Trata-se de mais um instrumento de divulgação dos debates feitos pelos discentes do curso de História da Universidade do Estado da Bahia - através da ação do Núcleo de Estudos Africanos.
quinta-feira, 27 de setembro de 2012
Para os discentes de Alagoinhas - Aula III.
Para Abdoulaye Bathly e Claude Meillassoux o período compreendido entre os séculos VII ao XI foi marcado por intensas transformações, propiciando diferentes dinâmicas para o continente africano. As relações entre as diferentes regiões da África foram marcadas por novos contextos. Discorra sobre estas transformações, indicando os processos vividos em algumas das regiões do continente africano. Se possível, estabeleça algumas breves comparações com a Europa do período.
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com base nas discussões desenvolvidas em sala, significativas transformações ocorreram no continente africano.
ResponderExcluirÉ sabido que, apesar da pouca documentação disponível as sociedades africanas jamais viveram no isolamento. Sendo assim, os elementos que demonstram esse não isolamento são:a mobilidade das populações e a amplitude das trocas de longa distancia.Influenciado pelas relações árabe-muçulmana.
esses fatores foram responsáveis pelas as principais transformações, impulsionando as tracos comercias entre as diferentes regiões da africanas,sem falar no fortalecimento politico com a conquista árabe.
Assim, os fatores que reforçam o dinamismo e as profundas transformações ocorridas no continente e ainda derrubam a ideia de um continente isolado e estagnado são, o fortalecimento dos meios de comunicação,o crescente avanço das relações comerciais e suas técnicas, sem falar no fortalecimento politico dos árabes, assim, os períodos entre os Séculos VII ao XI foram responsáveis pela êxito no âmbito politico , econômico e social da África, colocando assim em posição de destaque não só pelo desenvolvimento de uma economia de subsistência mas também pela sua importância para economia mundial.
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ResponderExcluirOs autores corroboram para negação de que os europeus seriam os precursores do estabelecimento das relações entre as diferentes regiões do continente africano. As relações entre os diferentes territórios, tanto nos aspectos comerciais, como nas trocas e migrações já ocorriam mesmo antes da chegada dos árabes no século VII. Do século VII ao XI ocorreram significativas mudanças no continente africano. A África, já possuía antes mesmo da chegada dos árabes e da expansão do islã, um sistema de comercio estabelecido. Segundo os autores, antes mesmo dos árabes, quebrando com a perspectiva histórica do isolamento entre os reinos africanos, já existia um sistema de relações comerciais entre as regiões do continente. Alguns trabalhos mostram que essas relações existiam desde a antiguidade, entre regiões situadas a norte e sul do Saara.
ResponderExcluirCom a necessidade da migração e do deslocamento das mercadorias, a economia passou a exigir um sistema mais unificado, as mercadorias pagavam inúmeros impostos ao transitar entre os reinos africanos até chegar ao seu destino. Os árabes acabaram, então, estabelecendo sistemas de impostos e estabeleciam suas rotas de comercio. A religião islã com seus dogmas e ensinamento passaram a construir novos moldes nas relações com os africanos.
A África marcada por intensas relações entre as diversas regiões do continente e também de outros continentes, teve o desenvolvimento dessas relações coincidido com a expansão mulçumana. Através dos estudos arqueológicos, tornou-se possível comprovar que as relações de troca ocorriam de forma inter-regional, e que foram favorecidas pelo progresso dos meios de comunicação, a expansão da rede comercial e o aumento do volume de trocas.
Apesar de não possuir documentação para comprovar com se deu a evolução das técnicas comerciais, os autores defendem que a disseminação das técnicas comerciais foi possível, graças às trocas comerciais e a mobilidade da população. Esse desenvolvimento acarretou uma monetarização progressiva das economias regionais, gerando também profundas modificações de estratégias militares.
Segundo os autores, o período que se estende do séc. VII ao séc. XI foi de intensas relações, das mais diversas, entre as mais variadas regiões africanas. A pujança dessas relações, todavia, é estreitamente relacionada com a expansão árabe. Segundo Joseph Ki-zerbo, essa expansão teria se intensificado e se consolidado durante fins do século VII e início do VIII, com as investidas muçulmanas, partindo do Egito, ao Magreb.
