aperfeiçoadas. o texto também tem bastante descrição.
De como a África e vista pelo resto do mundo.O fato dessas relações intercontinentais foram importantes para esse continente ,com a importância do oceano indico nesse período era bem forte e muito presente. . A questão da formação dos Estados Nacionais que vão se constituindo.Os autores vão mostrando o surgimento do trafico atlântico ,ligado ao comercio e o trafico transaariano que ocorre esse processo de transação que sofre impacto.Mais que no século xx ocorre o maior crescimento desse comercio.
O autor faz as afirmações através de informações dos povos Árabes que eram viajantes e comerciantes , e que trás como vicio fontes com problemas construída através do seu olhar.A importância do escravo,ouro entre outros produtos para o comercio que cada vês mais foi ganhando importância nas relações intercontinentais.O texto trás uma visão panorâmica sobre as relações intercontinentais relacionada a questão do comercio e sua importância para esse continente e para a construção da sua historia. Ana Maria de Jesus
Por muito tempo a produção historiográfica ocidental difundiu a ideia de que a África era um continente isolado e primitivo antes do início do processo de colonização europeia no século XIX. Neste sentido, seria como se a África tivesse se “civilizado” após o contado com os europeus. Não obstante, o desenvolvimento de pesquisas produzidas mais recentemente tem demonstrado que a África tem uma história, marcada pelo desenvolvimento econômico/tecnológico/comercial, muito antes da presença dos europeus enquanto colonizadores e esta história, como destacou Ivaldo Marciano de França Lima, não pode ser enquadrada na periodização quadripartite consagrada na historiografia tradicional. Jan Vansina e Jean Devisse ao analisar o continente africano no contexto compreendido entre os séculos VII e XI, afirmaram que este período pode ser compreendido como o período formador. Esta afirmação parte do pressuposto de que foi neste momento que ocorreu a sedentarização dos povos em África. Os autores ressalvaram que a sedentarização africana não ocorreu homogeneamente, como tem negligenciado a historiografia acerca do continente. Não obstante as diferenças, Vansina e Devisse pontuam que durante o período considerado houve uma estabilização das configurações socioculturais do continente e um consequente amadurecimento das relações políticas, econômicas e sociais. O processo de sedentarização foi primordial para que o continente desenvolvesse, de diferentes formas, um comércio inter e intra continentais. O desenvolvimento comercial mencionado só foi possível, pois neste período surgiram novas alternativas para o transporte de mercadorias, como a utilização de camelos. Ademais, houve uma nova configuração demográfica, que favoreceu a divisão do trabalho e o surgimento de novas técnicas de produção, como cerâmica, metais, tecidos, sal, dentre outros, que se tornaram os principais produtos de comércio do continente. Enfim, entre os séculos VII e XI as sociedades africanas se organizaram em torno de um ajuste e desenvolvimento da produção de alimentos, gerando um crescimento demográfico. Consequentemente, no Oeste do continente – região intensamente pesquisada – surgiram grandes cidades e impérios, determinando uma nova organização social em África.
Segundo os autores a periodização citada pode ser considerada como formadora pelo fato da sedentarização dos impérios da África, momento em que as cidades vão se solidificando, as atividades econômicas desenvolvidas, a exemplo a agricultura, além das outras produções desenvolvidas, como cerâmica, tecidos, o sal, metais, etc, além das técnicas de produção que também se desenvolviam. Essa ampliação do mercado comercial, além das diversas redes que iam se estabelecendo foi importe para que a África se estabelecesse como um local de produção e distribuição comercial. A sedentarização das práticas comerciais e o crescimento das cidades e impérios foram importantes também para as divisões sociais e dos trabalhos em torno das cidades que iam se constituindo. O corte temporal foi responsável nesse sentido pelo estabelecimento de uma sociedade que se desenvolvia a partir da agricultura, mas que este desenvolvimento correspondia a inovações técnicas, comerciais e sociais que, se comparada nesse momento o continente africano a outros é perceptível em vários setores o maior desenvolvimento em relação sobretudo a Europa.
