domingo, 25 de setembro de 2011

Aula 10 - As novas identidades e os Estados pós independências.

É possível afirmar que no continente africano não existem verdadeiros estados nacionais? Quais as identidades existentes no interior dos países africanos, e que são discutidas por M´Bokolo e Kwame Appiah? Estes Estados pós-independências podem ser definidos sob que aspectos?

4 comentários:

  1. A discussão sobre as existência de identidades nacionais em África é extremamente densa, especialmente por causa das constantes fragmentações territoriais e reordenamento do espaço que vêm acontecendo ao longo do tempo devido aos variados processos ocupacionais aos quais o continente foi submetido, motivados por migrações internas e externas, colonização, ou mesmos fenômenos climáticos.
    No período pós-colonial, há uma tentativa de reintegração das populações dos territórios independentes, uma busca por fortalecer os setores político e econômicos em crise, procurando estabelecer vínculos com antigos reinos como o de Ghana, por exemplo, no entanto, esta busca pela integração esbarra na fragmentação não só na fragmentação territorial, mas na populacional.
    Na maior parte dos casos, os territórios que compõem Estados independentes, são compostos por diferentes povos e variadas identidades. Os indivíduos não se identificam enquanto pertencentes a uma nação, porém a um povo, uma cultura, uma tradição específicas.

    Silvana Andrade - V Semestre, DCH - Campus V

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  2. Para Kwame Appiah, entre as primeiras reflexões pós-independência estavam o pan-africanismo e a negritude, responsáveis por promoverem defesa e resignificação da identidade africana. As duas tentaram reafirmar a existência de uma identidade africana comum, dessa maneira serviria como sinal distinto e de qualificação, muitas vezes apaixonada, dos africanos com relação ao resto da humanidade.

    Appiah aponta para um caminho a ser refletido de forma urgente, que é o favorecimento – depois dos processos de independência - das elites por alguns instrumentos utilizados pelos novos Estados. Ele pontua que a fragilidade das bases favorecem novos golpes pela busca do poder político, acabando por afetar as estruturas que poderiam gerar um maior desenvolvimento desses Estados. Adicionado aos conflitos étnicos, esses Estados tornam possível a atuação de organizações não governamentais que acabam por assumir um papel preponderante para o desenvolvimento dessas sociedades.


    Alisson C. Soledade

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  3. Appiah analisa como se constituíram as novas identidades e os estados africanos após as independências, e para isso, utiliza como norte o processo emancipatória de Gana, antiga Costa do Ouro. Seu líder N’ Krumah, influenciado pelas idéias pan-africanistas, vai propor a formação de um imenso país chamado África, a partir das reflexoes do passado grandioso de Gana. O reino ganês era extenso e envolviam povos diferentes. Por isso, o autor traz a idéia do duplo pertencimento; uma à nação étnica e outra a nação territorial de Estado. Para ele, no caso de Gana, existia o Estado, mas, não a idéia de nação. Não havia um povo que se identificava como ganês, não há um projeto de Estado, o modelo de nação é importado do exemplo de independência das colônias americanas. A sociedade civil, que vai corresponder aos anseios da população, papel este que deveria ser desenpenhado pelo Estado. Os povos ganeses estavam divididos entre os que absorviam a proposta pan-africana e os que permaneciam em suas realidades locais e étnicas. Esses povos não representavam identidades homogêneas ou fáceis de serem percebidas. Portanto, durante a colonização as etnias se mantiveram em harmonia, porém, após a independência a pluralidade étnica vai representar grandes empecilhos para a constituição da nação. Para concluir, percebe-se que a identidade africana ainda está em processo de formação, a qual não pode ser embasada pelo viés da homogeneidade.

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  4. Para os historiadores do século XIX e XX, a história da África vivenciada ou contada teria começado somente no momento em que os europeus passaram a manter relações com as populações do continente e com as mudanças introduzidas pelos europeus na África.
    O processo de independência africana durou 33 anos; a organização de grupos nacionalistas se deu com o inicio da Partilha. A África do Sul teve formalmente sua independência desde 1910, a maioria negra só obteve cidadania plena na década de 1990.
    Algumas dificuldades ocorreram na construção dos Estados Nacionais e pelas formações das novas identidades africanas: os impasses econômicos, políticos, sociais
    SUELI QUEIROZ MELO, V SEMESTRE

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