ResponderExcluirNão obstante esse período, de intensas relações, as diferentes regiões africanas nunca viveram no isolamento. As fontes utilizadas mais especificamente para a história da África, qual sejam, a lingüística, a paleologia, a sorologia e a egiptologia e etc, legam evidências substantivas que corroboram essa tese e, deste modo, trazem por terra os argumentos que identificavam, por exemplo, o Saara enquanto uma área divisora (no sentido de barreira) entre duas Áfricas, que não possibilitava tais relações. Ainda quanto à questão das fontes, os autores dizem que “(...) apesar das lacunas na documentação, a arqueologia ajuda a afirmar as relações anteriores”. (p.861). Autores como C. A. Diop e T. Obenga, bem como o já citado Ki-zerbo, também confirmam “a vitalidade dessas relações desde a Antiguidade”. (p.861).
Houve durante o período estudado, dois fenômenos importantes: uma maior mobilidade populacional e uma intensificação, uma ampliação, das trocas de longa distância.
Não há dúvida, entretanto, quanto ao papel determinante da expansão muçulmana na intensificação dessas relações, mas, do mesmo modo, “(...) o próprio nascimento do islã teria sido influenciado pelo contexto socioeconômico das relações de troca entre a Etiópia, o Mediterrâneo e o Oceano Índico”. (p.863).
Nesse sentido, os autores expõem “três traços fundamentais que caracterizam as trocas inter-africanas” no período compreendido: o “progresso dos meios de comunicação, a expansão da rede comercial e o aumento do volume de trocas”. (p.863).
A utilização do camelo, mais intensiva entre os séculos VII e o XI, possibilitou as diversas regiões do continente africano se interligar. O camelo fora utilizado tanto para transporte de cargas e de pessoas, bem como para fazer informações chegarem com mais rapidez. A presença muçulmana também fizera a navegação expandir de maneira considerável: “Grandes portos munidos de arsenais de construçao naval foram erguidos no Magreb, como em Tunis (século VII), Bidjāya (Bougie), Mahdiyya (915), Argel (946), Ora (902) e Arzila (século X)”. (p.884). Ainda em relação à navegação, outro avanço cuja presença muçulmana fora importante foi quanto às técnicas empregadas para percorrer distâncias mais longas.
Tendo se expandido o tráfego entre as regiões, foram surgindo concomitantemente centros comerciais, e floresceram cidades cuja demografia aumentara consideravelmente. Aumentava, em proporção direta, o volume de trocas entre as regiões. Os autores dividem em quatro categorias, os produtos cuja circulação por meio da troca era mais significativa: as matérias primas; os produtos de subsistência; os artigos de luxo de “uso social” e os produtos de consumo de luxo.
O ferro, por exemplo, um dos produtos incluídos na categoria de matéria prima, fabricado no Império de Gana, “era exportado para outras regiões da Senegâmbia e do Níger”. (p.887).
Os produtos de subsistência tiveram, dentre os produtos das demais categorias, a maior circulação. De fato, manter populosas cidades requer não somente o cultivo, mas também as trocas de produtos alimentícios.
Ao longo dos textos estudados, percebemos a quebra de vários mitos que tem sido criado sobre o continente africano. Mesmo com pouca documentação escrita, os estudiosos se apropriam de outros conhecimentos como a arqueologia a linguística, entre outros para falar da diversidade da áfrica e das relações que esta estabeleceu entre si e entre outros povos. Esse texto vem ajudar a quebra alguns destes mitos que são colocados como verdades absolutas. O texto fala das transformações ocorridas entre o século VII ao XI, e inicialmente os autores ajudam a entender que as relações entre os povos africanos é bem anterior a chegada dos europeus, anterior até mesmo a chegada dos árabes, os africanos já fazia comercio entre os povos do continente africano e migravam de um lugar para outro, até mesmo atravessando o Saara.
ResponderExcluirCom a chegada dos árabes o comércio ganha rotas também estabelecidas por eles, e a religião islâmica ajuda a moldar de certa forma essa sociedade. No que se refere ao comercio, sobre a mercadoria era cobrado vários impostos, todavia com a entrada dos árabes, eles estabelecem um imposto e traça suas rotas. É importante perceber que as relações entre as diversas regiões da áfrica ocorrem de forma constante e que fica mais visível com a chegada dos árabes, principalmente por causa da sua documentação escrita.
Monalisa Matos
A islamização de parte do continente africano é responsável por este desenvolvimento todo o continente foi marcado por diferentes avanços .O contexto socioeconômico em que nasceu o islã foi amplamente influenciado pelo desenvolvimento das trocas entre a Etiópia,o Mediterrâneo e o Oceano índico.