Para começar, é necessário lembrar que a África em todas as suas regiões passou por diferentes momentos seja nas questões políticas, sociais, culturais e econômicas. Não podemos considerar que o processo histórico sofrido tenha sido uniforme em todo o continente. Aspectos geográficos e as organizações políticas e sociais são pontos fundamentais para compreendermos essas transformações. Para os autores, nos séculos VI e VII correspondem ao período de emergência dos fatores que se desenvolveriam nos séculos posteriores. A África do Oeste, grande palco da pesquisa, concebeu nestes séculos até o século XI, o surgimento de cidades e grandes impérios, um movimento de sedentarização que tornou a agricultura o fator determinante na nova organização social.
ResponderExcluirEssa sedentarização provocou uma nova configuração demográfica, favoreceu a divisão do trabalho e o surgimento de novas técnicas de produção. A cerâmica, os metais, os tecidos, o sal, entre tantos outros produtos, que surgiram e foram aprimorados através dessas novas técnicas e transformaram-se nos principais produtos de comércio da África. Segundo os autores, o comércio de muitos desses produtos já ocorria a muitos anos, antes mesmo das investidas islâmicas e europeias. Nestes séculos, novas alternativas para o transporte das mercadorias foram surgindo. Os camelos foram a maneira mais eficiente das caravanas de mercadores que começaram a se organizar também neste período.
Para os autores, o processo de sedentarização (fator determinante), alterou as configurações sociais, políticas e econômicas do continente africano, possibilitando os novos rumos das relações inter e intra-continentais, especialmente no campo econômico, ponto do qual se pode compreender com mais clareza elementos sociais, políticos e culturais que foram alterados por sua lógica.
Para Jean Devisse e Jan Vansina, o período que se estende do século VII ao XI, cinco séculos portanto, foram de fundamental importância para a história da África. Importante, a bem entender, pelo "re-significado"(ou novo significado) que algumas práticas adquiriram neste período: a costrução de habitações, como nos diz os autores: "(...) a melhoria da moradia tornou-se (...) objetivo bastante claro (...)" (p.892); as relações comerciais tiveram considerável expansão,e, a produção de alimentos teve novo significado: aperfeiçoando as técnicas agrícolas para atender o aumento das necessidades advindos do aumento populacional e da sedentarização.
ResponderExcluirA sedentarização, ao que parece, teve seu início nesse período "formador". Nessa população, conglomerada em cidades nascentes, evadidas de zonas desgastadas pela ação"predatória" dos agricultores (com suas técnicas de arroteamento do solo) estava a emergência do refino das técnicas comerciais, agrícolas e culturais que tanto legaram a África.
O autor, entretanto, alerta para as implicações que é estudar período tão longo da história de um continente que, não obstante generalizações, é tão heterogêneo quanto os erros de interpretação que fazem quem o estuda.
Os resultados alcançados, do mesmo modo, não explicam o todo, mas, utilizando-se do método comparativo ("História Comparada", pelo menos foi o que entendi) pode-se chegar nas relações entre as diferentes regiões e técnicas desenvolvidas no continente.
Vê-se, aqui, diversas Áfricas (Central e Austral, Oriental, Ocidental, Setentrional) com costumes diversos, recebendo influências no comércio, na organização populacional, nas técnicas agricolas e na religião.
Na conclusão do capítulo, os autores conseguem, de maneira clara e precisa, demonstrar o por quê do período compreendido entre os séculos VII ao XI, serem "formadores". Assim dizem: "Cinco séculos de estabilização, de enraizamento da sociedade, de desenvolvimento (...). Cinco séculos marcados tanto pela exploração mais coerente dos diversos meios quanto pelo surgimento do islã (...). Cinco séculos de desenvolvomento desigual em que algumas zonas do continente saíram totalmente da sombra documental e permitiram restituir, graças a tanta paciência e inventividade metodológica, as transformações técnicas, sociais, culturais e políticas em curso". (p.928).
Os autores discorrem sobre o século VII ao XI, como sendo cinco séculos formadores, por causa da sedentarização, é um período onde se compreende a construções de varias moradias, esse processo ajuda a melhorar as técnicas da agricultura, principalmente para atender as crescentes demandas por alimentos , é importante destacar que as relações comerciais também tiveram uma expansão. Essa sedentarização também provocou um aumento demográfico em algumas regiões, principalmente em locais favoráveis a plantação, formando assim as cidades. Percebe-se assim que as organizações políticas, sociais e econômicas se modificam, justamente por causa do processo de sedentarização. É importante ressaltar que os autores chamam a atenção de que esse processo não ocorreu de forma homogenia, nem em todas as regiões.
ResponderExcluirMonalisa Matos
Ao longo do texto os autores descrevem as diversas transformações que ocorreram no continente africano entre os séculos VII ao XI. Os cinco séculos são correspondentes ao período formador, devido à sedentarização de diversos povos. Entretanto, os autores apontam que o continente africano não pode ser analisado com modelos uniformes, pois cada território teve suas especificidades. As conclusões segundo o autor tiradas desses cinco séculos são no mínimo hipotéticas e frágeis devido a questões como fontes.
ResponderExcluirContudo, a hipótese principal é que ao longo do período estudado as principais configurações socioculturais do continente estabilizaram-se e tomou formas. Amadureceram-se as relações comerciais e politicas do coletivo, bases essas que formaram o substrato do movimento histórico posterior.
No século VII algumas regiões sedentarizaram e obteve o domínio da agricultura que por sua vez acarretou nas divisões de trabalho e também na melhoria das moradias. A utilização da cerâmica por esses povos possibilitou os estudos acerca do processo de sedentarização. Outros produtos utilizados no período merecem destaque, como: a utilização dos metais depois da implantação dos Estados muçulmanos, o cobre na África Central como moeda de troca, a utilização de algodão no Senegal, o manuseio do índigo e a palmeira do Saara. Outro produto que merece atenção é o sal, em alguns momentos esse produto foi utilizado também como moeda de troca, a exemplo da Etiópia, pois nem todas as localidades existiam o sal gema.
O processo estudado pelo Devisse e Vansina nos mostra as diferentes transformações em cada região do continente. Na parte central a expansão banta findou-se verdadeiramente no século VI formados por agricultores. Na parte oriental houve um movimento de expansão pastoril. Na região da África ocidental nas zonas das florestas e nas savanas o crescimento demográfico acarretou em destruição de coberturas florestais. Na região do Saara no século III da Era Cristã a introdução do camelo foi a grande “revolução”, – terminologia minha – pois os criadores de camelos exerceu o controle do deserto. Na parte da África setentrional havia uma melhor relação de dependência entre campo e a cidade. No século IX o Egito teve problemas com a falta de alimentação devido ao crescimento demográfico nas cidades. Enfim, o movimento das sociedades africanas do século VII ao XI foi direcionado para o ajuste e a melhoria da produção de alimentos, devido ao crescimento demográfico.
.
O presente texto de DEVISE e VANSINA tratar sobre: islamização de parte do continente africano é responsável por este desenvolvimento todo o continente foi marcado por diferentes avanços .O contexto socioeconômico em que nasceu o islã foi amplamente influenciado pelo desenvolvimento das trocas entre a Etiópia,o Mediterrâneo e o Oceano índico.
ResponderExcluirA conquista árabe além de acarretar uma profunda transformação da geopolítica do mundo mediterrâneo ,dominado pelo império muçulmano entre século VII e XI,deu um dinamismo inusitado as trocas internacionais.As relações constantes entre a áfrica do norte e a Ásia ocidental,criou condições favoráveis para o uso do camelo.
O crescimento urbano surgiu de diversas cidades ,também influenciou a expansão da navegação no oceano índico,desenvolvimento dos navios com utilização de métodos muçulmanos para não se perderem.Os grandes movimentos populacionais,a aceleração da divisão do trabalho e o desenvolvimento de classe manifestado pelas revoltas e guerras civis em alguns estados.
O desenvolvimento das trocas e o crescimento do volume de produção levou a adoção de formas de pagamento mais aperfeiçoadas.
o texto também tem bastante descrição.