ResponderExcluirA conquista árabe além de acarretar uma profunda transformação da geopolítica do mundo mediterrâneo ,dominado pelo império muçulmano entre século VII e XI,deu um dinamismo inusitado as trocas internacionais.As relações constantes entre a áfrica do norte e a Ásia ocidental,criou condições favoráveis para o uso do camelo.
O crescimento urbano surgiu de diversas cidades ,também influenciou a expansão da navegação no oceano índico,desenvolvimento dos navios com utilização de métodos muçulmanos para não se perderem.Os grandes movimentos populacionais,a aceleração da divisão do trabalho e o desenvolvimento de classe manifestado pelas revoltas e guerras civis em alguns estados.
O desenvolvimento das trocas e o crescimento do volume de produção levou a adoção de formas de pagamento mais aperfeiçoadas.
O período que se estende do século VII ao século XI da Era Cristã foi marcado por um forte desenvolvimento das relações entre as diferentes regiões da África .O fato desse impulsivo ter coincidido com a expansão mulçumana levou alguns autores ,como Ray mond Mouny ,a afirma que foi à conquista Árabe e à Islamizarão que a África Tropical saiu de seu isolamento e foi ligada ao resto do mundo.Mas as lacunas da documentação estas parcialmente sanadas pelas descobertas arqueológicas que se multiplicou no decorrer do tempo que vão se afirmando a Catherine Coquery –Vidrovitch,que uma das características das sociedades africanas è a de nuca terem vivido no isolamento.Que mesmo antes da chegada dos Árabe povos africanos já eram desenvolvidos comercialmente.Pois os povos Árabe só foi um elemento a mais para essa mudança.
ExcluirO continente africano sofreu dois fenômeno maiores,a maiores :a mobilidade das população e a amplitude das trocas de longa distância.Contudo convém reconhecer que a integração de algumas regiões da África ao Império Árabe ,constituído a parti do século VII,deu um impulso novo as relações inter-africana.A influencia Arabi-mulcumana provocou fenômeno de relação em cadeia em todo o continente ,a parti do século VIII tornou-se o elemento determinante da evolução do Magreb do Egito dos povos Saarianos.
O período do século VII ao XI marcou uma etapa singular na história do continentes Africano e que os estudos ainda não permite abranger todos os aspectos dessas evolução.E que os Árabes contribuiu para essa evolução no qual o continente Africano já tinha o seu desenvolvimento e organização comercial.
Ana Maria de Jesus
Esse texto reforça a idéia de dinamismo e relação entre as diferentes regiões da África, contrariando as idéias ideológicas de isolamento, e estagnação.A partir da influência dos Árabes nas relações de comercio já estabelecidas entre as regiões da África, sobretudo o tráfico transaariano, o comércio se expandiu, ampliando as potencialidades políticas, sociais e culturais, a religião nesse sentido foi grande responsável por essa cooptação desses povos. As trocas já estabelecidas entre os reinos da África com a chegada dos Árabes foram expandidas, além da criação de impostos nas rotas de comercio já solidificadas. Nesse contexto a África vai experimentar um super aumento das relações de troca com outras regiões, possibilitada também pelos meios de comunicação, aumento da produção e das redes de relações.
ResponderExcluirO mito de isolamento, estagnação e inferioridade em relação à África cai por terra, temos inúmeras evidências de que as relações entre os vários povos da África desde a antiguidade já eram possíveis, estas foram ampliadas substancialmente pelas investidas dos Árabes nessas regiões, e a ampliação das técnicas de troca, bem como rotas de comércio.
África dinamica, é esse o sentimento que surge ao ter contato com o texto dos autores Abdoulaye Bathly e Claude Meillassoux, o recorte temporal compreendido entre os séculos VII ao XI, foram periodos de intensas relações, provando que as diferentes regiões da África nunca viveram no isolamento. Mesmo diante das dificuldades documental do territorio africano, varias são as fontes que comprovam as relações entre diferentes povos africano, podem ser citados a arqueologia e o estudo linguisticos, coprovando tais ralações. De acordo com a leitura do Ki-zerbo, se intensificam entre o final do seculo VII e inicio do VIII com os Árabes muculmanos, tais estudos durrubam a tese de que existiam duas Áfricas separada pela barreira saariana.
ResponderExcluirOs autores do texto assim como Ki-zerbo corroboram com a forte possibilidade de relçãoes comercias antes da chegada dos Árabes e posteriormente europeia.
Não se pode negar que, com as investidas muculmana no continenete esse comercio ganha força e novas rotas de comercio e como molda a cultura da sociedade em que houve tais relaçoes.