De como a África e vista pelo resto do mundo.O fato dessas relações intercontinentais foram importantes para esse continente ,com a importância do oceano indico nesse período era bem forte e muito presente.
ResponderExcluir. A questão da formação dos Estados Nacionais que vão se constituindo.Os autores vão mostrando o surgimento do trafico atlântico ,ligado ao comercio e o trafico transaariano que ocorre esse processo de transação que sofre impacto.Mais que no século xx ocorre o maior crescimento desse comercio.
O autor faz as afirmações através de informações dos povos Árabes que eram viajantes e comerciantes , e que trás como vicio fontes com problemas construída através do seu olhar.A importância do escravo,ouro entre outros produtos para o comercio que cada vês mais foi ganhando importância nas relações intercontinentais.O texto trás uma visão panorâmica sobre as relações intercontinentais relacionada a questão do comercio e sua importância para esse continente e para a construção da sua historia.
Ana Maria de Jesus
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ResponderExcluirPor muito tempo a produção historiográfica ocidental difundiu a ideia de que a África era um continente isolado e primitivo antes do início do processo de colonização europeia no século XIX. Neste sentido, seria como se a África tivesse se “civilizado” após o contado com os europeus. Não obstante, o desenvolvimento de pesquisas produzidas mais recentemente tem demonstrado que a África tem uma história, marcada pelo desenvolvimento econômico/tecnológico/comercial, muito antes da presença dos europeus enquanto colonizadores e esta história, como destacou Ivaldo Marciano de França Lima, não pode ser enquadrada na periodização quadripartite consagrada na historiografia tradicional.
ResponderExcluirJan Vansina e Jean Devisse ao analisar o continente africano no contexto compreendido entre os séculos VII e XI, afirmaram que este período pode ser compreendido como o período formador. Esta afirmação parte do pressuposto de que foi neste momento que ocorreu a sedentarização dos povos em África.
Os autores ressalvaram que a sedentarização africana não ocorreu homogeneamente, como tem negligenciado a historiografia acerca do continente. Não obstante as diferenças, Vansina e Devisse pontuam que durante o período considerado houve uma estabilização das configurações socioculturais do continente e um consequente amadurecimento das relações políticas, econômicas e sociais. O processo de sedentarização foi primordial para que o continente desenvolvesse, de diferentes formas, um comércio inter e intra continentais.
O desenvolvimento comercial mencionado só foi possível, pois neste período surgiram novas alternativas para o transporte de mercadorias, como a utilização de camelos. Ademais, houve uma nova configuração demográfica, que favoreceu a divisão do trabalho e o surgimento de novas técnicas de produção, como cerâmica, metais, tecidos, sal, dentre outros, que se tornaram os principais produtos de comércio do continente.
Enfim, entre os séculos VII e XI as sociedades africanas se organizaram em torno de um ajuste e desenvolvimento da produção de alimentos, gerando um crescimento demográfico. Consequentemente, no Oeste do continente – região intensamente pesquisada – surgiram grandes cidades e impérios, determinando uma nova organização social em África.
Segundo os autores a periodização citada pode ser considerada como formadora pelo fato da sedentarização dos impérios da África, momento em que as cidades vão se solidificando, as atividades econômicas desenvolvidas, a exemplo a agricultura, além das outras produções desenvolvidas, como cerâmica, tecidos, o sal, metais, etc, além das técnicas de produção que também se desenvolviam. Essa ampliação do mercado comercial, além das diversas redes que iam se estabelecendo foi importe para que a África se estabelecesse como um local de produção e distribuição comercial. A sedentarização das práticas comerciais e o crescimento das cidades e impérios foram importantes também para as divisões sociais e dos trabalhos em torno das cidades que iam se constituindo.
ResponderExcluirO corte temporal foi responsável nesse sentido pelo estabelecimento de uma sociedade que se desenvolvia a partir da agricultura, mas que este desenvolvimento correspondia a inovações técnicas, comerciais e sociais que, se comparada nesse momento o continente africano a outros é perceptível em vários setores o maior desenvolvimento em relação sobretudo a Europa.